Brotherhood escrita por Eponine


Capítulo 1
Capítulo Único




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James Potter andou pela pista escura, tomando toda a vodka em seu copo.

Deixou em uma mesa qualquer e foi em direção do fumódromo, achando Peter conversando com um grupo misto. Tocou o ombro do amigo, irritado. O Pettigrew pareceu sentir a presença de James e virou-se, com uma expressão de tédio.

— Você disse que já voltava, faz duas horas. – James não conseguia acreditar na cara de pau do amigo. Peter deu de ombros.

— E onde estão os garotos? – questionou ele. Potter girou os olhos e saiu do fumódromo, mais irritado ainda. Foi até a mesa de bebidas e encheu seu copo, querendo berrar e chutar todo mundo. Achou Marlene na multidão e foi até ela, mal conseguindo respirar de tanto ódio.

— Você viu Sirius?

Marlene sorriu para James.

— Não, por que?

— Puta merda, ele foi embora? – olhou a pista, desesperado e achou Remus se esquivando da multidão em direção da saída. Correu em sua direção, derrubando bebida nas pessoas. Puxou o braço do mesmo como se fosse uma criança teimosa. – Pode ir parando aí, fujão.

— Ei... – Remus parecia sem graça. – Eu só estava...

— Onde está o Black?

— Acho que ele está com uma menina, por ali... – Remus apontou, mas James o arrastou com ele. Chegaram no local e o Potter apenas chutou a perna de Sirius, sentado no chão com carícias sugestivas com uma garota asiática. O Black virou-se irritado, mas apenas sorriu ao ver os amigos.

— Sério? – indagou James, chateado com o amigo.

— Você acha que eu vim pra ficar olhando pra sua cara a noite inteira? – questionou Sirius.

— Levanta, reunião. – anunciou James, largando o braço de Remus. Deu alguns passos e se virou, vendo que nenhum dos dois o seguia. – REUNIÃO!

Atravessou a pista lotada, dando um grande gole em sua bebida, deixando o copo em qualquer canto. Subiu em direção do fumódromo e agarrou o braço de Peter, o jogando em um canto mais vazio. Sirius jogou-se em uma cadeira e acendeu um cigarro, enquanto Remus olhava para baixo sugestivamente, sentado na varanda da festa, no último andar de um prédio. James cruzou os braços para os amigos, extremamente irritado e magoado.

— O que aconteceu hoje a noite? – questionou. Os três continuaram em silêncio e Sirius fez a mesma expressão de descaso de quando Marlene lhe dava broncas na frente de todos. – Hein???

Do que você está falando? — perguntou Peter, também irritado.

— Eu estou falando que estamos no sétimo ano, falta duas semanas para as aulas acabarem para sempre, e meus amigos estão mais preocupados em fazer qualquer coisa que não seja festejar juntos, fala sério, o que aconteceu com nossas festas épicas???

— James... – gemeu Sirius, cansado, com o cigarro pendendo no canto da boca. – Por que você deixou de soar como um adolescente de doze anos e passou a soar como a mãe do adolescente, implorando por atenção?

O Potter encarou o Black, sério.

— Eu acho que todo mundo curtiu a festa junto... Digo, nós ficamos vinte e quatro horas grudados... – disse Remus, balançando as pernas.

— Vinte e quatro horas? Nós não saímos juntos desde sei lá, o começo do sétimo ano! Sirius está muito ocupado sofrendo por sei lá o que, você intensificou sua dor existencial e Peter parece mais interessado em conhecer Hogwarts inteira do que em nós!

— É? E onde você esteve esse tempo inteiro, senhor Evans? – debochou Peter.

— Lily não tem nada com isso, eu não deixei Lily interferir em nossa amizade. – retrucou James, fazendo os três rirem.

— James, você não é mais o mesmo e Lílian tem dedo nisso. – explicou Remus. – Você está reclamando, perguntando onde estão as festas épicas, bem, o líder dessas festas parece que se tornou pai.

— Quê? Claro que não, eu só...

— Só amadureceu um pouquinho? – sorriu Sirius. – Cara, você é quase uma substituição mal feita do garoto que um dia foi encontrado desmaiado no teto de uma casa.

— Bem, tudo mudou quando Remus começou a simplesmente fugir das festas! – replicou James, ofendido.

— Ahhhh, agora a culpa é minha? Você sabe que eu tenho problemas com...

— Com tristeza eterna? – cortou Peter. – Pelo amor de Merlin, só vai no psicólogo, pelo jeito quando um profissional te contar a novidade de que não, ninguém na festa te odeia e você não vai morrer sozinho, você acredite...

— Ei, ei! – Sirius bateu no braço de Peter. – Cuidado com a língua, rapaz.

Eu que te digo isso. — respondeu Pettigrew, enojado.

— Eu também te digo isso, Sirius, vai saber onde você colocou esses dedos também. Desde que você levou um fora de McKinnon, você enfia sua língua em qualquer buraco que pareça humano!

Ei! — protestou Sirius, ofendido, ignorando a gargalhada de Remus. O Potter continuou de braços cruzados, não se arrependendo do que dissera. – Por que você não pergunta a Pete aqui o porquê dele sempre preferir fazer novas amizades nas festas em vez de conversar com a gente?

— Ok, não existe mais Marotos nenhum, é isso. – James deu de ombros. – Já nem temos a porra do Mapa, que aparentemente era a única coisa que nos unia. Por interesse!

O mapa nunca ficou comigo! — protestou Peter.

— Porque Sirius sempre estava com ele para saber em que corredor ele pode dedar alguém e James para ter certeza de que Lily realmente só foi fazer xixi. – sorriu Remus. – É só pra isso que aquele mapa servia ultimamente. O tempo em que ele era usado para algo conjunto ficou pra trás.

Sirius riu, jogando seu cigarro fora, levantando-se.

— Vocês são doentes. – disse, passando a mão no cabelo, olhando a paisagem.

— Essa é a ultima festa do ano e está arruinada. – disse James.

— Posso ir pra casa? – indagou Remus, pulando para o chão.

— Vai, pode ir chorar no chuveiro. – debochou Sirius. – É a melhor coisa que você sabe fazer, não?

— Na verdade sim. – sorriu Remus, apertando o ombro do amigo antes de ir. James parou Peter assim que ele se levantou.

— Você vai se juntar aos seus novos amigos agora? – provocou o Potter.

— Sim, com licença. – Peter soltou-se do aperto de James. Virou-se quando estava no meio do caminho. – E quer saber? Não finjam que eu faço falta, porque vocês nunca fizeram questão. E eu sei que você não estava brincando quando disse que eu seria deixado para ser engolido pela Lula Gigante caso só pudesse salvar duas pessoas, Sirius.

— Eu não disse que era brincadeira, eu te deixaria pra trás! – gritou Sirius.

— Eu não acredito nisso! – James apertou a base da varanda, parecendo estar sem ar, por mais que estivesse no último andar. Olhou a cidade Londres e virou-se para Sirius, parecendo se arrumar para ir embora. – Você também?

Os dois se fitaram em silêncio e Sirius suspirou, dando de ombros.

— Cara... Não temos mais quinze anos. – ele colocou as mãos na jaqueta e James sentiu seu peito pesar.

— Não quis dizer isso... – ele olhou ao redor. – É que essa festa era para ser uma despedida. Uma última vez.

— Ultima vez de que? – questionou Sirius. – Você está planejando ir morar na China? Eu vou te ver de qualquer jeito depois de Hogwarts.

— Ok, você eu tenho certeza, mas e eles??? – James tirou os óculos, cansado. – Era só uma amizade conveniente de escola?

Sirius girou os olhos.

— Odeio quando você fica sentimental assim. – ele apertou a ponte do nariz. – Quem você quer ver enlouquecer em festas se era você que fazia isso? Nós só assistíamos, cara. Remus sempre foi embora mais cedo, você não notava porque já tinha desmaiado de tão bêbado. Pete sempre foi sociável e eu sempre me dividi em cuidar de você e quem sabe conhecer alguma garota bonita. Sempre foi assim, você está estranhando porque você mudou. E nós mudamos também.

— Parece que todas as nossas histórias agora são velhas e não temos novas... Parece que essa amizade agora só se sustenta de lembranças. – disse James.

 

Interpol - The Undoing

 

Sirius ficou em silêncio.

Apertou o ombro de James e saiu, sem se despedir. O Potter olhou ao longe, um pouco desesperado. Tirou os óculos e os olhou. O mesmo óculos desde o primeiro ano. Soltou e assistiu despedaçar-se na avenida, vendo Remus andar pela calçada, tranquilamente. Virou-se para a festa novamente e o borrão que era Pete parecia sorridente com pessoas que James desconhecia. Adentrou na festa, não enxergando nada muito bem e assistiu as pessoas mexerem-se na pista escura, sendo iluminada em pequenos intervalos.

Dançou sozinho, perguntando-se se Lily ainda estava acordada e se ela gostaria de comer uma pizza.

Por hora, dançou sozinho.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

?“bvio que a amizade deles não acabou, mas em grupos de amizade sempre tem aquele "weird moment" em que todos estão em frequências diferentes e conciliar isso nem sempre é facil.

Espero que gostem... E leiam Sisterhood!



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