Eu sou a cura escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 10
Ódio


Notas iniciais do capítulo

ódio
substantivo masculino
1.
aversão intensa ger. motivada por medo, raiva ou injúria sofrida; odiosidade.
2.
p.met. a pessoa ou a coisa odiada.



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Infelizmente o que eu mais temia aconteceu: o exame de Lily deu positivo. Em outras palavras, ela estava contaminada com seja lá o que estivesse naquela comida. Ela me olhou assustada ao saber do resultado e seus olhos quase saltaram de seu rosto. Eu então olhei para o agente de saúde que entregara o resultado e disse:

— Mas ela nem reagiu!

Eu estava certo, em parte. Ela não vomitara sangue como algumas outras pessoas. Mas talvez isso fosse pior: seja lá o que contaminara minha mulher ainda estava dentro dela. O medo tomou conta de mim. Tive sensação semelhante ao dia em que descobri que Liam (meu irmão) estava morto.

— Não deve ser nada grave — disse Liam.

Antes ele estava tenso, preocupado. Talvez meu rosto tivesse mostrado mais do que eu queria: talvez eu tivesse transmitido todo o medo que sentia de fato. Isso fortaleceu meu filho. Ele sabia que precisava ser uma presença corajosa naquele momento de puro terror.

— Eu vou ficar bem. — A voz de Lilian tremia.

Ela podia sentir que algo sério estava por vir, mas ainda tentou — mesmo que em vão — passar um pouco de coragem. Logo em seguida ela foi guiada pelo agente até o transporte que a levaria para o Hospital Geral. Ainda conseguimos trocar um último olhar antes que ela sumisse de vista.

Agora estava eu e Liam sentados enquanto aos poucos o salão do cassino ia se esvaziando. Murmúrios de alívio e sofrimento ecoavam pelo lugar, além de pessoas que ainda estavam reagindo com vômitos de sangue. Liam esfregava as mãos freneticamente, deixando clara sua insegurança diante daquele momento.

— Deve ter sido um falso-positivo. É isso, ela não tem nada. Está cem por cento! — Ele dizia.

O tal processo de negação. Seria tão mais fácil se ele mesmo acreditasse naquelas palavras. Mas nós dois sabíamos: dificilmente seria um falso-positivo. E, levando em conta a forma que todo o atendimento aconteceu, provavelmente era algo sério. Algo tão sério que não nos foi falado.

— O importante é ficarmos juntos — Passei a mão em torno do meu filho e deixei que ele apoiasse sua cabeça em meu ombro.

O pobre garoto tinha total direito de sofrer. Tudo estava indo tão bem em sua vida. Até mesmo nossa relação estava nas estrelas. O que poderia dar errado, não é mesmo? Mas essa é uma lição para nunca esquecer: nunca duvide do azar. Tudo pode dar errado o tempo todo. A grande questão é: você estará pronto quando tudo cair em sua volta?

— Podemos vê-la? Digo, ao menos esperar lá no Hospital Central? — Ele questionou enquanto suas lágrimas encharcavam minha camisa.

— É claro. Vamos pegar um táxi — eu respondi.

Fiz como prometido e, em pouco minutos, já estávamos no carro amarelo. Durante o caminho, eu e Liam não trocamos uma palavra sequer. Ao invés disso, o garoto ficou a olhar a janela enquanto o carro transitava lentamente. Quanto a mim, o meu celular tocou e eu atendi. Era Tony.

— Reed? — Ele disse.

— Agora não, Tony. — Tentei logo cortar a conversa.

Antes que eu pudesse desligar, entretanto, ele disse:

— Eu sei o que aconteceu. Digo, tenho fontes que me falaram do caso. Lembrei que você estava por aí em Las Vegas e me preocupei. Está tudo bem?

— Não. Definitivamente não está tudo bem! Mas já que você tem fontes, o que elas têm a dizer sobre o ocorrido? Eu estou em total escuridão — falei seriamente.

— Foi um ataque terrorista, Reed. Um grupo simpático do Estado Islâmico acabou de postar que “todo pecado consumado na cidade da perdição (Las Vegas) tem seu preço”. Eles de alguma forma envenenaram o material de um fornecedor que trabalha para os restaurantes de vários cassinos. Está um caos.

Minha mente explodiu. Como aquilo seria possível? Um ataque terrorista silencioso, sem alarde. Pior: atingindo minha família! Tentei ainda negar a história, pois desejava que tudo não passasse de boato.

— Eles mudaram de método? Não ouvi nenhuma explosão ou um “Allahu Akbar”.

— Quanto a isso não tenho o que dizer. Mas por favor, diga-me: estão todos bem? Você, Liam e a Lilian? — Tony demonstrou genuína preocupação em sua voz.

Responder aquela pergunta era um verdadeiro terror para mim. Respondê-la seria admitir que Lily realmente fora vítima de um ataque bem planejado e executado por pessoas da pior espécie. Ou seja, provavelmente ela não escaparia com vida. Mas era meu bom amigo que perguntava, ainda mais mostrando estar preocupado.

— Infelizmente a Lily foi atingida. Digo, intoxicada. Mas tenho esperança que tenha sido apenas um falso-positivo — respondi.

Silêncio. O outro lado da linha ficou mudo. Fico a pensar no que Anthony poderia ter pensado naquele momento. Talvez sentisse genuína tristeza. Talvez simplesmente não soubesse escolher palavras de consolação. Mas ele bem que tentou.

— Nossa, Reed... — Ele falou pausadamente. — Isso é horrível. Pelo menos ela está em boas mãos.

O reencontro com a realidade catastrófica da situação de Lily me fez quase voltar a chorar. Mas Anthony estava certo: ela estava nas melhores mãos possíveis naquele momento.

— Sim — respondi.

— Bem, seja como for, nós precisamos conversar. — A voz de Tony estava tensa cheia de angústia. — Eu pegarei um avião e chegarei logo aí. Temos que falar cara-a-cara, Reed. É coisa séria.

O que seria mais sério que o estado da minha mulher? Anthony só podia estar de brincadeira comigo.

— Se tem algo a dizer, diga-o logo! — Exigi.

— Reed, eu não sei como dizer isso. — Ele hesitava cada vez mais.

— Diga!

Minha voz fora intensa naquele momento. Liam me olhou estranho e o motorista viu minha feição angustiada através do espelho do carro. E aquela feição refletia perfeitamente minha alma. Anthony estava brincando com meus mais profundos sentimentos naquele momento.

— Você lembra do nosso trabalho recente? Da arma química? E se ela estiver envolvida nisso? Digo, tenho grandes desconfianças de que ela tenha sido usada para isso. Digo, para o ataque — ele revelou.

Eu congelei. Não podia acreditar que a arma que eu mesmo ajudei a criar acabara caindo em mãos erradas. Pior ainda: causando danos à minha esposa. Isso era inconcebível. A mais triste e bem trabalhada ironia do destino.

— Do que você está falando? Está me dizendo que isso simplesmente caiu em mãos erradas? — O ódio era evidente em minha voz.

Além disso, Liam prestou atenção em cada uma das minhas palavras e me olhou com um misto de curiosidade e medo. “O que teria caído em mãos erradas? ”, imagino que ele pensou. Eu simplesmente ignorei seu olhar e aguardei a desajeitada resposta de Tony.

— Infelizmente sim. Mas Reed, eu vou poder explicar tudo quando nos encontrarmos pessoalmente. Eu já estou agendando um... — Eu cortei a ligação antes que ele terminasse a frase.

Eu segurava o celular como força, como se quisesse descontar toda minha raiva. Mas não seria possível, não naquele momento. Olhei para o lado e lembrei do filho que tinha. O táxi finalmente chegara no Hospital Central e nós precisávamos também dar suporte a Lily. Eu precisava dar suporte, ainda mais se o que Tony havia falado fosse verdade. Paguei o táxi e saí do carro junto do meu filho.

— Onde ela estará? — Ele ansiava por respostas.

— Vou descobrir — eu garanti.

Fui até a recepcionista do hospital. Havia uma multidão em volta dela, mas eu estufei o peito e abri passagem enquanto Liam aguardava de fora daquele verdadeiro paredão de pessoas.

— Com licença.

Eu tentava falar, mas minha voz era cortada pelo choro, pelas exigências ou por qualquer outro barulho que a multidão fazia. Então resolvi apelar para uma maneira mais clássica de adquirir informação: dinheiro. Peguei um maço com uns trezentos dólares da carteira e apertei a mão da recepcionista, como em um cumprimento. No começo ela se espantou, mas logo percebeu do que se tratava e me deu atenção.

— Procuro minha esposa. O nome dela é Lilian Kaas. Veja o que pode fazer — eu disse.

A secretária balançou a cabeça afirmativamente e disse, confiante:

— Verei o que posso fazer.

Dei-me por satisfeito e me desvencilhei da multidão até encontrar meu filho. O público me olhava esquisito, como se tivessem notado algo. Talvez fosse apenas minha postura e minha claríssima força. Do outro lado, finalmente pude rever meu filho. Ainda com o rosto inchado de tanto chorar, seu olhar brilhava ansiando por respostas.

— E então? — Ele perguntou.

— Logo teremos notícias. — Segurei o ombro dele e falei firmemente. — Pode confiar.

Liam assentiu com a cabeça e ensaiou um olhar de maior confiança, por mais que sua expressão ainda entregasse sua fraqueza. Céus, eu também estava esmigalhado. Nos afastamos da barulheira e nos sentamos próximos ao local, tudo isso enquanto aguardávamos notícias.

— Você pode curá-la, não é? — Liam demonstrava mais uma vez todo seu medo.

— Não é bem assim — fui sincero. — A coisa é mais complexa. Mas é aquilo: ela está nas mãos das pessoas certas. Não depende de nós.

Mas dependia. Digo, se eu não tivesse construído aquela arma química, nada disso teria ocorrido. Se eu tivesse censurado Tony enquanto havia tempo, eu teria evitado todo aquele sofrimento. Não foi só a Lily que sofreu, mas meu filho também. E tudo aquilo era minha culpa. E ter que admitir isso também fazia a dor ser ainda mais forte em mim. O feitiço havia se virado contra o feiticeiro. E por um breve momento pensei no sofrimento de terceiros: quantas famílias também não estavam em desespero por causa de algo que eu criei? Não havia justificativa. Não era culpa unicamente de Anthony Grace. Eu havia assinado aquele crime.

— Senhor Kaas? — Disse uma das secretárias do hospital. — A sua esposa já pode receber visita. Dois visitantes no máximo.

Era exatamente o que eu e Liam precisávamos naquele momento: vislumbrar a mulher de nossas vidas, esposa e mãe para cada um. Liam deu um pequeno sorriso, como se sentisse um pouco de esperança. Se podíamos vê-la, morta é que ela não estava, afinal de contas. Fomos guiados pelos corredores do hospital, como em um labirinto. Eu mal consegui processar os detalhes, pois apenas Lily aparecia em minha mente. Eu precisava ver a minha mulher.

— Aqui, senhores — disse a secretária.

Era o quarto número 52. Singelo, mas agradável. A luz natural adentrava o ambiente e trazia um pouco de vida em meio aqueles equipamentos mórbidos. Lily jazia sobre a cama, enquanto tomava soro e era monitorada eletronicamente.

— Meu amor! — Eu disse enquanto apertava sua mão.

Com os olhos semicerrados, ela olhou para mim e Liam. Finalmente demos um sorriso genuíno. Liam não parava de dizer o quanto amava a mãe e o quanto havia ficado preocupado. Todos nós havíamos.

— Como está se sentindo? — Ele perguntou.

Lily fez um esforço para segurar a mão do filho. Era notável sua fraqueza. Ela então disse:

— Bem melhor agora. Pensei que não fosse escapar. Quando me levaram, acabei sentindo profundas dores dentro do transporte. Para piorar, comecei a ver coisas, enxergar monstros e etc. Foi algo verdadeiramente assustador.

Aquele era um dos sintomas causados pela minha criação. Não bastava matar nossos inimigos, tínhamos que desestabilizá-los. E saber que minha mulher sofria com isso me fez sofrer de maneira igual.

— Nós vamos dar um jeito — falei assertivamente.

— O importante é que vocês estão aqui agora. Nada pode me atingir. — Uma lágrima caiu do olho do meu amor.

Aquilo me afetou profundamente. Comecei a imaginar toda a crise de dor, as ilusões, tudo. E quis da maneira mais sincera e verdadeira que aquilo tudo tivesse ocorrido comigo, mas não com ela. Que eu tivesse a chance de sofrer por ela, morrer por ela. Tudo para que ela não passasse por aquilo. Por que não eu? Questionei aos céus e ao destino por que eu não fora atingido pelo meu próprio veneno. Punir Lily não era justo. Que eu morresse, que eu sofresse. Qualquer coisa seria melhor do que aquilo que estava acontecendo de fato.

— Estaremos sempre juntos. — Liam disse isso com um sorriso no rosto, ao mesmo tempo em que apertava a mão de Lily junto a minha.

Quem dera, meu querido filho. “Falhei contigo e falhei com ela”, eu pensei. Mas o pior ainda estava para acontecer. Lilian começou a apertar minha mão com tanta força que a cortou com suas unhas. Tentei puxar minha mão com mais força, mais foi em vão. Ela olhou para mim e pude ver suas pupilas extremamente dilatadas. Liam reparou naquilo, mas ficou sem ação.

— Lilian! — Eu disse.

Ela então olhou para o teto e largou minha mão. O sangue havia manchado o lençol da cama e minha mão latejava de dor. Liam olhava tudo com um olhar de desespero, mas ainda sem ação. Olhei para ele e gesticulei para que procurasse ajuda. Lentamente o garoto saiu do quarto para fazer o que pedi. Mas no breve momento em que fiquei sozinho com minha esposa, ela saltou para cima de mim com uma tremenda força e começou a esbravejar palavras indecifráveis.

— Lilian! — Gritei.

Estávamos caídos no chão e ela não parava de gritar. Foram poucos segundos, mas a agonia parecia não passar nunca. Até que o médico finalmente chegou acompanhado de uma forte enfermeira. Ela logo aplicou uma injeção em Lily e ela adormeceu. Liam estava em completo estado de choque. Eu? Ensanguentado, nervoso e sem muitas palavras para dizer. O médico pediu para que nos retirássemos e tudo que fiz foi dar uma última olhada para a adormecida Lily. O que eu tinha feito com minha esposa?

Então era aquilo que eu havia criado? Olhei Liam ao meu lado. Não caía uma lágrima sequer de seus olhos, mas sua alma estava destruída. Concluí: não bastava matar os “inimigos”, a arma tinha que destruir a tudo. Era para isso que ela servia, certo? Mas não adiantava denunciar, afinal, se tratava do governo dos Estados Unidos da América. O que podíamos fazer? Eu precisava trabalhar numa cura por conta própria. E Tony teria que ajudar.

Eu e Liam ficamos várias horas na sala de espera aguardando um milagre. Mas tudo que veio foi uma ligação no meu celular: Anthony Grace mais uma vez. Atendi.

— Reed, eu estou aqui — ele disse.

Tony havia realmente pegado um avião para Las Vegas. Eu respondi:

— Precisamos conversar.

— Eu sei — ele concluiu.

Liam ouviu toda conversa e perguntou com curiosidade:

— O que é tudo isso, afinal?

E eu fui sincero:

— Vou buscar uma cura. Não, eu vou conseguir uma cura. Você tem minha palavra.

Eu nunca fui um homem de fazer muitas promessas. Mas sempre que fazia as cumpria, e agora não seria diferente. Aguardei mais algum tempo e Tony finalmente deu um sinal. Ele arranjara um lugar reservado na cidade para que pudéssemos falar sem medo de ouvidos de terceiros. Despedi-me do meu filho e disse que ele podia ligar para mim a qualquer momento. Ele estava na área de alimentação tomando um café no momento que saí do hospital. Peguei um táxi e fui até um restaurante com mesas privativas. Chegando lá, logo me deparei com Anthony e fomos até a nossa sala. Ao fechar das portas, coloquei as cartas na mesa sem pestanejar:

— Lily está mal. Muito mal. Ela sofre profundamente e a culpa é nossa. Minha.

— Nossa, Reed. Você não sabe como isso me entristece. Nada disso devia ter acontecido — ele lamentou.

— Claro que não. Mas é nossa a culpa. Você pelo menos admite isso, certo? Se não fosse essa ideia idiota de criar uma arma. Sério, onde estávamos com a cabeça? Nós construímos isso, Tony. Cabe a nós resolvermos.

— Do que você está falando?

— Uma cura. Algo para resolver isso ou mais pessoas vão sofrer!

“Que hipócrita”, ele deve ter pensado. Se preocupar com os outros depois de tantos anos? Logo eu, o egocêntrico?

— Reed, não é tão fácil. Tem questões políticas envolvidas e... — Eu o interrompi.

— Foda-se! É a vida da minha mulher que está em jogo. E você vai me ajudar a dar um jeito nisso! — Exigi.

Anthony demonstrava claro nervosismo. Era como se sua mente estivesse dividida entre os negócios e a nossa amizade. Parecia que não havia sobrado mais nada da boa índole que ele podia ter tido no passado.

— E então?! — Exigi uma resposta.

Tony respirou fundo, como se estivesse se preparando para fazer um longo discurso. Mas não foi bem isso que se sucedeu.

— Eu menti — ele disse.

— Mentiu? Como assim? — Eu questionei. A minha paciência estava próxima do fim.

— Menti sobre dizer que a arma era para o governo. Toda aquela papelada? Apenas peso morto. Você estava certo sobre o uso de armas químicas ser um crime de guerra. E pelo que vi até agora, o nosso governo não viola esse tipo de lei. Ou pelo menos eu não posso provar isso. Mas eu havia recebido uma outra proposta. Uma do tipo que nunca recebi, mas sabia que você não aceitaria. Esse grupo simpático do Estado Islâmico, bem, foi exatamente ele que me contratou. Então não, as armas não caíram nas mãos erradas. Elas sempre estiveram nelas. Mas eu não sabia que iriam atacar aqui nos próprios EUA. Não queria que atingissem você e sua família. Eu não tenho culpa.

— “Eu não tenho culpa”? — Eu me levantei da mesa com legítimo ódio em minha voz. — Como assim você me diz isso com essa calma?!

Anthony se levantou lentamente, como se quisesse me contagiar com a frieza que demonstrara no momento.

— Reed, vamos lá: admita que você não aceitaria o trabalho se soubesse. E mesmo assim, que diferença faz? Foi uma experiência diferente. O tão sonhado “último trabalho” em equipe. E vai dizer que você não se divertiu? — Ele disse.

Eu não tinha mais palavras para dizer, apenas ações. Empurrei a mesa para o lado e dei um forte soco na mandíbula de Anthony Grace. Ele caiu no chão e cuspiu sangue, mas ainda soltou um riso irônico e disse:

— Você se cala porque sabe que falo a verdade!

— Seu filho da puta miserável! — Gritei. — Você mentiu para mim! Por sua culpa minha esposa está perecendo! E ainda se recusa a buscar uma cura? Isso é o mínimo que você tem que fazer!

Enquanto se levantava, ele disse:

— Meu tempo está curto, Reed. Não dá tempo eu fazer nada. Está acabado. Vá e faça você. Pode considerar essa minha carta de demissão!

— Que se foda! — Eu disse. — Todos vão saber dos seus crimes. Eu vou acabar com sua vida!

— Tente. Tente e veja que não será apenas sua mulher que irá sofrer — ele ameaçou.

Avancei mais uma vez na direção dele e acertei um soco em seu nariz. Senti um estralo e o sangue espirrou sobre minha mão e sobre a camisa dele. O criminoso simplesmente não tentava se defender. Mais uma vez no chão, ele disse:

— Isso terá volta, Reed Kaas. Tentei fazer isso da melhor forma possível.

Da “melhor forma possível”? Aquilo aumentou meu sentimento de revolta. Resolvi então que não valeria a pena perder meu tempo ali. Precisava me focar na cura e em fazer justiça. Antes de me retirar, no entanto, disse:

— Você destruiu a minha vida. Chegou a minha vez de destruir a sua.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela leitura! Nos vemos no próximo capítulo :D



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