Percy estava feliz que Gabe fedido tinha saído, e ele podia ficar só com a mãe em casa. Ela o repreendia quando ele chamava Gabe de ‘Gabe fedido’, mas nunca parecia zangada de verdade. Devia ser porque Gabe era mesmo fedido.

No momento, Percy acabava de terminar um presente para a mãe.

— Mamãe – ele disse, puxando de leve a barra da saia dela e estendendo o desenho quando ela olhou para baixo.

— Ah, já acabou? – sua mãe perguntou, sorrindo e deixando de lado a panela com o almoço para pegá-lo no colo, sentando-os à mesa da cozinha, onde ele estivera pintando.

— Os peixes vieram dizer 'feliz dia das mães'! – Percy explicou abrindo os braços, orgulhoso.

O sorriso de sua mão aumentou.

— Olha só que lindo! – Ela beijou a bochecha dele - São os peixes que você viu no passeio de barco da escola?

— Sim.

— Eram tantos assim? – ela perguntou para dar-lhe a alegria de contar mais uma vez a história e também porque era uma história que ela gostava de ouvir.

— Siiim! Eu me encostei no muro do barco, aí de repente vi um peixe me olhando, eu acenei pra ele e disse ‘oi, peixe’, aí começou a aparecer um monte de peixe e todos ficaram me olhando e se sacudindo na água! – contou Percy, empolgado. – Você acha que eles estavam dizendo ‘oi’ de volta?

— Tenho certeza que sim! E isso me faz lembrar de uma coisa.

Ela levantou, deixando-o na cadeira, foi até o armário e voltou com a lata de biscoitos.

— Eu fiz com a nossa nova forma de biscoitos – ela disse, tirando a tampa e mostrando a ele.

— Biscoitos de peixe azul! – Percy exclamou.

— Você pode comer um antes do almoço – ela completou.

— Dois! – Ele retrucou, levantando na verdade três dedos.

— Tudo bem. Dois— Sally cedeu com uma risadinha, levantando dois dedos para corrigir Percy.

— Amo você, mamãe – disse ele, sorrindo com a boca cheia depois de tirar um pedaço de cada biscoito.

Sally deu um sorriso terno e abaixou-se para dar outro beijo na bochecha dele e bagunçar um pouco mais seus cabelos.

— Eu também amo você, querido.