Toda A Neve Do Mundo escrita por EU54


Capítulo 1
Eu gostaria de andar em sua mente


Notas iniciais do capítulo

Olá, o capítulo sofreu fortes influências da música "I'd Like To Walk Around In Your Mind" da Vashti Bunyan, não é obrigatório ouvi-la, contudo, ajuda a entrar na ideia que apresenta.



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"São tantas milhas, e por tanto tempo, desde que eu conheci você.
Nem sei o que vou encontrar quando eu chegar até ti.
Mas de repente, agora, eu sei a onde eu pertenço."

— Tradução da música "Train Song" de Vashti Bunyan

 



Haviam canções que ecoavam por toda a cidade, mesmo que naquela época Londres ainda tivesse noites escuras e ruas cobertas de pedregulhos, quando a pequena Ruby nasceu, fogos de artifício estouravam do lado de fora do edifício. Diante daquilo, foi recolhida para uma área calma da Inglaterra e coberta de plantações. Wiltshire passou a ser seu pequeno paraíso, onde podia ler de tudo e andar de bicicleta, por vezes, assistia filmes em salas escondidas nos pequenos becos com outras crianças, onde rodavam um ou dois rolos de fitas arranhadas, esquecendo-se de seus títulos, mas com cenas que ficavam marcadas para sempre em suas cabeças. Ruby se divertia e raras vezes havia motivos para se entristecer, por mais que, algumas vezes ela caísse de joelhos no chão, como qualquer outra criança comum.

No dia em que outro ano começou, ela completou doze anos de idade, e ganhou seu primeiro cachorro. Como Dorothy tinha Totó, ela tinha Ambrósio. As outras crianças riam dos nomes que ela escolhia para animais, entretanto, pouco se importava, já que com o passar dos tempos, seus amigos já não eram mais os mesmos que antes, sempre num terrível ciclo de conhecer pessoas novas. Com o pesar de seus dezesseis anos, divindo o bolo de aniversário com mais explosões festivas, viu-se distante de si mesma e do local onde morava, pela primeira vez na sua vida, algo incomodava-lhe e não sabia explicar. Sua mãe tentou entender o sorriso caído durante a madrugada que comemoravam, já sua avó, disse que para ela, a juventude tomou lugar da infância. “Na cidade sempre é mais rápido”, dizia para sua neta, “se acostume, hoje você se torna outra pessoa”.

Mesmo tendo indo dormir tarde, Ruby acordou cedo, mais cedo do que o habitual. O sol ainda nascia quando abriu o primeiro olho. Sentou-se na janela de madeira e balançou as pernas, assistindo o céu que parecia tão amarelado, mesmo tendo consciência que não era verdade. Quando o espetáculo matutino pareceu terminar, correu para o banheiro e tentou deixar seu rosto apresentável. Era difícil, seus longos cabelos castanhos já não eram tão domesticáveis, havia sempre alguns fios que se eriçavam. Tirou o pó dos olhos redondos e lavou seu rosto, ainda conservava a face infantil que sempre teve, inocente. Muitos dos que via nas salas de aula já não tinham a sua mesma expressão, que progrediam com traços rubros e criados com o passar o passar do tempo. Ruby não contava os anos com cicatrizes, e mantinha-se grata por isso.

Colocando os sapatos junto da soleira, se preparando para sair, o cachorro resolveu segui-la. Toda manhã era assim, ele caminhava junto dela, do lado da bicicleta. Ela considerava-o o mais fofo do mundo, preto e branco, porte médio – passou do tempo que cabia em sua cestinha – e com várias pintinhas pelo corpo, e por vezes, manchas que tomavam um espaço gigantesco, apesar de suas orelhas marrons, mas em dias como esse, ela queria passear sozinha com seus próprios pensamentos. Tentou argumentar, e o cão não entendia nenhuma de suas palavras. Com ele seguindo-a, sentiu a brisa da manhã ensolarada encher seus pulmões, caminhou para a casinha de madeira montada no jardim e subiu em sua bicicleta amarela. Olhou para Ambrósio, e então, pedalou devagar para que pudesse acompanhá-la.

— Ah, como eu gostaria de saber quais são seus pensamentos! – A impressão que tinha era que andava dizendo muito isso todos os dias, para tudo e todos. – Talvez pudesse entender se me acompanha por diversão ou para pensar em coisas que eu não seria capaz, vivemos muitos tempos juntos fazendo quase as mesmas coisas, não? Não há muito que separe você de mim. Nossos pensamentos… se diferem?

O cão continuou quieto. Logo, cercas e pássaros tomaram sua visão, pedras já decoradas mentalmente. Lá longe, via árvores abastecerem pomares. Perto, campos e flores, alguns abarrotados de terra, outros de grama. O vento ia e vinha. Enquanto a roda se enlameava, caia em sua cabeça, um resquício do amor que sentia por essas estradas. Questionava-se como por um segundo, esteve triste e duvidou se deveria estar ali. Juventude, para ela tornou-se uma palavra odiável.

Desviou seu caminho para a cidade, já não tinha o risco de sujar os pés e viu o leiteiro encerrar seu trabalho. As casas já brotavam e logo, com algumas pedaladas extras, foi se apoderando do centro. Haviam sorveterias, lanchonetes e lojas de porcelanas abertas, recebiam seus primeiros visitantes, os trabalhadores cansados. No fim da rua, podia ver os trens e homens sonolentos entrando, partindo e próximo das seis horas da tarde, voltando para suas casas. Era o seu lugar favorito, mesmo que passasse horas brincando isolada, por ali que encontrava vida. Gostava de pessoas, eram sempre tão gentis com ela. Encarou a porta da biblioteca, fechada. Comprou uma casca pequena com uma bola de sorvete e se sentou na calçada, lambendo-o, recebendo olhar de desaprovação do cachorro que sentava do seu lado.

— Ambrósio, por favor, deixe isso entre nós dois. Minha mãe brigaria comigo se soubesse que estou comendo sorvete uma hora dessas. – Novamente, ele era incapaz de responder.

Quando deu a última mordida na casca, e a massa derretida e rosa escorria ao longo dos seus dedos, viu a bibliotecária se aproximar. A mesma mulher que tinha sido confiada a chave. Ruby viu-a girar e então, aguardou alguns instantes, pegou a bicicleta pelo guidão e empurrou-a para lá, seu animal esperou-a do lado de fora, guardando o pequeno meio de transporte. As duas gigantescas portas de madeira e levemente esburacadas, esperavam abertas pelos leitores, e ela era a mais fiel.

— Bom dia e feliz aniversário! – A bibliotecária cumprimentou-a se levantando, era baixinha, mesmo com suas botas com plataforma, enquanto Ruby devia ser a mais alta entre as garotas que conhecia.

— Você se lembrou!

— Claro que me lembrei, como poderia esquecer?! – Um leve sorriso abriu caminho entre as duas. – O que veio pegar hoje?

— Não sei, estive pensando em “A história Maravilhosa de Peter Schlemihl”, faz muito tempo que li esse, gostaria de reler – disse mexendo no bolso da calça e pegando o cartão para emprestar o livro –, acho que não entendi muito bem da primeira vez.

— Interessada na história do homem sem sombra? Acho que vai ter que esperar. Preciso que leia outra coisa agora.

— Como o… – Mal teve tempo de encerrar sua frase, e em cima do balcão, residia um pacote de presente.

— Nunca esqueço!

— Paige, muito obrigada, nem sei como agradecer! – Se esqueceu dos bons modos e rasgou violentamente o papel que o embrulhava, logo tendo em mãos, um exemplar de “O Estranho Misterioso” de Mark Twain. – Não sei se posso aceitar, pois…

— Não é um exemplar da biblioteca, comprei um novo – soltou uma breve risada –, estava lendo muitas histórias dele, não? Nós não temos esse, e achei que gostaria de ler. Espero que tenha feito uma boa escolha.

— Foi uma escolha espetacular!

Passou os dedos pela capa original, ficou maravilhada com aquele pequeno presente, e então, o mundo pareceu ganhar forças novamente. Agradeceu mais uma vez e se despediu, correu para sua bicicleta, não mais protegida, já que seu cachorro perseguia alguns pequenos insetos que giravam em círculos ao seu redor. Ambos voltaram de onde vieram, recebendo alguns acenos pelo caminho.

Leu o livro em um dia só, em casa, empoleirada no galho de árvores, embaixo delas e sentada em gigantescas pedras pelo caminho. Caminhava com a história, isso sempre a divertiu. Mas tinha algo em relação a aquela história que a incomodava. De algum modo, trazia os pensamentos que teve aquela madrugada. O estranho misterioso sendo narrado por Mark Twain, faziam-na colocar em palavras seus pensamentos. Balbuciando. O mundo trazia-lhe uma perspectiva estranha, e percorrer os mesmos caminho todo o dia já não demonstravam prazer, e sim uma gaiola, onde ela cantaria em alto e bom som para seus donos, até definhar. Não sabia a quem pertencia, contudo, sabia que se não cantasse, seria descartada como os outros pássaros. Ruby se sentia um pássaro preso. Não diante o céu azul, e sim, um falso teto. Muitas coisas passavam por sua cabeça, só que, todas metafóricas, e todas com pouco sentido.

O chão em que pisava, agora parecia profano. Algo havia sido seriamente quebrado em seu crânio. Não por causa do livro, mas por um instante, com a juventude, as palavras que antes a divertiam, agora aparentavam ter um duplo sentido, e veio a ter sua descoberta por essa leitura. Lembrava-se de “A Metamorfose”, Franz Kafka teria narrado uma história não de fantasia, mas de extrema tortura mental? O que havia acontecido com os soldados de histórias de guerras que tanto emprestava na biblioteca? Peter Schlemihl não havia perdido exatamente sua sombra? Agora, o mundo estava rodeado de duplos sentidos, histórias infantis e contos de fada que ela tanto lia, nesse momento pareciam mais ácidos do que o comum. Algo não havia quebrado em sua cabeça. Algo havia sido ligado, amedrontando–a com coisas que nunca percebeu antes.

Estava necessitada de falar com a senhorita Paige, só ela poderia dar-lhe uma explicação convincente. Pedalando, mais rápido do que o habitual – que provocou latidos atrás dela – olhava para a natureza a sua volta. Soava diferente. Tão comum, como se cansasse-a, teve o ímpeto de querer cortar tudo o que florescia, construir fortes altos, deitar-se neles e cobrar pela entrada. Queria que tudo a pertencesse. Flores serviriam melhores em vasos. Árvores serviriam melhores como lenha. Grama serviria melhor como uma falsa, e acima da verdadeira, concreto. Quando notou que sua imaginação seguia por caminhos monstruosos, parou. Obrigou-se a não pensar.

Desceu da bicicleta na frente da biblioteca e seu cão veio correndo ofegante atrás, ofendido pela velocidade descomunal que ela seguiu para o centro. Ele como costume, esperou-a do lado de fora. Já a garota, cruzou a entrada em direção ao balcão.

— Senhorita Paige! Senhorita Paige!

— Mais baixo menina, estamos em uma biblioteca. O que te traz aqui novamente em um mesmo dia?

— Só queria perguntar… – Deu-se conta que não tinha ideia do que perguntar, uma dúvida latejava em sua mente, entretanto, não sabia qual.

— Ah, Ruby! Tanta correria e nem parou para pensar em sua pergunta?

— Qual o sentido?

— Sentido? Do que exatamente?

— De tudo! Da vida! Da morte! Estou tão confusa, comecei a reparar em coisas que nunca notei antes, parece que o tempo todo queriam me contar algo, mas nunca ouvi e…

— Se acalme menina, peço que fale mais baixo novamente.

— Achei que só você pudesse me explicar, já leu mais do que eu li, algum dos seus livros devem falar alguma coisa, não? — Paige nunca pareceu tão cansada e abismada, refletindo silenciosamente.

— Por que uma mudança tão repentina assim? Nunca te vi em um estado de histeria!

— Por favor, me diga!

— Vou ser sincera com você, ninguém sabe – suspirou –, alguns podem dizer que sabem, mas no fim, não temos muita certeza. Essa pergunta é tão antiga quanto a humanidade.

— No fim, então não sabe me responder?

— Não, eu não sei. Contudo, Ruby, o sentido da vida pode ser criado, os livros são o meu sentido, não há necessidade de uma só verdade. Talvez todas as nossas pequenas experiências resultem em algo maior. Um elefante, por exemplo.

Saiu de lá, não tinha tido uma resposta favorável. Se despediu educadamente e desculpou-se, ainda assim, tinha sua pequena perturbação mental. Um elefante? Ora, que ideia mais tola. Partiu veloz novamente, com Ambrósio a perseguindo, quase desistindo.

Chegou em casa, subiu correndo para o quarto de sua avó. Ela, que quase nunca se levantava da cama, passava o dia lendo jornais antigos, lembrando de quando seu avô estava vivo. Preocupava-se em andar apenas quando tinham um momento festivo, ou, uma visita realmente inesperada. Quando abriu a porta, ela largou o velho jornal que tinha em mãos e deu atenção a sua neta.

— Olá! Bem-vinda!

— Oi, vó! Vim te perguntar uma coisa…

— Diga, terei o maior prazer em te responder. – O seu olhar era afável, contudo, quando observado muito de perto, ela tinha quase a certeza de ver uma fina lágrima se desvencilharia do fundo, forçando-se a cair.

— Ontem… quero dizer, hoje… disse que a juventude tinha dado um fim a minha infância, que eu era uma pessoa nova, certo? O que quis dizer com isso?

— Minha querida, todos nós um dia, vamos acordar e descobrir que estamos diferentes. Todos nós. Quando avista seu passado e compara com o dia de hoje, nota que suas ações tomaram diversos sentidos, aprendeu mais e nada continua como antes. Chega o momento que alguns temem, onde temos que crescer.

— Qual o… — quase completou dizendo “sentido”, mas não conseguiu, fez outra pergunta – e se eu não quiser ser outra pessoa? E se eu quiser ser quem eu era antes?

— Não se agarre ao passado, tudo o que se foi, perdeu-se, como os antigos minutos no relógio. A única coisa que sobra do ontem, deve ser o hoje e o amanhã.

— Não quero deixar o passado para…

— Já ouvi essas palavras antes, você me lembra um bocado o seu avô – estremeceu ao ouvir isso, já que ele era pouco citado em suas conversas, só sabia que um dia tinha ido embora e nunca mais voltado, morrido longe, como seu pai –, ele duvidava de tudo, nenhuma resposta nunca era o suficiente. Queria saber como ajudá-lo, mas sempre parecia estar perdido no mundo dele. Foi difícil, um dia acordou, e descobriu que estava mais velho, nada fazia pleno sentido em sua cabeça. Então, decidido a achar respostas, pegou um trem e foi para longe de mim e da sua mãe. Não ache que digo que tu me lembraste ele por ofensa, querida. Mas quando olho nos seus olhos, vejo sonhos e dúvidas que seu avô mantinha.

— Vovó, para onde ele foi?

— Não sei muito bem, ele estava disposto a achar respostas – desta vez, parecia escolher muito bem as palavras que usaria – e só então, no meio da madrugada, quando nenhum trem mais estava na estação, ele partiu. Um trem especial, do tipo que leva… fantasmas. Só aparece quando precisam de ti do outro lado.

— Que outro lado?

— Não poderia te dizer muito bem, ele foi para outro lugar de onde não pode mais voltar.

— Ele achou as respostas que precisava?

— Espero que sim, agora vá brincar lá fora, não deveria estar com a cabeça tão lotada desse tipo de assunto na sua idade. — Quando se retirava, a avó chamou-a por uma última vez.— Ruby, lembre–se sempre, continue andando. Ande e jamais congelará.

Por mais que tentasse seguir os conselhos recebidos, não conseguia brincar como antes. Pedalava insone. Sentava-se na grama e folheava o seu livro. O cão estranhava o comportamento de sua dona, se distraindo para perseguir borboletas. Não voltou para o centro, agora permitia-se apreciar o que era palpável. Texturas. Visões. Sentia-se sonhando acordada. Viver, isso era o que importava.

Naquela noite, após uma janta abastada de comida, tomou um banho morno na banheira e retirou-se para sua cama. Lá, não conseguiu dormir. Acariciou suas cobertas e a capa do seu livro, revirou-se vinte vezes para cada lado e então, acabou por encarar o teto. Ainda sentia-se um pássaro em uma gaiola. Com uma decisão radical, colocou-se para fora da cama, seguiu para o guarda-roupa e por cima do pijama, colocou uma calça longa. Por cima da camisa branca, colocou um casaco gigantesco, tocando quase seus joelhos, tão branco quanto a neve. Colocou o livro na mochila, com alguns objetos que tinha esquecido de retirar. Desceu as escadas de sua casa tentando ser silenciosa, mas rangiam, e por sorte, acordou apenas seu cão. Ele seguiu-a sem notar que o horário era diferente do habitual. Ela colocou seus sapatinhos e abriu, recebendo a brisa gélida da madrugada, para montar em sua bicicleta, agora acompanhada.

A lua parecia tentar engolir o espaço máximo da noite, e muitas estrelas abrangiam a escuridão. “Não devem ter muitas dessas na cidade”, pensou, “tenho sorte”. Vagava na beira das plantações de trigo, agora lá sozinha com Ambrósio, parecia que algo pularia e devorá-la, como alguns filmes ruins de terror que ela assistia, só que lá, apresentavam certo temor. Viu a cidade, na rua nenhuma alma viva, postes acesos, e janelas fechadas. Todos os estabelecimentos encerravam-se. Não era nenhum deles que desejava adentrar. O fim da rua, ali estava o seu objetivo.

Quando aproximou-se da estação, viu a porta entreaberta, o bilheteiro havia esquecido na pressa de ir para casa. Ela abandonou sua bicicleta na entrada, entrou e ouviu o sino acima de si tocar. Ninguém deu-se atento a sua presença, não havia pessoa nenhuma lá. Ruby e Ambrósio foram para perto dos trilhos, sentaram-se no banco de madeira encostado na parede de tijolos, e esperaram. O relógio suspenso emitia avisos. Olhando para o vazio, questionava-se, será que estava sendo boba, como uma criança pequena? Tinha que ir embora, e se sua mãe a pegasse fora da cama vagando por aí uma hora dessas? Levaria uma bronca, a maior bronca de sua vida. Então prestes a se retirar, ouviu o apito e o som mecânico das rodas. Não podia acreditar. O trem que sua avó tinha dito era real, tinha vindo buscar-lhe para algum lugar. Ela a princípio, tremendo, encarou-o, e tomou sua decisão. Com o seu cão, entraram na máquina. Assim que ambos colocaram-se para dentro, as portas fecharam e ele voltou a funcionar, como num passe da mágica.

 


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Notas finais do capítulo

Deixe seus comentários! Não se preocupe se será longo ou curto, escreva o que vier no "coração"! Adorarei ler e responder!