Love Without Exceptions escrita por Dobler


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olar bebes! Como sou uma pessoa sem nada pra fazer dedico essa one ao meu tempo livre! É minha primeira One, então, por favor, comentem o que acharam!

:D



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Thalia havia acordado. Ou nem sequer tinha dormido. Para ela, a garganta seca e a falta de mais um cobertor era o motivo dela não estar encontrando a “Posição Perfeita”. Tudo o que a mulher queria era dormir, ainda tinha algumas horinhas de sono antes de recorrer novamente a agitada vida de “esposa” preocupada, mãe de dois filhos e advogada bem sucedida. Mas era impossível fazer isso quando seu coração batia a mais de cem por hora e seus lábios já estavam machucados de tantas mordidas ela depositou ali. Ela suspirou e se sentou na cama de casal, que já estava acostumada a ter somente um ocupante. Observou o relógio na cabeceira. Duas da manhã.

Ele já estava voltando. Ela só não sabia disso.

Com passos lentos se levantou e caminhou até o espaçoso banheiro da suíte. Seu reflexo no espelho a assustou. Os cabelos caiam em cachos bagunçados, a camisola negra de seda estava torta e as olheiras profundas revelavam sobre a noite mal dormida. Ela revirou os olhos mais azuis que o próprio céu e caminhou para fora do quarto. Passando as unhas vermelho escarlate pelas paredes brancas da casa, pensava em coisas banais. Em como precisava agendar uma consulta ao dentista para Sam ou em como o tapete da sala não combinava com as cortinas. Tudo isso para não pensar nele.

No final do corredor, a porta entre aberta branca fez o coração de mãe acelerar. Com um sorriso, a mulher adentrou no quarto do filho mais novo. O papel de parede era verde, cheio de dinossauros da era pré-histórica, e por ele, desenhos estavam espalhados sem ordem especifica, assim como os brinquedos jogados no carpete. A luminária de leãozinho iluminava todo o quarto, inclusive a pequena criança que adormecia tranquilamente na cama.

Thomas Grace Di Angelo dormia como um anjinho. Mas bastava ele acordar para a perspectiva de “anjo” mudar. Com seus cabelos e olhos negros, era uma cópia exata do pai. Apenas a pele mais bronzeada e as inúmeras sardas espalhadas pela bochecha do pequeno fizera Thalia crer que ele realmente havia saído de sua barriga. Embora a aparência fora herdada do Di Angelo, a teimosia e a personalidade forte viera de Thalia. A mulher sorriu e sentou na cama, ao lado do filho, que tinha os cabelos afagados pela mãe.  Thomas tinha quatro anos, ou quatro e meio como gostava de dizer.  O pequeno havia ido dormir cedo, depois de inúmeras desculpas e motivos para não realizar o ato e com contragosto, cedeu as pressões da mãe, indo pra cama de cara emburrada. A mulher alargou o sorriso e beijou o topo da cabeça do filho. Se levantou e ajeitou as cobertas melhor no moreninho, enquanto apagava a luz da luminária. Com cuidado se levantou e deixou a porta entre aberta, sabendo que o filho preferia assim e caminhou ao quarto do seu “pequeno mais velho”, como o chamava para ver um sorriso com covinhas nascer em Sam.

O quarto era meticulosamente organizado e inteiramente pintado de azul céu. Diferente do irmão, Sam sempre foi mais pé no chão. Era extremamente aplicado com os deveres escolares, que mesmo básicos, eram de grande importância para o pequeno. Tinha os olhos mais lindos do mundo. Um tom mesclado de negro e azul, que ás vezes se tornava violeta. Iria fazer sete anos mês que vem, e, diferente das outras crianças, não queria uma festa de aniversário ou até mesmo um brinquedo. O coração de Thalia se apertou ao se lembrar do pedido que o pequeno lhe fizera, semanas atrás.  Aquilo rendeu algumas lágrimas, longe da visão dos filhos, à mulher. Suspirando, ela refez todos os gestos que fizera com o filho mais novo e saiu do quarto do pequeno, caminhando ao próprio.

Aos poucos, sem ter algum motivo especifico, lágrimas se acumularam nos olhos azuis de Thalia. O coração batia de maneira veloz e o sentimento que algo estava para acontecer não abandonava sua intuição. Com dor ela abriu as portas do lado esquerdo do guarda roupa. O lado que pertencia a ele. Com o corpo tremulo e lágrimas já feitas, passou a mão pelo tecido da camiseta que estava no cabide. A logo de uma banda aleatória estava estampada no tecido preto, mas não era isso que fascinava a mulher. Levou a peça ao rosto e inspirou o restante de perfume que havia ali. O perfume dele.  Um leve aroma de romã, capaz de entorpecer todos os sentidos de Thalia. Sem se importar, ela mesma se vestiu com a camiseta que pertencia ao homem a quem dedicara tanto amor.

A essa altura devem se perguntar o paradeiro de Nico Di Angelo. Com o sonho de seguir a carreira militar, o rapaz fora enviado para algum lugar além do pacifico. Longe de sua esposa, e seus dois filhos. Parte da jovem sentira raiva dele ter partido. Raiva por ele tê-la deixado.  E nem sequer dissera para onde iria. Enquanto a outra sentia aflição, preocupação, saudade e uma massa de sentimentos que faziam o coração da morena se angustiar.

Com extremo cuidado, ela pegou a pequena caixa no fundo do guarda roupa e caminhou até a sala. Nesse momento, as lágrimas corriam pelo seu rosto de porcelana sem controle algum, ou permissão. Com um triste sorriso, pegou a fita, e com afeto, colocou no aparelho da TV. Era o vídeo do seu casamento. Não imaginem que foi em uma igreja, cheia de pessoas que se “importavam” com eles, ou que Thalia usava um vestido longo e tudo fora meticulosamente organizado, com meses de planejamento.

Na verdade foi, em um dia estavam noivos, e no outro eram marido e mulher. O vídeo fora uma filmagem de Piper Mc lean, uma amiga da faculdade de Thalia e cunhada, que cursava cinema. O vestido era uma peça de linho branco, que não passava dos joelhos da jovem e em seus pés, um par de All Star branco que “combinava” com o vestido. Nico Di Angelo estava de calça Jeans escura e uma blusa aleatória branca, e tivera a decência de usar, pelo menos, um blazer por cima. Ambos tinham dezenove anos, e um dos motivos para terem apressado tanto a união dos dois, fora a gravidez do primeiro filho de Thalia. Sam Grace Di Angelo. Mas o verdadeiro e único motivo era que se amavam demais, e tinham mais do que certeza do que queriam um com o outro.  Tinham um relacionamento cheio de carinho, afeto e compreensão.  E como toda relação boa, tinham as implicâncias, que apenas apimentavam o relacionamento.

O amor dela por Nico Di Angelo não tinha exceções. Ela amava cada pedacinho dele. Cada sorriso, cada mania e cada defeito ela nutria uma paixão. Ela guardava cada lembrança dos dois como se fosse algo único e frágil e que pudesse cair no esquecimento a qualquer momento.  Fazia exatos três anos que o seu amor partira, com a promessa de que iria voltar pra ela, e por ela. Thalia se lembrou que ele temia o fato de Thomas não lembrar dele quando voltasse, já que quando foi embora o pequeno tinha apenas um ano. Estava enganado, os inúmeros desenhos na parede do pequeno provava isso. Os primeiros meses foram os mais difíceis. Claro que teve apoio e ajuda, mas não era a mesma coisa. Não quando ele não estava lá para dividir as noites mal dormidas, dizer que estava tudo bem quando não estava e beijar seus lábios enquanto secava suas lágrimas.

A mulher ficara cerca de um ano e meio sem noticias dele. Podia ter morrido há meses atrás e ela estava ali, agarrada a uma falsa esperança que criou para se sustentar. No mês anterior, recebera uma ligação da central de oficiais dizendo que neste dia receberia uma mensagem importante. Desde então, noites com esta se repetiam e a dor e expectativa da morena só aumentavam. Fazia três anos. Três anos e apenas um beijo dele para Thalia seria o suficiente.

Sentada no meio da sala, seus olhos estavam fixos na tela. A pequena cerimonia, com apenas alguns amigos acontecia. Annnabeth Chase e Percy Jackson eram os padrinhos. Jason, seu irmão, fizera questão de leva-la ao “altar” enquanto Will Solace, um amigo dos dois que por algum motivo desconhecido tinha uma licença para realizar casamentos, selava a união do casal. Os dois se observavam com sorrisos de rasgar o rosto enquanto trocavam as alianças e faziam juramentos de fidelidade que ambos iriam cumprir até o fim. Era um momento único. Will anunciando o “Pode beijar a noiva” fizera sorrisos nascer nos presentes que observavam o rapaz puxando sua nova esposa pela cintura e selando seus lábios. A mente da mulher congelou naquele momento. Revivendo ele inúmeras e inúmeras vezes, como se o acontecimento fosse recente.

Thalia estava tão absorta no vídeo que não ouviu a porta sendo aberta. O som de botas de combate na madeira e a mochila militar ser colocada no chão. Só percebeu a presença de mais alguém quando braços fortes e quentes a abraçaram por trás e o inconfundível perfume de romãs pairou no ar. Seu coração falhou uma, ou várias, batidas e ela soube.

Ele havia voltado pra ela e por ela. E agora ela sabia disso.


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Notas finais do capítulo

Então?
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Teve algum erro?
Odiaram?
Amaram?
Comentem!
Bjookas Glitterinadas!

:D



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