Recado na parede escrita por Nanda Taisho


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Crianças não precisam se forçar a atingir as expectativas irreais dos adultos. Crianças têm que ser crianças e isso implica em imaturidade, em não saber lidar com seus sentimentos, principalmente os ruins, em ser espontâneo, barulhento, cativante, às vezes irritante (porque não?) E que elas possam ser tudo o que puder imaginar.



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Aquela noite tudo parecia igual, menos os sentimentos que se encontravam revoltos no seu coração. Não conseguia compreender todo aquele pesar que lhe rondava todos os dias, seu pequeno coração de criança era muito imaturo para entender a complexidade da vida.
Em meio a suas cobertas e vários bichinhos de pelúcia que colocava em volta de si para que estes ganhassem vida é lhe protegessem durante o sono, uma ideia inocente surgiu a cabeça e no ápice de seu desespero infantil escreveu um recado na parede cor-de-rosa de sua cabeceira. As palavras escritas de forma trêmula e incorretas pela inexperiência que tinha, eram o que sua alma queria tanto por para fora, mas que jamais conseguiria pronunciar, pois já fora silenciada em demasia e o medo de se fazer ser ouvida era tão grande quanto o medo que tinha dos monstros atacarem em quanto dormia.
A canetinha colorida que usou para escrever a mensagem dava um ar alegre e descontraído a uma mensagem cheia de dor. Depois de escrever seu breve recado ela deitava em sua cama torcendo para que seus protetores fizessem um bom trabalho e a mantivesse viva de qualquer ataque de monstros que pudesse receber durante a noite. Abraçando seu urso preferido para superar suas angústias conseguiu pegar no sono.
— Bom dia. – Sua mãe lhe acordava no dia seguinte. – preciso conversar com você sobre isso que você escreveu. – A pequena entrou em choque. – Não tem como eu ser uma mãe melhor se você não for uma filha melhor. E você vai ter que limpar essa parede, não quero nenhum rabisco aí. – A mãe levantou e saiu do pequeno cômodo onde estavam, deixando para trás uma criança cheia de dúvidas.
Depois de muito pensar no que tinha escutado chegou a conclusão que a culpa era sua, ela não era uma boa filha, logo não merecia uma boa mãe. Mas o que a faria ser melhor? Perguntava a si constantemente, entretanto estava longe de saber a resposta. Ela não sabia como ser uma filha melhor, a única coisa que sabia era ser criança.


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