Friendship and more escrita por Sra Lecter


Capítulo 1
PRÓLOGO


Notas iniciais do capítulo

O início de tudo.



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Nova York 2016

O caso não era complicado, nem um pouco. Um homem de 47 anos manteve relações sexuais com uma adolescente de 14 durante um ano, tendo a jovem 13 anos quando o “romance” teve início. Ele chegou às mãos da Sargento Benson em uma madrugada nada normal, houve a chegada de mais dois casos de violência doméstica, e a invasão de uma creche ilegal iria acontecer em poucas horas. Foi primeiramente entregue aos cuidados de Amanda Rollins e Nick Amaro, que acabara de voltar a sua antiga patente de detetive da Unidade; Benson foi inserida no caso mais tarde, quando o acusado agrediu Rollins durante um interrogatório. A Unidade inteira ficou incrédula quando o mesmo saiu sob fiança.

Faltando poucos dias para o julgamento Olivia fez questão de rever todo o caso, para ter certeza de que nada impediria que ele fosse preso, após rever todas as provas, reler os testemunhos e o interrogatório, foi avisada que o julgamento seria adiado. A troca de advogados fez com que mais alguns dias de liberdade fossem dados ao criminoso.

Finalmente no dia do julgamento, todos os detetives foram assistir a queda de mais um predador sexual.

—Aquela é a advogada? –perguntou Amanda se sentando ao lado de Olivia.

—Parece que sim. –respondeu Olivia dirigindo o olhar para a mulher alta e magra vestindo um terninho cinza.

—Ela acabou de chegar à cidade. É de Chicago. –Carisi disse em tom baixo para não chamar atenção dos demais na sala.

Nick, Amanda e Olivia lançaram o olhar em direção do detetive.

—Que foi? Vim preparado. –ele disse rebatendo os olhares de intrigação.

—Enfim... –começou Amanda. –O caso está ganho. Barba tem tudo que precisa.

—O que ela –advogada – irá alegar? –perguntou Nick.

—Consentimento. –Olivia respondeu com desdém.                     

O meirinho logo anunciou a chegada do juiz, e todos se levantaram mostrando subordinação e então se sentaram novamente a ordem do mesmo.

—Vamos começar com os argumentos iniciais. –o juiz falou por fim.

Barba, em nome da promotoria, começou seu discurso bem elaborado, citou os crimes cometidos pelo acusado, e confiante encerrou dizendo que a justiça deveria ser feita em nome da vítima que foi seduzida pela fútil ideia de um romance. Em resposta, claro, a advogada trouxe ao júri uma visão totalmente contrária, inserindo a ideia de consentimento da adolescente, que em perfeito estado mental se manteve a par de seus atos.

—É uma fraca base para o caso. –disse Nick.

—Bem, ela não tem mais o que alegar. –Olivia dá de ombros. –Como ela se chama? –perguntou dirigindo o olhar a Carisi.

—Alicia Florrick. –ele respondeu em sussurro.

—Mulher do governador de Chicago? –perguntou Amanda.

—Ex. –Carisi disse abrindo um sorriso.

Dando início aos testemunhos, a mãe da adolescente, responsável pela denúncia, contou como veio a descobrir o relacionamento dos dois. Uma vez que a jovem nunca revelou nada sobre o mesmo.

Enquanto Barba conduzia o testemunho, Olivia prestava atenção na advogada, ela parecia desconfortável, algo que a sargento não via muito nos advogados criminalistas que se designavam a defender estupradores. Havia algo diferente nela, apesar da pose fria, dura, quando assumia o seu posto, parecia que quando escutava o promotor denegrir seu cliente ela estava ciente e não fazia questão de continuar ali o defendendo. Foi algo que se seguiu durante todo o julgamento, principalmente durante o testemunho da adolescente, que permanecia afirmando consentimento.

—Em que momento você e o meu cliente começaram a se encontrar? –perguntou Alicia indiferente à adolescente.

—Foi... Hum. Em maio do ano passado, alguns dias depois do meu aniversário. –respondeu ela.

—E como vocês se conheceram?

—Eu pedi para uma amiga em comum nos apresentar. –a adolescente disse.

—Então você estava a par da idade de meu cliente e mesmo assim quis o conhecer para que talvez, em algum momento, viesse a se envolver sentimentalmente e sexualmente com ele? –perguntou a advogada gesticulando com uma caneta nas mãos.

—Protesto! –gritou o promotor.

—Com qual fundamento? –perguntou o juiz.

—Induzindo a testemunha. –responde Barba exasperado.

—Deferido. –aceita o juiz.

A advogada remexe em alguns papéis sobre sua mesa e volta à frente da testemunha.

—Voltando... Você sabia da idade do meu cliente, certo? –retorna Alicia.

—Certo. –responde a adolescente.

—E isso não lhe fez repensar o interesse de conhecê-lo?

—Não. –respondeu sorrindo.

Barba olha para trás, buscando o olhar dos detetives e da sargento ali presentes, demostrando sua indignação.

—Ele lançou o olhar? –perguntou Amanda.

—Lançou. –Carisi riu.

—Não conseguimos fazer com que ela –adolescente- compreendesse que foi seduzida por ele. Infelizmente, ela está completamente apaixonada.

O testemunho acabou, os argumentos finais foram feitos e o júri fora decidir.

—Alguém quer café? –perguntou Olivia.

—Por favor! –Carisi disse levantando-se.

—Vou até a cafeteria. Alguém pode ir até a Unidade ver como estão as coisas? Não recebi nenhum chamado, ou mensagem do Fin, porém gostaria que um de vocês desse uma olhada. –Olivia levantou do banco.

—Eu vou. –disse Nick.

—Ok, obrigada. –Olivia deslizou a mão sobre o braço de Nick e foi em direção à saída da sala.

Sem perceber Olivia deixou Amanda para trás. As duas estavam em uma fase mais leve, a rixa entre as duas finalmente havia acabado. A volta de Nick e o novo relacionamento de Olivia fizeram com que a sargento se mantivesse mais relaxada, dando espaço para que Amanda se aproximasse.

Após alguns minutos na fila para retirar seu pedido, Olivia percebeu que Alicia, a advogada, estava atrás dela. A primeira escolha foi ignorar, porém, ela não conseguiu ficar quieta.

—Você vai perder. –Olivia disse em descaso.

—Como? –perguntou Alicia sem entender.

—O julgamento. Está perdido, você sabe. –Olivia deu um passo à frente, quando a fila andou.

—Desculpe, quem é você? –Alicia perguntou erguendo uma sobrancelha.

—Olivia Benson. –respondeu.

—Sargento? –perguntou a advogada. –Já haviam me alertado sobre você. –ela largou um sorriso irônico.

—Sobre?

—Você defende seus casos com unhas e dentes. E tenho certeza de que é verdade, todavia não busco criar uma rivalidade entre nós. –Alicia sorriu mais uma vez.

—Não posso afirmar que ela não irá nascer. Você não parece boa em escolher quais guerras lutar. –a fila andou e era vez da morena pegar seu pedido. Ela retirou uma nota de vinte dólares do bolso. –O meu pedido e o dela, e pode ficar com o troco.

—Não preciso que pague café para mim. –Alicia disse com certo desconforto.

—Eu sei. –Olivia sorriu, pegou a bandeja com o seu café e o os demais para os detetives e saiu em direção ao prédio vizinho, onde o júri já estava pronto para dar o veredito.

Após a volta de todos para o tribunal, o juiz pediu ao júri que o deixasse consciente da sentença.

—Foi rápido. –disse Amanda.

—Deve ter quebrado algum recorde. –Carisi brincou.

Olivia permaneceu em silêncio, observando a expressão do juiz ao deparar-se com o papel alcançado a ele com a deliberação do júri.

—Muito bem. –começou ele. -Como o júri julga o réu?

Uma das juradas se levantou.

—Julgamos o réu culpado. –disse e voltou a sentar-se.

Os detetives, a sargento e os demais presentes no tribunal comemoram. Abraços foram trocados. A adolescente descontente chorou e tentou correr para os braços do acusado, mas foi contida pelos pais. Quando Olivia olhou em direção ao réu, viu a advogada, que lhe deu uma piscadela. O que significava? Ela não sabia, mas podia jurar que Alicia não era como as demais, ela tinha um bom coração e desejava, menos que a própria sargento, que o depravado de seu cliente ficasse livre.

Mais tarde, os colegas foram beber em um bar próximo à Unidade.

—Gostaria que todos os casos fossem fáceis, como aquele. –disse Carisi bebericando de seu copo.

—Eu também. –Amanda disse assentindo com a cabeça.

O garçom colocou um copo de uísque em frente à Olivia.

—Eu não pedi isso. –ela disse imediatamente.

—Cortesia daquela senhorita. –ele apontou para Alicia, que estava com um homem, bonito, com a barba para fazer no balcão.

Olivia ergueu o copo em sinal de gratidão, Alicia sorriu e voltou a conversar com o homem. Logo o sujeito foi embora e Olivia foi até o balcão, onde a advogada estava sentada.

—Oi. –disse Alicia sorrindo, e gesticulou em direção as doses de tequila servidas em sua frente.

—Tequila? –perguntou Olivia.

—Sim.

—Ok.

Juntas elas viraram as doses. Alicia pediu ao barman que reabastecesse os copos.

—Comemorando a derrota? –perguntou Olivia.

—Comemorando vitórias. –Alicia riu.

—Vitórias?

—Um criminoso foi para a cadeia e eu, ao que parece, ganhei uma nova amiga. –a advogada ergueu o copo, as duas brindaram e beberam o líquido, que desceu ardendo por suas gargantas.


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Notas finais do capítulo

Se não for incomodar, pode me dizer o que achou?



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