Em Meio ao Caos escrita por Milly Winchester


Capítulo 2
Capítulo 1




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— A cidade está se recompondo aos poucos, mas o estrago foi de fato, imenso. A energia de alguns bairros ainda não foi restaurada e ruas permanecem bloqueadas, principalmente na faixa leste da cidade, que infelizmente, fora mais afetada pela catástrofe ocorrida no mês passado. A faixa oeste obteve menos prejuízo: apenas uma porção de Edens foi verdadeiramente amaldiçoada com fragmentos do colossal terremoto ocorrido no estado do Kansas. Por pouco nossa cidade não foi por água a baixo. Ou seria terra?

O taxista grunhiu de desprezo diante da piada de mau gosto do jornalista, bradando a notícia que todos os moradores de Edens mantinham na língua desde o acontecimento.

Parei de prestar atenção no que o rádio relembrava e observei, através do vidro da janela, as ruínas do meu lar. A única entrada da cidade ficava no lado leste, portanto, para visitar Edens era obrigatório contornar os destroços e contemplar o que restava daquela cidade, agora uma cidade fantasma. Olhando para a direita, no horizonte, era possível enxergar a ponte Pillsburg, partida ao meio, os pés dela tocando a estrada bloqueada logo abaixo — era um dos caminhos para o lado oeste de Edens, e por isso levaria algum tempo para pegar um atalho alternativo e desviar da destruição.

Em plenas onze horas da manhã, não havia nenhuma circulação nas ruas do lado leste. Os poucos estabelecimentos do oeste que estavam abertos e que haviam conseguido se reestruturar desde o acidente eram apenas mercados, abrigos, a delegacia, pouquíssimas escolas e o hospital de Edens — o único destes citados localizado no leste e cujo edifício não tombou. Cerca de 93% dos residentes do leste foram mortos pela infinidade de edifícios que tombaram durante o terremoto. De acordo com alguns cálculos revelados pelo noticiário local, a população de Edens, antes de vinte e dois mil habitantes, havia caído para cinco mil. Dezessete mil mortos em apenas um dia, e 95% deles residentes do leste.

Edens era o legítimo caos, e não era a única cidade do Kansas que havia sido destruída pelo terremoto Hiawatha, como os telejornais agora o chamavam por ele ter iniciado na pequena cidade de Hiawatha, não muito longe de Kansas City. Hiawatha agora só dispunha de mil e poucos habitantes, tendo perdido praticamente dois terços de sua população. O Kansas inteiro estava em ruínas.

Eu não entendia como tudo poderia mudar em apenas um segundo — como uma catástrofe poderia acontecer em um piscar de olhos. Mas aconteceu. E tudo isso enquanto eu, minha avó e minhas irmãs estávamos na Califórnia, visitando nossa mãe — se é que poderíamos chamá-la de mãe. Mas era graças à ela que estávamos vivas, e eu só conseguia agradecer por isso. Nossa maior sorte era que morávamos no oeste, lado da cidade pouco afetado pelo terremoto, que já conquistara o retorno da energia elétrica e recomposição de muitos estabelecimentos, casas e edifícios. Enquanto estávamos na Califórnia, recebi uma ligação de nossa vizinha Gina — segundo ela, o ocorrido mais grave em nosso bairro foram algumas árvores caídas e postes de luz. Nossa casa ficava no fim da rua, portanto não fora vítima de nada caindo sobre ela. O nosso maior prejuízo foram alguns objetos quebrados dentro da casa, e Gina tomou conta disso. Ela era uma grande amiga da minha avó, então pudemos contar com a ajuda dela para organizar a casa para a nossa volta, mesmo que tivéssemos negado o gesto uma porção de vezes. Não adiantou. A mulher era muito persistente.

Em aproximadamente meia hora, já reconhecia as ruas pelas quais passávamos. Não nos encontrávamos muito longe da nossa casa, e eu mal podia esperar para voltar para ela. A segurança da Califórnia era ótima, mas a presença da minha mãe não. Eu nem sequer sabia porque insistia em chamá-la de mãe, quando ela não era nem um porcento digna desse nome. Precisava aprender a chamá-la de Heidi e nada mais.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho perturbador, somente notado por mim agora. Minha irmã mais nova, Rachel, batucava com a ponta dos dedos na lateral da porta do táxi. Em seguida, o aroma asqueroso de nicotina preencheu minhas narinas,  me transformando em uma fumante passiva. Procurei pelo local de onde vinha a fumaça e reparei no cigarro apoiado na janela do motorista. De tempos em tempos, o taxista tragava a pré-guimba, sem se importar com a opinião de seus passageiros. Só então notei o tamanho da minha distração durante a viagem, a partir da observação da expressão da minha avó — ela parecia extremamente desconfortável. Me desculpei mentalmente.

Erica se remexeu no banco ao meu lado, fazendo um barulho irritante ao agitar o traseiro sobre o banco de couro. Aquela corrida custaria todas as economias que estava reunindo para uma viagem em família até Kansas City, visto que o táxi não era de Edens, e sim de Whichita. De Los Angeles, pegamos um avião até Topeka. De Topeka, pegamos um ônibus até Whichita, e de Whichita, um táxi até Edens, visto que não eram muito distantes. Os táxis de Edens estavam em greve por tempo indeterminado — a grande maioria dos táxis havia sido destruída e os pouquíssimos veículos que circulavam por Edens eram de moradores do oeste. Também não fazia muito sentido andar de carro — muitas ruas estavam bloqueadas e as que não estavam eram aquelas que levavam até a saída/entrada de Edens. Elas eram o foco da prefeitura local. O restante das ruas, em sua maioria, estavam interditadas. Minha mãe teve o mínimo de consideração quando levou em conta nossa renda baixa e decidiu pagar a passagem de avião e a de ônibus, mas resolvi pagar o táxi. Não queria depender totalmente de alguém.

O carro desacelerou na frente da nossa casa. Havia um buraco na parede ao lado da janela na sala, com cerca de um metro, coberto por uma tábua pregada à parede para evitar roubos. Visualizei Gina, sentada sobre os degraus da entrada de sua casa, observando com certa melancolia o que restava do seu jardim, anteriormente repleto de flores e belos adornos.

Com certo remorso, arranquei as economias da minha mochila e entreguei-as para o taxista, que agradeceu com um aceno de cabeça. Pegamos nossas poucas e miseráveis bagagens e saímos do veículo, assistindo ele partir pelo asfalto rachado da estreita ruazinha. Sortudos éramos, residentes daquela rua, por uma falha não ter aberto no meio do asfalto.

Minha avó apressou-se em saudar Gina. Observei de longe o abraço caloroso das duas, faíscas explodindo em torno daquele abraço. A sensação de segurança, de gratidão por estar viva parecia fervilhar na pele das duas como uma queimadura.

— Deus, obrigada! Você está bem!

— Estou, querida — Gina sorriu, incapaz de conter as lágrimas que brotaram na beirada dos olhos. — Eu estou bem.

Rachel correu na direção das duas mulheres, permitindo que o coque frouxo nos cabelos avermelhados se desfizesse com o movimento. Nossa vizinha recebeu minha irmã de braços abertos — Rachel considerava Gina sua verdadeira mãe, pois ela sim sabia fazer o papel de uma. Erica suspirou ao meu lado.

— É bom estar de volta. — comentou sutilmente, colocando as mãos no bolso da jeans surrada que tinha desde os treze anos. Nós não havíamos crescido muito desde então, o que nos permitia usar roupas antigas sem muitos esforços.

— Acho que sim... — concordei, virando para encará-la. Erica apertou os lábios.

Assisti-a caminhar até Gina e cumprimentá-la. Vovó envolvia Rachel com os braços, acariciando o topo de sua cabeça. Segui minha irmã e também cumprimentei nossa vizinha.

— Estão inteiras — Gina sorriu novamente, tocando nossos ombros suavemente com as mãos franzinas. Não pude deixar de notar os roxos nos nós de seus dedos. Certamente ela levara tempo e dolorosos esforços para se recompor após o terremoto.

Sorrimos de volta. Erica fitou-me por alguns instantes. Toda vez que eu olhava para ela, tentava encontrar as semelhanças que todos dizíamos que tínhamos. Apesar de gêmeas, éramos totalmente distintas — o que acho que é muito raro, mas aconteceu. Tínhamos a mesma cor de cabelo e olhos, a mesma estrutura corporal, mas por algum motivo, fisionomias nada parecidas. Mas isso era bom, assim, nunca acabávamos sendo confundidas.

— Querem entrar? Preparo chá. Devem estar exaustas da viagem.

— Não se dê ao trabalho! Estamos bem — Betsy deu uma palmada no ar.

Gina bufou.

— Eu insisto — inclinou a cabeça, insistente.

— Eu 'tô com fome. — Rachel ergueu uma sobrancelha, olhando para vovó, para mim e para Erica.

— Quando é que você não está com fome, Rachel? — Erica riu de leve, sem vontade, como de costume. — Vem, vamos entrar, vó. Não vou me fazer de desfeita.

Dei de ombros e segui elas para dentro da casa de Gina. O cenário estava bem diferente daquele de um mês atrás.

As paredes, outrora de um creme brilhante e limpíssimo, estavam acinzentados, com alguns rachados, massas de obra cobrindo perceptíveis buracos. A mesa de centro de vidro temperado não estava mais ali, junto ao sofá e as duas poltronas, provavelmente havia se quebrado. Também nenhum sinal da televisão — as cortinas não eram bonitas como as de antes, e sim possuíam um tom bege mofado, como se estivessem guardadas há anos, deduzi que haviam substituído as antigas. O tapete felpudo cinza estava ainda mais escuro, sujo, e olhando para cima, algumas telhas eram diferentes das outras, intrusas, preenchendo os espaços vazios. O piso estava limpo, e não consegui medir o trabalho que deveria ter dado para limpar tudo — pedaços de vidro, de telhas, sujeira, poeira... Também não consegui imaginar como estariam o interior das casas do leste.

Mi casa, su casa. — Gina estendeu a mão na direção do sofá, mas ela estreitou os olhos ao olhar para o móvel. Constrangida, ela caminhou até lá e estapeou os amarrotados discretamente, como se não fôssemos visitantes usuais.

Rachel gargalhou e se jogou sobre a poltrona à direita do sofá, ignorando o olhar mortal que Betsy a lançou.

Gina pigarreou.

— Vou fazer o chá e já volto, certo?

Betsy anuiu enquanto se sentava educadamente no sofá verde-musgo. Erica se uniu a ela.

Perdida em meus próprios pensamentos, caminhei até a escada de madeira da casa. Próxima dela, encostada à parede, uma mesinha alta servia de apoio para um vaso de tulipas e alguns quadros. Uma foto familiar me atraiu até lá.

Apanhei o retrato, posicionando-o entre as mãos. O rosto ao lado do de Gina me deixou sem ar por um segundo, como se meu coração quisesse saltar para fora do meu corpo. Minha pele esquentou e senti meus olhos umedecerem de imediato — isso acontecia toda vez que eu via uma foto dele. Seis meses já haviam se passado e aquilo ainda me atormentava todas as noites. Todas as noites eu chorava, chorava até que o sono finalmente me alcançasse — isso se ele me alcançasse. A insônia, muitas vezes, me mantinha acordada. As olheiras sob meus olhos não eram uma surpresa. Frequentemente me perguntava como iria conseguir reconstruir minha rotina na semana que se aproximava. O último ano seria o mais longo.

— Está pronto — ouvi Gina dizer, seguido do som de uma xícara se chocando com o velho anel de casamento da minha avó.

Balancei a cabeça, expirando, e devolvi o retrato à mesinha. Me aliei às mulheres, me sentando na poltrona à esquerda do sofá. Gina entregou outra xícara para Erica, foi até a cozinha e de lá retornou com mais uma porcelana e uma tigela cheia de biscoitos. Deu a tigela para Rachel e me estendeu a porcelana. Esperei que ela fosse buscar sua xícara, e após pegá-la, ela sentou-se ao lado de Erica no sofá. Bebeu um gole e tossiu.

— E então? Como foi?

— Perdão? — foi Betsy quem disse.

— Na Califórnia — Gina respondeu, seguido de outro gole no chá, que pelo cheiro, supus que era de canela.

— Ah.

O gole que vovó deu na bebida foi bem ruidoso, assim como as mordidas frenéticas de Rachel nos biscoitos. Ela nos ouvia atenta, mas mesmo assim, alternava o olhar entre nós e a tigela, indecisa sobre no que focar.

— Divertido — notei que estava mentindo. Minha avó nunca gostou da minha mãe.

— Ela está mentindo — Erica pareceu ler meus pensamentos. — A Heidi tentou nos agradar ao máximo, mas continua sendo uma cobra.

— Erica! — repreendeu vovó.

Gina riu baixinho. Rachel também, quase a ponto de engasgar com os farelos dos biscoitos.

— Tudo bem. Foi péssimo. Erica discutiu com Heidi.

— Ela ficou nos mimando demais... Precisei confrontá-la. Ela não deu a mínima para nós a vida toda! Simplesmente largou o papai depois que eu e a Claire nascemos e achou que seria suficiente mandar uma grana de tempos em tempos. Isso não é ser mãe. Aí, além de ser obrigada a visitar aquela podridão em pessoa, precisei aguentar a falsidade. Eu explodi. É isso — Erica fechou a cara, bebendo seu chá discretamente. Esse era um assunto muito delicado para ela. Entre nós todas, Erica era a que mais odiava Heidi.

— Ainda bem que eu sou adotada. — Rachel ergueu as sobrancelhas despenteadas e enfiou outro biscoito na boca.

Vovó fuzilou minha irmã mais nova com olhar, que fez uma careta. Dei um gole na minha xícara.

— O quê?

— Esqueça — grunhiu Erica. Falar sobre nossa mãe era mais do que suficiente para deixá-la irritada.

— Mas veja pelo lado bom — Gina inclinou a cabeça, apreensiva. — Vocês se livraram desse terremoto maldito.

— Preferia estar aqui e morrer do que estar lá — rebateu, ainda mais aborrecida.

— Erica... — minha avó repreendeu-a novamente.

Minha irmã bufou.

— Eu 'tô indo — ela entregou a xícara para Rachel e arrancou de dentro da bolsa da vovó as chaves de casa. — Vejo você depois, Gina. E feliz 40 anos.
Erica saiu voando daquela casa, batendo a porta. Nossos olhares surpresos foram dirigidos à Gina.

— É o seu aniversário? — me pronunciei pela primeira vez.

— É — disse constrangida. — Não queria que vocês soubessem.

— Por quê? — Rachel franziu o cenho, de boca cheia.

— Ah, não quero que se preocupem comigo...

Eu suspirei.

— Tudo bem. Feliz aniversário. Obrigada pelo chá — falei e em seguida, dirigi o olhar à Betsy. — Eu vou... Falar com a Erica, tudo bem?

— Vá, querida.

— É, vai você. Estou ocupada — disse Rachel após engolir mais um cookie.

Apertei os lábios e acenei. Me levantei da poltrona, deixei a minha xícara na cozinha e fui até a porta. Ao sair da casa, fechei-a com cuidado atrás de mim e atravessei o jardim cinzento, passando pela fachada da minha casa e entrando na mesma, recentemente destrancada pela minha irmã. Nossa casa não estava muito diferente — os únicos detalhes eram a tábua presa na parede para cobrir o buraco até termos verba para consertar aquilo e a ausência da televisão de tela plana, que deveria ter quebrado. Esta tinha sido substituída por uma televisão antiga que estava no sótão, que costumava ficar na sala quando não podíamos pagar uma televisão mais nova. Adeus, canais diversos. O aparelho só fornecia canais abertos e olhe lá, contando as futuras prováveis falhas da antena sobre o eletrodoméstico.

— Erica? — chamei.

— Que é, Claire?

A voz vinha do segundo andar. Expirei e subi as escadas às pressas, me encaminhando até o nosso quarto. Erica estava deitada de bruços na parte superior do beliche marrom, com o queixo apoiado no antebraço e olhar perdido.

— Você 'tá bem?

Mm-hm.

Ela não me convenceu.

— Mesmo? — semicerrei os olhos.

— Vou ficar se você não encher o meu saco — ela me encarou lá de cima. Faíscas de ironia acendiam em seus lumes castanhos.

Desviei o olhar, cruzando os braços.

— Tudo bem — assenti sem olhar para Erica. — Você só não precisava falar com a Gina assim.

Depois que disse isso, Erica ficou em silêncio. Ela moveu-se da posição em que estava, sentando-se na cama e colocando os pés para fora do colchão. Desceu rapidamente a pequena escada do beliche e enfiou a mão no bolso de trás da jeans, revelando uma carteira novinha de Malboro. Era por isso que ela havia pedido para o táxi parar em um posto de gasolina no caminho. Não que o fato da minha irmã fumar fosse uma grande novidade.

— Foi mal. — ela caminhou até a escrivaninha e pescou seu isqueiro vermelho de dentro da gaveta, fazendo uma careta ao ver a poeira deixada sobre o móvel. Assisti-a abrir as portas de madeira da nossa simples sacada e sentar-se sobre o pequeno muro de pedra, colocando um cigarro entre os lábios.

Evitei observar aquilo. Eu não gostava do que ela fazia, mesmo que já tivesse fumado centenas de vezes para amenizar a dor, mas discutir não adiantaria. Erica era teimosa demais. Ela nunca me ouviria.

— Bem, vou deixar você sozinha — eu avisei.

Erica acendeu o cigarro e o tragou para a direita, mandando a fumaça para longe dali. Em resposta, ela apenas balançou a cabeça.

Suspirei e saí dali, fechando a porta atrás de mim. Muitas vezes eu me perguntava se Betsy sabia da prática da minha irmã e decidia não se manifestar, mas eu não queria dedurá-la. Eu sabia que o que aconteceu há seis meses ainda afetava Erica, por mais que seu coração fosse rígido como pedra, e talvez aquilo fosse o refúgio dela. Eu não ia gostar que tirassem o meu refúgio de mim, então eu a permitia. Só o tempo poderia curar aquela ferida.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentários recebidos. O feedback de vocês é supergratificante. Vejo vocês no próximo! xo.



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