Os Quatro Reinos E O Que Não Era Pra Ser escrita por Farm Girl


Capítulo 6
Barbie, A Princesa da Ilha.


Notas iniciais do capítulo

Parem de me encher o saco agora, vagabas (Juh e Rafa, eu amo o resto de vcs).



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Acordei com um susto; minha boca aberta em um grito silencioso.

Meus batimentos cardíacos eram tudo que eu conseguia ouvir, meu peito se movendo como se tentasse engolir o ar. Aquela sala me aterrorizava, mas não consigo me lembrar do porquê.

Meus olhos lentamente se acostumaram com a escuridão, e pude ver... galhos?

E... eu estou numa cama? No que parece ser uma casa na árvore, mas além de paredes, galhos. O chão parece um tipo de abertura no tronco. Ah, que legal, do nada estou numa versão macabra de Barbie, A Princesa da Ilha. Ótimo. Bem a minha cara me envolver nessas coisas.

Um som me tira de meu transe, e pude ouvir o vento. Meu coração batia tão forte, que mesmo o barulho das folhas eu não ouvi.

Um pássaro que nunca tinha visto antes (nada a se assustar, eu vivo na cidade) anda até mim. Ele tinha as penas completamente pretas, e seu peito era de um azul que copiava o céu que conseguia ver por entre as folhas. Ele voou o resto do caminho, pousando em minha coxa.

“Oi, coisa linda.”

Passei os meus dedos em sua cabeça, e ele se aninhou a eles.

Por trás de seu corpo, pude ver a gaze enrolada em minha coxa. O local emitia uma dor fantasma, como se tivesse tomado um analgésico que não fosse o suficiente para conter a dor. Pelo menos, quem quer que seja que cuidou da minha perna não me quer morto.

Mas quem será que foi? Antes de eu acordar, eu estava no quarto com aquele homem...antes disso...?

Não consigo me lembrar...

Minha cabeça dói quando eu tento buscar mais para trás em minha memória, mas eu sinto que esqueci de algo tão importante.

Bom, sempre dá pra lembrar depois, né.

Não é como se eu estivesse com pressa mesmo.

 

 

 

Levantando da cama, comecei a procurar por uma saída. Os galhos estavam entrelaçados, tornando quase impossível que alguém entrasse ou saísse por ali.
“Pequenas esperanças, eu acho. Se ninguém entrar, eu não morro, mas também não saio. Parabéns, eu. Ótimo jeito de lidar com a vida. Sarcasmo."

Um piado vindo de cima chamou minha atenção, e quando virei pra ele, o passarinho apontava com o bico para o galho a cima dele.

“Você quer que eu suba até aí? Eu não vôo que nem você.”

Por que eu estava respondendo um pássaro mesmo? Não é como se ele fosse me entender...né?

Mas o passarinho continuou a apontar com o bico.

“Eu não vou subir aí. Olha o meu tamanho! Tenho nem 1.60! Não rola não, amiguinho.”

O pássaro pareceu ficar agitado, batendo seus pés no galho e mexendo as asas, piando e apontando para o galho.

“Agora você vai dar birra por que eu não quero te obedecer? Quanta infantilidade. Se você me arranjar uma escada, a gente conversa.”

 

Ele não pareceu nem me escutar; só estava cada vez mais agitado e olhando para trás de mim, para a direção de um barulho...que eu provavelmente deveria ter prestado mais atenção. Ops.

“Quem é que está subindo? É por causa disso que você tá tão assustado?”

Ele pareceu perder a paciência, indo até mim e cravando suas garrinhas no meu braço (“Isso doeu!”), puxando-me em direção ao galho.

Mesmo não sabendo como iria subir, preferi não descobrir quem estava chegando.

Mas não precisava me preocupar. Assim que eu cheguei embaixo do local, os galhos começaram a descer, ficando até a altura do meu joelho.

A esse ponto, com um pássaro me entendendo, isso não me assustou. Muito. Só um pouco.

Subimos devagar, as folhas passando por meu rosto (provavelmente me arranhando, como se eu já não estivesse acabada o suficiente.), os sons de fora da árvore ficando mais claros pouco a pouco.

Quando minha cabeça passou pela copa da árvore, a primeira coisa que senti foi o vento. Ia ser ótimo, mas, por ser noite, e de alguma forma eu sabia que era tarde da noite, estava bem gelado.

Um calafrio tomou conta da minha espinha, e só então percebi que estava com roupas finas de mais para esse clima. Minha blusa em frangalhos e minha calça mais parecia um short, cortada bem curta na perna machucada, e rasgada na outra.

Ugh.

Eu gostava dessa calça.

Quanto mais para cima eu ia (mais frio eu sentia) mas pude ver a paisagem que me cercava. Mesmo estando de noite, a lua brilhava o suficiente para iluminar a paisagem com bastante facilidade. Não é um privilégio que temos na cidade.
Olhando para o céu, pude ver as estrelas.
E imediatamente eu soube que não estava mais na Terra.

Não havia uma estrela sequer que eu reconhecia, e eu às conhecia de cor. Nenhuma constelação, não importa para qual direção eu me virasse, estava lá. O pânico que deveria ter sentido desde o momento que acordei começou a tomar conta de mim.

Se eu não estou na Terra, aonde é que eu estou? Como vim parar aqui? Como volto pra casa?

Eu não sabia o que podia comer nem lá, e aqui? Eu vou morrer de fome? Fácil assim? E água? Não sei encontrar água.

Meu coração batia cada vez mais forte, minha respiração cada vez mais alta, e não ouvia mais nada.

Meus ouvidos estavam apitando. Minha visão embaçada.

Eu estava sozinha em um planeta estranho.


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Notas finais do capítulo

Eu juro que já tô escrevendo o próximo.



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