Em seus momentos de fúrias, era normal saírem brigando por aí, escondidos em meio as moitas do grande jardim, trocarem socos agressivos e chutes dolorosos.

        Dio Brando e Jonathan Joestar pareciam estarem acostumados com as dores que um causava no outro, tanto fisicamente quanto emocionalmente. E a cada desentendimento, era de praxe um dos dois iniciar os golpes no outro.

         Naquele dia de calor, os rostos vermelhos cheios de hematomas, soavam. A cada soco, a cada murmúrio de dor, a cada grunhido furioso, gotículas de suor voavam e caiam no chão.

Num chute certeiro, Dio consegue derrubar Jonathan na grama pela décima vez. Sem deixar que o moreno se levante novamente e retribua todas as agressões recebidas, ele se joga em cima do mesmo, sentando em sua cintura, prendendo seus braços.

—Filho da puta! -Gritou Jonathan com os dentes cerrados e bochechas coradas por causa do sol forte e calor intenso. O moreno não era acostumado á proferir palavras de baixo calão uma vez que fora educado para ser um perfeito cavalheiro, mas ainda assim, ninguém em sã consciência conseguiria manter a boa pose num momento de fúria.

Cansados, permaneciam na mesma posição por alguns segundos, deixando-se descansar e tentar normalizar as respirações descompassadas em meio a gemidos sôfregos.

Dio permitiu-se abrir um de seus olhos doloridos para encarar o outro que estava preso a baixo de si.

O momento de silêncio e descanso o permitiu visualizar a face corada e suada de Jonathan, encarando aquela maldita expressão irritadiça que negava se render.

Os cabelos em desordem total, assim como os fios que colavam na testa, deixavam passar as gotículas de suor que escorregavam da testa e morriam na grama.

Da boca carnuda ouvia-se a respiração descompassada acompanhada de murmúrios doloridos. O pomo de Adão subiu e desceu, dando a entender que o outro engolira a saliva presa, com certa dificuldade por causa da garganta seca.

Tais detalhes não passaram despercebidos de Dio que o encarava intensamente. Com os olhos fixados na boca avermelhada e carnuda, sentiu a própria formigar, ansiando algo que o mesmo desconhecia.

Aquele sentimento desconhecia, a propósito.

Foi tão aleatório.

—D-dio…?

E num baque sua mente volta á realidade, fugindo de seus devaneios que o deixara perdido por alguns minutos, assim que escutara teu nome ser proferido.

O aperto que dava nos pulsos de Jonathan afroxou-se, juntamente com a coluna que ficou ereta.

Apoiou-se nos cotovelos para encarar o loiro melhor. Jonathan confessara que achara estranho a súbita mudança de comportamento de Dio.

—O que foi?

E depois de algumas piscadas, o cenho do loiro enruga-se novamente e seus dentes se apertam.

Ignorando completamente a emoção aleatória que sentira por observar as feições de Jonathan, desfere mais um soco certeiro no mesmo, e mais uma vez a briga se inicia.