Um quarto para dois escrita por isisrenata


Capítulo 1
Diferenças


Notas iniciais do capítulo

está um pouco frio ainda o início, eles estão se analisando hehe. vai tudo dar certo, ou não? hahahaha



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 Molly adentrou seu flat lentamente, seu peso parecia maior que o habitual provavelmente pela sensação de canseira que o dia teve. Hoje ela enterrou Sherlock Holmes, falsamente, mas ainda sim teve que agir em luto e não foi nada fácil. Ela se comprometeu com o detetive em ajudá-lo na mentira de sua morte para que ele pudesse seguir seu plano de desmembrar a rede de Moriarty. Onde ela estava com a cabeça quando aceitou esse tipo de coisa? E isso era apenas o começo do que estava por vir. O tão inteligente Sherlock Holmes precisava de um local para passar alguns dias, duas semanas no máximo até iniciar a resolução do seu caso e o flat de Molly veio como sugestão de abrigo e novamente ela não conseguiu negar favores. Mycroft não gostou nem um pouco dessa ajuda, mas Sherlock havia decidido que Molly era a melhor opção e a mais segura, sempre foi discreta e Sherlock necessitava mais do que nunca de discrição.
E lá estava ela, em sua morada que por um tempo seria dela e de Sherlock Holmes. Só de imaginar isso em uma frase conjunta seu corpo se arrepiava por completo. Isso sim era um verdadeiro teste de sobrevivência. Conviver com o detetive apenas algumas horas em um laboratório é uma coisa, conviver com ele entre cinco cômodos era algo completamente desafiador. Molly precisava de planos, de ocupações para que essas duas semanas fossem suportáveis. Ela não sabia o que esperar dessa convivência e nem queria pensar muito sobre. Raciocinou no caminho de casa algumas situações básicas, diferenças entre ela e Sherlock e iria tentar ao máximo utilizar essas informações para que não ficasse louca na presença do detetive.  Nem percebeu que estava tão perdida em pensamentos quando simplesmente sentou-se no sofá e lembrou-se de procurar por Sherlock.
— Sherlock?– ela chamou baixinho não ouvindo nada como resposta. Seu celular apitou alguns segundos depois.

“ Estou no terraço, vi você chegar” – SH.

Molly não sabia ao certo se deveria responder a mensagem ou ir até o detetive, decidiu pela segunda opção. Parecia absurdo conversarem por mensagem se estavam no mesmo local.
— Hey, está bem frio aqui fora, não quer entrar? – O moreno se encontrava sentado em um banco no pequeno jardim que Molly havia cultivado. Ele mantinha os olhos para toda a paisagem afora. – Seu enterro foi...triste –  ela completou. A legista continuou a olhar seu mais novo companheiro de quarto, um pensamento fantasioso a fez morder os lábios. Percebendo que o detetive não iria respondê-la, se virou para voltar ao calor interno de sua casa.
Molly caminhou até a cozinha e resolveu procurar algo para comer enquanto repreendia sua mente “Pare de imaginar possibilidades com Sherlock” balbuciou para si.
— Está falando sozinha, Molly? – Sherlock a olhava da porta da cozinha. Molly trombou com seu fogão, pensou que o detetive havia ficado no local que ela o havia deixado.
 – Sherlock você me assustou! Não faça isso de novo, não estou acostumada com pessoas em casa.
— Você lida com mortos, Molly. Isso é motivo suficiente para não receber visitas, pensei que fosse óbvia essa informação – disse naturalmente.
Molly ficou sem graça com esse comentário, decidiu que teria que se acostumar com a frieza constante de Sherlock e todos os seus comentários sem filtro ou consideração.
— Essa sua dedução não faz qualquer sentido – retrucou a legista para não sair tão perdendo – Eu sou muito mais que somente minha profissão. Sherlock deu um meio sorriso como quem acha graça com a irritação da garota.  – O que foi? – ela indaga logo ao ver o sorriso.
— Embora tenhamos trabalhados juntos, nossa visão de mundo é bem diferente. – completou o detetive.
— Que seja! – esbravejou Molly, saindo com as mãos cheias de comida e indo para a sala. Sherlock apenas acompanhou a moça com os olhos percebendo que provavelmente havia dito algo que ela não gostara.
— Ah, e sinta-se a vontade em se servir do que quiser. Acredito que você já tenha deduzido onde está a comida – disse por fim.
Não trocaram mais palavras, Molly se ocupou em ver tv e o detetive a deixou ter esse momento, sem contar que ele pouco se importava com coisas na tv, exceto algumas informações policiais. Resolveu subir para o quarto na tentava de ficar a vontade, mas não conseguia negar o nervosismo de saber que passaria dias convivendo na presença de Molly Hooper.
A amizade com a legista havia sido assunto de muitas conversas com o irmão mais velho e de como esse envolvimento poderia ser perigoso. Sherlock ignorava os comentários de Mycroft, dizendo que o irmão estava equivocado ao imaginar que ele poderia nutrir algo pela legista. Ele e Molly? Ele não tinha tempo para esse tipo de relacionamento. Eles eram só amigos, bons amigos e só. Ele não tinha culpa de Molly as vezes agir como uma garota apaixonada. “Talvez eu precise reforçar o quanto somos diferentes” pensou o detetive enquanto caminhava dentro do pequeno quarto. Não percebeu que havia se passado tanto tempo em seu palácio mental, somente quando Molly adentrou o cômodo foi que ele notou que provavelmente anoitecera.
— Vou preparar sua cama – Molly comentou já pegando travesseiros e edredom no guarda-roupa.
— Não se preocupe comigo, Molly – comentou o detetive em pé na janela do quarto. – Não tenho bons hábitos de sono, ficarei na sala.
— Você pode se cansar, e se isso acontecer pode vir descansar – disse ela naturalmente. Sherlock tinha que admitir que a briga de opiniões seria forte com Molly. Talvez seja por isso que tinha escolhido seu flat como esconderijo. Precisava de alguém para contra argumentar seus pensamentos, que o desafiasse a trabalhar a mente e Molly era perfeita para isso. Ele só não contava que Molly poderia também mexer não somente com sua mente, mas com diversos órgãos de seu corpo.


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Notas finais do capítulo

deu para sentir um pouco? fiquem comigo que tem muito mais ok? pode comentar sim!



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