" É noite o tempo passa devagar, a chuva la fora trás trovoadas, a água caindo no telhado provoca uma sinfonia de sons.
Consegue ouvir meu coração descompassado por estar ainda a esta hora, olhando em teus olhos? Viro- me da janela e encaro seus olhos após a pergunta.
Você desvia o olhar e aconchega-se entre as cobertas. Abraça o travesseiro macio e responde.

— Ora se não há mais adequada hora para ficar divagando, meu bem, estamos aqui sozinhos, para que fazer tais discursos, que apenas eu estou a ouvi-lo?
— Minha querida, se há tais discursos é por minha mente estar a um turbilhão de inquietações, contigo não aconteces o mesmo?
Lhe retruco voltando a olhar a noite sem lua, a chuva segue forte e firme .
— Tais questionamentos, não me provocam curiosidade my baby, fico apenas a observar o que passa, não vejo razão alguma para duvidar disso ou daquilo. Aninhada ainda mais as cobertas quentes e grossas pela baixa temperatura.
Responde -me com um tom de quem não se importa.
Estais certa, não há qualquer indicio que tais divagações possuam algum valor de outrora, perceba que diferente de ti doce tentação, não consigo afastar tais equações, se aborreço-te, sei que não te importas como acabaste de afirmar, agora abre espaço na cama que apetece ficar aconchegado e você estar a ocupar todo espaço, peço - te ao menos este ato de benevolência com tua paixão.
Saio da frente da janela e olho-te a resmungar por abrir um espaço a teu lado e quando enfim contigo deito-me ,diz:
— Que tua mente enfim alcance algum conforto, pois estou sempre a ti mesmo que rejeite-me afinal sou A Insônia e sim vejo teu coração ainda descompassado e isso me é um alento, pois enquanto não encontrar tua paz, sempre serei tua paixão. "