O Fim de Marco - Estrada para o Valhalla escrita por TopsyKreets


Capítulo 2
Capítulo 2 de 2




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O Fim de Marco – Estrada para o Valhalla

 

Na manhã seguinte, tudo estava arranjado.

 

De um lado, Toffee com seu exército.

Centenas de guerreiros. Orcs, Goblins, duendes e....

Nenhum unicórnio.

 

Do outro, apenas Marco e Ludo representavam a resistência rebelde.

Os unicórnios traidores da noite anterior também compareceram, mais para dar apoio moral ao líder.

 

....

 

Antes que ficassem frente a frente com seu algoz, houve uma breve conversa entre Ludo e Marco.

Não bem um diálogo. Mais um desabafo, sincero.

 

— Eu sinto falta, sabia? – Disse Ludo.

— Do que?

— De antes. Quando eu era o maior monstro e a princesa me vencia fácil. Daí todo mundo ia pra casa, passar o final de semana em paz.

Bons tempos.

 

Marco deu de ombros.

— Verdade. Bons tempos.

 

....

 

— Então, é só isso que tem, Diaz – Disse Toffee – Um bando de deslocados?

 

O rapaz olhou ao seu redor antes de responder.

Os unicórnios estavam firmes. Ludo, nem tanto. Mas estava lá. E isso era o que importava.

 

— Eu poderia ter trazido centenas – Ele respondeu – Mas não julguei necessário.

 

Toffee e o generais ao seu lado gargalharam em alto e bom som.

— Pelo menos a princesa morreu com dignidade.

Ele piscou para o rapaz.

— Ou não – Retificou – Ela também pode ter morrido implorando pra te poupar.

Não o reino. Não o povo. Só você.

 

Marco deu um passo à frente e tomou a palavra.

Mas não direcionada a Toffee. Direcionada a seu exército.

 

— Aqueles que se ajoelharem serão poupados. Os demais irão morrer.

Última chance.

 

E mais uma rodada de gargalhadas dos monstros.

— O tempo acabou rapaz. Hora de morrer. Eu vou devorar você.

— Já ouvi essa. Mas temos todo o tempo do mundo. Eu tenho isso.

 

Ele revelou a tesoura dimensional no bolso.

— Acha que isso é o bastante?

— Na verdade, sim.

Eu passei muito tempo no mundo da Hekapoo, aprendendo sobre essa coisa.

Tempo até demais.

Isso aqui não só abre portais dimensionais. A tesoura conecta tudo.

Passado, presente, futuro. E um universo paralelo ou dois.

Mas deixa eu te apresentar, primeiro, às minhas novas recrutas.

Meninas....

 

 

Atrás de Marco, um portal gigantesco se abriu, revelando quatro princesas, quatro Star Buterflys de universos paralelos.

Todas com varinhas e muita disposição para matar.

 

Rapidamente, ele fez questão de falar sobre cada uma.

 

— Essa aqui é a Star do universo #257. Depois dela, temos a Star dos universos, #732, #333 e a última, mas não menos importante, Star do universo #525.

 

Star #525 deu uma piscadela para Marco.

— E sabe o que elas têm em comum? Nenhuma gosta de você.

 

....

 

Suando frio, todos os monstros do exército de Toffee (agora incluindo os generais), se ajoelharam, frente às princesas.

O lagarto, por outro lado, manteve – se de pé, ainda tremendo e analisando a derrota anunciada antecipadamente.

 

O olhar de Marco não era raiva ou satisfação.

Ele imprima determinação completa e absoluta.

 

Estava na hora da guerra chegar ao fim.

 

— Nem precisa ficar de joelhos, Toffee. Não há perdão pra você.

— Você.... Seu maldito.... Eu vou te destruir....

— Olha, pode até tentar, mas pessoalmente, não aconselharia....

— SEU BASTARDO!!!!!!

 

Perdendo a razão, Toffee saltou para cima do líder rebelde.

Ludo, mais uma vez, no ápice do pânico, se escondeu atrás do rapaz.

 

As quatro Star empunharam suas varinhas ao alto e vaporizaram o vilão.

 

Dessa vez, não restara nada para contar história.

 

— Vencemos? – Perguntou Ludo, hesitando sair de trás de Marco.

— Vencemos, sim – Ele respondeu.

Todos de pé! Uma salva de palmas para as Princesas!

 

Todos as criaturas levantaram – se e o estalar de palmas se fez audível por todo o reino.

 

As Star agradeceram.

 

....

 

 Fim da guerra. E viva o sindicalismo.

Danem – se os pôneis.

 

....

 

Nos dias que se passaram, ouve uma intensa comemoração.

 

A trégua entre monstros e humanos estava formalizada.

Todos estavam dispostos a reestabelecer o reino, desde que houvesse uma votação formal para eleger um novo líder do sindicato dos unicórnios.

Fora os gritos acalorados, tudo estava correndo bem.

 

A presença das quatro princesas Star fora o bastante para tirar a rainha da cama.

 

Ela apresentara uma melhoria rápida. Quase milagrosa.

 

....

 

Ao redor da pequena fogueira, Marco, Ludo e as princesas conversavam. Elas logo partiriam de volta aos seus respectivos universos.

 

— Meninas, eu nem tenho como agradecer.

 

Todavia, elas já haviam pensado em algo.

Star#732 tomou a dianteira.

 

— Sabe, Marco, a gente andou conversando e, temos uma proposta pra você.

Ele expressou surpresa verdadeira com o anúncio

 

— Uau, sério? Tudo bem. Estou ouvindo.

— Nós sabemos que você não tem uma Star aqui e, se você quiser, uma de nós não se importaria em ficar. Ou você pode ir com uma de nós.

 O que achar melhor.

— Como é?

— Ué, eu não me importaria. O meu Marco namora a Jackie da minha dimensão. Ele nem lembra que eu existo.

— Pode crer – Complementou Star#257 – o meu Marco só quer passar o tempo dele com a Janna.

— E o meu, então – Argumentou Star#333 – Ele nem fez questão de voltar do universo da Hekapoo!

 

Ao lado, Star#525 deu de ombros.

 

— Anh, o meu mudou de sexo e namora o Tom.

E ainda ficou mais bonita do que eu, então.... Eu tô de boa.

Cansei de Marco Diaz, sem ofensas.

— Não me ofendi.

— Mas eu quero o telefone do baixinho com você.

 

Ludo quase engasgou com um dos marshmallows que estava comendo quando notou que Star#525 estava apontando pra ele.

— O meu?

— Isso aí. Acho pássaros sexys.

— Um momento – Interrompeu Marco – Não tem um Ludo no seu universo?

— Não que eu saiba.

 

 O pássaro olhou para Marco, parecendo um pug pedindo um pedaço de pão.

Era claro que ele queria alguma espécie de aprovação do rapaz.

 

— Por mim, fica à vontade. Pode até se mudar para o universo dela, se quiser.

Feliz, o pássaro se jogou nos braços da princesa, que parecia muito receptiva.

 

E voltando – se as demais, Marco agradeceu, mas negou a proposta, o mais polido que podia parecer, até porque não queria magoa – las.

Mas para ele, só havia uma Star em seu coração. E não era algo que pudesse substituir.

 

No fundo, elas entenderam.

 

No fim da noite, as três Star não perderam a oportunidade de roubar um beijo e uma passa de mão nas nádegas do rapaz, antes de irem embora.

 

Exceto Star#525. Sendo a última a ir embora, ela teve que esperar Ludo fazer as malas.

Os dois partiram para a dimensão dela, e há boatos que estão juntos até hoje.

E de fato, estão.

 

No dia seguinte, Marco não sabia exatamente o que deveria fazer com sua vida, agora que a guerra acabara, definitivamente.

 

....

 

Até ser abordado por uma das sodados unicórnio.

 

— Senhor, temos notícias, vindas de longe.

— Algo grave?

— Parece que Toffee tinha um plano B, caso tudo desse errado.

— Que seria?

 

Ela engoliu a seco, antes de prosseguir.

 

— Eclipsa, meu senhor. Ele a libertou. E ela está vindo.

— Que merda. Certo, então eu vou atrás dela.

Antes que pudesse sair do lugar, a pequena unicórnio se colocou na frente do rapaz.

— Espera! Eu quero ir com você.

 

Corada, ela retificou o comentário.

— Quero dizer, nós queremos ir com o senhor. A tropa.

É o nosso líder. Não o abandonaremos.

 

Marco olhou para a soldado. Sabia que era algo fora do protocolo, mas dei uma beijo na testa da pequena unicórnio.

 

 

— Tudo bem. Junte a tropa. E traga três limões, anticoncepcionais e um rifle.

Vamos caçar uma bruxa.

 

 

....

 

 

60 anos depois

 

 

Marco Diaz não se queixava da vida.

 

Passara a ser conhecido como o rei penitente.

Por que sempre era pego, perdido em pensamentos, olhando para os céus.

Só os mais íntimos, no entanto, sabiam o porquê.

Ele rezava para que a única Star – a Star de seu universo, que deu a vida pelo povo – estivesse aprovando suas decisões até ali.

Mal sabia ele que a princesa aprovava cada uma delas, enquanto o esperava no Valhalla.

Ao mesmo tempo, ela esperava ansiosamente que isto demorasse mais um pouco.

 

Ele tinha uma família feliz no mundo dos vivos.

 

No entanto, com o passar dos anos, e isso já depois de casado, outra Star entrou na vida de Marco.

 

....

 

Sentado na varanda, o rei fazia sua prece antes de retirar para a cama.

Mas sua filha lhe tomou a atenção.

 

— Oi, Star.

— Oi, papai. Preciso de sua ajuda.

— Diga.

— A Full Moon quer que o avô dela a coloque para dormir.

Ela se recusa a se deitar sem ouvir uma das suas histórias.

 

Segurando sua bengala, ele a acompanhou rumo ao quarto da menina.

 

 

....

 

 

 

O que ainda pode ser dito?

O trabalho de um herói nunca acaba.

 

 


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