O número sete escrita por pqpcriis


Capítulo 9
Capítulo 7 - JP




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Peguei as chaves do carro e esperei pela morena que pegava suas coisas e o notebook da coreana para continuar as pesquisas em sua casa, já estava de madrugada e eu estava caindo de sono não tinha me recuperado ainda do porre da noite anterior. Me lembrava vagamente de algumas coisas, ou melhor uma loira, uma morena e uma ruiva. Acho eu, que esse foi o trio que me acompanhou a noite inteira, porém acordei sozinho na minha cama e atrasado para a faculdade.

—- Vamos logo, Ágata! -- Chamei impaciente, até para ir embora mulheres demoravam, mas logo ela veio reclamando da minha pressa e dizendo que não havia me pedido carona e blá, blá, blá. Aquele drama feminino que mulheres fazem tão bem, entrei no carro revirando os olhos e a mesma entrou no carona. Meu celular tocou e eu activei o viva voz no carro já que era o John. O que diabos aquela coisa queria comigo? Não éramos muito próximos e nem amigos de role, certamente algo aconteceu. -- Late. -- Pronunciei dando a partida, John não enrolou, sua voz estava meio arrastada e parecia que conforme ele falava o mesmo sentia dor. -- Eu preciso de uma ajuda. Aconteceu um lance estranho na saída de NY. -- Ele começou e eu só pigarrei pães que continuasse, a morena estava quieta ao meu lado ouvindo atentamente o que o mesmo dizia. -- A gente foi abordado por uns caras em uma estrada deserta e a coisa ficou feia. -- Ele afirmou pensativo, me preocupei e deixei transparecer o que fez a morena ao meu lado colocar a mão sobre minha coxa para que eu me acalmasse. -- Cadê a Nam Mi? -- Indaguei e o rapaz suspirou dizendo que ela estava bem, mas meio perturbada. -- Perturbada com o que? -- Questionei irritado. -- Fala logo o que aconteceu, caralho! -- Terminei com minha paciência no limite, ouvi a voz da ocidental pedir para eu me acalmar, mas eu estava preocupado e pedir aquilo para mim era o mesmo que pedir pro gelo não derreter. -- Eu não sei. Ela atirou nos caras e agora saiu chorando do carro. Eu não sei o que aconteceu, Porra! -- Ele disse também impaciente e eu ouvi ao longe a voz da asiática quê devia está se aproximando. -- Estrada secundária da saída de NY, você sabe o que fazer. -- Concluiu encerrando a chamada, o que me fez esmurrar o volante. -- Preciso passar em casa e eu já te deixo na sua. -- Disse já fazendo o retorno com o carro.

—- A Nami tem problema? -- Ágata me perguntou e eu ri com sarcasmo. -- Agora ela tem. -- Disse e não me pronunciei mais até chegar na minha casa. Assim que chegamos desci do carro e abri o porta malas, Ágata me seguiu muda e ficou esperando do lado de fora enquanto eu fui pegar algumas coisas. Eu morava no subúrbio de NY com minha mãe e meu irmão de 7 anos, meu pai sumiu quando o Josh completou três anos, nunca mais deu noticias e deixou para trás uma mulher com dois filhos para criar. Tentei ajudar minha mãe o máximo que consegui, tentando nunca entrar no meio do crime, o que foi impossível já que dinheiro alto vinha de lá, era complicado conciliar escola com trabalho honesto. Conheci a asiática quando a mesma veio fazer uma entrega aqui, para um dos traficantes que eu trabalhava. Eu a recebi, no momento rolou um interesse pois a mesma era mais nova do que eu e tinha mais respeito . A questionei antes dela sair, como ela havia conseguido aquela posição, como ela conseguiu o respeito entre as facções, foi aí que ela pediu meu número e depois nós encontrámos. Foi ali, naquele momento que nossa amizade nasceu sem se preocupar com a classe social.

Minha mãe até hoje não sabe de onde vem o dinheiro, digo que faço alguns freelancers como DJ na noite o que também não deixa de ser verdade. Deixei os caras daqui uns três meses depois que conheci a Nami porque passei a trabalhar com ela e seu pai, o dinheiro era mais alto e os riscos também, mas valia a pena já que meu irmão mais novo estava estudando em uma boa escola. Já fazia uns meses que não rolava trabalhos arriscados, coisas básicas, vender ecstasy nas baladas o que era fácil pelo meu outro trabalho e era assim que a gente se mantia.

Peguei as coisas que precisava e joguei tudo no porta malas. -- Pronto. -- Afirmei chegando próximo da garota, minha mão foi até sua cintura. -- Relaxa, tá tudo bem. -- Comentei próximo de seu ouvido, a mesma revirou os olhos e entrou no carro. Dei a volta e fiz o mesmo. -- Eu vou com você! -- Ela se pronunciou confiante, me fazendo rir. -- Não vai mesmo, ficou louca? -- Indaguei e ela continuou dizendo que ia e inventando mil motivos do porque tinha que ir, balançava a cabeça com cada neura que a mesma dizia por fim cedi, pois não aguentava mais ouvir aquela garota falar. E eu sabia que quando ela chegasse lá ia ficar trancada dentro do carro com medo, mas ela também poderia ser útil para ficar observando se ninguém se aproximava.

Dirigi por cerca de uma horas até chegar na vendida estrada de terra, aumentei os faróis para ver algo conforme ia seguindo pela mesma, era uma região rural e por isso só havia mato dos dois lados, a iluminação era escassa, avistei uma viatura se policia parada e conclui que era ali quando vi o corpo sem vida estirado no chão, parei o carro de maneira que eu conseguisse esconder o outro e desci, analisei a cena e o buraco do único tiro que tirou a vida do homem negro. Certamente seu coração ainda pulsou uma última vez após ter sido atingido. Ágata estava atrás de mim olhando a cena horrorizada. -- Johnny disse que era dois, falta um. -- Comentei passando o olhar envolta sem encontrar nenhum vestígio. -- Vamos se livrar desse e depois procuramos o outro. -- Afirmei me levantando e indo buscar as coisas no carro. -- O que vai fazer? -- Ágata me perguntou com a cara enojada e eu disse que íamos enterrámos com um sorriso debochado nos lábios. -- Eu não consigo. -- Ela disse se afastando dali antes de começar a vomitar, fui atrás da mesma dizendo que ela podia ficar dentro do carro, só precisava ficar atenta para qualquer movimentação. Ela concordou e eu voltei para a minha sina, tirei a camiseta e comecei a cava uma cova funda o suficiente para caber dois homens.

O tempo passava e o suor pingava do meu corpo, quando achei que o buraco estava fundo o suficiente sentei para descansar, não havia trago água e me arrependo por isso, estava morto. O chão era duro graças as pedrinhas. -- JP achei o outro! -- Ouvi Ágata gritar se aproximando com a cara assustada. -- Onde? -- Me levantei em um sobressalto e fui seguindo a mesma mata adentro. -- Porque se enfiou no mato sozinha? -- Indaguei me aproximando do corpo desfalecido e assim como o outro com um buraco no meio da testa. -- Aquele lá foi morto por trás, porque a circunferência do tiro é maior e provavelmente ele entrou em briga corporal com o John, viu o rosto dele? -- Comentava com a ocidental que confirmava com a cabeça olhando o corpo a nossa frente, a mesma levou a mão até o corpo, mas eu segurei a mesma. -- Se for tocar usa luvas. Já tem as digitais da Nami e do John aqui não queremos as nossas também. -- Afirmei me levantando para ir buscar as luvas de látex no carro junto com um pano e removedor. Iria me livrar das digitais de ambos, esconder os corpos e me livrar do carro ainda aquela madrugada.


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