Eu sou a cura escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 5
Último


Notas iniciais do capítulo

último
adjetivo
1.
que se situa ou vem depois de todos os demais numa sequência.

2.
que sobrou ou restou dentre todos os que havia; derradeiro.



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Como eu disse, minha vida foi triste e eu tive que lutar muito para conquistar tudo que eu tenho. Ou melhor, tinha. Mas eu tive que chegar ao ápice para sentir a verdadeira queda e sofrimento. Lembro-me de acordar após a pomposa festa que comemorava as conquistas da empresa. Lá estava eu em uma luxuosa cama ao lado da mulher mais linda do mundo. Lily dormia feito um anjo e seus cabelos se espalhavam sobre seu rosto. Eu afastei cuidadosamente fio a fio e pude ver sua linda face. Tranquila, confiante e sentindo o prazer de ter uma vida plena. Ela era uma física, dava aulas em universidades, tinha uma bela família, saúde e todo o luxo que alguém pode ter. E em nenhum momento ela agiu diferente por causa disso. Sempre doce, sempre única.

Mas não é dela que pretendo falar. Não agora. Após despertar e admirar minha esposa, eu levantei da cama enquanto meus olhos se acostumavam a claridade que entrava pelas janelas. O quarto era espaçoso e esbanjava luxo, tendo quadros caros nas paredes, uma TV que eu nem sei dizer o tamanho e os abajures mais lindos do mundo. Isso sem falar das paredes brancas como neve, ou do chão enfeitado com belos tapetes ao lado da cama (Lily odiava pisar diretamente no chão frio após acordar).

Eu então peguei meu celular e saí cautelosamente do quarto, pois não queria acordar Lilian. Antes que eu olhasse o celular em si, eu andei pelo longo corredor que dava acesso a área social da casa. Passei por três portas: a do quarto do Liam, a do quarto de hóspedes e de uma pequena sala íntima. As paredes brancas acompanhavam meus passos e eu finalmente cheguei na sala de estar. Tive a surpresa de me deparar com meu filho.

— Acordado a essa hora? — Eu perguntei.

Liam estava deitado no sofá com os braços esticados enquanto digitava algo no celular. Ele parecia aéreo e aparentemente não havia me escutado.

— Falando com a Jennifer? — Eu falei mais alto.

— Ah! — Ele teve um pequeno susto. — Na verdade não. Ah, bom dia.

Eu comecei a rir enquanto andei em sua direção. Coloquei minha mão em seus cabelos claros e fiz um rápido carinho. Liam me olhou com certa estranheza típica de filhos e disse:

— Está tudo bem?

Eu, em um sincero sorriso, disse:

— Sim. A festa de ontem foi uma loucura, não?

Sentei-me no sofá enquanto Liam falava:

— Foi divertido. E o senhor foi muito bem lá. Como eu disse.

— Muito obrigado, meu filho. Sabe, é tudo questão de perspectiva. Alguns matariam para estar onde eu estava. Mas tem que ser forte para isso, para aguentar a pressão. Para manter a sanidade. É uma viagem sem volta, uma caminhada sem parada. E a cada dia tenho que superar mais obstáculos e lutar para sobreviver nessa selva.

Liam me olhou com espanto. Ele não havia entendido absolutamente nada que eu havia dito. Largando o celular, ele soltou:

— Hã?

— Obrigado, finalmente ganhei um pouco de atenção integral do meu filho. — Eu soltei uma risada enquanto ele colocava a mão no rosto, como se estivesse com vergonha.

Após aquele breve momento de convivência com meu filho (por mais introspectivo que ele fosse), eu finalmente olhei para meu celular. Desbloqueei a tela e pude contemplar a enxurrada de mensagens do Tony. “É a chance de nos aposentarmos de vez! É algo que nunca fizemos antes! ”, diziam as mensagens. “Um tanto quanto sensacionalista”, eu pensei. Mas como eu já disse antes: era o Tony, meu melhor amigo. Liam notou que eu franzia a testa enquanto lia as mensagens.

— Alguma notícia ruim? — Ele perguntou.

Eu dei uma breve risada e respondi:

— Não. Apenas o Anthony implicando para eu não me aposentar.

— O senhor acha que faria bem? Digo, parar? Será que você não sentiria falta? — Liam questionou.

Eu respirei fundo, guardei o celular, olhei nos olhos do meu filho e disse:

— Não será fácil e eu certamente sentirei saudade. Entretanto, já tenho planos do que fazer quando a hora chegar. Eu e sua mãe nunca conhecemos a Ásia. Seria uma boa aproveitar a aposentadoria ao mesmo tempo em que ela pedisse uma licença e então viajássemos por um mês, por exemplo. Além de outras coisas. Você sobreviveria, certo?

Liam deu um sorriso de aprovação e disse:

— Sendo assim, quem sou eu para intervir?

— Entretanto, — eu parei de sorrir — vou fazer um esforço pelo Tony. No máximo seis meses de trabalho do laboratório e eu paro. É até bom para eu preparar a Jennifer para uma promoção. Ela é muito boa.

— Imagino — Liam falou, querendo cortar logo o assunto.

Eu voltei a segurar meu celular e comecei a ligar para Tony. Eu fui atendido logo após o primeiro som.

— Finalmente — Tony disse.

— Ansioso? — Eu brinquei.

— Você não imagina. Cara, esse projeto vai ser algo incrível. Você não pode imaginar.

— Você vai dominar o mundo, é? — Eu perguntei.

Liam me encarou com uma expressão de estranheza. Eu gesticulei indicando que Tony era doido.

— Só um pedacinho do mundo. Mas eu não posso falar por aqui. Que tal você dar uma passada aqui no prédio? A gente se fala no escritório, o que acha? Como nos velhos tempos — Tony disse.

— Para você tudo se trata dos “velhos tempos”, hein? — Eu disse.

— É a única coisa que sabemos, não é verdade? O futuro é um mistério e nem o presente nós compreendemos direito. Mas o passado e tudo que fizemos? Ah, disso eu entendo bem. E você devia enxergar também.

— Eu enxergo. E é por isso que estou indo aí. Vou só vestir alguma roupa decente. Você por acaso não fica de ressaca? A festa de ontem foi intensa — eu disse.

Tony tossiu antes de finalmente responder:

— Nunca estou cansado quando o assunto é crescer.

Nos despedimos e eu desliguei a chamada. Fui em direção ao meu quarto, mas antes de chegar no local, Liam disse:

— Vai para o laboratório hoje?

— Sim. — Eu disse a verdade. — Mas devo voltar cedo.

Finalmente entrei no quarto e fui até o banheiro tomar uma ducha. Logo após o banho eu me vesti. Saindo do banheiro, eu me deparei com Lily acordada dentro do quarto.

— Vai sair tão cedo? — Disse ela com a voz um pouco rouca.

— Sairei cedo para retornar cedo — Eu expliquei.

— Certo, mas não pode sair assim do nada.

Eu captei a mensagem. Fui me aproximando dela e dei-lhe um demorado beijo. Ela sorriu e disse:

— Agora sim.

E eu então estava livre para caminhar em direção ao abismo. Peguei o meu carro e fui direto ao principal prédio da Cure. Mesmo estando na capital do país, ele se destacava pela sua beleza. Sua fachada laranja com detalhes azuis era completamente diferente dos outros prédios cinzas e sem vida da cidade, como se todos fossem iguais. A Cure curava até a falta de inovação arquitetônica.

Estacionei o carro e pude apreciar o sol da manhã. Eram cerca de nove horas e ele brilhava intensamente, sem que seu brilho fosse interrompido por nuvens ou qualquer outra coisa. Caminhei pelo iluminado caminho até a entrada do meu prédio. A grande porta a minha frente já deixava claro: o prédio era de respeito. Ela abriu sozinha no momento em que me aproximei. Dando mais três passos, eu finalmente adentrei a Cure.

Sob meus pés, o piso liso e branco se estendia por quase todo o ambiente. Ele refletia o alto pé-direito do andar térreo, sendo ele embelezado pelos luxuosos lustres cheios de curvas e brilho. Eles contrastavam com o branco que dominava o resto do interior do prédio, quase que como num filme de ficção científica. O branco das paredes era, entretanto, interrompido por luzes azuladas que davam vida ao local. Além disso, havia uma pequena fonte na região leste do salão de entrada. A água também circulava por baixo do piso, sendo visível mais à frente enquanto eu andava pelo piso feito de vidro temperado. Dentro, algumas luzes de led (azuis) davam vida ao que se via.

— Seja bem-vindo, senhor Kaas.

A bela secretária de cabelos curtos e negros me cumprimentou. Ela trajava o uniforme básico da Cure: uma espécie de jaleco branco com uma linha azul vertical passando um pouco à esquerda, próximo ao coração. Além disso, o símbolo da Farmácia se fazia presente: a cobra e o cálice. Ambos negros, eles eram atravessados pela linha azul. O significado disso tudo? Não faço ideia.

— Olá, Alyssa — eu disse — Anthony está?

Atrás do balcão branco com detalhes azuis (sempre isso), ela olhou computador, deu alguns cliques e disse:

— Está no escritório principal do primeiro andar, senhor.

— Muito obrigado — Eu agradeci.

Eu, como de costume, fui para a escada. Por mais que a Cure tenha os mais modernos e seguros elevadores, eu sempre achei (e continuo achando) uma boa opção andar e se exercitar. Não sou mais um garoto, mas eu sempre faço (e fiz) um esforço. Subi lentamente as belas escadas negras com o corrimão prateado. Eram três lances até o primeiro andar. No segundo lance eu me deparei com Jennifer, uma das minhas cientistas preferidas, apesar de sua honestidade até exagerada.

— Chefe! — Ela disse de maneira bem-humorada.

— Opa, Jennifer. Como você está? Imaginei que estaria dormindo uma hora dessas — eu falei.

— Eu estava há uma hora, mas resolvi adiantar algumas coisas. Sabe, sinto como se algo grande estivesse chegando. Os avanços com o câncer são sensacionais. E minha mente simplesmente não para, o senhor entende? Tem sempre algo novo, algo a ser descoberto, algo que muda o jogo. E então eu me vejo perdida, porque sempre tenho que me atualizar. Eu me esforço, luto e aí... — ela deu uma pausa para respirar — E aí eu consigo. Algo sai da cabeça, as ideias fluem e finalmente conseguimos entender as coisas.

Ela sorria e seus olhos brilhavam. Ela praticamente saltava de alegria. A garota gostava do que fazia.

— Olha, até eu estou ficando empolgado com sua animação — eu disse.

— E bem, Anthony falou que se eu tivesse qualquer ideia eu poderia falar com o senhor — ela continuou.

— “Senhor” não. Apenas “você”, Jennifer — eu deixei claro.

— Nunca me acostumo. Mas enfim, acho que você tem um compromisso. Vou indo aqui.

Ela se despediu. Os olhos ainda brilhavam, o sorriso ainda era visível e ela parecia se segurar para não sair saltando escada abaixo. A garota respirava animação e resultava em uma produtividade que eu nunca vi. Era uma verdadeira gênia. Eu tinha sorte de tê-la na Cure, mas eu também mantinha algumas coisas longe dela. Como a conversa que eu tive com Anthony naquele dia.

Subi o último lance de escadas e cheguei ao primeiro andar. O piso branco e o largo corredor me receberam. A iluminação artificial era leve, sendo complementada pelo vidro que permitia a entrada de luz ao fim do corredor. Eu caminhei enquanto passava pelas portas metálicas dos dois lados. Virando à esquerda, segui até uma grande porta prateada. Ela não tinha uma maçaneta, mas um pequeno teclado para a digitação da senha de acesso. Digitei os números 2, 7, 0 e 6. Era a data do meu casamento com Lilian. Pressionei o botão “Entrar”. A porta foi destrancada e abriu lentamente.

As cortinas estavam fechadas, e a iluminação era mínima: apenas uma luz de mesa estava acesa. A sala era ampla, tinha várias estantes com livros de ciência. Além disso, dois computadores ultramodernos ocupavam as mesas, mesas essas extremamente refinadas e caras. As duas cadeiras negras traziam o conforto que apenas um magnata poderia ter. Aquela era a sala que eu e Anthony mais usávamos.

— Espero que eu não tenha me atrasado muito — falei brincando.

Tony estava com a cadeira voltada para a janela coberta. Ele vira 180º lentamente e eu, aos poucos, começo a ver sua face mal iluminada. O rosto gasto, precocemente envelhecido e um olhar penetrante são evidenciados pela pouca luz que o atingia.

— Você nunca se atrasa, Reed — ele respondeu.

Eu sorri e andei até a janela. Apertei um botão próximo e as cortinas se abriram, trazendo toda a luz da manhã para dentro da sala. Tony protegeu os olhos, aguardando que suas pupilas se adaptassem a intensa luz.

— Poderia ter avisado — ele reclamou.

— Não sabia que você era um vampiro — brinquei mais uma vez.

Havia uma quantidade imensa de papeis em cima da mesa do meu amigo. Todos espalhados de maneira desordeira, de maneira que eu não via conexão e nem tinha entendimento algum. Tony pegou seus óculos e começou a organizar as folhas. O homem tinha a incrível capacidade de ver ordem em meio ao caos, de enxergar agulhas em um palheiro. Ele era metódico, rápido e inteligente. Nem sempre foi assim, mas ele se esforçou para atingir tal patamar.

— Vampiros não envelhecem, Reed. O que acha de mim? — Ele disse.

— Nem parece tão velho. Eu te daria apenas 70 anos — eu provoquei.

Tony deu um riso abafado seguido de tosse. O homem continuava organizando os papeis sem tocar no assunto principal: o nosso último trabalho. Eu me sentei na sua frente, coloquei meus cotovelos da mesa e, olhando fixamente para meu amigo, disse:

— É a ressaca ou você esqueceu do motivo de estarmos aqui?

Ele continuou a organizar os papeis. Suas mãos pareciam levemente trêmulas e ele mantinha a concentração máxima.

— Irmão? Tudo bem com você? — Eu questionei.

Como se tivesse sofrido um susto, ele se estremeceu e enfim olho para meus olhos. E então se explicou:

— É muita coisa. Governo é complicado, hein?

— Sim, o governo. — Eu respondi. — Mas você sabe o que é mais complicado que qualquer governo do mundo? Falta de objetividade. Pode me dizer o que está acontecendo?

Tony finalmente pegou três folhas de papel, juntou-as e pôs um grampo nas mesmas. Guardou os papeis numa gaveta embaixo da mesa e disse:

— Algo grande. O nosso maior trabalho. Nossa Magnum Opus. Algo para fechar com chave de ouro. A última missão da Cure com nós no comando.

— Nós? Eu pensei que você fosse continuar mesmo depois que eu saísse — eu estranhei.

— Bem visto. Não será a mesma coisa, mas é verdade. Bem, agora indo direto ao assunto: o governo nos contratou. Por isso essas toneladas de papel. Mas tem uma coisa: é altamente sigiloso. E nada pode dar errado. Entendeu?

Do governo? Já fizemos alguns trabalhos para o governo, mas sempre era algo simples. Distribuição de vacinas, produção em massa de algum componente já conhecido, entre outros. Nunca fomos contratados para realizar nenhum dos nossos empreendimentos sombrios. Isso aí ficava a cargo de políticos específicos. Uma vez nos pediram para disseminar uma doença em Las Vegas para reduzir o turismo na região, tudo isso para prejudicar um empresário local que financiava o partido rival. Na época, o turismo na região foi reduzido em cerca de 70%. Fomos muito bem pagos pelo feito. Tudo questão de política, você sabe como é. Nunca quis me meter mais a fundo nesse meio.

— E o que há de grande nisso? Já trabalhamos para o governo antes — eu disse.

—  O que vou dizer agora é do mais alto sigilo: eles querem que criemos uma arma biológica. Algo que eles devem usar em algum lugar. Bem, não me disseram onde. Mas quem se importa? — Anthony explicou.

Uma arma biológica? Isso era algo diferente de tudo que já fiz. A lógica seria a mesma, mas ainda assim eu tinha entrado um estado de choque. Nós, literalmente, éramos assassinos contratados pelo governo. Não sujaríamos nossas mãos, mas daríamos as armas para outros fazerem isso por nós. Confesso que senti um pouco de apreensão no momento.

— Tony, isso é um pouco extremo — eu disse.

— Sério? Depois de tudo que já fizemos? Poxa, Reed, nós atrasamos essa resolução da AIDS por quanto tempo? Não pensa em quanta gente morreu só para que vendessem mais medicamentos paliativos? Quantas pessoas poderiam ter evitado de se contaminar com a AIDS? Mas nós esperamos. É cada um fazendo o necessário para sobreviver. E nós sempre fizemos a nossa parte — falou fortemente Tony.

Havia algo de diferente na expressão dele. Sua testa franzida, suas sobrancelhas arqueadas e seu punho cerrado. Ele parecia sentir um misto de raiva e dor. Mas eu tenho que confessar: o que ele disse fazia sentido. Quem eu era (ou sou) para servir de bússola moral? Para dizer que uma linha é o extremo? Na verdade, tudo sempre foi um borrão para mim.

— É diferente. Nós não matamos essas pessoas. Nós não as infectamos. Nós é que damos a chance delas se curarem, independente do quanto isso demorou. Nós escolhemos salvar a vida dessa gente. E não foi como você disse — eu respondi.

Anthony repentinamente se levantou da cadeira. Ele andou até a janela e ficou olhando para a rua logo abaixo de nós. Fiz o mesmo e fiquei ao lado dele.

— Nunca imaginamos que estaríamos aqui — ele começou — Tudo era só um sonho. Lembra quando nos conhecemos na universidade? Uma loucura. Eu era só mais um riquinho buscando conhecimento. Você? Um jovem que sofreu e aprendeu na dor. Incrivelmente demos certo como dupla, não sei como. E já foram tantos anos nisso. Sempre lutamos, sempre vencemos. Mas eu sinto que se não lutarmos juntos, essa luta já está perdida. Eu já falei mil vezes: não é pelo governo, nem pelo desafio. É por tantos anos de amizade.

Não tinha como eu não me comover com suas palavras. Toquei em seu ombro e disse:

— Trinta. Quase trinta anos de amizade, Anthony Grace. E eu sou grato a tudo que aprendi contigo. Não sofro com o mal da arrogância. E, por esses quase trinta anos, estarei junto para esse último trabalho.

Ele me deu um forte abraço. Senti o calor em seu peito e o quão sentimental ele estava. Era algo estranho: raros eram os momentos em que eu via Tony externar tanto sentimentalismo.

— Então, qual o próximo passo? — Eu questionei.

— Ah, você é o chefe. Vamos com tudo fazer essa arma — ele respondeu.

Diferentemente do início da conversa, ele agora demonstrava força e animação. E lá estava eu trabalhando junto com ele para construirmos uma verdadeira máquina (biologicamente falando) da morte.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela leitura! Nos vemos no próximo :)