Fortuito escrita por Tamires Vargas


Capítulo 5
Adversário de si mesmo


Notas iniciais do capítulo

Tentei e tentei colocar a imagem do capítulo, mas não consegui. =/

Boa leitura!



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Naoko não percebeu sua respiração falhar quando visualizou o número de Hisoka. O dedo sobre a tela mantinha a distância suficiente para não atender a chamada. O coração respondia à ansiedade; a mente girava ao redor de possibilidades. Queria a sorte ao seu lado, mas seu longo histórico de azar a colocava à espera do pior.

— Sim.

— Está feito.

O olhar de Naoko percorreu o cômodo como se procurasse um ponto para se amparar. A voz esperava as palavras que tentavam sair do emaranhado de pensamentos que as apertava.

— O que quis dizer?

— Não é óbvio? Eu matei o contratante.

— Mas você me disse...

— Eu não quis esperar. — Hisoka interrompeu. — Sabe-se lá quantos anos você levaria para descobrir quem é.

Naoko demorou alguns segundos para se recompor. O alívio havia amolecido seu corpo e desacelerado sua mente. Mas ela sabia que isso era passageiro. Pagar sua dívida era tão ruim quanto ter um assassino em seu encalço. 

♥ ♠ ♣ ♦ 

— Não vou te dar o nome.

— Por quê?

— Ética.

Hisoka arqueou a sobrancelha. Era a coisa mais ridícula que tinha ouvido de Illumi. Se tivesse recebido como resposta um “porque não” teria feito mais sentido. Desde quando Illumi se preocupava com ética? Provável que essa palavra nem existisse em seu dicionário.

— Minta melhor.

— Vou executar o meu serviço.

— Para me impedir de ter o que eu quero.

— Exato.

Illumi se sentia um tanto pirracento. Aquilo não parecia uma forma de vingança, mas uma reação infantil diante de alguém que lhe desagradou. Quebrar a perna de Hisoka, furá-lo e deixa-lo pendurado até todo seu sangue deixar seu corpo, isso era se vingar. Tirar o doce da boca dele era apenas acabar com sua distração momentânea e obrigá-lo a procurar outra vítima para se divertir.

— Vai perder o seu tempo, amigo. — A palavra escorregou ácida, salpicada de ironia. — Nada me impede de ter o que eu quero.

—Você coloca esforço demais em coisas ridículas. Ainda vai morrer pelas suas fixações estúpidas.

— Ôôô, isso é uma ameaça?

— É o óbvio. Um idiota cego correndo em direção ao abismo vai cair cedo ou tarde.

— Obrigado por se preocupar, mas vou continuar correndo — replicou jocoso.

Illumi manteve sua postura irredutível levando Hisoka a desistência. Finalmente o ex-aliado havia se dado conta de que nenhum argumento lhe faria mudar de ideia e que insistir era pura perda de tempo. Em contrapartida, a maior interessada na vida de Naoko não tinha a mesma sensibilidade.

Saemi não dava desconto a Illumi. Cobrava a execução do serviço, afirmava a incapacidade dele de encontrar Naoko, desdenhava da reputação do primogênito dos Zoldyck. A pressão que ela exercia sobre ele o deslocava de sua frieza para uma irritação incomum. Illumi sentia como se um inseto zumbisse em seus ouvidos. A voz de Saemi lhe era insuportável e a simples visão do número dela na tela de seu celular alterava seu humor.

— O que e mais rápido: eu achar a garota ou Hisoka matar a mulher? — indagou a si mesmo ao terminar uma ligação com Saemi. Caminhava pelo quintal da mansão desde que iniciou a conversa com o objeto de sua irritação e já se encontrava quase no portão de saída apesar do diálogo ter durado poucos minutos. — De qualquer jeito a mulher vai parar de me infernizar, mas... — parou de repente. — Matar a garota não impede que a mulher me infernize no futuro.

 ♥ ♠ ♣ ♦ 

Hisoka não teve trabalho para encontrar as informações que precisava. Saemi Manfry era esposa de Olac, conhecido empresário do ramo do tabaco que, segundo boatos, gastava algum tempo com negócios no mercado negro. Ambos moravam em uma mansão apelidada de Vesúvio, localizada na parte alta da cidade de Nicaeri.

A vida de Saemi se resumia em acompanhar o marido e a enteada nas reuniões da classe abastada da cidade. Pouco falava ao público, menos ainda aos jornalistas, fazia bem o papel de sombra. Entretanto, ninguém brilhava mais do que ela quando sua família estava longe das pessoas.

Saemi controlava o dinheiro, os funcionários e todos que viviam debaixo de seu teto. Olac apenas assentia. Das vezes que tentou discordar padeceu o inferno na terra, por isso assumiu a posição de apoiador e financiador de sua mulher. Com Naoko não diferente.

Desde o dia em que a raiva alcançou a temperatura de ódio, Saemi decidiu encaminhar Naoko para fora do mundo dos vivos. Incapaz de dar cabo do serviço, procurou os mais eficientes e rápidos assassinos. Escolheu Illumi pela névoa nos olhos. Apostou que não passaria pela cabeça dele nem a brisa da misericórdia. E mais, ele agia à distância.

Nenhuma alma demoveu Saemi da ideia, nem sequer conseguiu fazê-la cogitar não se vingar. Pelo contrário, as poucas tentativas contribuíram para solidificar uma certeza férrea e insana de que Naoko Peace merecia pagar pelo que fez. Dinheiro, pedido de perdão, joelhos no chão ou a cara no pó, nada que Naoko fizesse poderia extrair ou amenizar o ódio que havia se incrustado no coração de Saemi,  

Não era apenas pelo prejuízo, ainda que a perda de negociações futuras fosse um fator importantíssimo, mas pela desobediência. Pelo absurdo de a garota se achar no direito de sair de debaixo de sua autoridade e romper com o acordo firmado há anos.

Acordo este que se aproximava de completar uma década, mesmo que uma das partes jamais tivesse deliberadamente concordado. 

♥ ♠ ♣ ♦ 

— Sabe onde me encontrar. Tem dois dias para chegar.

— Impossível! Estou há pelo menos quatro dias de viagem.

— Dois dias ou irei atrás de você.

Naoko olhou pela janela. Havia um dirigível cortando o céu com esparsas nuvens. Poderia embarcar naquele que a levasse mais longe. Depois pegar outro e outro. Sempre para o mais longe possível. Até o outro lado do mundo. Distante o suficiente para não ser encontrada por Hisoka.

— Nem pense em fugir. — Ele disse num tom que misturava ameaça e sorriso.

— Não fujo das minhas dívidas. — Naoko respondeu com seu inerente orgulho, que se esfacelava devagar, oprimido pelo medo. — Sexta-feira. Uma em ponto.

Hisoka riu.

— Você pensa que pode negociar.

— Existe algo que não se negocie?

Hisoka inclinou a cabeça para o lado. Estava de pé encostado na parede, relaxado, divertindo-se com as respostas de Naoko. Em contrapartida, ela apertava o celular para impedir que a tensão fizesse sua voz fraquejar. Tinha medo. Daquele de suar as costas e doer o estômago. Não havia a quem recorrer.

Engoliu a saliva devagar, o nó na garganta ardia. O desespero se adiantava para tomá-la nos braços e levá-la às lágrimas. Pensou nela, a única que tinha poder para lhe ajudar nesse momento. Quão humilhante seria retornar dessa forma? Impossível imaginar, mas sua vida lhe valia muito.

— Meio-dia. — Hisoka jogou. — Assim eu não almoço sozinho — completou jocoso.

Naoko sentiu o ar gelado ao perceber que ele havia desligado. Procurou o sofá com as mãos trêmulas e, tão logo se acalmou, envergonhou-se de si própria como se suas reações tivessem sido assistidas por uma plateia. Olhou para o celular. Ligar, não ligar, a humilhação certa ou a dúvida de sair viva. Um insano desconhecido ou um familiar nocivo. Escolher não passava de um deboche da vida.  

♥ ♠ ♣ ♦ 

Illumi fitava o nada enquanto ignorava o celular. Seus olhos negros pareciam se aprofundar e aumentar de tamanho conforme os segundos passavam e o toque não abandonava seus ouvidos. Da primeira vez pensou ser Hisoka importunando-o de novo, porém quando o celular acusou a segunda chamada em menos de um minuto, teve a certeza de que era ela.

“Inferno!” Pensou. Não havia palavra que definisse melhor. Ser cobrado não fazia parte de sua vida, era ridículo que se tornasse uma constante no presente. Pela terceira vez focou o vazio para esquecer a melodia que agora lhe mostrava que havia mais coisas no mundo que conseguiam tremular sua paciência.

Levantou-se. Cinco chamadas perdidas em quatro minutos. Quinze no dia de hoje. Cinquenta e seis nos últimos três. Adquiria um certo ódio pelo aparelho que servia de instrumento de incômodo. Teve vontade de quebrá-lo, jogá-lo no jardim, queimá-lo... Mas sabia que fazer isso era direcionar sua raiva para a coisa errada.

Raiva... Aquela mulher conseguia despertar essa emoção rara para Illumi. Tinha contado nos dedos as vezes que conseguiram lhe tirar do sério e nenhum dos que alcançaram essa proeza podia dizer ao mundo como era perfurar a frieza de Illumi a ponto de encontrar a ardente fonte de fúria.      

Apertou os olhos ao ouvir novamente a melodia. Respirou fundo, jogou o ar fazendo um som pesado. O olhar se abriu em escuridão profunda revelando o contorno de um abismo que cintilava sangue. Era o fim definido. 

♥ ♠ ♣ ♦ 

Hisoka sorriu ao ver o nome na tela.

— Saemi Manfry. — A voz dura entregou.

— Ora, ora, veja quem mudou de ideia!

Hisoka não teve tempo de sacar outra provocação. Tão logo Illumi disse o nome, desligou deixando o mágico com a piada pronta na boca. “Estraga prazeres!” Hisoka murmurou. Queria brincar mais um pouco com a paciência de Illumi apenas para não perder o costume. Ficaria para a próxima.

Tomou às ruas. Uma informação aqui, mais uma ali e a ficha de Saemi estava em suas mãos. Figura conhecida. Fácil de achar. Segurança? Riu. Nenhum seria capaz nem mesmo de lhe arranhar os sapatos. Era ridiculamente fácil. Cinquenta anos, casada com um homem podre de rico, aparência familiar... Bem, fotos enganam. Endereço, telefone, mais algumas fotos...

— Que merda é essa? — Hisoka ergueu uma das sobrancelhas. Fitou a tela do computador com atenção redobrada. Esquadrinhou a face exibida. Olhos, boca, nariz, expressão, cabelo... — Não é possível que não tenha nada sobre o passado dela!

E, de fato, não tinha. Quem era Saemi antes de se tornar Manfry não se encontrava em canto algum da internet como se o passado tivesse sido apagado com um único clique. Obra bem-feita, digna de um profissional, que trouxera Saemi à existência como uma dama da alta sociedade, sem mácula nem rusgas em sua trajetória.

— Deve ter uma montanha de coisas escondidas... — Hisoka continuava vidrado na tela. Os traços daquela mulher caminhavam em sua mente feito formigas. A cabeça dele pendeu suavemente para a esquerda. Aquelas íris de mar profundo lhe puxavam, traziam emoções de lembranças não vividas. Quanto mais as olhava, mais parecia conhecê-las. — Não tem sentido... Mas talvez tenha.

Na meia-noite seguinte, a mansão Vesúvio abrigou contra a vontade um convidado. A suíte em sombras recebia o luar através das cortinas junto a uma brisa tímida que se esgueirava pelas frestas. Tudo ali expressava a riqueza dos Manfry.

Hisoka se viu parado diante de um quadro pintado a óleo. Nele, Saemi posava com um vestido preto e um grande diamante descansava em seu colo atraindo a atenção para a curva de seus seios. Tinha a expressão altiva, predadora, o tipo de mulher dona do jogo. Nenhuma inocência e todas as estratégias. O perfil que exalava perigo e fazia qualquer um sentir cheiro de adrenalina. Hisoka passou a língua pelos lábios. Um desvio na jornada seria um bônus interessante. Cruel ao fim, claro. Mas a vida era feita de oportunidades e momentos. Como poderia deixar um passar?

Seus pensamentos foram interrompidos com a presença de seu desejo recém-concebido e a realidade se apresentou como uma deliciosa surpresa.

— Veio atrás de dinheiro?

Ele fechou os olhos por um segundo apurando a voz firme. Um tom acostumado a dar ordens, a ser obedecido. Um timbre sem medo ou falhas. Puro sopro de autoridade e superioridade.

— Não... — murmurou. — Há coisas melhores do que isso. Gosta de cartas? — Retirou devagar o baralho do bolso. — Por que não escolhe uma?

— Ás de espadas.

Hisoka sorriu malicioso.

— É a minha carta... Sabe o que isso significa? — Lambeu a ponta. — Que nós temos muito em comum — disse com a voz rouca.

— Eu não duvido... — Saemi acompanhou o tom.

O projétil arrancou o brinco de Hisoka atravessando o quadro. A goma que envolveu a bala abafou o som e tomou a pistola das mãos de Saemi ao passo que a prendeu no chão.

Hisoka sentou na cama, colocando a pistola ao seu lado.

— Eu tinha outros planos, mas você preferiu assim. É uma pena...

— Quanto você quer?

— Hum... Isso me soa familiar. Por que as pessoas não entendem que o dinheiro não compra tudo? — suspirou falsamente. — Agora, diga, por que mandou matar a Naoko? Uma criatura como ela tão...

— Insignificante?

— Desprovida de atrativos. Não tem reação, expressão, não é uma grande lutadora. A não ser que seja uma completa dissimulada, não tem muita diversão a oferecer.

Hisoka e Saemi se encararam por minutos. O silêncio pesado não os atingia. Ambos passavam por ele incólumes. Ninguém recuava. Ele sabia que ameaças não trariam resultado. Ela cogitava todas as hipóteses.

— Não vai gritar por socorro?

— Não vou me humilhar.

Ele sorriu.

— Você me lembra um pouco a Naoko. Ela também finge superioridade nos piores momentos.

— Ao menos ela demonstra um pouco de dignidade na frente de alguém.

— Afinal, Saemi,... qual a sua relação com ela?   

♥ ♠ ♣ ♦ 

Torre Celestial, 11:54h.

Naoko carregava o coração acelerado. Mantinha os passos firmes, media os gestos, equilibrava os olhares. A máscara bem encaixada passava despercebida a muita gente. Não teve problemas para conseguir o número do quarto de Hisoka. A recepcionista lhe forneceu de bom grado com um sorrisinho que Naoko preferiu ignorar. Logo estaria frente a ele, seu estômago acusou.

O elevador vazio a sufocava.

Apoiou a mão na barra, olhando-se no espelho: o retrato da espera da morte. Não tinha chance de derrota-lo, não se humilharia e tampouco via a possibilidade de misericórdia. Seria um massacre. Duraria mais que 30 minutos?

A porta se abriu revelando um moreno alto de cabelos negros. O homem pareceu distraído e por pouco não deixou passar o elevador. O terno bem cortado dava a ideia de seu preço e o relógio não disfarçava o brilho do ouro. O perfume aquecia o local e fazia Naoko fitá-lo de soslaio. De súbito ele iniciou uma chamada. Um toque. Dois. Três. O celular de Naoko vibrou no mesmo compasso e ela cerrou os punhos.

— Desculpe a indelicadeza. Tinha dúvidas se era você. — Estendeu a mão. — Satoshi Safina, é um prazer vê-la, senhorita Peace.

A mão ficou no ar um minuto inteiro enquanto os pensamentos de Naoko sem embolavam na busca por uma saída.

— Eu te contratei há muitos anos para curar minha mulher. Talvez você não se lembre.

— Como tem meu número?

— Digamos que seus dados não são mais tão bem guardados como antes.

— Ela te deu

— Não. Somente me avisou que não cuidava mais dos negócios e não era mais responsável por sua segurança. Então eu procurei seu contato. — Pausou, observando a expressão dela. — Preciso de seus serviços.

O elevador avisou que havia chegado no andar de destino e Naoko saiu de costas sem desviar os olhos do homem.

— Eu espero que possamos trabalhar juntos — disse ele antes de a porta se fechar.

Naoko caminhou devagar até o apartamento de Hisoka. Suas pernas pareciam desmanchar a cada passo. Estava a mercê de qualquer um que quisesse seus poderes. Se Safina tinha chegado até ela, nada impedia que outros fizessem o mesmo. Mais uma vez, seguir em frente ou voltar atrás não fazia diferença: cairia nas mãos de alguém.

Quando chegou ao apartamento 2504 sua alma já havia se entregado, restava apenas torcer por uma morte digna. Sem sofrimento era uma ilusão infantil, mas com o corpo num estado que permitisse um velório era algo que poderia colocar alguma esperança.

Não se deu a cerimônias. Entrou sem avisar. Hisoka virou o rosto para vê-la. Sorriu.

— Está atrasada.

Meio-dia e dois minutos.

— Não cumpriu sua palavra.

— Antes de começarmos me diga o nome do mandante.

— Eu não guardo o nome dos mortos — disse jocoso.

O celular tocou.

Conforme as palavras chegavam ao ouvido de Naoko, ela se distanciava dali. Sua mente foi a pessoas, lugares, sentimentos, lembranças. Seus olhos pararam em Hisoka com incredulidade e a faísca da cólera. Conseguiu dizer algumas palavras de forma mecânica para se despedir e encarou seu algoz.

— Saemi Manfry foi assassinada...

— E daí? — Hisoka rebateu.

— Foi você?...

Hisoka a encarou fixamente. A resposta estava em seus olhos, mas Naoko insistiu.

— Foi você quem a matou?

— Sim.

— Por que fez isso?... — A pergunta saiu baixa, débil.

— Porque foi ela que contratou o Illumi.

Naoko respirou fundo. Os olhos vidrados acumulavam lágrimas que se agarravam aos cílios. Os lábios tremiam apesar de apertados com força. Seu peito parecia oco como se seu coração fosse apenas uma casca se fragmentando e caindo sobre si mesmo. Ela queria gritar que era mentira. Queria embasar seu argumento no caráter nada confiável de Hisoka. Mas algo lhe dizia que se fizesse isso mentiria para si mesma.

— Ela é... — Sentiu-se confusa por um instante ao se dar conta de que deveria usar o passado. — Ela era... — De súbito um pensamento lhe atravessou a mente e a temperatura da raiva aumentou. — Você sabia.

— Descobri no dia.

— E mesmo assim a matou?!

— Fiz o que combinamos.

Naoko atravessou o cômodo e o segurou pela camisa. Os olhos frios queimavam.

— Você... matou a minha... mãe! — murmurou entredentes.

— Era ela ou você. Não chore pela morte de alguém que te queria morta.

Hisoka segurou a mão de Naoko para forçá-la a soltá-lo. A resistência era fruto puro da raiva misturada com dor. Ele sentiu um estranho incômodo ao encarar aquela face que se recusava a chorar embora as lágrimas insistissem em brilhar em seus olhos.

— Nós somos reféns das nossas escolhas, benzinho.


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Notas finais do capítulo

Bye!



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