O Espadim e a Manopla - Uma História de Undertale escrita por FireboltVioleta


Capítulo 51
Infinitos




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UM ANO DEPOIS...





NITCH





A luz do Sol iluminava a vidraça da paróquia, lançando padrões coloridos e luminosos contra o chão do salão, espalhando beleza ao longo do tapete do corredor.

Já estavam todos ali.

Todos… menos ela.

Consultei o relógio de pulso por baixo da manga do terno, nervoso.

— Ei, bonitão - Undyne sussurrou da fileira da frente - ela já deve estar chegando.

Meu coração estava batendo com tamanha violência que temia que uma das minhas costelas saltasse para fora da coluna.

Depois de mais de um ano de espera. após finalmente deixarmos o subterrâneo, havia chegado o grande dia.

Enquanto aguardava a chegada de Aayrine, passei o olhar pelas fileiras de convidados, olhando para cada rosto sorridente presente ali.

Havia alguns humanos ali, sentados aleatoriamente ao lado dos monstros - simpatizantes de nosso trabalho na polícia da superfície, e alguns novos amigos que havíamos feito durante o último ano.

Contudo, foquei na fileira esquerda, onde estavam a maior parte dos meus velhos e queridos amigos.

Undyne, vestida com um inesperadamente estonteante vestido vermelho, estava segurando a mãozinha de Alphys - cujo corpo estava quase que aninhado nos braços da namorada, tremendo de alegre ansiedade. Ao lado delas, Mettaton lançou-me uma piscada brincalhona, completamente escandaloso no seu terno rosa choque. Logo atrás, Toriel, que usava um vestido floral delicado, ocupava-se ajeitando os cabelos rebeldes de Frisk num rabo-de-cavalo, fazendo o garotinho espernear, num misto de desespero e humor, amarrotando um pouco seu pequeno terno cinza. Sans e Papyrus, ambos de roupas sociais claras, conversavam aos sussurros enquanto aguardavam.

Finalmente, ouvi a porta do recinto ranger, anunciando a entrada dos últimos a chegarem.

Foi impossível não reconhecer a silhueta de Asgore entrando na pequena paróquia, usando um modesto e elegante conjunto social negro.

Foi então que a vi.

Adentrando no local, segurando suavemente o braço de Asgore, vestida de branco dos pés a cabeça.

Meu coração parou por um momento.

Assim que a música começou, todos os presentes se levantaram, acompanhando a lenta caminhada de Asgore e Aayrine ao longo do corredor do altar.

Aguardando sua chegada, peguei-me por um momento admirando o vestido de noiva dela - uma peça que conseguia ser, ao mesmo tempo, linda e modesta. Seu véu era tão longo que se arrastava ao longo de uns três metros atrás de Aayrine.

E ainda assim, mesmo embaixo do opaco tecido, eu podia ver a sombra de um estonteante sorriso.

Assim que chegaram ao altar, Asgore soltou Aayrine gentilmente, vindo até mim e me dando um largo e apertado abraço.

— Muito bem, Nitch - ele deu um tapinha no meu ombro, sorrindo contente, antes de virar-se na direção dos assentos, juntando-se aos demais.

Aayrine aproximou-se mais dois passos, postando-se diante de mim, abraçando um enorme buquê de tulipas brancas;

Enquanto Gerson pedia que todos voltassem a se sentar, adiantei-me, tremendo de euforia, segurando as pontas de seu véu, e jogando-o para trás.

Por um momento, esqueci como se respirava.

Ela estava linda. Quase cintilante.

Como um anjo que não havia se acostumado a disfarçar sua divina beleza dentro de seu corpo mortal.

Eu nunca havia visto aquelas íris rubras brilharem com tanta alegria.

— Nitch… - ela sussurrou, quase rouca de felicidade.

— Aayrine - sussurrei de volta, sentindo os olhos ardendo de emoção.

Nos colocamos de frente para Gerson, que ajeitou-se diante do altar, erguendo os braços na direção dos presentes.

— Senhoras e senhores… caros convidados - proferiu - estamos aqui hoje para juntarmos estas duas almas nos laços do sagrado matrimônio. se existe alguém que seja contra esta união, declare-se agora, ou cale-se para sempre.

— Eu protesto, meritíssimo! - todos gargalharam quando Sans levantou-se do banco, apontando teatralmente na direção do altar, enquanto eu e Aayrine decidíamos, por meio de contato visual, se matávamos ou não aquele esqueleto depois da cerimônia - brincadeirinha, pessoal. Pode continuar aí, Gerson.

A velha tartaruga revirou o olhar, contendo um sorriso.

— Prosseguiremos então… - ele virou a cabeça em minha direção - aos votos… NItch Buster - declarou - você aceita Aayrine Nacabi como sua legítima esposa… para amá-la e respeitá-la todos os dias de suas vidas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...até que a morte os separe?

— Na saúde é melhor, né? - outra maré de risos ecoou no salão quando Aayrine me deu um soco no braço - eu tô brincando, amor - pigarreei, sorrindo - aceito. Mil vezes aceito, Gerson.

Aayrine sacudiu a cabeça, risonha, tomando uma das mãos na minha.

Gerson então dirigiu-se á Aayrine.

— Aayrine Nacabi… você aceita Nitch Buster como seu legítimo marido… para amá-lo e respeitá-lo todos os dias de suas vidas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...até que a morte os separe?

— Aceito - ela respondeu, radiante de felicidade.

Finalmente, todos se viraram para o corredor - a tempo de verem Monster Kid saltitar por ele até o altar, segurando a caixinha com as alianças com a longa cauda.

— Aqui está, Sr. Buster! - disse, entregando-nos a caixinha, e voltando a pulular pelo corredor, indo se sentar com seus familiares do outro lado do salão.

Ambos rimos, enquanto pegávamos os anéis.

Ergui a mão de Aayrine suavemente, colocando a aliança em seu dedo anelar. Ela fez o mesmo, levantando solenemente minha outra mão, e aninhando a aliança em meu dedo.

— Está feito - ela murmurou, encarando-me apaixonadamente, com um sorriso de lado que só faltou ofuscar o Sol de tão brilhante.

Gerson deu um muxoxo satisfeito.

— Agora eu os declaro unidos por toda a vida - Gerson fechou seu livro, abrindo-nos um sorriso - pode beijar a noiva, Sr. Buster!

Ele não precisou repetir.

Aayrine gargalhou quando a puxei pela cintura, cingindo-a em meus braços, e puxando-a de lado para um beijo avassalador.

Todos aplaudiram alto, erguendo-se dos bancos e exclamando em comemoração.

— Agora é oficial! - Alphys começou a rodopiar ao redor de Undyne, fazendo-a rir - agora é oficial!

Emocionado, recostei a testa contra a de Aayrine, abraçando-a ainda mais forte contra meu corpo.

— Eu te amo, Sra. Buster - sussurrei para ela, acariciando seus cabelos dourados.

— Também te amo, Sr. Buster - sentia o sorriso dela contra meu rosto - hoje e pelo resto de minha existência… eu sempre te amarei.

Naquele momento, senti que todo o propósito de minha vida havia sido alcançado. Conseguira ajudado a libertar meu povo. Havia conquistado o respeito recíproco para com a humanidade. E tinha encontrado um amor real e incondicional - alguém com quem amaria partilhar todo o restante da minha vida, que eu amaria e seria amado de volta verdadeiramente. A pessoa que faria de mim o monstro mais feliz de toda a Terra;

E aquela pessoa… aquela garota extraordinária, batalhadora e incrível - encontrava-se agora intrinsecamente enlaçada com minha própria existência.

Assim como, para Aayrine, eu me encontrava enlaçado a dela.

Naquele momento…

Eu juro…

Senti que nós seríamos infinitos.








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