Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana


Capítulo 7
Teach


Notas iniciais do capítulo

Voltei!

Tudo bem?

Bem, vamos a mais um mistério? hahaha

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732631/chapter/7

— Olá Jack, surpreso? Me abandonou em uma ilha com uma pistola e uma bala, lembra ? — Angélica se aproximava de maneira sedutora.

    — M-minha memória nunca f-foi tão boa assim — Jack respondeu ainda preso ao feitiço.

     — É uma pena, do contrário saberia que eu jamais o deixaria impune. — Ela apertou ainda mais o boneco com a semelhança de Jack, fazendo-o se curvar pela dor.

    — A-Angélica… podemos, r-resolver isso de forma a-amigável — O som da voz do pirata estava falho e rouco. — C-como sabia onde m-me encontrar?...

      — Não estou aqui por você, você não fazia parte do plano, não agora — A mulher ainda mantinha Jack em seu domínio sem ao menos mostrar-se arrependida.  — Vim porque soube que o homem de uma perna só havia aportado em Kingston há três dias…

       — E p-posso saber… o que p-pretende?.

       — Aquele homem junto a você mataram minha única família, pretendo reivindicar o que por direito é meu, e matá-lo é claro. — Angélica tinha um brilho no olhar que intrigava o mais velho.

     — Sozinha? — Jack fez uma expressão irônica.

        — Não estou sozinha Jack, não mais… — O pirata arregalou os olhos assim que entendeu o que a mulher tinha em mente.

        Ele revirou os olhos, a última coisa que precisava naquele  momento, era ter sombras do passado em seu presente conturbado, mas se recusar naquele instante não seria conveniente diante de sua situação.

      — Poderia?... — Sparrow tentou mexer o corpo para lembrar Angélica de que ainda o mantinha preso. Ela então desprendeu o boneco, consequentemente liberando-o. Ele se levantou limpando sua roupa que não estava mais suja que o normal — Obrigado — Sorriu — Os zumbis de Barba Negra estão mortos, essa coisa devia ter ido junto com eles.

— Você não daria tanta sorte assim —Ela sorriu, tendo como resposta uma expressão desgostosa do outro.

— Mas voltando ao assunto, digamos que eu aceite ajudá-la, o que não pretendo. Por que eu faria isso?

       — Jack, me deve isso! Você levou aquele homem até a fonte, você trocou os cálices, você me abandonou na ilha, você ainda me ama!...  — Nesse instante o capitão a fitou.

          — Deveras, mas não devia ser tão rude querida, afinal você está aqui, agora, viva… — Sparrow se aproximava usando um tom sedutor que a outra a muito conhecia — O destino nos entrega peças amor, cabe a  nós encaixá-las — já bem unidos, ele descia a mão direita delicadamente pelo braço dela, enquanto mantinham seus olhares conectados.

      — Não vou perdoar você ou ele… — Angélica se sentia presa ao homem em sua frente, odiava sentir-se atraída por ele, mas os anos em que sempre passavam separados apenas aumentava aquele sentimento tão complicado. Seus rostos ficaram ainda mais próximos, onde já podiam partilhar da respiração quente um do outro, quando ela notou os dedos ágeis de Sparrow tentava roubar-lhe o boneco enfeitiçado. Irritada ela novamente apertou o objeto — Você irá me ajudar ou não verá o nascer do próximo dia!

     Ele havia se afastado e novamente sentia aquela maldita dor, seu plano para tomar o boneco voodoo havia falhado.

    — T-tá bom-tá bom! — Exclamou. Angélica novamente cessou  e Jack logo se recompôs —  Eu tenho um navio, não se compara ao Pérola, mas pode nos levar até sua vingança ou ao vingança, se souber onde ele se encontra é claro.

     — Não tenho qualquer informação conivente. Consegui me infiltrar naquela taberna não adiantou muito. — A pirata suspirou, então viu Jack colocar a sua frente um objeto já conhecido por ela.

      Angélica pegou a bússola e se concentrou no que mais desejava, abrindo-a em seguida. Jack espiou a direção que o apetrecho indicava e sorriu.

      — O que estamos esperando? — Disse contente.

      Ambos sorrateiramente caminhavam para a área onde encontrariam um bote. Durante o trajeto Jack flertava com Teach como de costume, tendo suas tentativas frustradas pela mesma, que mesmo o amando, evitava contratempos  

       — Angélica, por acaso o seu falecido papai, não teria lhe contado como trazer o Pérola e os outros navios ao tamanho normal, teria? — O pirata observava toda a movimentação do ambiente, de maneira imperceptível pela outra.

       — Não. Talvez nem o próprio Barba Negra  soubesse — A bela respondeu com um suspiro entristecido ao se recordar do pai — Acredito que não lhe interessava o regresso dos navios, ele os guardava apenas como troféus, e tendo o Vingança da Rainha Ana, o que mais poderia almejar? — Ela fitou Jack que no mesmo instante retribuiu o olhar.

     — Deveras — Jack sorriu forçado. — Oh! É aquele.

    Logo pegaram um bote até o navio. O convés estava vazio e bem iluminado, despertando a curiosidade da mulher.

      — Onde está a tripulação? — Perguntou semicerrando os olhos.

       — Atrasados. Provavelmente saqueando a cidade no mais absoluto sigilo — Ele se aproximou de modo sedutor até a pirata.— Posso te apresentar a cabine do capitão enquanto isso — Ele sorriu.

      — Sem quimeras Jack, a única coisa que me interessa neste momento é a sala dos mapas — Angélica se desviou da aproximação olhando de um lado para o outro, vendo as duas entradas. Fitou o pirata e ele apontou para o lado esquerdo da nau, onde ela rumou sem mais delongas.

    O que Teach não esperava era que assim que adentrasse ao local, Sparrow fecharia a porta por fora, a trancando na sala.

    — Bastardo! maldición, hijo del diablo! Te voy a matar! — Ela exclamou enquanto tentava abrir a porta.

     Do outro lado, Sparrow terminava de prender a maçaneta com cordas e outros objetos.

     Enquanto seguiam para a embarcação, o pirata havia notado que aquele navio estava sem vigia, pois toda tripulação desembarcou, talvez acreditando que não houvera perigo algum no porto.

     — Angélica querida, não posso levá-la comigo. Pense nisso como uma chance de refazer os seus planos — O pirata argumentava quando se assustou com novamente a lâmina da espada de Angélica atravessando a madeira resistente da porta. — Eu não sei se mencionei, mas também estou atrás de Barbossa, quando encontrá-lo direi que mandou lembranças — Ele desajeitadamente caminhava para saída do navio!

    — Jack!  Não ouse me deixar aqui. Jack!

     Teach estava tão nervosa que nem ao menos se lembrou que no bolso do seu casaco continha seu trunfo para parar o capitão.

                                                 X

    Com a ajuda de Gibbs, o capitão do Pérola Negra novamente subiu a bordo do Úrsula. Rapidamente caminhava entre a tripulação dando suas ordens.

     — Preparar para zarpa, a todo pano! Mexam-se suas baratas cascudas!

    — Jack o que houve, para onde vamos?! — Joshamee seguia assiduamente os passos do seu superior.

    — Para o alto mar o mais depressa possível. Vossa alteza do mar já acordou?

     — Ainda não senhor.

      — Ótimo, agora vá.

   Terminando suas ordens e como sempre deixando o velho imediato confuso, Jack seguiu para a sala dos mapas. Graças a Angelica Teach, ele agora tinha a direção para onde Hector teria ido, bastava agora apenas ter o auxílio dos mapas para descobrir quais ilhas e portos ficavam naquela direção que sua bússola havia apontado.

 

     — — —

  

         Aos poucos os belos olhos azuis se abriram, procurando identificar o ambiente ao seu redor. Algumas luzes de velas indicava que era noite, e com o silêncio, mais precisamente madrugada. Moira se sentou, passando os dedos finos entre os cabelos desalinhados. Estava sozinha, então calçou suas botas, pegou suas espadas e seguiu para a porta.

    Do lado de fora da cabine, o vento da madrugada soprava em seu rosto, a fazendo dar um leve sorriso. Não se recordava muito bem do que havia lhe acontecido até aquele momento, porém não estava preocupada, ao que parecia as coisas estavam dando certo. Caminhou pelo convés tranquilamente, fitando o leme assumido por um pirata que ela ainda não havia decorado o nome, e em cima do mastro principal, Graham mantinha a vigia. Moira suspirou e  apoiou os braços sobre a amurada, admirando o mar e o belo reflexo da lua nele.

 Seus pensamentos naquele instante se voltaram a Daniel, no momento de sua partida de Port Royal. Havia sido tão doloroso não o impedir, não dizer a ele que suas ações foram unicamente por ele. Ali, diante daquelas águas escuras e fria, tudo que Moira desejava, era abraçá-lo, prendê-lo a si para nunca mais soltar. Seus olhos marejaram, mas não pode chorar, pois uma sensação incômoda chamou sua atenção.

    Olhou para trás e viu uma bela moça  sentada na amurada do outro lado do convés, com as pernas para fora do navio. Sua pele era tão alva quanto a de Moira, as madeixas negras como a noite, cobriam parte do seu corpo, pois estava nua.

   — O-oi… — Brodbeck iniciou. Estava um tanto assustada, não havia visto a aproximação da outra, nem tão pouco notou se ela já estava ali  e quando chegou. Devagar caminhava até a jovem, que a observava atentamente. — Como chegou aqui?

    — Ele está vindo, ele é cruel, seu poder é maligno, seu coração é tomado por ódio. Não o deixe tomar o Úrsula, você tem que pará-lo — A desconhecida tinha uma voz suave, embora mostrasse medo em seu rosto.

    — P-por que eu? — Questionou a garota.

    — Você é diferente, você protege.

    Aquelas informações desconexas deixaram Brodbeck ainda mais confusa.

      — Q-quem está vindo?... Quem é você? — A pirata não obteve qualquer resposta, assim que chegou até a moça, a mesma pulou no mar sem exitar — Pelos Deuses… Socorro! Mulher ao mar! Ajudem!

     — O que houve Capitã?! — O marujo frente ao leme exclamou.

     — Tem uma garota no mar! — Moira pegou uma corda e começou a correr pelo navio, fitando o mar afim de ver a moça e jogar a corda para trazê-la de volta à embarcação.

      Jack dormia debruçado sobre a mesa repleta de mapas, quando ouviu a voz da herdeira do mar, rapidamente seguiu para o convés, encontrando com Gibbs que também havia acordado com o barulho.

     — O que está acontecendo?! — Perguntou Jack ao imediato

      — Não sei capitão!

      — Jack! — A jovem exclamou ao notar sua presença — Uma garota pulou no mar, não consigo vê-la!

       — Garota? — O capitão fez uma expressão confusa

        — Não vejo ninguém senhorita — Joshamee expôs, olhando para as águas do lado oposto.

        — Senhor Graham! — Jack fitou homem lá em cima

         — Nada capitão!  — Respondeu.

         — Sinto lhe informar querida, mas acho que ainda está sob efeito de seja lá o que houve com você ontem — Jack disse despreocupadamente.

       — Não estou louca Sparrow! Havia uma moça aqui. Ela me disse que alguém está vindo atrás de nós ou melhor, do Úrsula!  — Moira notou o pirata ficar pensativo após ouvir suas palavras — Acredita em mim agora?

      — Não — Jack respondeu com seu famoso sorriso sínico, deixando a outra irritada.

      — Juro por todos dos Deuses que eu odeio você capitão!  – Ela abandonou o local em passos largos, estava muito preocupada com o misterioso aviso, tinha plena convicção de que a moça era real, e que suas palavras por mais confusas que fossem, também eram verídicas.

        Jack por sua vez semicerrou os olhos, vendo ela se distanciar. As dúvidas de Jack só aumentavam, ele precisava de respostas, então vasculharia todo navio atrás de uma pista que o ajudasse a resolver aquele enigma.

 

       — — —

 

A tripulação do Úrsula navegava madrugada a  fora em busca do Vingança da Rainha Ana, o mar estava brando, porém o vento estava favorável. Abaixo do convés Jack remexia em alguns sacos de tecido a procura de alguma fruta, já que toda sua inútil procura de pistas havia o deixado com fome. Com muito custo achou algumas maçãs verdes, e ao pegar o alimento fez uma expressão desgostosa, pois a fruta o lembrava de sua busca no mar, e o quanto estava sendo desagradável aquilo. Barbossa e ele não tinham mais pelo que brigar, pelo que serem inimigos, mas então Moira novamente estava em seu caminho, e se ele bem conhecia o velho pirata, o coração de Nirina jamais seria entregue sem uma batalha ou disputa.

       Contrariado, Sparrow revirou os olhos e arremessou a fruta sob um quadro velho e mofado na parede da cozinha, foi então que o objeto caiu e ele notou algo estranho perante a pouca luz. Jack pegou uma lamparina e se aproximou do local, fitando bem a madeira. Seus olhos se arregalaram quando identificou do que se tratava.

— Maldição… 

 

    — — —

  

Na parte superior da embarcação Moira observava o céu clarear levemente, dando início a um novo dia. Como não conseguiria dormir depois o último acontecimento, ela permaneceu de vigia no posto anteriormente ocupado por Graham, enquanto Gibbs assumia o timão. Tudo parecia normal, o belo som das águas, o cheiro inconfundível e o balanço da nau. A garota se permitiu dar um leve suspiro, e até encostasse no cesto de vigia. Fechou os olhos alguns instantes, se arrependendo logo depois, pois assim que juntou suas pálpebras um mar vermelho em sangue e uma risada exagerada surgiu em seu subconsciente. Em rampante ela abriu os olhos assustada, então se atentou-se novamente ao mar, e ao longe notou a presença de algo.  Pegou a luneta para ver melhor o que seria aquela mancha escura no horizonte, então percebeu que era um navio.

  — Mestre Gibbs, navio a vista! — Alertou.

   Imediatamente Joshamme  também usou uma luneta para ver a embarcação que vinha.

    — Vou avisar ao capitão! — Nesse instante, Gibbs viu Jack subindo ao convés com rapidez — Jack navio a vista!

     — Cores?!

     — Não ostentam nenhuma!

     Jack com uma expressão de espanto, novamente desceu, acordando toda os marujos.

    — Acordem! Já para o convés, rápido! Preparem os canhões! Movimento! Eu quero movimento!

    Algo estava prestes a acontecer, e tudo indicava que seria o início de várias desventuras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opa! o que será que Jack viu? hahahahah

Bejokas!

Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.