O Primo perdido escrita por Paula Mello


Capítulo 16
Os Macmillans




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Não se passaram nem dez minutos depois que Hydra chegou e Narcisa bateu na porta do seu quarto.

— Está tudo bem? – Perguntou ela para Hydra que fingia estar lendo na cama.

— Sim, tudo bem.

— Uma pena que não quis nos acompanhar, foi uma festa maravilhosa, tanta gente importante, uma pena que você não foi...

— É... – Disse Hydra segurando a risada – Uma grande pena.

Passado uma semana das férias, Peter já estava impaciente esperando por uma visita, então Hydra decidiu falar com seus pais em uma tarde enquanto estavam na sala da estar.

Ela entrou na enorme sala decorada com poltronas de veludo verde escuro e viu seu pai sentado de costas para a porta, com Narcisa a sua frente.

— Posso falar com vocês? – Perguntou Hydra sentando em uma poltrona entre os dois.

— Claro!– Disse Narcisa sorrindo.

— Eu queria permissão para visitar a casa do Peter. – Hydra decidiu ir direto ao assunto.

— E Peter é? – O tom de Lúcio era sempre frio e desgostoso.

— Peter Macmillan. – Respondeu Hydra e Lúcio franziu a testa.

— Quando?

— Ele queria que eu fosse jantar lá amanhã, os pais deles convidaram vocês também, mas acho  que vocês preferem que eu vá sozinha, né? – Completou, com medo de que aceitassem. Lúcio pareceu pensar por um tempo e depois respondeu.

— Tudo bem, desde que seja na casa de um sangue-puro, você pode ir... – Disse Lúcio friamente e Hydra tentou não demonstrar contentamento.

— Ok, obrigada! – Se retirou rapidamente, Narcisa assistia a tudo calada, sabia que Lúcio quem iria dar a resposta final.

Hydra mandou uma coruja para Peter confirmando o encontro da noite seguinte, estava com muita saudades de vê-lo, apesar de estarem separados por apenas uma semana, até que aquelas férias estavam melhor do que imaginava já que sairia pela segunda vez de casa.

Peter respondeu sua coruja parecendo muito feliz com a resposta, Hydra separou uma linda veste preta e azul de lã acetinada e a gola imitando pelos para usar, estava nervosa de conhecer os pais de Peter, afinal, será que a visita seria tão agradável quanto a da Toca?

No dia seguinte, chegou a casa de Peter por Flu um pouco antes do jantar.

— Você está levando um presente para os pais dele? – Perguntou Narcisa, que estava mais animada do que Hydra imaginaria com a visita.

— Sim, mamãe...

— E já sabe que deve se comportar da melhor maneira possível? Como uma Malfoy?

— Sim, mamãe...

— E já...

— Mãe...

— Ok, ok...

Hydra viajou por até uma sala ampla e clara, com um sofá e duas poltronas bege e na parede, alguns quadros que se mexiam cochichavam curiosos, acima da lareira algumas taças com um brasão em M e nas janelas, cortinas vermelhas escuras, parecia uma casa elegante e até mesmo luxuosa, não tanto quanto a dela, mas ainda assim, muito bonita, estava vazia quando chegou, mas logo Jeniffer apareceu.

— Ai meu Deus, você chegou! – Disse ela surpresa cumprimentando Hydra – Senta aqui. – Ela tirou Hydra da lareira e a levou até o sofá – Eu vou chamar o Peter e meus pais, acho que nos distraímos e não percebemos que já estava na hora...

— Oi Hydra! - Abbas Shafiq entrava na sala com um copo de cerveja amanteigada e se sentou ao lado de Hydra – Jeniffer me convidou também, prazer em vê-la.

— Prazer Abbas, vocês estão sérios então? – Perguntou ela, sorrindo e os dois coraram e responderam que sim.

— Vou chamar o Peter. – Jeniffer se retirou por uma das portas de madeira da sala – Abbas e Hydra ficaram sem graça sozinhos na sala sem saber exatamente o que dizer.

— Então, como vai seu pai? – Perguntou Hydra.

— Bem, perguntou pelo Lúcio um dia desses...

Eles não precisaram esperar muito tempo, Peter chegou logo depois acompanhado de Jeniffer, ele estava ainda mais bonito do que o normal usando uma veste azul marinho de tecido grosso, o coração de Hydra bateu forte ao vê-lo.

— Hydra... – Ele sorriu e se sentou ao lado dela no sofá dando um beijo em sua boca e deixando Abbas e Jeniffer desconfortáveis.

— Peter, sua irmã... – Disse Hydra se afastando um pouco depois.

— Não se importem comigo... – Brincou Jeniffer.

— Meus pais já estão vindo- Disse Peter –, eu estou tão feliz que você veio, estava achando que não poderia vir, ou que não queria...

— Meu pai estranhamente deixou e é claro que eu queria vir, por quê eu não iria querer?  – Sorriu Hydra, era tão bom estar perto de Peter novamente, mais do que ela imaginava, especialmente quando ele sorriu de volta.

— Papai e mamãe estão ansiosos em te ver. – Disse Jeniffer.

— Vejo que você está usando o anel que eu te dei, gostou? – Perguntou Peter, pegando na mão de Hydra.

— Sim, na verdade é maravilhoso, até mamãe gostou muito, você tem certeza que seus pais não se importam de você me dá uma herança de família?

— Bom, tecnicamente é da sua família também. – Disse Peter rindo – E não, eles não se importam.

A porta de madeira abriu logo depois e por ela passaram um casal de bruxos, a mulher era alta de cabelos loiros como os de Jeniffer e Peter e olhos verdes, tinha uma elegância mais simples que a de Narcisa, porém admirável, achava Hydra. O homem era um homem ainda mais alto (da altura de Peter) de cabelo grisalho e olhos azuis como os de Peter, era muito bonito apesar de muito mais velho que Hydra e também tinha um porte elegante, os dois sorriram ao ver a menina que levantou do sofá com Peter e vieram a cumprimentar.

— Então você é a tão famosa Hydra Malfoy. – Dizia a mulher sorridente a abraçando – É um prazer tão grande, sou Mezra Macmillan, Peter e Jeniffer falaram tanto de você que sinto que já lhe conheço.

— É um prazer também. – Disse Hydra, sem graça.

— É um grande prazer, sou Lance Macmillan.– Dizia o bruxo a cumprimentando – Sente-se, por favor. – Ele parecia muito simpático e seu sorriso parecia muito com o de Peter.

— Então, – Disse Mezra olhando sorridente para Hydra e Peter – vocês fazem um casal lindo, simplesmente lindo... – Hydra sentiu seu rosto corar fortemente.

— Muito obrigada, o Peter me contou como o senhor e a senhora são curandeiros, isso é tão interessante, acho uma profissão admirável! – Disse Hydra mudando de assunto.

— Sim, mais de vinte e cinco anos de serviço. – Sorriu Lance, orgulhoso em uma das poltronas do canto.

— Nos conhecemos em Hogwarts também, você sabe. – Disse Mezra que estava sentada na poltrona da outra ponta ao lado do sofá – Eu também era da Grifinória e o Lance da Corvinal.

— Sério? Que coincidência! – Disse Abbas espantado – Eu era da Sonserina, é uma ótima casa, apesar de algumas pessoas que dão mau nome para ela... – Ele completou e Hydra sorriu, nunca tinha conhecido uma pessoa da Sonserina que fosse tão agradável, talvez a casa não fosse tão ruim quanto ela imaginava, vai ver ela só não conhecia a casa direito e se deixou levar pelo que os outros falavam dela.

— Sim, a casa só ajuda o bruxo em suas ambições, ela não corrompe ou enaltece ninguém.– Disse Mezra sorridente.

— Peter me disse que você quer ser uma mestre em poções. – Perguntou Lance, de forma simpática, sorrindo, percebendo bem, o sorriso de Peter parecia um espelho do dele.

— Sim, é meu sonho.

— Muito bem, trabalhe para ele, é um ótimo objetivo, de pessoas inteligentes, com certeza. – Disse ele sorrindo.

— Nós temos preparadores de poções no St. Mungo's, é uma profissão muito respeitada. – Complementou Mezra.

— Sim, na verdade eu já pensei nessa possibilidade, de trabalhar no St. Mungo's, enquanto faço minhas pesquisas.

— Pesquisas? – Perguntou Lance curioso.

— Ela e o Professor Snape estão tentando inventar uma poção. – Respondeu Peter por ela, segurando em sua mão.

— É mesmo? Isso é muito, muito interessante, excelente! – Sorriu Lance – Eu na verdade pensei que iria seguir algum cargo no Ministério, com toda influência de seu pai e tudo mais.– Hydra tentou não parecer triste com a menção de Lúcio.

— O Ministro me ofereceu um estágio no departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas, mais especificamente na parte de preparo de poções de cura e reversão de danos por poção,  também é uma boa possibilidade, estou mantendo as opções abertas.

— Bonita e inteligente, você escolheu bem meu filho. – O sorriso de Mezra, assim como o de Peter parecia não sumir nunca, Hydra notou que ele era uma linda combinação dos melhores atributos de seus dois pais.

— Você deveria aceitar o estágio– Disse Abbas que tinha as mãos dadas com Jeniffer e estava sentado no mesmo sofá que Hydra –, você poderia crescer muito lá dentro e é um ótimo lugar para se trabalhar, acredite.

— Você trabalha no Departamento de Cooperação Internacional em Magia, não é? – Perguntou Hydra.

— Sim, comecei em um estágio de verão também, pode valer muito a pena.

— Bem, é uma coisa a se pensar, quem sabe no ano que vem... – Disse Hydra.

— Vamos deixar de falar de carreira um pouco e vamos para a sala de jantar? – Perguntou Mezra se levantando e todos a seguiram.

Hydra passou pela porta de madeira para uma linda sala de jantar decorada com velas flutuantes e uma árvore de Natal ainda armada, tinha uma grande mesa de madeira e poltronas com estofado estampado com flores bege. Depois de entregar o presente que levou para os pais de Peter (e eles agradecerem muito), ela se sentou ao lado de Peter, Jeniffer e Abbas a sua frente, o Sr. Macmillan na cabeceira e a Sra. Macmillan ao seu lado esquedo, ao lado de Jeniffer. Um delicioso jantar de carnes variadas, purê, saladas e suco de abóbora foi servido e o Sr. Macmillan contou algumas do St. Mungo's.

— Uma vez um homem tentou se transformar em uma Joaninha e não deu muito certo, o resultado foi assustador! – Dizia ele.

Hydra achou os pais de Peter iguais a ele, elegantes e simpáticos, a trataram com muito carinho e atenção, ela se sentia em casa, ou melhor em um lugar melhor, já que sua casa não era desse jeito.

Depois do jantar, eles foram novamente para a sala onde a Senhora Macmillan serviu chá para todos.

— Me conte mais sobre a Beauxbatons Hydra. – Disse a Senhora Macmillan enquanto todos tomavam seus chás – Peter me disse que você fez os três primeiros ano de educação lá.

— Sim, é uma escola maravilhosa, é sempre fresco o clima e tem uma linda vista da montanha, tem tantas fontes e tudo... eu amo Hogwarts, mas às vezes me faz falta. – Hydra tinha um olhar sonhador de sempre que falava de sua antiga escola.

— E por quê não completou sua educação lá? – Perguntou o Sr. Macmillan tomando um gole de chá.

— Meu pai era conselheiro de Hogwarts e alguns amigos começaram a se perguntar o porquê de eu não estar em Hogwarts, ele acabou achando melhor me transferir para acabar com o falatório.

— Mas por quê você não foi desde o começo para Hogwarts? – Lance fez a pergunta que Hydra mais temia, não queria falar de sua família conturbada para eles, mas não teve saída.

— Eu pedi para ir, meu pai e eu não no damos exatamente bem e eu quis ir para um lugar onde ninguém conhecesse meu sobrenome. – Disse Hydra olhando para o chão.

— Lúcio Malfoy não é a pessoa mais agradável de todas, realmente... – Disse o Sr. Macmillan simpático e Hydra sorriu.

— Não mesmo, mas de onde vocês se conhecem? – Perguntou Hydra curiosa.

— Alguns jantares de conhecidos em comum, algumas muitas doações que ele fez para o St. Mungo's, geralmente seguidas de uma cerimônia pomposa, eu já lhe vi lá algumas vezes, quando era criança, ao lado dele. – Disse ele

— Sinto muito por ele... – Todos riram quando Hydra disse isso, pelo visto a fama de Lúcio era realmente abrangente.

— Você lembra da Hydra criança? – Perguntou Jeniffer.

— Sim, a menininha loirinha ao lado de Lúcio, Narcisa e seu filho, claro que lembro. – Disse Lance, sorrindo simpaticamente para Hydra.

— Que mundo pequeno... – Disse Abbas.

— Eu lembro da Narcisa novinha em Hogwarts. – Disse a Sra. Macmillan tomando mais um gole de chá – Ela e sua irmã Bellatrix eram, bem... elas eram... – Ela parecia querer escolher bem as palavras – Pessoas difíceis de lidar, principalmente a Bellatrix e depois casou com rapaz Lestrange, era uma dupla que ninguém gostaria de se meter no caminho... – Sua expressão era de quem se lembrava de algo ruim.

Hydra lembrou de sua detestada tia Bellatrix, irmã de sua mãe que fora mandada para Azkaban quando Hydra tinha pouco mais de 3 anos, era uma grande apoiadora de Você-sabe-quem, ela não conseguia se lembrar dos momentos que teve com a tia, mas lembrava da sensação de nojo e desgosto que sentia em sua presença.

— Eu não lembro muito da tia Bellatrix, mas acho que é melhor assim. – Hydra sentia mais uma vez ficar vermelha. – Ela é uma pessoa abominável.

— Sim, ela machucou seriamente um casal de amigos nossos... – Disse a Sra. Macmillan com o olhar triste olhando para o Sr. Macmillan – Grandes aurores, um destino trágico que tiveram, eles e muitos outros amigos que nossos que lutaram contra Você-sabe-quem... eles estão no St.Mungo's até hoje, completamente foras de si... – A sala ficou em silêncio, parecia estranho falar de tudo isso e pior ainda para Hydra pensar que sua família estava envolvida diretamente com uma pessoa tão terrível.

— Eu sinto muito... – Hydra não aguentava mais ter que se sentir culpada ou pedir desculpas pelos atos de sua família, mas sempre parecia necessário.

— Não é culpa sua. – Sorriu o Sr. Macmillan – E vamos mudar de assunto, nada de conversas triste por hoje!

— Sim, me desculpe, não sei de onde surgiu. – Sorriu a Sra. Macmillan – Abbas, me conte mais sobre seu trabalho no Ministério.

O jovem rapaz de pele morena parecia feliz com a oportunidade de falar sobre o que fazia.

— Eu trabalho no departamento de Cooperação Internacional em Magia, é fascinante, lidamos com todo tipo de assunto internacional, viajo para muitos lugares, conheço pessoas de várias parte do mundo, é muito bom mesmo!– Abbas parecia realmente muito feliz consigo mesmo, mas não de uma forma metida ou "Percy da vida".

— Eu quero trabalhar como jornalista. – Comentou Jeniffer alegre segurando o braço de Abbas - Já estou de olho nas oportunidades de estágio de verão no profeta diário, seria um sonho!

— Achei que ia querer ser curandeira que nem seus pais. – Comentou Hydra.

— Não, deixo a opção de seguir os passos da nossa família para o Peter , ele é a estrela da família. – Disse brincando e encarando Peter que ficou sério.

— Não estou querendo seguir os passos da família, é um sonho meu... – Ele parecia zangado olhando para a irmã que ria.

— Eu sei, eu sei seu chatinho... – Disse Jeniffer.

— E eu não sou a estrela da família! – Completou Peter.

— A, isso é sim, mamãe, papai, até meus tios só faltam babar em cima do Peter! – Disse Jeniffer, que estranhamente, não parecia ter ressentimentos ao falar sobre isso.

— Nada disso, Jeniffer, amamos os dois igualmente e os dois nos dão orgulho! – Afirmou a Sra. Macmillan um pouco nervosa.

— Claro, claro... – Brincou Jeniffer.

A noite seguiu agradável e cheia de conversas, os pais de Peter realmente pareciam felizes por ele e trataram Hydra da melhor forma possível.

— Hydra, vem, quero te mostrar o resto da casa. – Disse Peter, segurando ela pela mão.

Jeniffer e Abbas tinham a muito sumido para o jardim e o Sr.e Sra. Macmillan ajeitavam a cozinha.

Primeiro, Peter mostrou o segundo andar da casa, um grande corredor, com vários quartos, o quarto de Peter era bonito, tinha uma cama de casa, um quarto aonde ficava seu closet e pôsteres da Corvinal, Hydra notou que ao lado de sua cama, tinha uma foto dos dois juntos, se beijando e depois acenando.

Depois de conhecer o quarto de Peter, os dois desceram e andaram pelo jardim, era grande e aconchegante, cheio das mais diversas flores e plantas mágicas.

— Esse é Hérus, minha coruja. – Disse Peter, mostrando uma linda coruja marrom com listras e pintas brancas, que reagia com felicidade e carinho ao carinho de Peter.

— Ele já visitou a minha casa algumas vezes. – Disse Hydra, reconhecendo a coruja que sempre levava as cartas de Peter para ela.

— Eu sei, ele ama quando a sua coruja vem por aqui, sempre abre espaço para ela. – Disse Peter.

— Ela também gosta dele, talvez sejam um casal também... - Disse Hydra rindo - Então, aqui que você cresceu? – Perguntou Hydra, observando a casa, branca, grande e com muitas janelas.

— Sim, nasci e cresci, meus pais se mudaram para cá logo depois de se casarem e nunca saíram, daqui, dizem que é a casa dos sonhos deles.

— Eu entendo, eu nasci e cresci na mansão dos Malfoy, mas ela está na família desde o começo dos Malfoys praticamente, eu acho, Deus me livre de morar naquele lugar depois de casar... – Brincou Hydra.

— É tão ruim assim? – Perguntou Peter, olhando com um olhar de carinho e curiosidade, segurando as suas mãos.

— É horrível, não o lugar em si, é mais quem mora ali, eu realmente não gosto de estar lá, minha família não é como a sua, Peter... seus pais por exemplo, parecem tão maravilhosos...

— Eles tem seus defeitos, eles trabalharam muito e nos deixaram muito sozinhos, mas são bons pais, com certeza. – Disse Peter.

— Acho que eu preferia mil vezes que meus pais me deixassem sozinha...

Hydra e Peter passearam pelo jardim, aonde encontraram Jeniffer e Abbas em uma situação bastante constrangedora (para Peter). Era bom, Peter nunca a pressionava a falar sobre sua família quando via que ela não queria. Depois, os dois pararam em um banco e ficaram namorando por algumas horas, até Hydra ter que voltar para casa.

— Te vejo na volta. – Disse Peter, a beijando e se despedindo de Hydra na lareira.

— Te vejo na volta.

Narcisa esperava ansiosa por Hydra, quando ela retornou,

— Como é a casa deles? – Perguntava ela, sentada na ponta de sua cama, enquanto Hydra trocava de roupa no closet.

— Bonita, grande, luxuosa, bem arrumada, acho que você iria aprovar. – Disse Hydra.

— Luxuosa como a nossa? – Perguntou Narcisa.

— Não, mãe, nem todo mundo é exagerado como vocês.

— Ter bom gosto não é exagero, Hydra... – A voz de Narcisa tomara um tom mais sério e irritado.

— Pavões no jardim, mãe?

— Ok, talvez os pavões sejam um certo exagero, mas seu pai gosta deles e você também sempre gostou, até colocou nomes pra eles e tudo, brincava com eles sempre... eos pais deles? Eu acho que lembro dos Macmillans.

—  Eu sei, eu amo aqueles pavõe. Quanto aos pais dele, eles lembram de você e do papai, eles estudaram com você.

— Sim, verdade, a mãe dele era da Grifinória eu acho, bem... toda família tem seus defeitos, eu acho.

— Ser da Grifinória é um defeito? – Perguntava Hydra, ainda dentro do closet, gritando para a mãe ouvir.

— Não vamos começar com isso de novo, Hydra, vamos? – Perguntou Narcisa.

— Não mamãe... – Hydra saiu do closet, já vestida para dormir, Narcisa continuava sentada na ponta da sua cama.

— Que bom que você esteja andando com sangues-puro como você.

— Eu ainda ando com meio sangues, nascidos trouxas, ou qualquer outra pessoa que me agrade, mãe. – Disse Hydra, deitando em sua cama.

— Eu creio que um dia você entenda o que falamos quando afirmamos que sangues-puro são superiores aos outros... – Disse Narcisa, olhando séria para a filha.

— Nunca mãe, não da para entender preconceitos sem fundamentos...

Nos dia seguinte, como de volta de um sonho, Hydra teve que encarar novamente o mau humor de seu pai e o tédio de sua casa.

— Você vai ficar estudando o tempo todo? – Perguntou Draco, entrando no quarto de Hydra em um dos últimos dias de férias.

— Sim, eu tenho os N.O.M.s esse ano, você se esqueceu? – Disse Hydra, sem tirar os olhos do livro de plantas e poções que lia e fazendo anotações em um pergaminho que agora já passava de cinco metros.

— E precisa de tudo isso? – Perguntou Draco.

— Se eu quiser conseguir um bom emprego e sair dessa casa, sim...

Draco como sempre, se ofendia e irritava quando Hydra falava sobre sair de casa ou como não gostava do local, então, sem falar nada, apenas saiu do quarto, mal humorado.


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