A Babá escrita por GiullieneChan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Nota: A história faz parte do universo da história da fic Bhagavad Gitâ.
Obrigada a Calls e a JuBriese pelas dicas.
Fic de presente de aniversário para a minha gêmea de pais diferentes, Aisha Andris.



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Meu nome é Francis Elliot, mas ninguém me chama assim há anos. Para meus amigos sou Shaka, cavaleiro de ouro de Virgem. O Homem mais Próximo de Deus e blá, blá, blá.

Eu tenho um dos trabalhos mais perigosos do mundo, por assim dizer. Sou um dos guardiões da deusa Atena encarnada na Terra.

Venho de uma família muito rica, então eu nunca tenho que me preocupar com coisas mundanas como hipotecas, boletos, dívidas diárias, etc e etc e etc. Não que eu precise do vil metal em minha vida, tenho optado por uma existência simples e vivendo com apenas o básico. Ok, ignorem meus Armanis no meu guarda-roupa, eu os uso apenas quando necessário. Afinal, ficaria estranho andar pelas ruas com minha armadura dourada, não é obvio?

Eu tenho uma serva, que por insistência minha, vem seis vezes por semana para manter minha casa limpa, porque eu certamente não tenho nenhuma intenção de fazê-lo sozinho, comida saudável vegana adequada ao meu estilo de vida, organizar meu closet em ordem cromática, meus livros e DVDs em ordem alfabética e de importância.

Por alguma razão que desconheço as servas tinham que ser substituídas em níveis recordes, todas por questões médicas, é claro. Incrivelmente todas tinham a tendência a um colapso nervoso e mais incrível ainda é que os ataques geralmente culminavam com elas saindo correndo da minha casa em meio às lágrimas.

Hoje, não houve batalhas épicas contra divindades malignas. Não houve treinamentos exaustivos para chegar ao Nirvana e alcançar a Iluminação. Nem sequer, uma viagem relaxante à minha terra natal e rever meus parentes mais próximos. ERA PARA SER UMA VIAGEM RELAXANTE À ÍNDIA PARA REVER MINHA ÚNICA IRMÃ.

Aparentemente, minha irmã, afamada por ser uma workaholic, decidiu dar um passo maduro e importante em sua vida e adotou dois irmãozinhos, um casal na verdade. Não sei se o fato da minha esposa Raga-Si ter tido um bebê há poucos meses tenha de algum modo a influenciado, mas estava muito feliz pela decisão de Cloe. Por motivos de saúde, Raga-Si preferiu viajar em outra ocasião para conhecer os sobrinhos, e por isso viajei sozinho. Lembro que a nova serva aparentemente respirou aliviada quando disse que faria a viagem.

Eu não sou, repito, NÃO sou uma babá.

Mas, hoje, eu não fui Shaka de Virgem, o mais forte dos cavaleiros de Atena. Não, hoje fui o tio Shaka, a babá.

Não apenas isso, eu era a babá de último recurso. Por algum motivo alheio ao meu controle, não havia nenhuma viva alma em toda Nova Delhi que pudesse ficar cuidando dos meus sobrinhos, enquanto minha irmã tinha uma reunião de negócios urgente!

Ela me deixou a sós em sua enorme casa com um menino de apenas seis anos, o pequeno Ravi que parece inclinado a arriscar a própria vida ao subir em árvores, muros, armários e telhado da casa. E a “torturadora” de animais, Nalina. A pequena de apenas quatro anos não podia ver um gato, cachorro, macaco ou vaca que já quer pegar em seu colo, beijar e abraçar. Perdi as contas de quantas vezes o pobre gato siamês de Cloe tentava escapar desesperadamente dos abraços amorosos de Nalina.

Ah, sim. Pobre Potato, nome do infeliz felino, aliás, minha irmã nunca foi muito criativa com nomes de animais de estimação. Até agora, resgatei o gato de uma árvore, resgatei o mesmo gato de ser afogado, ou como meus sobrinhos insistiram, estavam dando banho no pobre animal, e novamente ter que resgatar o infeliz daquela bendita árvore. Quase morri por esse animal ingrato, aliás.

Como isso aconteceu? Bem, foi assim. No final do dia, pensava que alimentá-los fosse provavelmente o trabalho mais fácil daquele dia. Seria... se não ocorresse um episódio inusitado.

Estávamos no jardim dos fundos, desfrutando de uma refeição saudável preparada por mim, quando Ravi olhou para a figueira-de-bengala enorme que ficava no fundo do jardim. Em um dos ramos mais altos, o siamês estava empoleirado no lugar, sacudindo a cauda com insatisfação, miando sem parar, enquanto olhava para nós. Ravi, tentou chamar o gato e exigiu que ele descesse, no entanto, Potato não fez qualquer movimento para ouvir o garoto, e manteve-se imóvel no ramo alto.

—Tio, pega pra mim? –Ravi apontava, pedindo com olhos suplicantes.

Já ia recusar tal missão, esperando que o animal descesse por conta própria. Afinal, porque eu iria entregá-lo novamente para os braços perigosamente afetuosos de Nalina? Mesmo sabendo que o gato me odiava, eu não seria tão desumano com a criatura.

—Ele está aborrecido. Deixe-o se acalmar que depois vai descer. –respondi, tentando desmotivá-lo a pegar o animal.

Nalina, olhou para mim com seus grandes olhos amendoados, e um sorriso doce.

—Tio, salva ele. Ele tá cum medo de descer.

—Por favor? Por favor? Por favor? –Ravi pediu unindo as mãos como se me implorasse.

Suspirei. Se eu não buscasse o animal, certamente o menino iria subir por conta própria, se arriscar a cair e quebrar algum osso e Cloe iria acabar com a minha existência. Se fosse comigo, o gato estúpido poderia ficar na árvore.

As duas crianças estavam olhando para mim com expectativa. Olhei de volta para a árvore com um suspiro pesado. O felino mudou de posição, subindo para os galhos mais altos. Ravi e Nalina ainda olhavam para mim.

—Ok, ok. -Eu me rendi. -Vou buscar o gato.

Então, fui subir na figueira para efetuar o irremediável resgate. Potato não gostava de mim. Eu tinha muitas marcas de arranhões desse gato para provar meu ponto de vista e que não era paranoia alguma. Por mim ficaria ali e eu teria um pouco de paz, ao invés de desviar de seus potenciais ataques à minha canela, mas Cloe não ficaria feliz em voltar da reunião e ver o gato preso na árvore ainda, se recusando a descer.

Não demorou muito para subir os galhos e chegar ao nível do gato, mas pegar o infeliz e depois fazer o meu caminho para baixo, com ele foi outra história. A criatura insistia em não ser salva por mim, fazendo sons ameaçadores com a boca, mostrando seus dentes afiados e tentando arranhar minha mão toda vez que ela se aproximava dele.

No final, após um exaustivo jogo de caça onde consegui agarrar aquele demônio peludo e mal humorado, este conseguiu virar o corpo assim que toquei o gramado e arranhou meu rosto várias vezes, forçando-me a soltá-lo. Aquele filhote de Cria infernal saltou após usar minha cabeça para dar um impulso direito nos braços de Nalina.

—Ele tá sujo! –disse Ravi, olhando o gato de modo severo.

—Dão um banho nele depois, oras. –respondi, irritado com o modo absurdo que o animal me tratara.

—Obrigado, tio Shaka. -Ela sorriu para mim com doçura.

—Você é um herói, tio Shaka. -Ravi me diz.

Nem tive tempo de sentir meu ego inflamado pelos elogios das crianças, ambas correram para dentro da casa com Potato, o gato demoníaco, preso no abraço esmagador de Nalina. Certo de que o gato receberia o castigo merecido em alguma brincadeira da menina, fui recolher a mesa do almoço e arrumar a cozinha. Pensava em relaxar na sala, assistindo à televisão, enquanto os pequenos brincavam no andar superior, em seus quartos.

Mas, alguns minutos depois de lavar as louças e me arriscar a ir para a sala de estar, fui confrontado com uma frenética bola de pelos que disparou pelas minhas pernas mais rápido que a velocidade da Luz de um cavaleiro de ouro. Naturalmente, ele foi direto para fora pela porta dos fundos e para a figueira do jardim, e por algum motivo, cheirava fortemente pelo molhado e xampu.

Ravi, apareceu no alto da escada, parcialmente molhado, sem a camiseta, tendo Nalina ao seu lado com um xampu derramando o conteúdo por onde passava.

—Acho que o Potato saiu de novo, tio Shaka.

—O que... como... –corri para o andar superior e vi todo o corredor encharcado e com manchas de xampu pelo tapete.

Ao chegar no banheiro, o cenário era de total desordem. A banheira transbordava com os sais de banhos de Cloe e alguns outros produtos espalhados.

—Que bagunça é essa?!

—Banho no Potato! –respondeu Nalina rindo e tomei dela o xampu antes que a outra metade sobrevivente do líquido fosse esvaziada pelo chão molhado.

—Mas...

—O senhor disse para a gente dar banho nele. –Ravi me respondeu com toda a inocência infantil, me deixando sem argumentos para refutar.

Olhei novamente ao redor, calculando que a culpa foi minha mesmo por ter dado a ideia para as crianças e não fiscalizado o que faziam tão silenciosamente aqui em cima. Certamente Cloe irá exigir que eu compre os produtos que foram danificados naquela bagunça. Por que uma mulher que usa cabelos cortados tão curtinhos como os a minha irmã precisa de tantos xampus e condicionadores?!

Eu sou um homem. Sou simples quando se trata de higiene. E mesmo tendo meus cabelos longos, não uso tantos produtos como os da minha irmã. Pra que precisa de seis tipos de xampus, condicionadores e cremes hidratantes? Eu me lembro quando ela era uma adolescente que quando ela saia do banho, cheirava como uma floresta tropical. Algo me diz que ela não mudou muito ao longo dos anos.

—Olha, vão se limpar, coloquem roupas secas. Depois procuramos o Potato. Tenho que limpar isso antes que sua mãe volte! –as crianças pareciam não ter entendido minhas ordens tão simples. –Ah, vá na cozinha e comam alguma coisa depois. Tio Shaka não gosta de limpar as coisas com pessoas em volta dele!

Eles concordaram e saíram rapidamente para atender minhas ordens. Sei que quarenta minutos depois deixei o banheiro brilhando e cheiroso, e desci satisfeito pelo o meu desempenho. Mas parei estático no alto da escada ao ver a sala de estar revirada, com as almofadas espalhadas e as crianças correndo em volta do sofá, perseguindo Potato. A criatura demoníaca peluda e miante voltou suja do jardim, trazendo lama em suas patas para os móveis da sala.

—CHEGA! –peguei as duas crianças em meus braços, as coloquei sentadas na escada apontando o dedo para elas. –Não se mexam!

O gato correu na direção da cozinha, subindo na mesa e saltando para cima dos armários brancos. Mas consegui pegá-lo e em seguida o limpei ali mesmo na pia da cozinha, para evitar que ele causasse mais estragos. O sequei com a alguns panos de prato e antes que eu pudesse fazer algo a mais, o demônio arrumou forças em algum lugar e se soltou de meus braços, após claro, arranhar novamente meu rosto e fugir para o quintal.

—Mas que... infer... –engoli a vontade de praguejar. As crianças poderiam ouvir e se repetissem, minha irmã iria me encher a paciência por eras. Respirei fundo, recuperando meu auto controle.

Ao voltar para a sala, vi as crianças paradas no mesmo lugar onde as deixei, parecendo estátuas.

—O que estão fazendo?

—O senhor não falou pra gente não se mexer? –Ravi me respondeu, ainda mantendo a postura de estátua, e Nalina tentando não rir.

—Buda, dai-me paciência!

Suspirei e voltei a cozinha, para limpar a bagunça que havia feito e notei que a causa do alvoroço infantil era o excesso de açúcar que haviam consumido enquanto eu limpava o banheiro. Haviam caixas e mais caixas de biscoitos recheados, bolinhos sucos artificiais de caixinha e balas espalhadas pela mesa da cozinha. Como eu poderia saber que crianças ficam absolutamente loucos quando consomem essas coisas? Talvez se Cloe mantivesse mais comida saudável na casa, isso poderia ter sido evitado!

Após arrumar toda aquela bagunça, retornei para a sala e os dois endiabrados ainda estavam na mesma posição.

—Vocês ganharam na competição de estátua!

Os dois pequenos saltaram e pularam comemorando o feito e eu não consegui deixar de achar engraçado aquilo. Depois consegui persuadi-los a me ajudarem a arrumar a bagunça na sala. Foi quando Nalina percebeu a ausência prolongada de Potato e começou a procurá-lo pela casa em vão.

—Potato! –ela o chamava e sua voz começou a ficar chorosa, me deixando preocupado. –O Potato foi embora!

—Ele deve voltar logo. –tentei confortá-la, fazê-la esquecer do gato.

—Tio Shaka, eu vi o Potato.

Ravi me avisou, apontando do alto de uma janela que acabara de subir. Rapidamente o retirei dali, pedindo que não subisse mais nas janelas e perguntei onde o gato estava agora.

—Ali. –Claro, ele apontou para a figueira.

Contei mentalmente até dez, busquei meu Buda interior para ficar calmo e sai novamente para pegar aquele gato maldito.

As crianças vieram logo atrás de mim, pedi que me esperassem embaixo da árvore, enquanto novamente eu subia. Potato não parecia feliz com a minha presença, rosnando ameaçadoramente para mim. Esse animal sabe por acaso com quem está mexendo?

Novamente lutei bravamente para pegá-lo, apesar de sua relutância. Ouvi os pequenos comemorarem o fato e em seguida ouvi outro som.

CRECK!

Tudo foi rápido demais para pensar. O galho fino onde estava quebrou com meu peso, cai do alto da figueira de costas no chão gramado abaixo de mim, e aquela praga peluda caiu graciosamente em pé, em cima de meu estômago, roubando-me o ar por alguns segundos.

Ravi e Nalina me olhavam preocupadas e a menina começou a chorar.

—Matamos o tio Shaka... buuuuááááááááááa!

—E-estou...bem... –consegui falar após alguns segundos.

—Tá vivo? –Ravi cutucou minha bochecha com o dedo indicador, como se quisesse ter certeza.

—Ainda... estou...

Sentei no chão e fitei o gato parado diante de mim, me olhava com desdém. Parecia debochar da minha queda. Minha vontade era de envia-lo a uma das Seis Existências, mas para a sorte dele, haviam crianças presentes e eu não queria pagar os próximos trinta anos de terapia delas.

O gato virou-se para sair dali, mas em um rápido movimento eu o peguei.

—Não vai fugir mais hoje!

Entramos na casa e o tranquei no escritório de minha irmã, para que ele não me causasse mais problemas. Mandei que os pequenos tomassem banho rápido e colocassem roupas limpas se quisessem ver um pouco de televisão.

Os dois obedeceram e eu mesmo fui para o meu aposento de hóspedes me trocar, pois as roupas estavam sujas e arruinadas pelo dia exaustivo de hoje.

Um bom tempo depois, estávamos sentados no enorme sofá, assistindo algum programa infantil na televisão. Eu ficava imaginando se minha pequena Shakiti teria algum poder parecido sobre mim de amolecer meu coração, igual à esses dois. Uma coisa era certa. Se Shakiti ou os irmãos dela quiserem um animal de estimação, será um cachorro! Nada de gatos!

Ravi e Nalina assistiam com atenção à TV, silenciosamente, o que é uma grata surpresa. O programa, aparentemente, era o favorito de Nalina, sobre um homem com uma peruca afro estranha, gravata borboleta e suspensórios, tendo um urso falante que usava um terno listrado como parceiro de palco, e conversava com as crianças como se elas fossem surdas ou incompetentes, repetindo cinco vezes a mesma coisa. Ela repetia as falas dele, as músicas. Certamente deve ter assistido cada episódio desse programas umas duzentas vezes.

Já Ravi, assistia por assistir, como se não tivesse outra escolha no momento. Dava para perceber que o menino odiava o programa, os ternos brilhantes, as falas infantilizadas, o jeito de tratar quem o assiste como se tivessem algum problema mental. Sei que crianças gostam desse tipo de programação, mas aquele rapaz de peruca afro falsa, roupa horrorosa? Isso me irrita também.

Durante o intervalo comercial, creio que apaguei. Eu acordei, ainda no sofá, mas nem sequer me lembro de adormecer. Parada diante de mim com um sorriso estava minha irmã, e fez um gesto com o dedo nos lábios para que eu não acordasse as crianças que tinham adormecido ao meu lado. 

Para a Cloe a imagem era algo singelo e doce, mas meus braços adormecidos por servirem de “cama” e “travesseiro” às crianças, não tinham a mesma opinião.

—Parece que você se divertiu hoje.

—Sim. -Eu respondi com ar cansado. -Diversão.

—Vai se preparando, irmãozinho. Ou você acha que com a Shakiti vai ser diferente? –ela sorri, se inclinando sobre Ravi e gentilmente tocou em seu ombro. –Ravi, vamos querido, é hora de dormir na sua cama.

Ravi gemeu quando começou a acordar, e ainda meio dormindo, ele deixou Cloe guiá-lo para seu quarto e para a cama sem esquecer de me desejar uma boa noite. Ajudei, pegando Nalina nos braços sem despertá-la e levando-a para seu quarto. Quando a coloquei na cama e a cobri, Cloe me observava na porta.  

—Obrigada por ficar com eles, Fran. –ela me disse, me chamando pelo apelido que havia me dado quando nasci.

—Não foi nada demais. -eu bocejei, esticando meu braço, espreguiçando. –São bem elétricos, mas são boas crianças.

—Ravi me lembra você naquela idade. Antes de você partir e se tornar “Shaka de Virgem”.

—Eu era tão terrível assim? –eu pergunto, tentando me lembrar se havia feito artes parecidas com as que presenciei hoje. Sim... eu fui terrível e nossa avó sempre escondia nossas traquinagens de nossos pais.

—Era pior! Lembra quando tentou colocar o cachorro da vovó na secadora de roupas, Fran? –ela perguntou, descendo as escadas.

—Em minha defesa, eu tinha quatro anos. Vocês tinham que dar instruções mais específicas de como secar um Corgi para uma criança nessa idade. Eu fui pelo lado mais prático.

Descemos as escadas rindo das nossas peripécias infantis. Quando a Cloe caminhou na direção do escritório, lembrei que Potato ainda estava trancafiado ali. Ao abrir a porta, o gato saiu em disparada, passou entre minhas pernas, fazendo um barulho ameaçador antes de subir pro andar superior e se esconder, provavelmente, embaixo da cama de Cloe.

Ela me lançou aquele olhar inquiridor, o mesmo que usava comigo quando criança esperando alguma explicação para minhas traquinagens infantis.

—Ora, então era ali que ele havia se escondido? E procuramos o Potato pela casa toda! –disse com ar inocente e Cloe aparentemente acreditou, fechando a porta do escritório e indo agora para a cozinha.

Eu me sentei na sala de estar novamente, imaginando que ser um tio babá de vez em quando não era algo de todo ruim. Mesmo com toda a bagunça, o gato assassino, programas infantis idiotizantes, Cloe tinha razão.

Tinha sido divertido.

Fim


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Notas finais do capítulo

Nota:
A figueira-de-bengala produz raízes aéreas delgadas que crescem até atingir o solo, começando então a engrossar até formarem troncos indistinguíveis do tronco principal. Deste modo, podem crescer até ocuparem vários hectares. A figueira-de-bengala é a árvore nacional da Índia.



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