Uma Chance para Duas escrita por Ana


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo :'(
Música do capítulo: A Thousand Years - Christina Perri (Boyce Avenue acoustic cover) , eu particularmente prefiro essa versão, mas vocês podem ouvir a que preferirem, mas não deixem de ouvir no momento indicado.
Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=iIj07LL57RA



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Como o casamento aconteceria na casa dos pais de Regina em Storybrooke, todos chegaram na cidade no final do dia que antecederia o casamento. Para evitar que alguma das duas tentassem ver o vestido uma da outra, como já era esperado, Branca, mãe de Emma, os levou para a sua casa, e só os traria no dia seguinte, quando chegasse o momento delas se arrumarem.

Mesmo elas negando, era evidente para todos, que elas estavam uma pilha nervos, afinal, naquele dia que logo chegaria, sabiam apenas que iriam se casar, mas não sabiam o que esperar, então Cora disse que colocaria o Henry para dormir e que elas poderiam dar uma volta para espairecer.

Apesar do céu estrelado e da lua cheia resplandecente, a noite em Storybrooke estava fria, dando mais um motivo para elas andaram abraçadas. Elas caminharam durante um certo tempo em silêncio, apenas apreciando a presença uma da outra.

—O que você espera para amanhã? —Regina perguntou quando elas se sentaram em um banco embaixo de uma árvore, que ficava ao lado da casa.

 —Eu não sei, eu fico pensando no pouco que a sua irmã e a minha mãe me contaram...Mas eu não sei, juro que não sei.

—Se amanhã aparecer macacos de circo aqui, eu mato a Zelena. Infelizmente a Eva vai ficar órfã e o Hades vai ficar viúvo.

—Não diz isso! —Emma fala dando um tapa de leve em Regina.

 —Mas é sério, se a Zelena aprontar alguma, ela vai se ver comigo.

—Eu confio na Zelena, na verdade eu confio em todos que estão ajudando.

—Eu também confio, eu só estou... Só estou ansiosa. Queria fechar os olhos e quando eu tronasse a abri-los, queria que já fosse amanhã, e tudo já estivesse pronto, e que eu pudesse ver você de noiva, pois eu sei que será a noiva a mais linda que eu verei em toda a minha vida.

—Meu amor. —Emma falou puxando Regina para um beijo quente, que contrastou com a noite fria. — Minha pretensão não era casar, sabia? — Emma falou depois que recuperou o fôlego. —Eu queria encontrar alguém, mas casar, como nós vamos fazer amanhã, não parecia estar dentro do que era possível.

—Porque não?

—Eu não sei, talvez isso antes não fosse uma aspiração minha. Regina, eu posso te perguntar uma coisa?

—O que você quiser.

—Como foi o seu primeiro casamento?

—Você está me perguntando isso como a minha advogada ou como a minha futura esposa? —Regina perguntou fazendo alusão a todas as perguntas que Emma lhe fez durante o seu processo de separação.

—Engraçadinha! Mas eu queria dizer que em nenhuma das opções você pode mentir para mim.

—Bom, eu posso definir como algo grande, convidamos todos os amigos do meu pai, entre chefes de departamentos e acionistas de hospitais, os clientes mais influentes e amigos dos pais da Marcela e os apoiadores das minhas pesquisas. Na época eu não achei isso, mas agora, eu vejo que aquela noite não passou de uma noite para firmação de contratos, e quando eu digo isso, não é só sobre o casamento que eu estou falando.

—Hum, entendi. —Emma falou virando o rosto e dirigindo a sua atenção a algo muito interessante que ela estava vendo em sua unha.

—O que foi, Emma? Eu falei algo errado?

—Não, eu só... Você não vai sentir falta de toda essa “grandiosidade”? Afinal, nós nem sabemos pelo o que podemos esperar manhã.

—Você está com medo de que eu não goste do nosso casamento?

—Se o que for feito não te agradar, você vai acabar não aproveitando a festa ou se frustrando, sei lá! Nós não deveríamos ter deixado tudo nas mãos deles, deveríamos ter participado mais, você deveria ter escolhido as coisas ao seu gosto.

—Meus gostos? Mas e quanto aos seus? Os papéis se inverteram novamente, foi isso? Você mesma disse que não teríamos tempo, Emma, você está cheia de casos, até nos finais de semana os seus clientes te ligam. Ei, será que alguém está mais nervosa do que transparecia estar? Calma, amor. —Regina falou enlaçando seus dedos aos dela.

—Você tem razão, eu estou mais nervosa do que achei que estivesse. Até poucos dias antes eu estava tão tranquila, mas agora que está tão próximo, eu não sei o que tem me dado, nem dormir direito eu tenho conseguido. Eu me sinto uma adolescente ansiosa. —Emma falou olhando para as suas mãos unidas.

—Emma, amanhã eu não vou desejar estar em outro lugar que não seja aqui com você e com a nossa família. —Regina falou fazendo com ela a olhasse. — A verdade é que não importa o que eles tenham preparado, desde que você me encontre no altar amanhã.

—Eu vou estar, eu serei a loira de branco, mas se você não me encontrar, pode deixar que eu encontro você. 

—Combinado então. —Regina disse beijando a mão de Emma e depois os seus lábios.

—Nós podemos entrar? O que eu quero fazer, não dá para ser feito aqui fora. —Emma falou praticamente entre os lábios de Regina.

Com exceção dos risos das duas, a casa estava toda em silêncio, todos já haviam se recolhido.

—Shh, se acordar o Henry e a Eva ninguém dorme mais. —Emma falou repreendendo Regina, mas falhando ao começar a rir.

Quando elas entraram no quarto, esperaram encontrar o Henry dormindo na cama, mas ela estava vazia, logo deduziram que ele tivesse dormindo com Cora.

—Obrigado Cora. —Emma disse baixo e fazendo gesticulação para “yes”.

—Eu ouvi isso.

—Será que eu posso te desposar agora ou eu tenho que esperar que isso seja oficializado? —Emma falou se aproximando de Regina e fazendo com que ela andasse costas até que topasse contra a cama e se se sentasse.

—Eu acho que você já fez isso. —Regina disse sorrindo.

—E eu acho que estou prestes a fazer de novo. — Emma falou se ajoelhando e tirando os sapatos de Regina. Emma acariciou as pernas da morena, subindo as suas mãos até as cochas dela e passando de leve os seus dedos na entrada dela por sobre a calcinha, fazendo Regina se empertigar.

Com um sinal da morena, Emma se pós pé, e com uma destreza que era só dela, Regina tirou fora as botas e a calça de Emma. Regina desferiu beijos e mordidas ao longo das cochas dela culminando com apertões na parte interior. Com movimentos sutis, Emma inclinava o quadril para frente, o que fez com que Regina puxasse a sua calcinha com os dentes, a proximidade da boca dela com a sua genital só fazia com Emma se sentisse ainda mais excitada.

A medida que Regina foi se levantando, beijos foram sendo depositados no corpo de Emma enquanto tirava o restante das roupas dela. A sensação dos dedos de Regina roçando na pele de Emma era sempre intensa, seus pelos se eriçavam, seus corpos pediam por mais e as suas respirações se misturavam, estar sob o seu toque era visceral. A noite lá foram estava fria, mas elas estavam ardendo, até o momento em que Emma teve uma crise de riso enquanto se beijavam.

—Ai não! O que foi?

—Desculpa, desculpa. —Ela disse enquanto ria.

—Você está nua na minha frente, não há motivo que justifiquei esse riso. O que foi?

—Eu estava pensando em... Estava pensando, e se eu tropeçar no vestido e cair? Cair na frente de todo mundo. —Ela falou rindo e enxugando o canto dos olhos.

—Nossa, você ia ficar muito vermelha, mas muito vermelha! Igualzinho o Henry quando fica com raiva, mas você estaria com vergonha. —Falou rindo junto com ela.

—Sim, e eu ia rir horrores, ia rir de nervoso.

—E depois ia chorar.

—Chorar? Porque que eu ia chorar? —Ela perguntou se sentando na cama e cruzando os braços.

—Porque sim! Você ia chorar enquanto dizia que tinha estragado o nosso casamento. —Regina falou enquanto tirava o restante da roupa e se deitava na cama.

—Talvez você tenha razão. —Emma disse se deitando ao lado dela.

—E eu ia rir também, mas depois eu ia consolar você e dizer que estava tudo bem.

—Eu te odiaria se você risse enquanto eu estivesse chorando. —Emma falou se aninhando nos braços de Regina.

—Amanhã você será o pimentão mais lindo.

—Eu não vou cair!

—Não, não vai não. —Ela disse beijando o topo da cabeça de Emma.

Quando amanheceu, os de sol atravessavam o fino tecido da cortina, banhando todo o quarto com a sua luz, inclusive as duas que ainda dormiam, mas que logo foram acordadas por poderosas batidas na porta.

—Regina, acorda! —A voz soou do outro lado da porta.

—Ai não. —Regina falou enfiando a cabeça embaixo do travesseiro.

—Está na hora de vocês levantarem, Emma!

—Meus Deus, o mundo está acabando, é isso? —Emma disse se virando para outro lado na cama.

—Será que eu terei de mandar o Hades ou o seu pai arrombarem essa porta?

—Dá um tempo, Zelena. — Regina gritou.

—Eu daria se você tivesse. Vocês precisam levantar.

—Já vamos, Zelena. —Emma falou esfregando os olhos e em seguida se levantando e apanhando uma camisola que estava em cima da poltrona. —Você não vai se vestir? —Perguntou a Regina, que estava nua e deitada de bruços.

—Não. — Ela respondeu preguiçosamente.

—Eu vou abrir a porta. —Emma disse a ameaçando.

—Pode abrir. —Ela respondeu se cobrindo.

—Até que fim! Bom dia para você, Emma. —Zelena falou quando Emma abriu a porta. —Trouxe o café da manhã de vocês, para evitar que se atrasem mais. — Ela disse entrando com uma bandeja no quarto.

—Obrigado, Zelena. Você ouviu isso, Regina? Café da manhã. —Porém por baixo das cobertas e do travesseiro, ela respondeu com um grunhido indistinguível.

—Levanta daí. — Zelena falou colocando a bandeja em cima da cama e puxando o lençol de cima de Regina, o que fez com que deixasse exposta uma parte nua do seu corpo. —Ah, está explicado o porquê dessa preguiça toda.

—Zelena! —Regina falou a repreendendo e puxando o lençol de volta.

—Veste pelo menos isso. — Emma falou pegando uma camisa que estava no chão e jogando para Regina.

—Já te disseram que você é inconveniente? —Regina falou enquanto vestia camisa.

—Pense pelo lado positivo, antes eu acordando vocês, do que a mãe da Emma te vendo nua. —Ela falou se sentado na cama.

—A minha mãe já está aqui? —Emma disse também se sentado na cama e começando a comer.

—Sim, e o seu pai e o seu irmão também, mas ela está na cozinha com a minha mãe, estão dando o café da manhã aos meninos. Enquanto vocês terminam de comer, eu vou descer para checar as coisas que estão chegando. — Disse saindo do quarto.

Enquanto elas terminavam de comer, Cora e Branca surgiram a porta com Henry, Neal e Eva. Assim que Henry entrou no quarto, ele logo foi subindo na cama e se sentando entre elas.

—Ele dormiu a noite toda? —Regina perguntou a mãe.

—Apagou logo depois de tomar a mamadeira.

—Quando vocês terminarem, quero que uma das duas vá para o quarto do outro lado do corredor. — Branca falou.

—Para que? —Emma perguntou.

—Vocês não vão ficar no mesmo quarto enquanto se arrumam.

—O que? Porque não? Já não vimos os vestidos uma da outra, e agora isso?

—Mãe! —Regina protestou.

—Vocês vão fazer o que a Branca disse. —Regina abria a boca para reclamar, mas foi interrompida pela mãe. —Ah, e sem reclamar, afinal, quem está organizando tudo mesmo?   

E sob voto vencido, Emma foi para o outro quarto.

Como em um passe de mágica, os quartos pareceram se transformar em unidades de spa.

—É necessário de tudo isso mesmo? —Emma perguntou a sua mãe quando os maquiadores, cabelereiros e massagistas com macas entraram no seu quarto.

—É o seu dia, Emma, então relaxa e aproveita.

— Cadê o Henry? Ele tá com a Regina?

—Você não vai se desligar, não é? Está ansiosa?

—Muito. —Ela falou engolindo seco. —Quero tanto vê-la.

—Ela está a um corredor de distância e no final do dia vocês vão se ver, e vão estar encantadoramente lindas, mais do que o normal.

—Obrigado mãe, obrigado.

No quarto do outro lado corredor, Regina fazia a prova do penteado, enquanto brincava com Henry em seu colo.

—Regina, fica quieta, se não isso não vai dar certo nunca. Ele prende o teu cabelo e você se mexe e solta. —Zelena reclamou com Regina, que ao brincar com Henry, atrapalhava o trabalho do cabelereiro, mas ela fingiu não ouvir. —Se você não parar, vou deixar ele de vez com a Emma ou levar lá para baixo.

—Não, já não basta ter separado a gente.

—Eu vou chamar a nossa mãe. —Zelena perguntou sem perceber que Cora acabara de entrar no quarto.

—Vai me chamar para que? —Cora perguntou.

—Que susto, mãe.

—Então, vai me chamar para que?

—A Regina não está deixando que eles façam o trabalho deles.

—Ela não quer me deixar com Henry.

—Qual o problema de ele ficar aqui? Ele também tá indo para o quarto da Emma e ninguém tá reclamando. Porque você não desce para ver como as coisas estão indo lá no jardim ou para amamentar a Eva? Eu fico aqui com a Regina.

—Ok, vou indo. —Ela disse saindo do quarto.

—Deixa eu pegar o Henry só para ele terminar.

—Eu não gosto de ficar sem saber das coisas, sabia? — Regina disse entregando o Henry a Cora, que se sentou na cama de frente para ela.

—Você nunca gostou, sempre que o seu pai tentava te fazer alguma surpresa, seja de aniversário ou só porque ele queria te dar algo, você sempre se irritava quando ele dizia que mais tarde você iria saber.

—Eu queria que ele estivesse aqui, queria que me visse agora. Queria que ele tivesse realmente uma razão pela qual se orgulhar de mim.

—Mas ele sempre teve orgulho de você, do seu trabalho e de...

—Mãe, eu sou mais do que o meu trabalho, eu sempre fui, mas hoje eu realmente sei disso, mas tudo bem, talvez hoje não seja o dia para lembrar disso. — Ela falou fungando um pouco. Bom, já que não posso ver a minha noiva, você poderia me falar um pouco sobre o que está acontecendo no jardim.

—A sua irmã não quer que eu conte. —Cora disse enquanto passava a mão no cabelo do Henry, que parecia escutar a tudo com muita atenção.

—Que novidade!

As refeições das noivas foram servidas em seus quartos, e durante o restante da tarde, enquanto receiam os devidos cuidados estéticos, os seus familiares as visitavam, enquanto Henry, querendo estar com as duas mães, ia de um quarto para o outro, entrando e saindo.

—Regina, está na hora de... Meu Deus, você está linda. —Zelena falou quando entrou no quarto. Regina estava se olhado no espelho.

—Você acha?

—É claro que eu acho.

—Estou mais bonita do que na primeira vez?

—Sem dúvidas, e muito mais feliz também.

—Eu sei, eu sinto isso. Nunca senti nada comparado ao que sinto agora.

—Vem cá.

—Hum?

E quando Regina se aproximou, ela segurou as suas mãos nas dela.

—Eu desejo do fundo do meu coração que você e a Emma sejam muito felizes, aliás, que sejam mais do que já são, e sei que seja lá onde ele estive, o papai vai estar imensamente feliz por você, por todas nós.

—Eu queria que estivesse aqui, que pudesse ver a Eva, conhecer a Emma, o Henry, sei que ele gostaria tanto do Henry.

A essa altura, ambas já choravam juntas.

—Mas hoje é um dia feliz, você vai se casar pela segunda vez, mas dessa vez com alguém que ama, então para de chorar porque eu não sei se essa maquiagem é a prova de água. —Zelena falou enxugando as lágrimas da irmã. —Muito bem, agora você vai descer, e vai esperar a sua noiva no altar.

No quarto em frente, Emma recebia a visita do pai.

—Posso entrar? —Ele falou colocando a cabeça na porta.

—Pode.

—Está tentando ver alguma coisa. —Emma estava parada olhando pela janela que dava visão para a lateral da casa.

—Na verdade não, mas mesmo assim não dá para ver muito. —Ela disse olhando para trás. — Cadê a minha mãe?

—Está lá fora recebendo os convidados. Há alguns anos, eu imaginei levando você ao altar, acho que todo pai pensa nisso em algum momento, mas quando eu percebi que essa não era uma prioridade sua, devo dizer que não fiquei tão triste assim, entregar você a alguém... Mas eu vou fazer isso hoje, e eu estou bem com isso. —Ele falou se postando ao lado dela na janela.

—Não vai dar um dura na Regina, dizer que ela vai se arrepender se ela fizer algo comigo...

—Eu preciso?

—Não, definitivamente não.

—Você está pronta?

—Estou.

 

No andar de baixo, Zelena preparava Regina para entrar.

—Regina, eu vou para lá, e você vai logo em seguida assim que ouvir a música, a Emma já deve estar descendo com pai.

—Ela já está descendo? Deixa eu ver ela? Por favor.

—Regina, já está tão perto, espera só mais um pouco.

No andar de cima, no topo da escada, Emma se preparava para descer com pai.

—Por favor, Zelena.

—É a Regina? Ela está lá em baixo?

—Me parece que sim, filha.

—Eu posso descer? —Emma perguntou com um olhar pidão ao pai.

—A sua mãe disse que não podia, mas não há quem resista a esses olhos.

 

—Ela já está descendo, anda, Regina. — Zelena falou ao ouvir os passos na escada.

—Regina? —Emma a chamou ao ver as sombras no andar de baixo.

—Eu não vou Zelena, não se vê-la. —E quando Regina se virou para olhar o lance de escadas, lá estava ela, parada no último degrau.

Emma estava vestida em um vestido branco, com um decote V e mangas em renda, perfeitamente acinturado em seu corpo, com um caimento sereia, que ia justo até os joelhos onde se abria solto e sem caldo, e os cabelos preços em uma trança espinha de peixe lateral.

Emma boquiaberta, mal conseguia falar por finalmente ver Regina, que vestia um vestido branco de alça fina com um decote V, porém composto, que ia justo até a altura da cintura, e que depois caia solto em uma saia de cambraia levinha, com aplicações em renda que escorregavam-se por cima de uma curta calda, os cabelos soltos e ondulados culminando com uma tiara prateada e nos lábios, o batom vermelho.

—Essa é a visão mais linda que eu terei em toda a minha vida. —Regina falou pausadamente enquanto se aproximava de Emma.

Emma abriu a boca para falar, mas em vez de palavras, uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto, a qual Regina enxugou, para logo selar seus lábios com dela em um beijo casto.

Já passava da hora de Regina entrar, mas Zelena não ousaria interromper.

            —Eu te amo. — Emma falou para que só Regina escutasse.

            —Eu também te amo. —Ela respondeu no mesmo tom.

            David coçando a garganta —Filha, acho que está na hora.

            —Ele tem razão, devem estar pensando que vocês desistiram. —Zelena falou junto a David.

            —Eles têm razão. — Emma disse.

            —Você pode ir na frente, Regina. —Zelena falou.

            —Não, juntas. —Regina falou pega a mão de Emma.

 

            No jardim, todos ansiavam pela a entrada das noivas que tardava. Devido à demora, Branca e Cora estavam por um triz de entrar na casa, até o momento em Zelena apareceu e pediu que soltassem a música.

Heart beats fast

Colors and promises

How to be brave

How can I love

When I'm afraid to fall

But watching you stand alone

All of my doubt suddenly goes away somehow

Quando primeiro acorde da música soou, instintivamente, todos olharam para trás, e se surpreenderam com a visão das duas.

Enquanto caminhavam rumo ao altar, hipnotizados, os convidados as acompanhavam com o olhar, e assim como as noivas, não continham seus sorrisos.

One step closer

—Sejam todos bem-vindos a essa cerimônia, onde Emma e Regina irão se unir em matrimônio. Se hoje nós nos encontramos aqui, é porque vocês decidiram mostrar a todas essas pessoas que são importantes para vocês e que as amam, que são uma da outra, são uma da outra no amor, na felicidade, nas adversidades e que não há segredos uma para outra. —Disse a Juíza de paz. —Hoje vocês estão aqui para firmar um compromisso de amizade, de fidelidade, de companheirismo e de amor. Você, Emma, aprendeu a admirar a mulher que a Regina é. Regina, Emma é a mulher que faz o seu coração bater acelerado, te fazendo lembrar que não somos máquinas. Em alguns pontos, nós nos distinguimos dos animais, mas em outros somos muito parecidos, se não iguais, como na necessidade de abrigo. E para que serve um abrigo? Para proteção, para segurança, é para ele que os animais voltam após um dia de caçada, após um dia cansativo. Nós também buscamos abrigo, não onde, mas em quem, e em especial, nas pessoas as quais escolhemos para nos entregar e dentro de seus abraços, fazemos morada. Emma e Regina, desejo a vocês que abrigo não lhes faltem, que possam ser a base, o apoio, o pilar de sustentação e a lar uma da outra.


I have died every day waiting for you
Darling don't be afraid
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more

  —Temos aqui algumas pessoas que gostariam de falar algo para vocês.

Dito isso pela Juíza, Branca e Cora se levantaram e foram para o altar, se posicionando de frente para as filhas. Branca foi a primeira a falar.

—Emma, minha pequena Emma, você cresceu tão rápido, sempre tão certa dos seus objetivos e prezando pelas boas ações, parece que eu pisquei e quando abri os olhos, você já era uma mulher adulta. Eu e o seu pai nunca duvidamos da pessoa que você se tornaria, você só nos trouxe orgulho e um neto lindo que encanta qualquer um, e quando eu descobri que por muito pouco eu poderia ter perdido você, foi a dor mais lancinante que senti, por isso que peço a você, Regina, que continue cuidando da minha filha e do meu neto, como você já fez e sei continua fazendo.


Time stands still
Beauty in all she is
I will be brave
I will not let anything take away
What's standing in front of me
Every breath
Every hour has come to this

Mãe e filha choravam. Logo foi a vez de Cora.

—As coisas não costumam ser fáceis para os Mills, elas nunca foram, especialmente para você, minha filha. Dizem que é difícil, quase impossível, ensinar coisas novas a um cão velho, mas eu aprendi tanto esses últimos meses, e em grande parte com você. Eu sei que... Nós sabemos que não dá para apagar todos esses anos, eu gostaria, mas não dá, então agora eu penso como o seu pai faria e se ele aprovaria. — Cora falou comovida e com os olhos lacrimejando. — E venho escrevendo tudo como deveria ser. Se ele estive assim, sem dúvidas estaria feliz por nós, está tudo como ele gostaria que sempre tivesse sido, nós três juntas, e acredito que eu tenho conseguido fazer o que ele me pediu, deixar as meninas fazerem as suas próprias escolhas, e deixar a pequena ser feliz. Eu também queria que ele estivesse aqui, Regina.

Sem se conter e com lágrimas rolando pelo seu rosto, Regina se jogou nos braços da mãe e a abraçou.

One step closer

 —Ele sempre teve muito orgulho de você.

—Agora, as noivas podem fazer os seus votos. Emma, você pode começar.

 —As coisas são incertas, na maioria das vezes imprevisíveis, não sabemos o que vamos encontrar na próxima esquina, não sabemos qual será o nosso próximo passo, ou se ele será o último, não sabemos se vamos ganhar a próxima causa ou se vamos nos apaixonar pelo próximo cliente. Mas eu me apaixonei pela minha próxima cliente, ganhei a causa, descobri o meu próximo passo, e por muito pouco, quase descobri qual era o último. —Emma olhava Regina nos olhos enquanto falava, e pôde acompanhar enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas. —Era tudo tão frágil, tênue, que parecia que o menor dos movimentos colocaria tudo a perder, e algumas vezes eu achei que tivesse perdido, mas que bom que eu estava enganada. Eu sempre fui capaz de enxergar você, Regina, de ver o que você mesma tentava esconder, e eu nunca entendi o porquê disso, o porquê de esconder uma pessoa maravilhosa que foi capaz de abdicar de si. Hoje eu não poderia desejar nada além de mais tempo, mais tempo para estarmos juntas, para poder ver você brincando no chão da sala com Henry, ou vê-lo aprendendo algo novo todos os dias. Então para nós, eu desejo mais tempo.


I have died every day waiting for you
Darling don't be afraid
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more

—Regina, por favor. —Disse a juíza indicando a vez de Regina.

—Foi você quem trouxe à tona o melhor de mim, com você Emma, eu fui capaz de possuir tudo que o meu coração desejava, uma família. A minha família. Você me deu um filho, hoje eu sou mãe de uma criança incrivelmente maravilhosa. Para muitos, a questão mais persistente de suas vidas é saber qual o motivo de estarmos aqui, e para eles, hoje eu posso dizer que o real motivo de estarmos aqui, é nos encontrar, e eu aprendi que só podemos fazer isso através do amor, seja o próprio, ou o que cultivamos por quem temos próximos. E é esse amor que me faz ser capaz de me desprender de tudo, se preciso for, por vocês.

E sob uma forte salva de palmas, e na presença dos que eram importantes, elas selaram os seus lábios.


And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more

—Podem entrar com as alianças. —Disse a Juíza, e em tamanha sincronia, todos dirigiram os seus olhares ao início da passarela, por onde surgiu um Henry envergonhado por ter toda atenção naquele momento para si.

Orientado por Zelena para caminhar devagarzinho até o altar com a caixinha onde estavam as alianças, o garoto se assustou um pouco por ter toda aquela gente olhando só para ele, mas assim que viu as mães lá na frente, lembrou-se rapidamente do que fazer, e a seus curtos passinhos, caminhou por entre todos até elas, onde foi recebido com um abraço de urso vindo das duas. Mais cedo enquanto ia de um quarto para outro, não entendia o porquê das mães estarem em quartos diferente, e agora também não entendia o porquê de elas estarem chorando.

Quando finalmente o colocaram no chão, Regina pegou a caixinha das mãos do Henry e ele foi para junto das avós.


One step closer
One step closer

 —Regina, você aceita Emma como a sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la para o resto de suas vidas, e ser fiel e estar junto a ela em todos os momentos bons e ruins?

 —Sim, com toda certeza eu aceito.

—Emma, você aceita Regina como a sua esposa de livre espontânea vontade para o resto da vida, prometendo apoiá-la nos momentos difíceis e estar com ela para comemorar os momentos bons e maravilhosos que existirem na vida de vocês?

—Sem dúvidas eu aceito.

—Regina, repita comigo, por favor: “Eu Regina, te recebo, Emma, como minha esposa, prometendo amar-te e respeitar-te”.

— Eu Regina, te recebo, Emma, como minha esposa, prometendo amar-te e respeitar-te.

 —“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, para o resto da minha vida”.

 —Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, para o resto da minha vida. —Regina respondeu, e por fim, colocando a aliança no dedo de Emma e beijando a sua mão.

—Emma, por favor: “Eu Emma, te recebo, Regina, prometendo amar-te e respeitar-te”.

— Eu Emma, te recebo, Regina, prometendo amar-te e respeitar-te.

 — “Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, para o resto da minha vida”.

—Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, para o resto da minha vida. —Emma disse pondo a aliança no dedo de sua agora esposa e a beijando com todo o afeto que trazia consigo.


I have died every day waiting for you
Darling don't be afraid I have loved you
For a thousand years
I'll love you for a thousand more

E ao final da cerimônia, todos irromperam em palmas, dessa vez ainda mais calorosas. De uma forma ou de outra, para o bem ou para o mal, todos sabiam sobre o que elas tinham passado, na verdade imaginavam, imaginavam a revolta e tristeza de Regina ao descobrir ter sido traída; Imaginavam como foi para Emma se apaixonar por alguém que não podia; Imaginavam a alegria seguida do medo que Regina sentiu ao conseguir o divórcio e logo depois ser chantageada; Imaginavam a mágoa de Emma ao acreditar ter sido usada junto da teimosia em insistir que algo estava errado; Imaginavam a coragem absurda de Regina ao esquecer-se de sua vida em prol da vida de quem ama; Imaginavam o medo de Emma de tê-la perdido e imaginam a felicidade delas nesse momento.


And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me
I have loved you for a thousand years
I'll love you for a thousand more

Haviam tochas espalhadas por todo o jardim destacando a decoração clean e o paisagismo em margaridas, por onde Emma e Regina desfilavam a sua felicidade por entre os convidados e os cumprimentando.

—Não entendi o motivo de vocês terem entrado juntas. Estava tudo certo para a você, Regina, esperar a Emma no altar. —Cora falou quando todos conseguiram sentar finamente juntos.

—Então... —Regina começou a dizer, mas Emma foi mais rápida.

—Já que decidimos tão poucas coisas, resolvemos opinar nisso.

—Não acredito que você deixou, David. —Branca falou.

 —Se você tivesse visto o que eu vi quando elas se viram, você jamais impediria.

Para Regina e Emma, tudo estava lindo, então só coube a elas aproveitarem a festa, então dançaram, e entre sorrisos e suspiros, fizeram suas juras, algo ainda mais íntimo, e realmente só delas, assim como era aquele amor.

—Durante um tempo, eu tive muito medo de abrir os olhos no meio da noite e descobrir que vocês não estavam lá, que eu estava apenas sonhando.

—Mas não está. —Emma falou parando de dançar e pegando o rosto de Regina em suas mãos, fazendo com que ela abrisse os olhos e a olhasse. —Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum, e nem permitirei que você vá, porque eu te amo.

—Eu também te amo, Emma. Obrigado, obrigado por essa vida.

Conversando com os convidados e se despedindo dos que já iam embora, Regina lembrou que devia a alguém a resposta para uma pergunta que a havia pego de surpresa, mas que fora responsável por desencadear tudo que estava acontecendo naquele dia.

—Neal, vem aqui comigo, por favor. — Regina chamou o garoto e se afastou um pouco da festa.

—Oi Regina.

—Lembra que naquele dia que nós nos conhecemos você me fez uma pergunta? — Regina falou puxando o vestido e se abaixando para ficar na altura do menino.

—Que pergunta?

—Você me perguntou se eu também seria a mãe do Henry.

—Ah, agora eu lembro.

—Você lembra o que eu te respondi?

—Você disse que não sabia.

—Quase isso, eu disse que não tinha uma resposta para a sua pergunta. Mas agora eu tenho.

—Tem?

—Uhum.

—E qual é? —O garoto perguntou curioso.

—E a resposta é sim, eu serei a mãe do Henry, e prometo para você que eu vou ser a melhor mãe de todas para ele. —Quando menos ela esperou, o Neal se jogou nos seus braços quase a derrubando. —Opa, assim nós dois caímos, você não vai querer me ver toda suja, não com esse vestido, ne?

—Não. Desculpa.

—Tudo bem.

—O Henry tem sorte, sabia?

—Tem?

—Uhum!

Emma que assistia a tudo de longe, resolveu se aproximar para ver o acontecia ali.

—Posso saber o que vocês dois tanto cochicham? Estou começando a ficar com ciúmes em Neal! — Emma falou pegando os dois de surpresa.

Tenso, com o olhar o garoto buscou auxilio em Regina.

—Não é nada, Emma. O Neal está apenas me dizendo para cuidar muito bem da irmã dele, não é Neal? —Regina falou se levantando e piscando para ele.

—É. —Ele falou acenando com a cabeça para logo sair correndo em direção as outras crianças.

—Sobre o que vocês estavam conversando?

—Coisas de cunhados. — Regina disse enlaçando Emma pela cintura e trazendo ela para junto de si.

—Você sabe que se eu der um dura nele, ele me conta tudo.

—Mas você não vai fazer isso. — Regina falou roçando o nariz na pele alva do pescoço de Emma.

—Emma? Regina?

—Oi? —Emma falou ainda sentindo a sensação de ter a pele de Regina sobre a sua.

—Trouxe aqui o fotógrafo para tirar umas fotos de vocês três antes que o Henry desmanche em suor. —E segurando na mão de Zelena, tinha um garoto brilhando, devido as gotinhas de suor.

—Nossa Henry! —Emma disse.

—Você estava brincando? —Regina perguntou pegando ele nos braços.

—Uhum, ali. —E com o seu dedinho apontou para o parquinho que tinha sido montado para as crianças.

—Você estava pulando? —Emma perguntou enquanto limpava o suor da testa dele.

—É, no pula-pula.

E enquanto Emma e Regina perguntavam sobre as brincadeiras do filho, e do seu jeito o garoto contava, o fotógrafo os fotografava enquanto conversavam. Naturalmente, as noivas já seriam o centro das atenções na ocasião, mas os três juntos irradiavam luz e o advento de esperança. E assim foi feita a foto a que esboçava tudo que aquela nova família desejava para si. Regina segurando o Henry nos braços entre ela e Emma, ele com os bracinhos envolta dos pescoços das suas mães as puxando para perto de si e o três sorrindo um para o outro.


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Notas finais do capítulo

Então, está acabando :( , o próximo capítulo será o último e será basicamente um epílogo com algumas passagens de tempo.