Quietude escrita por Sarah


Capítulo 8
Capítulo 08




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O seu escudo não estava disponível, mas, surpreendentemente, a porta do cofre funcionou bastante bem como proteção quando os tiros começaram a soar. Páginas de livros estouraram às suas costas, alvejadas, lançando pedacinhos de papel para todos os lados. Vendo uma brecha, Steve empurrou a escrivaninha em direção aos agentes.

A arma de um deles caiu no chão, e o Capitão o domou com um mata-leão ao mesmo tempo em que um vulto se aproximou pela sua direita. Steve mal teve tempo de dar um passo atraz quando o cacetete passou zunindo por sua orelha, errando por pouco. Segurou o braço do homem que o brandia, torcendo até ouvir o estalo do osso se quebrando.

Desvencilhou-se do agente quando ele começou a gritar, virando-se para encarar o terceiro homem, mas a Viúva Negra já estava ocupada com ele. Steve a viu acertar um chute sobre as costelas, e então roubar a arma de suas mãos com um intrincado movimento de braços. Em três segundos o homem ofegava contra o aperto dela, a pistola apontada para suas têmporas. Natasha intensificou o agarre antes de dar um golpe em sua nuca, forte o suficiente para que ele despencasse no chão, completamente desacordado.

Erguendo-se como o gesto não tivesse demandando nenhum esforço, ela passou por Steve em direção ao cara caído no chão, que gemia segurando o braço faturado. O barulho de uma arma de choque zuniu, e o agente também tombou.

— Isso não foi muito gentil.

Natasha lhe lançou um olhar gelado. Por um instante Steve temeu ser o próximo a sofrer um nocaute.

— Sim, deixá-lo agonizando com o braço quebrado em três lugares era muita gentileza — ela disse com acidez. — O que você está fazendo aqui? Não disse que ia dar um tempo?

— Clint ligou — esclareceu. — Falou que você estava em apuros.

A Viúva Negra revirou os olhos. Contornou os agentes caídos e foi até o cofre cuja porta Steve tinha usado de escudo.

— Clint estava sendo super protetor, não devia ter envolvido você. Eu tinha tudo sob controle — ela falou, remexendo o conteúdo guardado ali até retirar um envelope com o símbolo das indústrias Starks. Steve decidiu que não queria saber do que se tratava aquilo; em vez disso, ergueu uma sobrancelha.

— Estavam esperando você lá fora. Cinco caras no corredor, doze deles no caminho até os jardins.

— Quatorze deles — Natasha corrigiu. — Dois estavam muito distraídos um com o outro se pegando no banheiro, e eu os tranquei lá. Talvez ainda nem tenham percebido o fato. O resto enfrentaria uma suave explosão — ela disse, mostrando um detonador preso em seu braço esquerdo. — Viu? Tudo sob controle.

O Capitão sentiu-se murchar.

— Você podia apenas agradecer.

— E então qual seria a graça? — ela questionou, alcançando a porta do gabinete. — Mas posso pagar um cachorro-quente para você na volta para casa — ofereceu com um sorriso.

Steve suspirou, aceitando que aquilo era o melhor que teria.

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— Imagino que o Stark não esteja mais em tão bons termos com o governo, para você estar roubando documentos do escritório de um senador — Steve comentou enquanto colocava ketchup no seu cachorro-quente.

Natasha sorriu de lado, sacudindo levemente os ombros.

— Podemos dizer que aquilo foi uma anulação de contrato — ela disse com simplicidade. — Ele ainda não tinha conseguido decodificar o código da pen-drive, mas estava tentatando conseguir informações sobre Wakanda e sobre os brinquedinhos que o Tony tem trocado com o T’Challa.

Steve assobiou, impressionado.

— Cara ambicioso.

— Mais alto o voo, maior a queda. Mas você está interessado demais para quem estava dando um tempo. Se quiser mesmo ter paz não devia ter se envolvido, Capitão.

O Capitão bufou.

— Eu falei que o Clint ligou. Como eu poderia ignorar quando ele disse que você estava enrascada?

Típico — Natasha sussurou, um pouco de molho no canto da sua boca. — E tudo bem deixar Bucky sozinho de noite para vir me resgatar?

— Ele não é uma criança, Nat. E os pesadelos estão melhorando...

— Vocês estão se virando bem?

O Capitão sorriu com a pergunta.

— Tem sido bom. É claro que nem tudo é fácil para o Bucky, ele passou muito tempo não sendo ele mesmo, e é um mundo diferente. Mas estar com ele faz parecer um pouco como se eu estivesse no Brooklyn, antes da guerra. As coisas parecem no lugar certo.

Uma banda do cachorro-quente que Natasha segurava ameaçava cair no chão, mas ela sequer notou. Em vez disso, a Viúva Negra o encarava com um olhar intenso, que sempre fazia Steve ter a sensação de que estava prestes a ser devorado.

— Todo o tempo que eu passei tentando armar encontros para você... Eu estava procurando gente do lado errado, não estava?

Steve quase se engasgou, corando tão profundamente que sentiu suas bochechas pinicarem.

— Você está entendendo errado, Nat — se apressou em dizer. — Eu e Bucky não estamos juntos assim.

— Não? — ela questionou com um tom de incredulidade. — Talvez devessem estar, não acha? 

Não existia resposta certa para aquela pergunta, Natasha já tinha enredado-o em sua teia, então Steve apenas enfiou um pedaço grande demais de cachorro-quente na boca, decidindo que nunca mais atenderia as ligações de Clint.  


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