A Era dos Tronos escrita por Andrew Ferris


Capítulo 4
Fortaleza de areia


Notas iniciais do capítulo

Deem uma olhada nas outra fics, garanto que são tão boas quanto!!!



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O Doutor encara Rose com as feições sérias. Ela sai de dentro da cela com pressa, abraçando o companheiro como se não o visse há anos, algo que o Doutor certamente não esperava. Assim que ele finalmente consegue se desvencilhar, arruma a gravata e suspira aliviado.
— Acalme-se Rose. Temos muito o que fazer - Declara o Doutor segurando Rose longe dele - Pode ir Sir Moren - Rose observa espantada o cavaleiro se distanciar.
— O que foi isso? - Pergunta intrigada.
— É difícil de explicar - Rose olha para os fundos das masmorras e vê que Cercei se aproxima depressa.
— O que aquela mulher... - Ela não consegue terminar. Apenas encara o Doutor indignada.
— Digamos que eu virei Conselheiro da Rainha de King's Landing - Rose olha para o Doutor revoltada.
— Você virou servo daquela vagabunda? Ela matou meu Doutor - O Doutor fica sem reação.
— Nem sei o que dizer. Me desculpe. De verdade. Pelo menos agora temos alguma coisa resolvida. Você está livre e podemos começar a colocar as coisas no lugar.
— O que você fez? - O Doutor olha de um lado para o outro, torcendo para que a rainha se aproximasse mais rápido.
— Está livre - Declara Cercei com indiferença.
— Do lugar onde nem deveria ter entrado - Observa Rose em tom de desafio, mas antes que a rainha tem chance de responder, o Doutor puxa Rose de canto.
— Com licença, majestade. Preciso conversar com ela em particular, é péssima em segurar a língua.
— Estou começando a entender a razão de ser sua dama - Rose fica indignada enquanto Cercei sorri com diversão, o que faz o Doutor puxa-la com mais força ainda. Quando estão longe o bastante das masmorras, o Doutor solta Rose e anda pelo salão afim de saber se estavam sozinhos.
— Temos de tomar cuidado Rose. Foco, esqueceu? Temos um objetivo aqui.
— E teríamos alcançado ele caso você não tivesse chamado a atenção.
— Vou fingir que você não disse isso.
— Eu vou ter que dizer quantas vezes que ela matou meu Doutor?
— Eu já entendi essa parte.
— E vai continuar agindo como se fossem amiguinhos de longa data.
— Não é tão simples assim - Discorda o Doutor indignado.
— Eu sei o que realmente é. Você é um frouxo. Meu Doutor fazia o que tinha de ser feito, foi a melhor pessoa que já conheci.
— No seu mundo. No meu eu já fiz sacrifícios suficientes, já errei o suficiente para salvar a existência, eu - O Doutor segura suas palavras assim que um cavaleiro entra no salão - Será possível que ninguém consegue ficar um minuto sossegado?

Cercei entra na sala do Meistre das poções e pigarreia para que ele perceba sua chegada.
— Já vou lhe dar a devida atenção, Vossa Majestade - Ele solta seus instrumentos e se vira para a rainha.
— Tem alguma ideia de quando a garota Targaryen virá a King's Landing? - Questiona Cercei impaciente.
— Ainda não, majestade. Há rumores, mas não passam disso. Pelo visto ela está muito ocupada com assuntos pessoais. Dizem que não sai do Castelo de Sal há semanas.
— Mais alguma coisa?
— Os rumores eram verdadeiros, majestade. Os Greyjoy estão mortos e parece que a Targaryen mandou matar metade dos conselheiros, e mandou prender um deles.
— Varys?
— Varys está cuidando dos assuntos dela, me refiro a outro conselheiro - Ele olha para Cercei como se não fosse preciso dizer a quem se referia. Estava explícito em seus olhos tanto quanto em seu sorriso - Não tenho certeza se ele virá cedo para King's Landing majestade.
— Por que? - Pergunta Cercei ansiosa se aproximando de forma ameaçadora.

Tyrion ajeita seu feno, arruma as mangas de suas vestes extremamente sujas e fedorentas, que tinham algo próximo de urina de rato com chorume e carniça. Este último seriam as feridas não tratadas em seu corpo, que deixavam um odor tão fétido quanto as vestes. Que seria dele agora? Será que algum dia conseguiria ajudar a Rainha? O que de fato teria acontecido que acasionou sua prisão? Com tais dúvidas na cabeça e um forte ronco no estômago, ele abre mão do descanso, ficando acordado o dia inteiro e a noite que se seguiu. Na noite seguinte, no entanto, Tyrion ouve um forte estrondo e se levanta. Um ruído próximo e assustado se afasta das grades. Aos poucos os ruídos se tornam mais próximos. Gritos distintos de dor, agonia e sofrimento, tinir de espadas e lanças e um forte sopro, muito mais forte e quente do que o ar. Um forte gemido sobrenatural e em seguida chamas atingem as masmorras, aquecendo as pedras com que tinham sido erguidas. Um ruído seguido de um forte tremor, e Tyrion se levanta. Observa as barras fixas e percebe que estavam molengas. Se enfiando entre duas delas, consegue sair da cela sem dificuldades, o que o fez agradecer mentalmente por ter ficado tanto tempo sem comer. Ele passa pelos corredores sem dificuldades, até chegar num amontoado de escombros, os quais escala até o topo, que é quando finalmente consegue avistar uma tonelada de corpos de soldados mortos pela espada e por fogo e, no centro, os três dragões de Daenerys cuspindo suas labaredas dançantes sem clemência em cima dos adversários. Tyrion engole em seco e começa a correr pelo campo da batalha, passando pelos soldados sem que ninguém sequer notasse sua presença.

Daenerys está sentada em seu quarto quando sua criada bate inesperadamente.
— Pode entrar - Avisa Daenerys com seriedade.
— Com licença, Majestade. Vim ver como a senhora está. Trouxe seu desjejum que a senhora deixou de lado mais cedo. Logicamente tratei de preparar tudo outra vez.
— Muito atenciosa - Elogia Daenerys com os pensamentos longe.
— Devo ser majestade, para sua graça.
— Nunca vou poder agradecer o suficiente. Se aproxime. Como se chama? - A criada de cabelos macios se aproxima, fazendo uma reverência antes de colocar a bandeja em cima da cama de Daenerys - Tem nome?
— Se me permite, acho que não tem importância, majestade.
— Se tem ou não isso é você que decide. O nome nos faz ter alguma fé em nós mesmos, não?
— Concordo, majestade. Nesse caso, sou Clara. Filha de Osvald.
— Muito bem, Clara Osvald. O que tem para me dizer hoje?
— Na verdade eu deveria perguntar o que Vossa majestade gostaria de saber.
— Primeiro quero saber, como foi que Iarcleryn apareceu? - Questiona Daenerys acariciando o filhote de dragão, que caminhava lentamente dos lençois para seu colo. Clara coloca as mãos para trás e balança a cabeça negativamente.
— Não sei nada sobre seu filhote, majestade. Mas dizem que muitas coisas aconteceram quando a senhora e seus soldados foram até a Brasa Ascendente. Todos falam sobre as labaredas de tons tão variados quanto um tecelão conseguiria dispor. Falam do fulgor vermelho que saía das águas e de reflexos.
— Eu não consigo me lembrar, mas me diga, por que eu mandei prenderem meu conselheiro? - Osvald demora para responder.
— Não sei direito, Majestade. Varys ordenou, assim como a execução dos Greyjoy e da Bruxa Vermelha.
— Bruxa?
— Sim, Majestade. Uma bruxa estava em Vossa companhia quando presenciaram os estranhos acontecimentos, logo em seguida veio a execução - Daenerys olha para o chão desolada. Ela não conseguia acreditar no que ouvia, embora fosse verdade, ainda assim ela não conseguia acreditar.
— Fico agradecida com a sua ajuda, Clara. Eu ficaria ainda mais grata se você prometesse que não vai contar a ninguém sobre nossas conversas.
— De maneira alguma, Majestade. Seria falta de cortesia da minha parte e uma desonra sem igual revelar os segredos de uma rainha - Esclarece Clara se afastando de Daenerys em direção à porta.
— Se precisar de alguma coisa, me avise, está bem? - Clara engole em seco e se contém ao abrir a porta.
— Eu venho de família muito pobre, mas conheci muito ao longo da vida e, se a senhora pudesse me ajudar, seria muito bom.
— Posso, claro. Com o que?
— Eu procuro alguém. Um homem - A Targaryen sorri com malícia.
— Então ele é seu amante ou algo do tipo sem querer me envolver nos seus assuntos? - Clara fica retesada.
— Na verdade é um amigo de longa data. Não sei há quanto tempo nos conhecemos, mas faz muito tempo mesmo. Vem de uma terra longínqua.
— Eu vim de muito longe para chegar onde cheguei, garanto que devo saber onde fica essas terras onde seu amigo nasceu.
— Gallifrey, já ouviu falar?
— Não. Fica mais a oeste ainda?
— Não sei majestade, sei apenas que fica muito longe.
— Entendo. Pode contar comigo, Clara. Vamos procurar seu amigo assim que eu assumir King's Landing - Assim, Oswin deixa o quarto de Daenerys, enquanto a jovem rainha se deita e volta a se perder nos próprios pensamentos. O sol se estica ao final do oceano quando alguém bate à porta.
— Sou eu, Hargot. Varys quer ter uma reunião com Vossa Majestade.

Sansa e Jon estão montados em seus cavalos, cada qual aguardando desesperadamente o momento da ação. Os dois se encaram por um breve instante, no qual trocam sorrisos mútuos antes de um lorde se aproximar.
— Milorde, milady. Encontramos um ponto cego na fortaleza. Há um campo aberto onde nossos homens conseguem uma vantagem sem precedentes. Arriscar agora seria prudente - Little Finger se aproxima devagar montado em um cavalo nobre, com montaria de prata.
— O Lorde Eryous está certo. Temos a falta de luz e o clima gelado do norte a nosso favor.
— O que estamos esperando Lorde Baelish? Chame os soldados do Vale - Próximo aos castelos das Colinas de Sal, em um campo aberto, nada havia além do sopro do vento, das últimas folhas que caíam das árvores e das distantes batidas das ondas nas rochas que terminavam com um chacoalhar melódico. Subitamente, duas fileiras de soldados correm pelos muros altos, passando pelos rochedos e árvores secas até um grande pátio, onde uma dezena de bandeiras erguidas em mastros com o símbolo da casa Targryen estavam dispostos pelas colunas. Os soldados começam a subir as escadarias quando, de repente, um forte turbilhão agita os arredores e termina com um líquido pegajoso derramado nas escadas e em todos os soldados, seguido por um forte sopro de ar que queima seus corpos sem clemência, deixando sangue e carne queimarem e exalarem seu odor fétido de dias sem uma boa higiene. Os soldados começam a se distribuir por fileiras e aglomerados até o pátio, então centenas de Imaculados surgem e começam a cortar suas gargantas com espadas curtas, outros com adagas, mas o resultado sempre terminava do mesmo jeito, Imaculados em pé e soldados do Vale mortos. Litros de sangue se espalhavam pelo pátio, sendo que alguns soldados escorregavam de tanto sangue que estava sendo derramado. Num ataque de tudo ou nada, milhares de soldados tomam a frente do pátio e trucidam os Imaculados na linha de frente. Subitamente, um forte vento toma os arredores e, posteriormente, um forte calor, colunas e mastros derrubados e, por fim, um dragão cinzento e azulado pousa no chão e, pisando nos corpos mortos, lança uma forte corrente de fogo, incendiando centenas de corpos instantaneamente. Uma linha de soldados avança com lanças tentando fazer a criatura recuar, mas ele avança ainda mais. Sendo assim, Jon ordena que os arqueiros disparem e assim se segue, culminando com o dragão extremamente ferido. A criatura levanta voo e passa daquele pátio, mas começa a se desequilibrar, batendo onde quer que passasse. A batalha prossegue equilibrada até que mais dois dragões surgem cuspindo fogo ao mesmo tempo, mas os dois se mantém afastados assim que o dragão cinzento retorna, desta vez com Daenerys em suas costas, pousando na frente de Jon, olhando para ele com fúria e desprezo.
— O que quer aqui, nortenho?
— Você matou meu amigo. Meu irmão. Chegou para devastar aquilo que conhecemos, se eu pudesse faria diferente, mas antes que a noite termine você e seus dragões estarão estirados no chão.
— Você acha que poderá vencer? Acha que tem sequer alguma chance? Acha que são apenas dragões? Que são apenas Imaculados? Que sou apenas uma conquistadora? - Subitamente, os soldados do Vale param de lutar e Little Finger se ajoelha perante Daenerys.
— O que é isso?
— Eu me coloco à sua disposição, Majestade. Sirvo ao seus interesses e à bandeira dos Targaryen. Desde o princípio venho a esse bastardo com a ideia de juntarmos nossas forças contra os Lannisters, mas até agora ele só ignorou meus conselhos, portanto receio que ele não tenha condições de ser meu rei.
— Pois bem, como espera que eu acredite nas suas palavras...
— Lorde Baelish.
— Lorde Baelish?
— Simples, Majestade. Prendam Jon Snow - Os soldados obedecem sem hesitação, enquanto outros prendem os seguidores de Jon. Sansa, sentada longe, observa a cena chocada, mas desvia o olhar e segura as lágrimas, até que vê algo se mexendo entre as pedras mais distantes. Ela avista um punhado de cabelo castanho, depois um braço, outrl e por fim se levanta. Tyrion e ela se encaram por um momento que pareceu durar uma eternidade antes que Little Finger se aproximasse dela e ela tirasse o olhar do anão, que agora fugia para a floresta.


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Notas finais do capítulo

Jon traído, surpresa de Little Finger ou previsível? Tyrion finalmente saiu das masmorras graças ao ataque à Fortaleza e Doutor servindo Cercei, como esses arcos vão prosseguir?



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