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Aaron Hotchner continuava ali parado. Em meio à noite fria e solitária apenas criando coragem para subir. Isso não era necessário, ela sabia de sua visita e permitiu que ele viesse, mas por que ainda sentia-se tão retraído em subir?

Respirou muito profundamente, o ar quente saiu de seus lábios e o corpo tremeu com a baixa temperatura daquela noite. As mãos logo foram escondidas no bolso do sobretudo negro é grosso, pensou em ser racional, tentou imaginar todas os contra para que ele não entrasse, mas seus próprios pensamentos se mostraram traidores. Não tinha mais jeito, não havia uma maneira de voltar atrás.

Já estava ali, a viagem foi longa demais para que fosse perdida e fizesse o caminho de volta.

Decidiu enfim subir, mesmo que sentisse que o que estava fazendo poderia ser classificado errado de todas as maneiras. Bateu na porta duas vezes, batidas baixas e automáticas demais.

Era tarde, tinha consciência disso, mas ele não podia voltar atrás. Pelo menos não mais. A porta se abriu e ela pareceu, o sorriso gentil e sempre tão arrebatador pareceu quebrar-lhe as pernas. Sentiu-se como nunca estivera antes; enfraquecido e muito pequeno. Sua presença sendo sempre tão notável; mesmo que ela não tivesse sequer se movido de onde estava.

— Entre. — Sua voz cortou-lhe de qualquer pensamento que viesse a ser inconveniente, o sorriso permaneceu gentil assim como seu tom de voz. — Fiquei surpresa quando ligou, confesso que não esperava por isso. Não depois de tanto tempo.

Ele apenas concordou com sua fala, sentindo-se também um pouco envergonhado por estar em uma situação como aquela.

— Sei que parece insano e até mesmo muito inconveniente da minha parte fazer isso, mas eu… — Não conseguiu terminar de falar, procurou pelas palavras certas para que pudesse usar, porém não encontrou nenhuma que pudesse justificar aquela atitude tomada sem pensar.

Começou a gaguejar, ainda em sua busca por tentar se explicar e ela apenas riu baixo. O rosto belo pendendo para a direita e o olhar alegre lhe analisando com certo divertimento. Como uma mulher conseguia causar todo aquele reboliço com apenas gestos simples?

— Está tudo bem, Aaron. — Seus lábios disseram seu nome com maestria, não era a primeira que ouvia seu nome ser dito por ela, mas naquela noite lhe pareceu soar diferente de antes. — Fiquei feliz por ter me ligado.

Emily Prentiss lhe segredou com um sorriso muito discreto; aquele mesmo sorriso que de alguma forma desconhecida conseguia causar um turbilhão de sentimentos bons dentro de si.

— Apesar de ainda não entender muito bem o motivo da sua ligação — Ela deu um passo na sua direção e ele instintivamente recuou um. Por medo talvez? Não tinha como saber.

Notou que o ambiente dentro de seu apartamento era quente, receptivo. Aconchegante.

— Acho que eu precisava vê-la — As palavras saíram de sua boca com cuidado, como se temesse que ela se constrangesse diante da confissão ali feita. Seu olhar então mudou de repente.

Ela não parecia surpresa e tão pouco constrangida por ouvir suas palavras, seus lábios finos estiram-se num leve sorriso.

— Por que só agora? — A pergunta apenas de inocente lhe pareceu como uma cobrança, talvez tivesse sido um grande erro ter vindo ele pensou.

Engoliu seco, pensando melhor nas próximas palavras que iria dizer a ela.

— Irei entender se quiser que eu vá embora, Emily. — Falou, fez menção de se aproximar, porém temeu que ela fizesse o mesmo que ele fizera antes. Recuar. Sua testa se franziu.

— Não é que… Já faz tanto tempo desde a sua última visita. Quase seis meses. — Seu rosto corou levemente quando ela deu dois passos na sua direção, tirou um pouco do cabelo de seu rosto colocando-o atrás da orelha, seu belo rosto se tornando mais visível agora.

— Sei disso, mas não consegui continuar adiando esse momento, — Disse, seus olhos ainda fixos no rosto dela. — Foi por isso que liguei.

A morena piscou. O rosto agora mostrando sua surpresa com as palavras ditas pelo homem. Por uma pequena fração de segundos ela pareceu hesitar, ele notou seu nervosismo ao ouvir o que lhe foram ditas.

— Eu pensei muito sobre a conversa que tivemos meses atrás e esses cinco meses e meio que passaram serviram para que eu finalmente entendesse tudo — Começou a falar ao mesmo passo que suas pernas se moveram, fazendo com que ele avançasse na direção da mulher parada a sua frente.

Os poucos passos dados foram o suficiente para que o agente conseguisse sentir o perfume forte que vinha dela.

— Também pensei muito antes de subir até aqui porque a minha racional ainda me diz que eu posso estar completamente louco por fazer isso. Até mesmo cogitei a ideia de dar meia volta e ir embora, mas — Ele interrompeu a própria fala, avançando mais alguns passos até ela e parando numa distância perigosa da morena.

Estando mais perto dela como naquele momento ele conseguia sentir melhor seu perfume, aquele cheiro sendo fixado em sua mente para que ele não se esquecesse assim tão facilmente dela. Mesmo que isso fosse algo que para ele seria impossível de se acontecer.

— Acho que já está na hora de eu parar de ser tão racional assim — Respondeu num tom mais baixo. A cabeça se inclinando levemente na direção dela ao mesmo tempo em que seu rosto se ergueu. O movimento tão perigoso e inocente, foi o bastante para que seus olhares se fixassem um no outro.

— Talvez essa minha parte racional esteja certa em dizer-me que estou louco. Eu realmente estou — Admitiu. — Mas estou louco por você, Emily Prentiss.

Ela apenas deixou que uma exclamação silenciosa escapasse de seus lábios, engoliu seco erguendo melhor o rosto e então acabou de vez com aquela distância entre seus lábios.

O agente mais velho logo a puxou pela cintura, o corpo reagindo de acordo com a primeira ação feita. Não era necessário palavras ali, elas seriam inúteis para ambos.

Deixavam que apenas seus corpos falassem, o desejo que fora reprimido por ambos durante tanto tempo, agora fazia-os agir como sempre quiseram. Os dois entregando-se ao momento que tanto ansiaram.

Emily automaticamente terminou de colar seu corpo ao dele, jogou os braços para seu pescoço permitindo que seus corpos finalmente se unissem; eles se encaixando um ao outro de forma perfeita. Ele a pegou pela cintura sem muita dificuldade e a prensou contra a parede mais próxima, no mesmo momento que sua língua fazia pressão para que ela abrisse a boca.

A mulher permitindo que a língua dele entrasse em sua boca e com vontade, ele começou a buscar pela sua, iniciando ali uma dança sensual que ambos já pareciam conhecer muito bem. Aaron segurou suas pernas, as passado por volta de sua cintura. O beijo agora mais lento, nenhum deles se mostrando com vontade ou desejo de parar com o que faziam ali.

Ela gemeu baixo demais quando percebeu que ele descolou a boca da dela, seus lábios descendo para que ele beijasse seu pescoço livre, a barba sempre tão bem aparada acariciando e arrepiando sua pele sensível.

O mundo lá fora parou de existir para ambos, nada mais importava além daquele momento em especial.

As mãos em suas costas apertaram sua carne por debaixo da blusa bege, ele sentindo o tecido de lá a cada toque; viu que aquela roupa lhe pareceu inconveniente, queria tirá-la dali. Ela arfou quando as mãos masculinas a seguraram pela nuca, os dedos se enroscando em seus fios negros e longos enquanto os lábios cuidavam de seu pescoço.

Não suportava mais aquilo, ela mesma que ele tirasse toda a sua roupa naquele mesmo momento e afagasse todo o seu corpo como ela tanto desejava.

Não controlou-se mais, segurou a gola do sobretudo que Aaron vestia e o desabotoou de seu corpo, não demorando muito para começar a deslizá-lo por seus olhos e então tirando aquela peça indesejável de seu corpo. Para logo em seguida tirar-lhe também a camisa social que ele usava por baixo, os dedos delicados tocando a pele já exposta causando no homem um arrepio demorado. O corpo se enrijecendo ao simples toque.

O agente não ficou atrás, começou a retirar também a blusa do corpo feminino, as mãos habilidosas tocando a pele macia e quente tirando dela suspiros prazeroso se demorados. Sem conseguir se conter tirou também a calça escura que a cobria, revelando o corpo esbelto.

Seguiram os passos um do outro, ela retirando o cinto dos passantes da calça social e logo recebendo ajuda dele para que a ação fosse mais rápida. As peças já retiradas de seus corpos foram jogadas de qualquer jeito pelo chão, nem mesmo pareciam ligar para o que faziam; estavam focados demais na entrega total do desejo que partilhavam.

Emily o guiou inconscientemente até o móvel mais próximo a eles, sabiam que não aguentariam esperar para irem até o quarto.

A mesa sempre ocupada por papéis de casos encerrados e relatórios logo ficou completamente vazia quando ela passou a mão e o braço por sua superfície, tirando tudo dali e jogando-os no chão mesmo, o corpo já nu encostando na madeira gelada e sofisticada.

Aaron a ergueu do chão sentando-a ali mesmo, os lábios voltaram a se encontrar e dessa vez o beijo tornou-se mais intenso. Apaixonante.

Ele inclinou-se em direção à mesa o corpo se unindo melhor ao dela, seus dedos longos passearam por suas costas, descendo de forma lenta por sua cintura e coxas, ele acariciando-a de todas as formas possíveis; como sempre desejou fazer.

Arrancou dos lábios femininos gemidos e suspiros que, para ele pareceram soar como música para seus ouvidos. Qualquer receio ou medo que antes pudesse haver dentro de si o deixaram no segundo em que ela o beijou. Talvez fosse essa a confirmação que buscava antes, a resposta para as milhares de perguntas que tinha em mente.

Entre a tantos toques e carícias, gemidos e sussurros ele já não continha mais. Senti-la se mover logo abaixo dele, sussurrar seu nome como se contasse algum segredo o enlouquecia como nunca.

O corpo masculino se alinhou melhor ao corpo esbelto da bela morena com quem compartilhava um momento tão único como aquele.

Ela abriu os olhos, encarando-o com desejo palpável, sorriu quando desceu as mãos macias por seu corpo conseguindo tirar dele um gemido mais baixo e masculino; aquilo só a fez sorriu mais.

Encararam-as outra vez, a mulher inconscientemente jogou o quadril para frente num movimento automático é preciso, aquilo lhe servindo de aval para que ele continuasse. As mãos quentes de Emily o seguraram pelos ombros como se o trouxesse para mais perto dela. Abriu as pernas um pouco mais, permitindo total acesso e então, num movimento lento, porém intenso o corpo encaixou-se perfeitamente ao dela.

Tirando da morena um gemido alto e majestoso. 

Obrigando-a a envolver os braços por suas costas, de tal maneira que os corpos pareciam apenas um.

O leve desconforto que ela sentiu ao tê-lo dentro de si fora completamente ignorado, quando ela mesma jogou o próprio corpo para sua direção, o calor em seu ventre ao fazer tal movimento foi completo.

Os lábios se esticaram num sorriso satisfeito. Ela passou então a concentrar-se  apenas no prazer que sentia com o homem que por tanto tempo desejou em segredo. Os movimentos que ele fazia, de início eram lentos, estavam causando-lhe um prazer nunca sentido antes, ela aos poucos tentando sincronizar-se a ele até que ambos logo estivessem movendo-se na mais perfeita sincronia.

A boca do agente próxima demais de sua orelha sussurrou seu nome diversas vezes, sua voz já trêmula e completamente falha. Beirado a uma sensualidade peculiar que parecia combinar com ele.

Suas bocas novamente foram unidas num beijo bem mais demorado, suas línguas lutavam buscando por mais espaço. 

Não demorou para que logo ambos estivessem seguindo o mesmo ritmo, os quadris movendo-se em perfeita sincronia arrancando suspiros e gemidos de ambos os lados. Aquele ambiente se tornando quente e pequeno para eles. 

Chegaram ao clímax ao mesmo tempo, ambos gemendo alto ao alcançarem o prazer. Seus corpos já pareciam não conseguir suportar o próprio peso que possuíam. 

A distância entre seus rostos era o suficiente para que Aaron pudesse olhar para o rosto da amante com facilidade, os olhos ainda estavam fechados, os lábios entreabertos deixando que suspiros baixos escaparem.  Vê-la daquele jeito o fez sorrir, seus dedos correram novamente pelo rosto de Emily, tocando cada perfeito traço que ela possuía guardado em sua mente como um lembrete de como aquela mulher era tão bela. 

De fato Aaron Hotchner estava louco.  Louco por Emily Prentiss.