Chéri escrita por AnneWitter


Capítulo 11
Une nuit en Janvier


Notas iniciais do capítulo

-Cap não betado
— Desculpem pela demora de atualização, mas pode ser que nesse mês de Dezembro as atualizações sejam mais frequente, já que estou de férias *-*
— Espero que gostem e não se esqueçam de comentarem!



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Une nuit en Janvier

Sua vontade era de ir atrás dele e deixar com que essa noite fosse consumada. Mas ela precisava disso, ridiculamente ela estava fazendo um jogo igual ao dele. Modos diferentes, mas para os mesmos fins.

Descobrir os sentimentos dele por ela.

Quando o esperava para aquela noite, sentindo seu corpo arder em desejo por um garotinho a sua preocupação também veio. Desesperou-se ao imaginar que aquilo era tudo que ele queria dela e que no dia seguinte ele estaria com a cópia de Lilá pelos corredores de Hogwarts a rir em pensamento da mulher que acreditara em seus sentimentos. Nos falsos sentimentos.

E para que ela pudesse entende-lo melhor usara daquela jogada, deu a ele a chance de provar o que realmente sentia, que seu sentimento não passava da luxuria da juventude. Agora ela tinha que ser forte e não ir atrás dele.

Para que isso não viesse acontecer, ela apagou o lampião e saiu do porão da loja, iria para o Cabeça de Javali esfriar sua mente.

Antes que saísse da loja olhou-se, seu olhar mirou para baixo a enxergar o vestido vermelho provocante que estava sobre seu corpo, um traje nada recomendável naquela época do ano e num lugar como o Cabeça de Javali, teve que deixar que um sorriso formasse em seus lábios diante a cômica imagem que criaria diante dos frequentadores do local, como também do frio que sentiria.

Rapidamente se dirigiu para o vestiário dos funcionários, que ficava localizado no fundo da loja e recolocou a sua casual. Uma calça preta, camisa branca com uma segunda pele por baixo e em cima um casaco grosso. A imagem sensual que apresentou ao garoto minutos antes desapareceu completamente, embora, diante o seu olhar avinco no espelho, Hermione conseguia visualizar uma natureza forte e sedutora no rosto maduro e no olhar. Sorriu diante a essa imagem.

Pronta e agora nem um pouco incomum para o ambiente que iria, ela saiu do vestiário.

O frio lhe brindou cruel assim que saiu da loja – qual estivera com a porta somente encostada, sorte que ninguém aparecera ali. O casaco não parecia lhe trazer qualquer proteção envolta no vento frio de inverno regado a neve.

Cautelosa, assim que fechou a loja, ela seguiu pelas ruas da pequena vila a caminho do seu destino, querendo esquecer a cada passo o que deixara para trás a noite que poderia estar desfrutando naquele momento, caso não tivesse agido daquele modo. Mas era tarde e no fundo ela sabia que tinha sido mil vezes melhor dessa forma.

Acelerou seus passos para diminuir seus pensamentos e aquecer, embora essa última vontade não lhe foi aceita, já que o vento tornou-se mais vívido diante aos seus passos enérgicos. O ambiente quente da taberna do cabeça de javali, entretanto, mostrou-se afável quando enfim chegou ao lugar.

Ela entrou no recinto e cumprimentou o barman, quem lhe sorriu de volta. Claro que o antigo dono não era quem cuidava do lugar, já que havia falecido alguns anos, entretanto, Hermione já tinha uma certa amizade com o novo, quem se chamava Ambrosio Culter; um homem de meia idade que cuidava daquele lugar com dedicação. Pelo que Hermione soube por George, e até por alguns funcionários da loja, Ambrosio foi um grande amigo de Aberforth Dumbledore, embora fosse bem mais novo que esse.

Um lugar que antigamente era frequentado por comensais da morte, agora era um ambiente para que bruxos deprimidos ou que tiveram um dia difícil afogassem nas bebidas e nas horas sem sono, as suas tristezas e angustias.

Hermione se sentiu em casa.

Sentou-se à uma mesa mais ao fundo, próximo a lareira que havia ali, o crepitar das chamas consumindo a lenha, dava-lhe uma sensação de conforto, levava ela a outro momento. Outra data. Ouvindo aquele som, ela era transportada para seu tempo de estudante, numa noite qualquer, sem grandes preocupações, somente seus deveres de aluna. Nada além disso.

Queria esse tempo de volta, como também com o adicional do atual. Um tempo sem Voldemort para se preocupar, e com um loiro de olhos inquietantes de um acinzentado profundo e provocador.

Bufou com esse pensamento, Scorpius não saia de sua mente mesmo que tentasse dezenas e dezenas de vezes. Ambrosio levou a sua mesa um copo grande com um líquido azul cristalino de uma transparência inspiradora; quem visse a bebida poderia imaginar algo suave e refrescante para se beber, quando na verdade se tratava de algo o oposto disso. Era uma bebida tradicionalmente francesa, qual Hermione aprendera beber com seus colegas de trabalho. Uma bebida chamada lágrima de veela, tão quente e forte quando a sedução da raça que inspirara o nome da bebida.

–Numa noite fria como essa, e diante a uma solidão tão perturbadora que se enxerga a olho nu em seu semblante, minha querida, essa é a melhor bebida para se pedir. – disse Ambrosio ao colocar o copo sobre a mesa.

Hermione lhe sorriu.

–Agradeço e infelizmente tenho que concordar com você Culter, é exatamente disso que necessito nessa noite.

Ele correspondeu o sorriso e se retirou. O barman sempre entrega a bebida aos seus fregueses diante a sua necessidade e os deixava a pensar e a beber aquilo que poderia sanar ou não seus corações. Hermione, é claro, sabia que nem todas as lágrimas de veelas que existia naquele pub seria suficiente para acalmar sua alma, a única coisa que conseguiria era um coma alcoólico.

Engoliu o primeiro gole devagar, sentindo a ardência do líquido descer por sua garganta esquentando-a, o gosto amargo invadiu prontamente seu paladar, como de costume. O segundo e terceiro gole foi mais fácil em se engolir, como deu por si o líquido todo no copo já tinha sido ingerido.

E ela precisa de mais. Queria pelo menos naquela noite esquecer um pouco da loucura que estava a sua vida, como seu coração vinha se comportando naqueles últimos dias. Isso era avassalador demais.

Num gesto da mão, logo Ambrosio lhe trouxe mais um copo de lágrima de veela. E esse teria o mesmo fim que o outro, caso não tivessem sentado diante de Hermione a surpreendendo.

Naquela noite não poderia ter previsto algo como aquilo, em ter ele como seu companheiro de bebida. Talvez ele nem estivesse ali realmente, fosse apenas fruto de sua imaginação, lágrima de veela não era conhecida por reagir às vezes daquela forma?

Só poderia ser isso. Não tinha como ser real aquilo.

–O que foi, Granger, surpresa demais para acreditar em seus próprios olhos? É quase como se um fantasma tivesse surgido diante de você.

–Nesse momento, você é exatamente isso. Um fantasma perturbador do passado.

Ele delineou seu sorriso zombeteiro em seus lábios e levantou a mão e virou-se para o balcão, Ambrosio lhe olhou.

–Traga-me um sangue de dragão, por favor. – assim que o homem confirmou, ele voltou-se para Hermione. – Mas creio que esse passado não foi tão perturbador, já que precisa de uma cópia minha para lhe saciar.

Ela engoliu em seco, sentiu um fervor agitar seu sangue perigosamente, enquanto fechava o punho repousado sobre a mesa.

–O que está insinuando, Malfoy?

–Não estou insinuando nada, estou lhe dizendo a verdade, aquilo que vi claramente. Antes de Scorpius voltar para Hogwarts, cheguei a segui-lo em suas saídas misteriosas, por causa do que minha esposa falava, preocupação de mãe, e descobri o que ele fazia. Scorpius ficava a sua espera, tive que fazer esse ato três vezes para confirmar essa suspeita... – Hermione mexeu incomoda sobre a cadeira, enquanto Ambrosio colocava a bebida de cor verde sobre a mesa, diante de Malfoy. – E para confirmar tudo que vinha a passar em minha mente, teve essa noite. – disse cauteloso, enquanto Ambrosio se retirava.

Hermione franziu o cenho.

–Como assim?

–Por causa da minha agenda apertada, somente essa noite tive um tempo para conseguir conversar com você, já que teria que me locomover até essa vila, apesar de que aparatar não seja algo demorado, a conversa que teríamos, seria.

A raiva que brandiu seu coração suavizara, em seu lugar se instalou o medo e a vergonha. Já conseguia imaginar o que Malfoy presenciara e como tudo estaria ainda pior caso ela deixasse acontecer o que iniciara naquele porão.

–Foi um erro. – pronunciou ela num fio de voz.

–Sim, um grande erro. Qual deixou-me completamente confuso, quando ouvi sua voz assim que entrei na loja, um descuido seu, dia de passagem, já que a porta desta estava aberta. Eu segui em direção ao porão, então ouvi a voz de Scorpius, perdido diante a isso, abri a porta devagar e então os vi, na claridade sufocante que deu-me a oportunidade de enxergar, vi-os se beijarem. Assim que Scorpius se retirou, também me retirei, completamente perdido diante a esse acontecimento. Pode imaginar como fiquei com essa imagem?

Ela não poderia. Ele era o pai. Mas conseguia compreender o nível devastador que aquilo havia atingido, um garoto que a pouco completara sua maioridade com uma mulher que poderia ser sua mãe, uma pessoa bem mais velha. Realmente era desconfortante.

Entretanto seus pensamentos estavam longe da verdade, descobrira após Malfoy dar um gole em sua bebida. O líquido verde pareceu dar a coragem que ele necessitava para que as palavras seguintes fossem pronunciadas claramente a sua ouvinte.

–Sou realmente um burro, é logico que você não irá entender como eu fiquei diante a imagem dentro daquele porão, a verdade está longe de sua mente. – disse ele com a voz falhando com esforço aparente que aquilo lhe era pedido. – o que vi ali, levou-me a um outro tempo, fez meu coração palpitar loucamente em meio a uma fúria interna. Nunca imaginara que ficaria enfurecido com meu filho por vê-lo com uma mulher. E isso porque, os lábios dele, as mãos dele, estava tocando aquela que um dia toquei e beijei. A mulher...

–Pare! – interrompeu Hermione. – Não quero ouvir isso, sabemos que tudo aquilo foi um erro como também foi com Scorpius! – disse veementemente já se levantando.

Malfoy levantou junto.

–Não acho que foi. Não aquilo que aconteceu no passado.

–Por favor, não venha com isso agora. Vamos simplesmente deixar as coisas morrerem. Conversar com você, finalmente pois uma coisa em minha cabeça, que estava indo para um caminho totalmente errado. Nunca deveria ter me envolvido com Scorpius. Nunca.

Dito isso ela se retirou, deixando sobre a balcão um galeão. A noite fria lhe pareceu bastante amigável depois do acontecimento dentro do Cabeça de Javali, algo para esfriar seus ânimos. Andou rapidamente em direção a pousada que estava hospeda, como os demais funcionários da loja, com os pensamentos a mil. Nunca imaginara que seu encontro secreto seria descoberto daquela forma, pelo pai daquele que agora ocupara seu coração. E que este não a enfrentaria como um pai preocupado e sim como um amante ferido.

Ele sorriu amarga. Imaginar que dois Malfoys faziam parte de sua vida amorosa, era tenebroso. O erro do passado em forma fantasmagórica surgira na sua vida no corpo elegante de um garoto de um olhar inquietante. Estagnou-se na rua fria e deserta.

O olhar, entendia agora porque os olhos daquele garoto lhe fascinaram desde o início. Um ódio de si lhe consumiu completamente, ela nunca imaginou que poderia ser tão estúpida e traidora consigo mesma.

Deu mais um passo e daria outro caso alguém não a tivesse segurado. Ela virou-se, Malfoy estava segurando o seu braço.

–Precisamos terminar a nossa conversa.

–Não precisamos. – disse firme. – Já disse tudo que precisava ser dito. Toda essa merda foi um erro, passado e presente, TUDO UM GRANDE ERRO! Entendeu? – disse puxando seu braço da mão dele, ele a segurou mais firme. Pai e filho iguais em suas forças e determinações.

–QUE MERDA GRANGER! Tal como no passado, você será dessa forma, não vai querer me ouvir?

–Exato, igualmente ao passado, não quero ouvi-lo. – e puxou novamente, dessa vez conseguindo se soltar. – Não há nada para ser ouvido ou falado entre nós dois. – e voltou a andar, voltando-se em seguida para ele. – E nem se atreva a continuar a me seguir, senão usarei a varinha para lhe afastar de mim. Ou na melhor das hipóteses lhe dou um tapa!

Ela viu um sorriso delinear nos lábios dele e isso aumentou sua raiva, segurou-se para não pegar sua varinha e conjurar um feitiço na cara desdenhosa dele. Aquela noite realmente não era para ser de paz e nem um pouco prazerosa.

Ela suspirou pesadamente, todo o seu mundo ruíra sobre seus pés, desolando-a mais uma vez... Como no passado.


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