Entre Ela&Eles: Um segredo. escrita por BeaFonseca


Capítulo 23
Capítulo 22 - Janela indiscreta




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O resto do dia, preferi ficar dentro do meu quarto. Appa tentou tirar-me daqui, mas eu estava insistindo em uma dor de cabeça inexistente. Até mesmo a Sra. Yanna veio em meu socorro, e ambos desistiram depois que fingi estar completamente adormecida.

Já era bem tarde da noite quando ouvi uma pequena batida em minha janela. A situação era completamente incomum, e eu nunca pensei que um vento pudesse ser tão barulhento e sistemáticos.

Três batidas.

Três batidas novamente.

Suspirando pesadamente, decidi verificar o motivo para aquela barulheira. Mas antes, notei que meu comportamento não era uma atitude muito inteligente. E se fosse algum ladrão? E se fosse algum fantasma...

"Ora essa... mas que bobagem!"

Por fim, deduzi que seria algum pássaro a procura de abrigo, ou quem sabe, o vento batendo em uma madeira quebrada. Era bem melhor que fantasiar um fantasma.

Muito lentamente, afastei a cortina me preparando para o pior. Mas a única coisa que pude ver, foi Taehyung sentado em um tronco de árvore que estava bem próximo a minha janela. Foi por muito pouco que não gritei, assustada, até me lembrar que isso apenas me irritava.

Seu sorriso quadrado acenando para mim, era a coisa mais idiota que pude ver hoje. Com muita força, abri a janela, resmungando sem hesitar.

— Qual o seu problema?! - Olhei de relance para baixo, e em seguida, para ele, ainda sentado. Meu coração estava a mil por hora, e talvez seja pelo medo.

Por um segundo, percebi que eu estava com raiva por estar preocupada com a situação que o castanho se encontrava. Ele não parecia ter se dado conta do perigo.

— Eu precisava me desculpar. - Disse ele, com sua expressão abobalhada.

— Não poderia ter feito isso pela porta?! - Ralhei. Ele sorriu ainda mais.

— Você não me deixaria entrar. - Afirmou, debochado. Me senti uma idiota.

Ele tinha razão. Eu não o teria deixado entrar de forma alguma.

— Precisava ter feito isso? - Apontei para a árvore. - Desce logo daí­, Taehyung!

— Não até que possa me desculpar. - Afirmou mais uma vez.

— Está desculpado, okay?! - Minha voz saiu um pouco mais alterada do que imaginei, pois com o susto, Taehyung se desequilibrou minimamente, mas nada aconteceu. - Desce logo daí...

Enfim ele sorriu, olhando para minha mão direita apoiada em meu peito. Eu nem mesmo havia percebido o gesto. Eu apertava com muita força o tecido fino do blusão.

— Aqui está refrescante, sabia? - Sugeriu, olhando para cima. De certo, até ele mesmo estava com medo de descer. Suspirei.

— Entra logo! - Abri um pouco mais a janela, ao passo que o castanho arregalava os olhos, confuso. - Aposto que subiu aí­ e não tem ideia de como vai descer. - Debochei. Ele sorriu, amarelo. Bingo!

— Vou entrar porque está ficando bastante frio aqui fora. - Respondeu, sem dar o braço a torcer. Eu teria rido da situação.

Com muito esforço, ele finalmente estava dentro do meu quarto, olhando ao redor, sem perder tempo. Então, em um gesto comum, sentou na beirada da minha cama, olhando em seguida.

— O que pensa que está fazendo? - Perguntei, tentando não parecer nervosa com sua presença. Ultimamente Taehyung tem me trazido sensações inquietantes. - A porta fico bem ali. - Apontei para a dita cuja.

— Eu sei. - Deu de ombros. - Mas eu realmente preciso saber se me desculpou. - Questionou, parecendo um pouco mais sério.

— Bem... - Pigarreei. - Eu já disse que sim.

— Então vai me contar o que aconteceu hoje mais cedo? - Perguntou, preocupado.

Suspirei. Eu não sabia se deveria contar a ele toda a história, mas entendia que merecia saber, ao menos, algum motivo.

Andei alguns passos até a cama, sentando-me ao seu lado, mas afastado o suficiente. Eu ainda não conseguia decifrar o comportamento imprevisível de Taehyung. E não era como se ele fosse me atacar, mas era sempre bom prevenir.

— Eu não sei nadar, e tenho trauma de piscina, lago ou qualquer coisa que tenha alguma profundidade. - Contei. Ele pareceu entender.

— Porque? - Aquela resposta não parecia ter sido o suficiente para ele, e comecei a me sentir impaciente. Não gostava de muitas perguntas.

— Porque sim, Taehyung. - Afirmei. Desviei meus olhos dele, bufando. Eu sabia que era cabeça quente, mas as vezes era impossível controlar meu humor.

De repente, senti ele acariciar de leve meus cabelos, afastando uma pequena mexa que colava em meu rosto. Levei um susto com o gesto, e ele simplesmente não disse nada. Me levantei, prontamente, tentando evitar o contato visual. Andei até a porta.

— Acho melhor voltar para seu quarto. - Pedi. Ele assentiu, inquieto por alguns segundos antes de se levantar. - Não seria legal verem que veio até aqui a essa hora. - Completei, justificando a minha decisão.

— Tudo bem. - Disse, no momento em que abri a porte e ele passou por ela, sem antes soltar um "Boa noite, e descanse bem."

No momento em que fechei a porta, suspirei. Voltei para a cama, avaliando a situação. Eu falei alguma coisa que o deixara tão sério? Talvez eu tenha feito algo errado...?

"Mas o que eu estou pensando? Eu não fiz nada de errado!

"Então porque pareceu que eu tinha feito?...Aigoo!"

 

Esse garoto estava bagunçando a minha cabeça, bem mais do que eu poderia ter imaginado.

***

Pov. Yoongi

Eu estava lendo um livro que Namjoon havia me recomendado quando ouvi sussurros do lado de fora da janela. Por estar bem próxima a ela, afastei minimamente a cortina afim de verificar o que estava havendo lá fora.

Para a minha surpresa, pude ver Taehyung sentado em um troco da enorme árvore daquele jardim. Pensei em abrir a janela e ralhar com sua falta de responsabilidade, mas ao perceber que ele conversava com Jiwoo, foi inevitável a curiosidade.

Não lembro quando aquilo havia me incomodado, principalmente quando a mesma convido-o para entrar em seu quarto pela janela. Eu não conseguia ouvir bem sobre o que falavam, mas era fato que estavam muito confortáveis conversando, bem diferente de hoje mais cedo quando Jiwoo parecia querer fugir dele.

Em parte, eu estava feliz por terem resolvido a situação, mas estava incomodado com a aproximação.

"Eu não poderia estar com ci....Não! Isso, com certeza, não..."

Então, foram mais alguns minutos até ouvir a porta do quarto da Jiwoo se abrir, e Taehyung desejar um "boa noite".

Mordi os lábios, impaciente. O dia inteiro, ninguém conseguiu se quer chegar perto daquela porta, e não era como se eu tivesse tentado. Mas ela deixou Taehyung entrar... E da maneira mais inconveniente possí­vel.

"E depois diz que não quer nada com nenhum dos meus amigos!"

Expressei em pensamentos a minha frustração, antes voltar a leitura, que já não me parecia mais interessante.


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Notas finais do capítulo

SURPRESAAAA!!!!!! Aposto que por essa vcs não esperavam, hem???
Até a próximaaa e bjssss... hehehehe



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