Flashes escrita por DiogoC


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Bem, mais um capítulo. Divirtam-se!



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" - Com tantos paparazzi de revistas de fofoca nesse país eu aceitei logo a carona de um da Flashes? - Vitória revirou os olhos - Sabe que eu odeio seu patrão não é?
— É, eu sei. Aquela história do processo e tal... História muito séria.. Aquelas joias nunca apareceram.
— E por causa disso a minha carreira foi quase pro espaço.
— Mas não foi. Você vai ser a protagonista da nova novela não é?
— Vou sim. Meu galã é Felipe Gomes - ela disse e começou a gargalhar.
— O que foi isso? É alguma coisa que ninguém sabe? - ele deu uma risada contida - Podemos publicar!
— Eu não vou dar uma pauta exclusiva para Fred Nogueira publicar. Não mesmo! Agora vamos ouvir um pouco de música!
Vitória ia mudando as estações de rádio de acordo com seu gosto pessoal. Laerte não se opunha, ao contrário, achava graça da situação.
Depois de uma meia hora o carro estacionou no Golden City Hotel.
— Uau! Gosta de ostentar, essa garota!
— Bobinho! É a emissora que paga. Não posso me mudar pro Rio de vez, não agora.E esse hotel tem uma casa de chás que é maravilhosa.
— Bem, está entregue! Foi um prazer. Quem sabe a gente se esbarra por aí de novo?
— Que tal sexta às oito?
— Oi?
— Aqui está meu telefone - anotou o número na palma da mão dele - Me liga e combinamos tudo. Até sexta!"
*****
Laerte ainda não podia acreditar. Aquele era de fato o celular dela. Quem quer que lhe tivesse mandado o "pacote" sabia do caso entre os dois, caso esse que tinha uma discrição impressionante. Esta pessoa poderia ser o assassino. De repente passou a encarar seu reflexo no espelho.
— Que cilada você se meteu, hein amigo? - começou a dizer para seu reflexo - Você está com o celular de uma mulher morta em mãos. Da mulher que você amou. Você já assistiu séries demais pra saber que aqui pode ter uma evidência do que lhe fizeram. Está colocando as suas digitais nesse celular e pode se tornar um suspeito.
Olhou para o bilhete, especialmente na parte de "Aproveite o presentinho".
— Então é isso, não é? Tem algo aqui pra mim e eu devo descobrir. Está bem, eu vou descobrir o que é. E depois eu vou enviar esse aparelho para a polícia!
Laerte voltou a olhar para a foto de Vitória que estava como wallpaper. Era muito duro pra ele saber que aquele sorriso já não existia mais, e mais duro ainda era trabalhar na cobertura de sua morte sem ao menos poder expressar o que estava sentindo. Colocou o celular ao seu lado na cama e fechou os olhos como se quisesse eternizar a lembrança. Acabou dormindo, vencido pelo cansaço..
*****
Clara estava no seu momento off. Uma boa xícara de café e uma trilha lounge eram mais do que suficientes para desopilar. Em casa forçava-se a não agir como a jornalista de celebridades.
— Alexandre ligou mais cedo, filha - Dona Helena começou a contar - Disse que está voltando pro Rio, quer se encontrar com você.
— Sem chance mãe. Estar com Alexandre é ter a certeza de que eu vou ouvir que deveria largar o emprego. E eu não vou deixar de ser jornalista só porque meu namorado é contra.
— Você diz isso mas na verdade nunca o esqueceu. São dois teimosos que preferem brigar a acertar os ponteiros e viverem o amor. Mas já confirmei o encontro. É no sábado, sete horas. No restaurante de sempre.
— Mãe! Desde quando eu lhe dei aval para marcar encontros em meu nome?
— Desde o momento em que a única coisa que você passou a fazer quando chega é beber café e ouvir essa música chata.
Dona Helena encaminhou-se para a cozinha. O momento off fora totalmente arruinado e Clara estava irritada. Não por isso, mas pelo fato de Alexandre estar de volta. Por isso atendeu o telefone extremamente irritada, sem sequer conferir o número.
— Olha aqui Alexandre, se você acha que...
Alô? É Clara?— a voz era de uma mulher
— Sim, quem é? - disse, recompondo-se.
Maria.. a moça da casa da Dona Sílvia.
— Ah, Maria! Da barriga de aluguel. Mas a sua patroa é insistente, viu? Diga a ela que..
Dona Sílvia não sabe que eu estou ligando. Preciso que você me ajude.
Clara deixava seu lado jornalista do lado de fora toda vez que chegava em casa. Só que dessa vez teve que convidá-lo a entrar. O assunto parecia serio.
*****
Fred estava num bar a três quadras de seu apartamento no Leblon. Estava tomando uísque. Sempre que precisa tomar uma decisão delicada recorre ao uísque. Podia ouvir os burburinhos sobre o caso Vitória Castro e tinha excelente visão pra saber que quase todos os tablets e celulares naquele bar estavam com a versão online da Flashes como referência. A sensação de prazer foi imensa. Sem dúvidas a revista é ótima porque ele é ótimo.
Mas não foi por isso que resolveu beber uísque. As palavras de Paulo o deixaram atordoado. Não pelo conteúdo, mas pela sinceridade. Já havia dormido com muitos homens antes e depois dele. Mas com Paulo foi diferente, o fez sentir amado.
E Fred não se sente merecedor desse amor. "Por que, se eu o amo?", começou a pensar. Seria pelo seu histórico de parceiros? Pelo seu jeito de ser e lidar com tudo e todos? Além disso precisava admitir que não era fiel nem aos próprios pensamentos. Como entrar numa relação em que sabia que, mais cedo ou mais tarde alguém ia acabar se machucando?
Quando o uísque acabou, a decisão estava tomada. O relógio marcava nove horas. Fred ligou para um número.
— Alô Renato? É o Fred. Falei com aqueles amigos e eles toparam te colocar na próxima campanha. Que tal passar no meu apartamento e agradecer pessoalmente?
Enquanto isso, Paulo cansou de esperá-lo e jantou sozinho. Talvez ele já estivesse esperando isso mesmo
*****
Já era de manhã e todos estavam,acampados na editora esperando novas informações sobre a autópsia. A polícia havia marcado uma coletiva e o delegado barrou a equipe da Flashes, o que fez Fred espumar de ódio. Todos os olhos então estavam voltados para a TV. O delegado começou a explicar:
"Entendemos que todos estão na busca por informações dado que a vítima tinha grande projeção artística, mas entendam que precisávamos de fatos para uma investigação, fatos esses que a primeira autópsia não foi capaz de fornecer. Pois bem, a senhorita Vitória Castro foi envenenada. É um tipo de veneno que deixa poucos vestígios no corpo e que por razões óbvias será mantido em absoluto sigilo. Nossos esforços se concentram em descobrir o autor do crime e os seus propósitos ."
Enquanto os repórteres da coletiva começavam a encher o delegado de perguntas, a redação da Flashes estava um silêncio sepulcral
— Bem, digam alguma coisa... - Clara tentou quebrar o gelo.
— Dizer o que? Eu já desconfiava, mas não poderia cravar nada, até sob o risco de processos - completou Paulo.
Laerte estava envolto em suas teorias. Sabia que o assassino lhe conhecia e consequentemente sabia do caso dos dois. Sabia que ele lhe enviou o celular. A pergunta era: por que? Enquanto martelava pra tentar descobrir, verificou um e-mail novo.
"Bem Laerte, não acho que você já tenha descoberto o que quero que veja no celular. Mas pouco importa. Já parou pra pensar que você pode se tornar um suspeito só por possuí-lo? Se você não me fizer alguns servicinhos tenha a certeza de que se tornará um.
É sim ou sim.
The Killer."


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Notas finais do capítulo

Sim, eu admito que não conheço bem os trâmites de uma investigação policial. Mas ela não será o nosso foco, então acredito que tudo bem. Convido-os a deixar um comentário, se desejarem! Eu realmente quero saber se estão gostando.



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