Superando o passado escrita por HungerGames


Capítulo 22
Capítulo 22




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Mal coloco um pé dentro do apartamento e Vinny vem na minha direção.
— Eu perdi minha jaqueta jeans - seu desespero é exagerado e isso me faz sorrir, apagando o que acabou de acontecer da minha mente - Por que você tá sorrindo? Eu ia usar ele em uma das apresentações - eu coloco a mão na boca tentando não rir.
— Que jaqueta é essa?
— A jeans, rasgada, que tem os botons, a gente comprou no dia que você comprou sua jaqueta vermelha...
— Ela tá no seu guarda roupa!
— Não tá!
— Tá! Fui eu que lavei e guardei...
— Bom, então você não guardou, você escondeu...
— Mau agradecido!
— Ela sumiu, Dani - reviro os olhos e passo por ele, vou direto pro seu quarto, as portas do guarda roupa já estão abertas e mesmo que a mala em cima da cama esteja cheia o guarda roupa ainda está lotado.
— Você tem mais roupas do que eu...
— Só não tenho mais uma jaqueta - olho pra trás e ele dá de ombros, então só preciso afastar dois cabides e no mesmo lugar que eu o deixei semana passada está o cabide com a jaqueta, eu pego e me viro pra ele - Eu já falei como você é a melhor coisa da minha vida? - ele me abraça e me aperta me fazendo rir.
— Me solta, eu tenho que terminar de arrumar minha mala - ele me libera dos apertos e manda eu me apressar, saio do quarto dele e escuto o barulho de algo quebrando que vem do quarto do Rafa, assim como eu fazia antigamente, entro sem ser anunciada, o cheiro do perfume já se espalhou pelo quarto todo e ele tá xingando baixinho.
— Você sabe que esse era o único motivo paras as pessoas quererem você por perto né? Esse perfume era perfeito - ele me mostra o dedo do meio.
— Pega a vassoura lá pra mim - encaro ele como quem fosse dizer não, mas saio do quarto, vou até a área de serviço e volto com a vassoura, a pá, um saco e um pano úmido - Agora pode limpar - ele fala apontando a bagunça.
— K K K Sonha - ele ri e pega a vassoura e agarra o pano que jogo pra ele, olho pra mochila de viajante, a mesma que ele chegou aqui - Como você consegue colocar tudo que precisa aí dentro? - ele dá de ombros.
— Só preciso do básico, meu charme e simpatia faz o resto... Já você... - ele faz uma careta.
— É bom ter isso de volta - meu sorriso é meio idiota, mas não me importo.
— Isso o quê? Sinceridade?
— Não, você sendo um idiota - ele levanta o rosto pra mim e sorri, um sorriso divertido.
— É, é bom ter isso de volta - sorrio de volta pra ele sentindo todas aquelas borbulhas se agitando no meu estômago, então me lembro que somos apenas amigos, não importa o que eu sinta por ele, não quero estragar isso que estamos ainda recuperando.
— É uma pena que a Nathy não possa ir hoje - o sorriso dele diminui provavelmente por que vai passar os próximos dois dias longe dela, ela tem uma reunião importante amanhã e só vai aparecer lá no último dia.
— Mas ela vai no domingo - ele sorri e eu forço um sorriso animado, já preparando meu psicológico pra ver os dois juntos no domingo inteiro - E o Vítor? Ele tá todo animado - ele termina de jogar os cacos no saco e me olha quando não digo nada - Que cara é essa? - dou de ombros.
— A gente meio que...  Ele não vai mais... A gente terminou – seus olhos se fixam em mim de um jeito quase hipnotizado.
— Vocês terminaram? – sua voz é estranha, parece surpresa e desconfiada ao mesmo tempo, eu apenas concordo com um balançar de cabeça e então ele abre um meio sorriso.
— Então é meio que óbvio que ele não vai mais – eu explico como se ainda precisasse disso.
— É, é meio óbvio – eu finjo um sorriso.
— Eu tenho que terminar de arrumar minha mala – ele acena concordando e eu saio do quarto dele, entro no meu e começo a pegar as coisas que faltam, Vinny ainda corre de um lado pra outro e me faz verificar junto com ele se pegou tudo, depois de duas conferidas, ele se dá por satisfeito e vai tomar banho, eu aproveito e tomo meu banho também, estou me vestindo quando vejo Rafa passar pela porta do meu quarto em direção a sala – Ei! Onde você vai? – coloco a cabeça pra fora do quarto enrolada no meu roupão, ele se vira pra mim, a mochila grande demais já está nas costas.
— Tenho que ir num lugar antes, a gente se encontra no aeroporto...
— Você vai se atrasar – só o pensamento dele não conseguir pegar o voo já me deixa meio desesperada, mas ele sorri de um jeito divertido.
— Não existe nada que me impeça de entrar naquele  avião, confia em mim, eu vou chegar na hora – mesmo ainda querendo que ele não vá, confio no que ele diz, ele me dá uma piscada, abre a porta e sai.
Volto pro quarto e começo a me arrumar, 20 minutos depois estou arrastando minha mala do Mickey de rodinhas até a sala.
— VINNY! – grito e escuto o barulho das rodinhas, ele aparece puxando duas malas grandes pretas e com a maleta da guitarra – Finalmente – falo com ironia e ele faz uma careta.
— Então, pareço um cantor famoso? – ele fala fazendo uma pose ridícula, ele está com uma calça jeans que parece meio justa demais, uma camisa daquelas grandes que vão quase até o seu joelho, ela tem uma caveira grande na frente com uma rosa na boca, ela é preta e meio desfiada nas mangas, ele colocou o óculos espelhado e a boina preta, o coturno preto tem umas fivelas prateada e não minto quando faço uma cara de impressionada e mostro os dedos polegares em aprovação, ele sorri satisfeito – Você também não tá nada mal – ele estica a mão, eu aceito e ele me faz dar uma voltinha, coloquei um macacão curto de tecido leve e florido, joguei a jaqueta de couro por cima, meus tênis branco e um boné com flores rosa.
— Anda, vamos, já são quase 9 horas e a Lia já avisou que tá indo pro aeroporto...
— E o Vítor, ele não ia passar aqui? – então me lembro que ainda não contei pra ele – Que foi?
— É que... Ele não vai mais
— Por que não? Ele tava todo animado de passar o fim de semana sendo seu escravo – ele ri, mas eu não, cada vez que me lembro que ele estava animado me sinto uma megera sem coração – Aconteceu alguma coisa? – levanto os ombros, pego minha mala e sem olhar pra ele eu conto.
— A gente terminou
— Vocês o quê? – sua voz é tão surpresa quanto se eu tivesse dito que assaltei uma loja e estou saindo do país – Por quê? – ele entra na minha frente e me encara, não tenho como fugir, então apenas olho pra ele e levanto os ombros.
— Eu não estou apaixonada por ele, só... Não era justo... Eu não podia prender ele a mim pra sempre – seus olhos suavizam e ele me observa.
— E qual é o próximo passo?
— Chegar no aeroporto e não apanhar da Lia – sei que não é isso que ele perguntou, mas ele assente e me deixa passar.
As malas quase não cabem no carro e ainda bem que Bianca ficou de encontrar a gente no aeroporto por que quando a encontramos e eu vejo as duas malas grandes dela, tenho certeza que alguém teria que vir andando.
O pessoal da banda também já estava esperando junto com a Bianca e despacharam todas as coisas deles.
— AHHHHHHH É HOJEEEEE – Lia vem correndo arrastando as duas malas coloridas ainda maiores dos que a da Bianca, metade do aeroporto olha pra gente e quando ela me abraça dá pequenos pulinhos, Vinny e Bianca riem – Vai ser o melhor fim de semana de todos – ela mal consegue se controlar, Bruno se aproxima rindo carregando mais duas malas e uma mochila.
— Meu Deus, qual o problema de vocês? É um fim de semana e não um mês – eu aponto as malas e ele ri.
— O meu é só a mochila – ele se defende e eu olho pra Lia.
— Em minha defesa, eu tive que colocar algumas coisas dele na minha mala, por que eu me recuso a deixar ele andar com meia dúzias de roupas durante o fim de semana todo – ele revira os olhos e eu acabo rindo – Cadê o Vítor? – ela olha em volta e Vinny me dá um daqueles olhares de confiança, eu respiro fundo me preparando pra evitar que ela surte.
— Ele não vem – seus olhos são quase horrorizados – A gente terminou – a noticia faz até Bruno me olhar surpreso.
— Por que? Vocês estavam tão bem... Nós saímos juntos, ele... Você tava levando a sério, droga, Dani, por quê?
— Ei, ei, ei... Ela já entendeu, ok? – Bruno tenta frear ela, mas recebe um olhar mortal.
— Eu não entendo! Ele era perfeito...
— Eu não esperava que entendesse – dou de ombros e saio puxando minha mala pra longe deles, Vinny segura meu braço – Vou despachar minha mala – falo sem olhar pra ele, sua mão me solta e ando até os guichês que estão vazios, termino e quando saio do guichê carregando só minha bolsa comum ela entra na minha frente.
— Desculpa! Eu sou uma idiota...
— É, eu sei que é – ela abre um sorriso e me abraça.
— Eu só quero que você seja feliz...
— Eu não podia prender ele, entende? – ela balança a cabeça que sim, mesmo que eu desconfie que não.
— Eu tô do seu lado, ok? – dessa vez acabo sorrindo e a aperto um pouco mais, voltamos pra junto dos outros já com as pazes feitas.
Eles vão despachar as malas e ficamos sentadas olhando o painel de embarque.
— Ei, cadê o Rafa? – ela parece só perceber agora.
— Disse que tinha que ir num lugar antes
— Ele vai acabar perdendo o voo se não chegar logo
— Ele prometeu que não ia se atrasar – ela me olha curiosa.
— Então vocês voltaram a se falar? Quer dizer, sem parecerem dois completos estranhos?
— Nós não parecíamos completos estranhos – ela me olha duvidando – Foram só... Dias corridos...
— Quase dois meses?! – reviro os olhos - Eu não sou uma imbecil, Dani, você pode ter repetido centenas de vezes que estavam bem, mas eu não sou cega... Quando vocês estão perto mal conseguem se olhar... Olha, você pode até não confiar em mim o suficiente...
— Lia, não é isso – ela balança a cabeça me mandando calar a boca.
— Só não me trata como se eu fosse uma imbecil
— Eu não tô fazendo isso
— Mas tem coragem de me olhar e dizer que tá tudo bem entre vocês? – afundo na poltrona, ela está certa.
— Não estavam, mas eu acho que agora nos entendemos de novo, pelo menos eu espero que sim – ela desfaz o olhar magoado e agora parece curiosa.
— E por que vocês tinham se desentendido?
— Eu pisei na bola com ele, depois ele saiu do escritório pra se dedicar ao food, começou a namorar... Nos afastamos, eu acho...
— Eu confesso que não achei que ele fosse levar esse namoro a sério
— É, mas tá levando – minha voz sai meio desanimada.
— E isso te incomoda? – os olhos azuis brilham de curiosidade.
— É estranho
— Eu nunca vou entender, juro
— Entender o quê? – ela balança a cabeça parecendo decidir se fala.
— Vocês dois
— O que tem nós dois?
— É... Olha não fica com raiva tá? Mas... Sei lá, eu achei que vocês dois... Você sabe... Vocês ficaram andando pra cima e pra baixo junto, ele sempre sabia de tudo sobre você... Eu... Sei lá...  – ela levanta os ombros.
— Eu disse que chegava – Rafa fala passando um braço ao redor da minha cintura e imediatamente meu coração acelera.
— AI MEU DEUS, você tá sangrando – Lia fala horrorizada e isso me faz virar rápido demais pra ele.
— O que foi isso? – o canto da boca dele está levemente inchado, vermelho e com um corte, a camisa branca está com umas gotas vermelhas, ele passa a mão no corte e olha pros dedos.
— Não foi nada, eu só... É só um corte!
— Você se meteu em uma briga de gangue? – ele encara Lia por causa do exagero.
— Eita, caiu na porrada com quem, mauricinho? – Bruno ri já se aproximando de nós.
— Não abaixa a defesa, cara, não abaixa a defesa, tenho que te falar isso quantas vezes? – Vinny debocha fazendo uma cara de entediado.
— Foi só um acidente
— Arrã – eles falam juntos.
— Anda, tem uma farmácia ali – eu falo já puxando a mão dele e o levando comigo.
— Eu vou sobreviver – ele ri enquanto tenta acompanhar meus passos.
— Mas vai estragar as fotos do meu aniversário se tiver com essa boca inchada – ele ri ainda mais.
— Prioridades né?
— Claro – entro na farmácia, já pegando as coisas que preciso, levo ao caixa e pago antes que ele possa sequer abrir a carteira, quando saímos eu o sento em um banco e abro a gaze já molhando o remédio nela, passo sobre o corte com cuidado, ele faz uma careta – Ah fala sério, não tá grandinho demais, não? – ele faz cara de magoado e eu aperto com um pouco mais de força.
— Porra – ele esquiva a cabeça pra trás e toca o machucado, eu dou um tapa na sua mão.
— Sua mão tá suja, ô idiota – ele sorri e me olha com diversão, mas estou irritada demais pra sorrir de volta – Você vai me contar o que aconteceu ou ainda estamos na fase “eu não sei nada sobre você e nem você sobre mim”? – o sorriso dele se fecha.
— Eu nunca quis uma fase dessas entre a gente...
— E também não fez nada pra mudar – troco a gaze e molho com um pouco mais de remédio.
— Só não queria te atrapalhar – eu reviro os olhos deixando uma risada irritada escapar, volto a passar o remédio sobre o corte evitando olhar nos olhos dele – Você tava indo bem com o Vítor e parecia errado que o tempo que você teria com ele acabasse passando comigo...
— Meu Deus, como você é idiota, eu... Quer saber, esquece – entrego a sacola com o remédio dele e viro as costas me odiando por me irritar, era pra eu tentar fazer as pazes com ele, deixar tudo como antes, mas ao mesmo tempo parece que nada mais é como antes.
— Ei, espera! – ele entra na minha frente – Você o quê? – seus olhos exigem uma resposta e não tem irritação no mundo que me faça conseguir ignorar ele.
— Eu era sua amiga, você era um dos meus melhores amigos... Eu podia perfeitamente passar o tempo com você sem que isso abalasse em nada as coisas com o Vítor – no momento que as palavras saem da minha boca, eu sei que não é verdade.
— Tem certeza? – ele parece ler meu pensamento e isso me deixa nervosa, então a voz anuncia o embarque pro nosso vôo.
— Nós temos que ir – passo por ele e vou até a Lia que já está dando pulinhos animada de novo, ela agarra meu braço e acabo rindo de toda sua histeria.
Eu me sento na janela, ela do meu lado e Bruno na outra ponta, Vinny e Bianca estão atrás de nós e Rafa se senta na poltrona a frente da minha, junto com dois meninos da banda, enquanto coloca a mochila no suporte acima das poltronas ele me olha de um jeito meio estranho demais e eu desvio os olhos e encaro a janela.
— Rumo ao melhor fim de semana das nossas vidas – Lia levanta os braços sem se preocupar com os outros e nós rimos.
O voo durou um pouco mais de duas horas, mas foi bem tranquilo e divertido, os meninos da banda fizeram um jogo de “qual é a musica” e até outros passageiros riram e brincaram junto com a gente e Vinny aproveitou pra convidar todo mundo para “o melhor show do ano”, algumas pessoas gritaram e aplaudiram e nós rimos mais ainda.
Demoramos quase uma hora inteira só pra termos todas as malas e equipamentos da banda, o pessoa do Festival mandou uma van nos buscar e eles ficaram se sentindo todo importante quando viram o cartaz com o nome da banda que o motorista segurava, nós rimos mais ainda durante os 40 minutos que levamos até o resort e assim que saímos da van não tinha um de nós que não estivesse completamente impressionado com o lugar, é simplesmente de tirar o fôlego, até o céu daqui parece mais azul e mais bonito, o mar está por todo lugar, tão limpo e cristalino quanto consegue ser e todas as cores e pessoas sorridentes só deixam tudo ainda mais perfeito, por isso quando Lia começa com seus pulinhos animados, eu e Bianca também imitamos ela. Fazer o check-in no resort demora um pouco mais do que esperávamos, primeiro a banda precisa se apresentar, depois nós, cada um recebe um cartão da porta do seu quarto e aparecem dois homens pra ajudar com as malas, como eu só tenho uma acabo dispensando a ajuda, mesmo assim um atendente me guia até o meu quarto, eu estranho quando percebo que sou a única que ficou num andar diferente, mas não crio confusão com isso, o rapaz que me acompanha faz questão de levar minha mala, mesmo eu dizendo que não preciso, então alcançamos um corredor com apenas duas portas, uma em cada ponta, ele vira a direita e eu o sigo.
— Espero que aproveite a estadia – ele fala quando passa o meu cartão na porta e ela se abre, ele segura a porta pra mim e eu entro estranho assim que olho ao redor, um pequeno sofá branco de dois lugares está do lado direito, ao lado uma poltrona também branca, a Tv está numa estante amarela muito bonita e ao mesmo tempo simples, o bar fica do lado esquerdo, eu ando um pouco mais e vejo realmente o quarto, ele coloca minha mala ao lado da poltrona.
— Desculpa, mas... Eu acho que estamos no quarto errado – ele olha pro meu cartão e sorri simpático.
— É o quarto certo, senhora...
— Senhora me faz parecer velha – faço uma careta, ele sorri meio que se desculpando, mas volto a olhar pro quarto – Mas nós com certeza estamos no quarto errado, eu não teria como pagar esse nem se economizasse meu salário inteiro – ele ri.
— É o quarto certo – a voz não é do rapaz e sim do Vinny, me viro pra trás e ele está sorrindo satisfeito.
— Quase melhor do que eu imaginei – ele fala cruzando os braços e olhando ao redor.
— Você... Você fez isso? – meu sorriso animado e impressionado o faz sorrir orgulhoso.
— Feliz aniversário adiantado – ele fala e eu dou pulinhos tão animados quanto os que a Lia deu, e me jogo nos braços dele.
— Com licença – o rapaz fala rindo e sai fechando a porta.
— Gostou?
— Se eu gostei? – saio dos braços dele e abro os braços andando em volta – Eu não sei se vou querer ir embora daqui algum dia – sorrio animada e não é exagero, por que o quarto é perfeito, eu paguei por um simples e estou num cinco estrelas, a cama king size com certeza é a maior cama que eu já vi na minha vida, está impecavelmente arrumada com uma estampa floral, a poltrona ao lado dela é vermelha e parece tão confortável quanto a cama, o guarda roupa é todo espelhado, a tv que tem em frente a cama é tão grande que eu penso em nunca nem tocar nela, por que deve custar o preço de um pulmão meu, a mesa de dois lugares em vidro está enfeitada com um lindo vaso com flores coloridas que parecem perfumar o quarto, a porta do banheiro está aberta e consigo ver a hidromassagem, uma porta que de vidro está aberta dando a visão da praia perfeita logo a frente, os coqueiros e arvores na lateral colorem ainda mais a vista – Isso deve ter sido muito caro, você não precisava fazer isso – ele revira os olhos.
— É um presente, você não vai querer ver a conta, vai? – eu acabo rindo, mas ainda parece exagerado.
— Só é muito dinheiro...
— Eu ainda tenho dinheiro daquela conta que meu pai encheu, sem falar que não tô pagando sozinho... – antes que eu pergunte ela entra pulando no quarto.
— Somos ou não somos os melhores amigos do mundo? –dessa vez eu que vou pulando e rindo até ela, Vinny nos abraça também e quando nos solta, eu e ela corremos e nos jogamos na cama, o colchão afunda levemente e depois é como se nos acomodasse perfeitamente.
— Eu nunca mais saio dessa cama – Lia ri e fica dando pulinhos mesmo deitada, nós rimos.
— Eu preciso ver as coisas do show... Juízo! – Vinny avisa mandando um beijo no ar e saindo, Lia me olha e então assim como quando tínhamos 15 anos e acontecia algo muito incrível, nós duas gritamos uma olhando pra cara da outra, depois nos abraçamos de um jeito muito empolgado, provavelmente nossas gargalhadas devem ser ouvidas do corredor, mas nenhuma das duas liga muito pra isso.
Depois de nosso pequeno surto de comemoração, ela me ajuda a colocar as roupas nos cabides que estavam no guarda roupa e depois sai para guardar as dela, aproveito e me jogo na cama tentando dormir um pouco para aguentar a noite, até que cerca de 2 horas depois a campainha suave, que lembra muito o canto de pássaros ecoa no quarto, me levanto ainda com os olhos meio fechados e abro a porta.
— Meu Deus, que cara é essa? – Lia reclama já entrando no quarto.
— Eu tava dormindo, Lia! – ela para horrorizada e se vira pra mim.
— Nós estamos no maior resort do Estado, provavelmente os solteiros mais gatos estão lá fora e você tá dormindo? – reviro os olhos, fecho a porta e vou atrás dela, ela abre as gavetas que arrumamos a algumas horas e praticamente me obriga a colocar o biquíni e aproveitar o sol pra conseguirmos um belo bronzeado para mais tarde, então como sei que não vou conseguir fugir disso e acho até a ideia realmente boa, já que eu estou mais branca que uma bola de neve, eu me troco e nós vamos até a piscina, ela escolhe nossos lugares nas cadeiras reclináveis com gaurda-sol colorido, as garotas daqui parecem modelos, todas com corpos perfeitos e maquiadas, os homens também não ficam muito atrás e Lia logo está me cutucando.
— Sunga vermelha perto do lado da pilastra – eu olho ao redor e encontro o cara, ele é alto, forte, tem uma tatuagem pequeno no peito, como se fosse algo escrito, mas como está longe não dá pra ler, ele está com a pele bronzeada como se morasse aqui e pegasse esse sol todo dia, o cabelo é mais baixo nas laterais e meio arrepiado no meio – Agora você tá solteira... – eu a encaro mas acabo rindo.
— Você não tem jeito né? – ela dá de ombros.
— Ele é gato!
— Quem? Eu?  - Rafa aparece atrás das nossas cadeiras e tampa o sol na Lia, que logo reclama tentando alcançar um tapa nele, ele ri e se afasta dela – Então, quem é gato?
— O cara que tava quase comendo a Dani com os olhos – eu olho pra ela que evita me olhar.
— Ele não tava me olhando...
— Tava sim, ela que é muito modesta
— Quem é? – ele pergunta curioso olhando em volta – O de sunga vermelha? – eu olho pra ele e pro cara e realmente o cara está me olhando, então Rafa simplesmente anda até ele.
— Volta aqui! Rafael, volta aqui – ele me ignora e dá a volta na piscina até achar o cara – Satisfeita? Se ele trouxer o cara aqui, eu juro que te afogo – Lia dá uma risada.
— Você é bem tonta né? – eu a encaro e ela dá de ombros – Relaxa, ele não vai trazer o cara aqui...
— Ele é maluco!
— É, ele é, mas não vai trazer o cara aqui – ela dá de ombros e volta a se deitar calmamente enquanto eu observo a cena, Rafa alcança o cara, fala algo, eles olham pra mim, o homem sorri, eles apertam as mãos e Rafa vira as costas e se afasta, ele volta pro meu lado como se nada tivesse acontecido.
— O que você falou pra ele?
— Pra quem? – ele faz uma cara de confuso e eu o encaro.
— Você já provou a piña colada daqui? – ele fala meio animado.
— Rafael!
— Eu ainda não – Lia fala e ele sorri pra ela, então faz sinal chamando o garçom, ele pede duas e uma cerveja.
— Você não me respondeu...
— É, por que eu estou ignorando sua pergunta – ele dá de ombros e sorri me dando uma piscada, ele se senta ao nosso lado e deixo meus olhos escorregarem por ele, a sunga preta parece perfeita na pele já levemente bronzeada, a tatuagem na costela já não é tanta surpresa pra mim, mas sempre parece complementar o visual dele, assim como a camada fina de barba que ele ainda não fez e o cabelo bagunçado e mesmo que ele esteja de óculos tenho a sensação que o olhar dele está descontraído.
— Você é um idiota – falo já desviando meus olhos dele e colocando meu óculos escuro, escuto sua risada e mesmo querendo parecer irritada deixo um sorriso aparecer.
Continuamos pela piscina, a pinã colada realmente estava ótima, assim como tudo nesse lugar, Lia quase surta quando escuta umas garotas falando sobre mergulho e garante que amanhã nós temos que fazer um também, então ela começa a relembrar que na lua de mel ela e Bruno fizeram mergulhos maravilhosos, Rafa faz uma cara de entediado e se afasta da gente já pulando na piscina, o grupo de garotas que estava rindo param e começar a dar sorrisinhos idiotas enquanto ele nada de uma ponta a outra.
— Parece que elas nunca viram um homem bonito na vida – reclamo revirando os olhos e Lia ri.
— Você não pode culpar elas, até eu olharia...
— Bom saber – Bruno fala se aproximando da cadeira dela que ri e estica os braços pra que ele se aproxime mais, mesmo com a implicância ele sorri, se inclina e lhe beija, acaba avançando demais e eu reviro os olhos.
— Finalmente, procurei vocês por toda parte – Bianca reclama já tirando o vestido rosa e revelando um biquíni branco.
— E o Vinny?
— Tá com a banda resolvendo as coisas pra mais tarde...
— Aí, gente, eu nem acredito, a banda vai tocar hoje no maior Festival de música do verão – Lia sorri e nós também sorrimos toda orgulhosa – Isso me lembra que nós não podemos ficar até tarde aqui, ainda temos que nos arrumar...
— Lia, o show é as onze da noite – ela dá de ombros.
— Ninguém fica perfeita em 5 minutos, Dani...
— Bom, fale por você, eu me sinto perfeita agora – sorrio e me levanto, ela ri enquanto eu ignoro qualquer tentativa de parecer sensual e pulo na piscina do mesmo jeito que fazíamos quando tínhamos 12 anos.
— Foi um pulo e tanto – Rafa fala assim que submerjo, sorrio orgulhosa.
— Eu gosto de causar uma primeira impressão inesquecível – ele ri.
— Você só precisa sorrir... Você fica linda quando sorrir – ele afasta uns fios de cabelo que grudaram na minha testa e é como se tudo em volta ficasse mais lento, sem foco e sem importância, o sorriso dele, o toque dele em mim, essas são as únicas coisas que fazem sentido.
— RAFA! SEU CELULAR – Lia grita e nos distrai, balanço a cabeça e me afasto um pouco antes que eu acabe me esquecendo do planejado, ele levanta o rosto pra ela.
— PODE DEIXAR TOCAR...
— É A NATHY! – qualquer sombra de sorriso desaparece do meu corpo e eu me lembro que não posso continuar com os pensamentos que estava, prestes a me dominar.
— Você não deveria deixar sua namorada esperando – vejo a boca dele se abrindo pra dizer algo, mas apenas afundo e mergulho o mais rápido que consigo pra longe dele, quando paro do outro lado ele está pegando o celular da mão da Lia e saindo, solto o ar e afundo mais uma vez quando sinto o nós que se forma na minha garganta.
Ficamos apenas mais meia hora pela piscina e Lia cisma que deveríamos passar pelo SPA, Bruno aproveita e inventa uma desculpa caindo fora, e eu e Bianca a seguimos antes que ela comece a surtar.
Saio do Spa mais relaxada graças uma longa massagem, as unhas feitas e um penteado que eu adorei, Lia fez um pouco além, incluindo limpeza de pele, renovou seu corte de cabelo, deixando sua franja mais desfiada e deu uma desenhada na sobrancelha, Bianca optou fazer as unhas e uma massagem. Quando nos separamos já está começando a cair a noite e vamos nos arrumar nos nossos quartos.
Me permito ficar deslumbrada de novo quando olho para o quarto onde estou e me sinto como uma daquelas ricaças extravagantes, ligo a tv, conecto meu celular a tv e deixo toca minha playlist animada, enquanto isso como uma garota de 15 anos me deixo esquecer do tempo e de todo o resto, subo na cama e faço o que sempre quis fazer enquanto via aqueles filmes na adolescência, eu pulo e danço sozinha em cima da cama gigante e macia, acabo tropeçando no travesseiro e caio de cara no edredom, tenho uma crise de riso sozinha e quando percebo já se passaram quase 20 minutos, pulo da cama, vou pro banheiro e ligo as torneiras pra encher a banheira, abro os armários e encontro vários potinhos com sais e líquidos com aromas perfeito, então faço o que qualquer pessoa deslumbrada faria, jogo tudo de uma vez, torcendo pra que isso junto não vire uma bomba, enquanto a banheira enche, saio do banheiro, abro o guarda roupa e pego o cabide com a roupa que já tinha separado para hoje, coloco em cima da cama, pego a sandália, boto ao lado e sorrio quando vejo a combinação, depois corro pra banheira e me deixo relaxar por todo tempo que posso, meus dedos já estão começando a enrugar quando eu saio da agua, visto o roupão que é cerca de um milhão de vezes mais macio que o meu e me olho no espelho de parede inteira que me faz sorrir animada, mas diminuo um pouco quando vejo que acabei despenteando um pouco o cabelo, mas acho o secador e me acalmo quando consigo consertar, depois visto pego o estojo de maquiagem e perco longos e longos minutos tentando fazer algo decente, sorrio orgulhosa e me visto, calço as sandálias e quando volto a me encarar no espelho estou realmente satisfeita com o que eu vejo.
Meu cabelo está com cinco tranças finas de um lado, ela se prendem a baixo da parte solta que cai para o outro lado em ondas bem volumosas, meus olhos estão bem delineados e marcados, as pálpebras coloridas com um leve tom azulado, minhas bochechas levemente coradas, quase não precisei usar blush por que o sol da tarde fez um bom trabalho, meus lábios se colorem em um delicado tom de pêssego, estou com um conjunto de cropped e saia longa azul escura, o cropped é justo, de alças finas e com uma renda que dá um ar mais sensual, a saia é longa, faz um leve volume quando eu ando e também é azul escura com flores grandes desenhadas em nuances de azul mais clara, minha sandália quase não pode ser vista assim, mas é uma rasteira com tiras finas e delicadas. Meu celular toca enquanto ainda estou sorrindo pro espelho, pego e é uma mensagem da Lia dizendo que está indo pra o lugar combinado, que é na área onde será o show, pego a bolsa pequena e sem alça onde cabe meu celular e um cartão do quarto, então saio do quarto as dez em ponto.
— Posso te acompanhar? – a voz me chama atenção assim que saio do elevador, me viro para o lado e Rafa está me olhando fixamente parado ao lado do balcão da recepção, ele está com as mãos no bolso e enquanto seus olhos me inspecionam, eu faço o mesmo nele, uma camisa cor de vinho está quase grudada a sua pele, ela tem a gola V que sempre deixa ele realmente charmoso, por cima um blazer esportivo preto que está dobrado até seu cotovelo, a calça é escura, mas levemente manchada na sua coxa e ele usa uma boot escura muito parecida com uma que o Vinny tem, a barba está perfeitamente feita e os cabelos maravilhosamente bagunçados, ele abre um sorriso e se aproxima de mim com passos lentos – Você está linda – sua voz é doce e rouca.
— Você tá quase um pedaço de mau caminho – ele ri.
— Então você não deveria ficar tão perto de mim...
— Com certeza não – falo sorrindo e encaixo meu braço no seu, ele não tenta esconder o sorriso e nos leva pra fora do prédio, as pessoas estão passando para todo lado, todas bem arrumadas, sorridentes e animadas, assim que alcançamos o lugar marcado perto de um bar no local do show Lia acena com um sorriso grande demais.
— Eu tô atrasada e ela tá rindo? – faço uma cara de impressionada – Esse lugar faz milagres – ele ri e Lia vem dando saltinhos na nossa direção, ela está linda como sempre, num vestido curto de renda branca, com transparência nos braços, saltos alto e o cabelo solto com a franja bem destacada, ela apostou num batom mais forte e os olhos azuis estão devidamente destacados.
— Você fica tão linda de azul que eu me casaria com você – ela fala e isso me faz rir.
— Eu aceitaria ser trocado por você – Bruno fala sorrindo e fazendo uma cara de impressionado, eu o olho e acabo rindo.
— Foi a Lia que escolheu sua roupa né – ele revira os olhos e dá de ombros, ele está com uma camisa de botões rosa claro, um blazer branco por cima e uma calça meio rasgada, fazendo uma combinação perfeita com o branco do vestido dela e é óbvio que foi ela quem pensou nisso.
— O show vai atrasar – Bianca fala enquanto se aproxima da gente.
— Por que? – Lia logo se preocupa.
— Alguma coisa com o som, eles vão subir as onze e meia... Agora estão dando entrevosta e tirando foto – eu e Lia nos olhamos orgulhosas.
— Acho melhor a gente ir pro nosso lugar, antes que encha – Rafa fala mostrando a parte VIP na frente do palco, nós vamos até lá e temos que mostrar nossos convites especiais que estão no celular, então liberam nossa passagem, já tem várias pessoas, mas elas estão rindo espalhadas pelo lugar, aproveitando os drinks que servem de graça nessa parte, nós também aproveitamos tudo isso e rimos bastante, até que quando dá onze e meia eles são anunciados, como o primeiro show do Festival, a galera grita e eu quase fico rouca também, como sempre acontece os gritos ficam ainda mais fortes quando Vinny aparece usando a famosa jaqueta jeans que quase o fez ter um ataque dos nervos, ele pega no microfone e antes mesmo de terminar a primeira música o publico é todo dele, quando cantam a música original da banda, eu sinto a mesma emoção que ele deve estar sentindo quando o pessoal canta junto com ele, por que embora eles estejam começando, a equipe do Festival sempre libera musicas das bandas para que o publico conheça e não tem como explicar sentir o que sinto quando o vejo lá em cima cantando junto com todo mundo, meu peito quase explode de orgulho e só aumenta a cada segundo que se passa, eu fico dividida entre olhar pra eles e olhar para trás e ver o publico o reconhecendo e aplaudindo, ele merece tudo isso, tudo e mais um pouco, por isso quando depois de meia hora de show quando ele anuncia a ultima música eu já estou quase implorando por mais, assim como todo o resto do pessoal, mas infelizmente o tempo deles acaba.
— GALERA! Queria pedir só um minutinho – ele pede mesmo que o pessoal da banda já estivesse pronto pra sair do palco – É rapidinho, antes que nos expulsem, só queria agradecer a vocês, cada um aqui por fazerem dessa noite a noite mais foda da minha vida – o publico vai a loucura, os gritos quase ensurdecedores, ele espera que o pessoal se acalme e continua – Eu sonhei por isso durante anos e hoje, você fizeram acontecer e eu só tenho a agradecer a vocês por isso... – ele levanta um dedo antes que comece a gritaria de novo – E só mais uma coisa... Bruno, Rafa... Me ajudem por favor – ele faz sinal pra eles e mal tenho tempo de ficar confusa quando eles passam os braços por mim e me levantam, fico apoiada entre o Bruno e Rafa e acabo rindo – Amigão, por favor, joga essa luz naquela morena maravilhosa, por favor – ele pede apontando pra mim que tento me manter equilibrada nos ombros dele, olho pra frente e o telão que antes mostrava ele, agora mostra a mim iluminada por uma luz meio branca – Além de vocês terem tornado essa noite especial, tem mais uma coisa que faz isso também, hoje, é um dos dias mais importantes do ano pra mim... Lia, Bianca não fiquem com ciúmes, mas ... – ele sorri de um jeito doce e fofo que me faz sorrir de volta – Dani, eu... Eu só quero que você saiba que mesmo que o sangue que corra em mim seja diferente do que corra em você, mesmo que o meu DNA seja diferente do seu, mesmo assim, eu nunca poderia pensar em uma irmã melhor, eu amo você, amo cada pedaço da nossa história juntos, amo que você sempre puxe minha orelha e me faça enxergar quando tô sendo um mala... Nós já passamos por muito e estamos aqui, por que como eu te disse antes... É na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza, num resort foda em cima do palco ou num barraco no meio da estrada – eu acabo rindo – Em cada segundo da minha vida e por cada segundo além dela... Eu amo você e não escolheria ninguém melhor pra ter arrumado briga quando a gente ainda era dois pirralhos... Obrigado por me deixar ficar – uma lagrima de emoção escorre pelo meu rosto enquanto a gritaria e palmas enchem o lugar, ele olha pra mim e eu sussurro um “eu te amo” que ele responde com um sorriso, depois volta a olhar pro pessoal – MUITO OBRIGADO GALERAAAAAA! – ele grita e o publico vai a loucura, então Bruno e Rafa me colocam no chão e mal meus pés chegam no solo e Bianca e Lia pulam em cima de mim me dando parabéns e rindo, Rafa e Bruno também quase me sufocam e eu não me lembro de ter amado tanto que o relógio marcasse meia noite como agora.
Encontramos Vinny e a banda depois de uns 20 minutos, ele abre os braços pra mim e me faz girar várias vezes, depois os meninos da banda também me parabenizam e nós vamos até o bar pra comemorar, mal chegamos ao balcão e três garotas sorridentes pedem selfies com eles.
— Eu ADORO isso – Pedro, o baterista da banda fala com um sorriso divertido.
Nós rimos e deixamos que eles desfrutem do sucesso, pedimos drinks e ficamos comemorando entre os intervalos das fotos, até que Vinny agarra minha cintura e a da Bianca, cada uma de um lado, beija a minha bochecha e a boca dela de um jeito animado demais, depois nos solta e pega Lia no colo fazendo os pés dela saírem do chão e o bico enciumado desaparecer do seu rosto.
— Agora vamos começar o aniversário de verdade – ele anuncia e nós saímos do lugar do show para o outro lado do resort onde tem um palco alternativo, um dj anima o pessoal e o bar daqui é maior, nós pedimos cervejas e fazemos um brinde, depois vamos todos para pista de dança, dançamos juntos por um bom tempo até que Lia e Bruno começam a dançar juntos, depois Bianca e Vinny.
— Tá com medo de mim? – Rafa pergunta enquanto eu danço meio afastada dele.
— Não acho que tenho motivo pra isso, tenho? – ele me dá um sorriso meio maldoso e dá de ombros, mas me puxa pela cintura e começamos a dançar juntos, Lia e Bruno avisam que vão parar um pouco e nós continuamos junto com Vinny e Bianca, nós trocamos os pares, rimos dos passos um do outro e nos divertimos sem pensar em mais nada.
— Eu preciso beber alguma coisa – eu quase grito por cima da música e eles concordam, Lia e Lia está rindo enquanto Bruno olha com cara feia pra um coquetel todo colorido e cheio de guarda chuvinhas.
— Ahhhh que fofo, tomara que não seja muito forte – Rafa aproveita pra zoar ele e Vinny entra na onda.
— Tem gosto de quê? Tutti frut ou groselha?
— Vão se ferrar – ele tentar parecer bravo mas ri – Eu pedi pra Dani – ele sorri com a solução perfeita, então me entrega, mesmo sabendo que é mentira eu aceito e dou um gole no canudo espiralado, mas faço uma careta.
— Doce demais!
— Eu sei do que você precisa – Rafa garante, então vai até o bar, se inclina no balcão e fala algo com o barman, o homem careca de camiseta rasgada, tatuagens e piercing, se vira de costas, pega algo e coloca de forma impressionantemente rápida seis copinhos a nossa frente, depois joga uma garrafa pro alto, faz um malabares rápido e despeja doses em cada copo, eu faço uma cara de impressionada, então ele pega uma espécie de isqueiro e passa pelos copos que pegam fogo, eu e as meninas rimos animadas, nós abafamos o fogo com as mãos e viramos a dose juntos, depois voltamos a dançar, o DJ muda, mas tudo só fica mais animado ainda, eu e Lia dançamos juntas fazemos uma coreografia que quase faz Bruno cair no chão de tanto rir. Nada mais importa, eu estou realmente me divertindo, nós pulamos e gritamos quando começa nossa música preferida, tiramos fotos, muitas fotos, todas rindo ou fazendo caretas, Lia nos faz andar até o outro lado da pista pra tirar foto com o resort no fundo por que ela quer matar a arqui-inimiga dela de inveja, por isso ela logo posta a foto com a legenda "o melhor lugar do mundo", nós rimos da cara dela, mas ela está realmente orgulhosa de si mesma, então fazemos um brinde pra ela que ri de um jeito meio maléfico, depois fazemos outro brinde sem nenhum motivo especial, só por que estamos nos divertindo demais.
Quando voltamos pra pista de dança Rafa me puxa para o meio e acabamos nos afastando do pessoal, ele fica atrás de mim, suas mãos na minha cintura e seu peito encostando nas minhas costas, embora a noite esteja com um vento gelado agradável eu já estou suada e minha pele quente, mas quando ele aproxima o rosto do meu pescoço um arrepio se espalha pela minha pele, não me deixo pensar muito e me viro de frente pra ele, nossos corpos ainda se remexem no ritmo da música, porém não presto atenção em mais nada, um sorriso divertido brinca na sua boca e eu me pego olhando fixamente pra ela, o desenho perfeito dos lábios dele deixam minha mente viajar com pensamentos totalmente inapropriados, mesmo com o pequeno corte ainda visível, ela é tão convidativa quanto sempre pareceu ser, então eu apenas passo meus braços atrás da cabeça dele e aproximo meu rosto do seu pescoço assim como ele fez comigo, afundo meu rosto na sua pele e o cheiro é perfeito, é a mistura do cheiro dele com perfume e suor, fecho os olhos querendo aproveitar cada fração disso tudo e quando percebo minha boca está subindo pelo seu pescoço, a pele onde estava a camada fina de barba está lisa e sentir sua pele tão quente quanto a minha é como um convite e nossas bocas ficam a centímetros de se encostarem, até que alguém esbarrar forte demais em mim e eu quase caio, ele me segura pela cintura e é nesse momento que eu volto a realidade e percebo o que eu estava a ponto de fazer.
— Desculpa - não consigo olhar pra ele e apenas me afasto me enfiando entre as pessoas que dançam como se nada tivesse acontecido, empurro algumas delas e consigo sair da pista, eu seguro minha saia pra que eu não pise nela e corro pra me afastar da coisa mais idiota que eu faria na minha vida.
— Ei! Espera - Rafa surge na minha frente, ele também deve ter corrido por que sua respiração está alterada.
— Olha, me desculpa, ok? Eu não sei o que passou na minha cabeça, eu... Eu acho que bebi demais - tento passar por ele por que a vergonha começa a queimar meu rosto, eu deveria tentar ter amizade dele de volta e provavelmente acabei de estragar tudo, isso é pesado demais pra aguentar agora.
— Espera! Não tem problema - ele segura meu braço quando tento passar por ele, mas me solto dele e me afasto.
— Claro que tem... Eu... Nós somos amigos. Você ta namorando, eu nem sei como vou olhar na cara da Nathy no domingo - o sorriso dele se fecha, provavelmente também percebendo que o que eu quase fiz muda tudo.
Eu sou uma imbecil.
As lagrimas ameaçam rolar e volto a andar antes que ele me veja chorando.
— Eu não tô mais com ela - as palavras me fazem parar - A gente terminou. Eu não tô namorando mais - dessa vez eu me viro, ele está parado e levanta os ombros, eu o olho ainda sem acreditar no que ouvi - Não era justo com ela também...
— Você terminou com ela? - ele confirma - Por quê? Ela era... Perfeita pra você - ele ri e nega.
— Acho que você sabe exatamente por que eu terminei com ela, acho até que foi pelo mesmo motivo que você terminou com o Vítor - eu continuo parada sem conseguir me mexer por que é como se minhas pernas não obedecessem, então ele vem até a mim, para na minha frente, seus dedos tocam meu rosto e ele levanta meu queixo - Eu meio que tô apaixonado por outra pessoa - ele sorri, eu não me importo se tinha algo mais a ser dito, eu apenas o beijo. O beijo que eu esperei por cada dia dessas últimas semanas e consegue ser ainda melhor do que qualquer sonho, sua boca é macia na medida certa e o beijo é intenso, como se os dois estivessem esperando por isso há muito tempo, ele agarra minha cintura, passando os dois braços nela e me mantendo junta dele como se eu pudesse sair correndo, meu corpo inclina pra trás conforme ele aumenta a intensidade do beijo e ele se inclina sobre mim pra evitar perder qualquer contato dos nossos corpos, minha mão se agarra na sua nuca e eu engancho os dedos no seu cabelo, sinto o sorriso dele e acabo sorrindo também, nossas bocas se afastam apenas alguns pequenos centímetros.
— Você terminou mesmo com ela? - sinto como se ainda precisasse de confirmação, ele sorri.
— Você não acreditou que era mesmo uma briga de gangue né? - ele fala rindo.
— Espera... Ela que fez isso? - olho para o canto da sua boca onde o pequeno corte ainda pode der visto.
— Em defesa dela, eu já sabia que ela tem um bom gancho de direito - mesmo achando errado rir, eu acabo rindo.
— Não acredito que ela te deu um soco - ele dá de ombros e os dedos escorregam pela lateral do meu rosto.
— Eu não podia continuar com mais ninguém sentindo o que eu sinto quando você tá perto...
— E o que você sente? - seus lábios se esticam num sorriso doce e ele aproxima o rosto do meu.
— Eu sinto que cada parte do meu coração não me pertence mais - seus olhos estão fixos no meu e ele toca meu queixo - Eu sinto que qualquer coisa que eu faça só tem realmente sentido quando você tá perto, eu sinto que eu nunca vou me sentir assim com mais ninguém, eu simplesmente estou totalmente e completamente apaixonado por você - eu abro um sorriso e o puxo para outro beijo e enquanto ainda estamos nos beijando eu tenho a certeza que isso nunca vai ser suficiente, quanto mais eu tenho dele mais eu quero, é como um desejo insaciável, mas não só do beijo dele ou do toque dele, mas também dele por completo, por isso quando o beijo para ainda estou sorrindo como uma boba enquanto meus dedos passam pelo seu rosto - E você? O que sente por mim? - seus olhos são ansiosos e meio nervosos, eu gostaria de dizer a ele que pela primeira vez tudo na minha vida faz sentido, quero dizer que deixar ele entrar na minha vida trouxe de volta sentimentos que eu jurava que nunca mais sentiria, quero dizer que ficar longe dele provavelmente foi uma das coisas mais difíceis que eu já passei, que de uma maneira completamente avassaladora ele também roubou meu coração e eu não quero tê-lo de novo, mas tudo isso ainda parece pouco quando comparado ao que eu sinto agora, então resolvo resumir isso em um único pedido.
— Quer namorar comigo? - os olhos nervosos ganham um brilho que eu nunca vi antes e agora olhar para esses olhos negros não é mais como encarar uma escuridão duvidosa e sim um futuro certeiro, quando o sorriso dele se abre alargando seu rosto todo, eu sei que independente de qualquer coisa é com ele que eu me imagino no futuro e quando ele me abraça tirando meus pés do chão e me fazendo girar, eu sei que nunca vou me arrepender dessa escolha.
Depois de ficarmos mais longos minutos nos beijando e aproveitando esse momento que esperei por tanto tempo ele me solta e parece meio nervoso, olho pra trás e Vinny está parado olhando pra ele de um jeito sério demais, Bianca está ao lado dele segurando sua mão, Lia está dando pulinhos e batendo palmas e Bruno ri, enquanto Rafa ainda está com os braços em volta da minha cintura, ele só me solta quando Vinny anda até nós e cruza os braços o encarando.
— Eu terminei com a Nathy... Eu tô apaixonado pela Dani, eu sei que você quer dar um soco na minha cara e tudo mais, mas eu juro que eu não vou fazer ela sofrer, eu... - ele olha pra mim e sorri - Eu sou completamente apaixonado por ela - Vinny descruza os braços ainda sério e olha pra mim, mesmo sabendo que eu deveria falar algo, a única coisa que faço é abrir um sorriso e levantar os ombros.
— Finalmente! Eu já tava quase tendo que trancar os dois numa sala até assumirem isso - ele fala e ri, então puxa Rafa pra um abraço - Agora você me entendeu - ele fala e Rafa sorri abraçando ele de volta.
— AAAAAAH EU SABIA!!!! - Lia vem correndo até a mim – O casal mais lindo – ela puxa Rafa pra um abraço também.
— Ei! Isso foi ofensivo - Bianca reclama, mas acaba rindo.
— Então? E agora? - Lia quer saber toda curiosa, Rafa me olha, sorri e segura minha mão.
— Agora nós estamos namorando - eu falo e ela arregala os olhos de um jeito exagerado, em defesa dela, todos eles fazem isso e eu sei por que, por que eu fugi dessa palavra por anos, mas agora ela finalmente fez sentido de novo, quando olho pro Bruno ele está sorrindo e quando Rafa me solta pra falar algo com Vinny ele vem até a mim e me dá um abraço apertado.
— Eu tô muito feliz por você. Muito mesmo - sua voz é realmente alegre e isso me deixa ainda mais feliz, ele segura meu rosto com as duas mãos e sorri - Era isso que eu tava falando, quando chega a hora certa, ela apenas chega - ele beija minha testa e nos abraçamos de novo.
— Precisamos de um brinde - Lia fala já animando o pessoal, e claro que todos concordam.
— A esses dois que demoraram tanto pra perceber o que qualquer um via - Vinny fala levantando o copo dele, todo mundo ri e bebe, nós voltamos a dançar mais um pouco até que Vinny e Bianca começam numa pegação louca.
— Vão pro quarto, vão - eu falo rindo, Vinny abre um sorriso malicioso.
— Ótima ideia - ele fala e puxa ela pro colo dele e eles vão rindo pra dentro do prédio.
— Acho que nós devíamos seguir a ideia deles - Bruno sugere olhando pra Lia com um sorrisinho.
— Mas eu sei andar - ela tenta reclamar mas sorri aceitando a mão dele - Juízo ein... - ela fala acenando pra mim e pro Rafa.
— Mas não tanto - Bruno completa e me dá uma piscadinha, então assim que eles começam a andar Rafa me puxa pra junto dele me fazendo soltar uma risada.
— Ainda acho que tô sonhando - ele fala sorrindo e olhando pra mim.
— Deixa eu te mostrar que é verdade então - sorrio e junto nossas bocas.
A cada beijo que trocamos eu sinto como se meu peito fosse explodir de felicidade, é estranho e ao mesmo tempo incrível me sentir assim.
— Vem! - ele me puxa me fazendo caminhar para o lado contrário do resort, eu não reclamo apenas o sigo, alcançamos a grama verde e eu vejo a pequena casinha de madeira, tipo essas de bonecas, ela fica na lateral do resort, de frente para a praia, bem onde as ondas batem nas pedras, mas antes que nos aproximemos mais eu o seguro.
— Acho que tá ocupada - aponto pra três garotas que estão sentadas lá dentro, a luz da lua ilumina elas, mas ele dá de ombros e volta a andar.
— Eu acabei de me acertar com a mulher da minha vida, hoje é aniversário dela e não serão 3 garotas bêbadas que vão me impedir de entrar naquela casinha e ver o nascer do sol do seu lado - um sorriso bobo e orgulhoso quase rasga meu rosto, ele segura meu queixo beija minha boca e sai correndo na direção da casinha, eu acabo rindo e continuo andando devagar, vejo quando ele fala algo com elas e depois me aponta, não consegui ver a reação delas, mas vejo quando elas se levantam e saem, ele volta correndo até a mim e me estica a mão.
— O que você disse pra elas?
— A verdade - ele dá de ombros.
— Que seria? - ergo a sobrancelha e ele ri.
— Aproveitem - elas falam quando passam por nós e ele sorri todo bobo, então passa o braço atrás das minhas pernas e me pega no colo, acabo rindo e ele sorri animado, só me solta em cima das grandes almofadas coloridas que enfeitam a casinha, a janela baixa e larga dá a visão perfeita das ondas se quebrando nas pedras e do céu que parece se juntar ao mar, eu volto a olhar pra ele e não tenho nem tempo de sorrir por que ele me beija, tão cheio de paixão e desejo como nas outras vezes e eu me esqueço de qualquer outra coisa que não seja nós dois.
Os beijos vão ficando cada vez mais intensos e longos, ele tira o blazer que estava e o abandona no meio das almofadas, eu acabo por cima dele, com as pernas de cada lado do seu corpo, sinto seus músculos por cima da camisa e não resisto e enfio a mão por baixo do tecido, meus dedos tocam sua pele quente e o sinto sorrir, assim como eu sorrio quando ele enfia as mãos por baixo da minha saia, deixando as subir e descer pelas minhas coxas, sua boca desce para o meu pescoço, nós passamos longos minutos assim e por mais que estivesse ótimo quando ele me puxa para deitar no colo dele, tudo é ainda melhor, seus dedos acariciam meu braço e eu me sinto relaxada como não me sentia há muito tempo, sua respiração é lenta e seus músculos também relaxam.
— O quanto você quer ver o nascer do sol? - eu levanto o rosto do seu peito e ele me olha meio divertido.
— Por quê?
— Por que eu acho que eu vou dormir antes - ele ri, uma risada que faz meu coração saltar.
— O quanto você dormiu desde que chegamos aqui?
— Umas... 2horas? - ele faz uma cara feia.
— A Lia me arrastou pra piscina... Você já viu ela brava, eu não podia arriscar - ele ri e então me afasta um pouco dele e fica em pé.
— Anda, vamos!
— Pra onde?
— Você precisa descansar - aceito sua mão e me levanto.
— Mas você queria ver o nascer do sol - ele ri.
— A única coisa que eu realmente quero é ficar perto de você... O lugar é o de menos - eu me inclino e lhe dou um beijo, então nós saímos da casinha de madeira e voltamos para dentro do prédio, assim que entramos no elevador sozinhos ele me puxa pra junto dele e me beija, a porta abre no andar dele, mas eu aperto o andar a cima e ele me olha confuso.
— Eu tenho um quarto 5 estrelas - dou de ombros e ele sorri me puxando pra outro beijo, nós quase perdemos a hora de sair do elevador e quando alcançamos o corredor estamos rindo, eu mesma abro a porta e mantenho aberta pra ele, mas ele passa o braço pela minha cintura e entramos juntos e rindo.
— Uau! É 5 estrelas mesmo - ele faz uma cara de impressionado olhando ao redor.
— Eu disse - levanto os ombros orgulhosa ando até a cama e me sento tirando minhas sandálias, me enrolo um pouco e logo ele está ajoelhado na minha frente me ajudando, ele joga a sandália pra trás e faz o mesmo com o outro pé, depois fica parado me olhando de um jeito meio fixo demais.
— Porra, você é muito linda - ele parece impressionado.
— É maquiagem - dou de ombros e ele ri ficando em pé, então sem cerimonias eu abro o zíper da minha saia e a deixo cair no chão, ele me olha ainda mais impressionado do que antes.
— Não é como se você nunca tivesse me visto assim - ele dá de ombros.
— É diferente...
— Eu posso botar um moletom bem largo se você quiser
— Não se atreva - eu acabo rindo.
— Eu já volto - aviso e vou pro banheiro, me encaro no espelho ainda sem conseguir parar de sorrir, eu não só retomei minha amizade com ele como agora estamos namorando. Namorando. Essa palavra parece perfeita.
Saio do banheiro e ele esta terminando de puxar o cobertor da cama, ele está só de cueca e um sorriso satisfeito aparece no meu rosto.
— Anda, sobe - ele fala dando pequenos tapas no colchão, subo na cama e ele também, então me puxa para perto dele, fazendo minha cabeça encostar no seu peito, eu puxo o cobertor para cima de nossas pernas e me aconchego nele sentindo pela primeira vez uma mistura de sentimentos que nunca senti antes, nem mesmo quando estava com o Lipe, eu o amava e ainda amo, mas nunca foi essa coisa tão forte, sufocante e ao mesmo tempo libertadora, estar com o Lipe era como sentir uma leve brisa no estômago, era estar em um mar calmo, era a coisa mais real que eu sentia e também a coisa mais tranquila, mas estar com o Rafa é como estar no meio de uma tempestade em alto mar, eu sinto todos os meus sentidos a flor da pele, é como se eu sentisse tudo demais, alegria demais, paixão demais, desejo demais e uma vontade de fazer ele sorrir a cada segundo que estamos juntos, é louco, é incrível, é como me sentir não apenas viva mas vibrando por estar viva e eu acho que nunca vou conseguir agradecer por ele ter entrado na minha vida.


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