Capítulo 20 – Ana

        —Para onde estão me levando ? Quem são vocês ? Me soltem !

—Cala a boca sua vadia ! Plaft !

Meu rosto foi jogado para o lado com o impacto do tapa. Eu estava muito dolorida e machucada. Minhas mãos estavam amarradas para trás. Meus pés também estavam amarradas. Eu estava com um saco de pano na cabeça. Eu havia levado alguns chutes na costela e uns tapas no rosto. Meus cabelos também haviam sido puxados. Meu coro cabeludo estava dolorido.

Quando eu estava arrumando minhas malas, para a minha ida para PortLand, eu havia decidido ficar lá com o Ray. Já havia falado com o José, que iria me ajudar a conseguir um emprego. Apesar de amar o Grey’s Hospital, e estar muito envolvida com o Christian, eu não poderia continuar em Seatle. Não poderia … colocaria a vida do Christian e de todos que trabalhavam no hospital em risco.

Foi com muita dificuldade que consegui fugir do hospital na Georgia com a ajuda da Kate. Eu passei usar o sobrenome Steele do meu padrasto Ray no lugar de Adams da minha mãe. Achei que pudesse recomeçar minha vida em Seatle. Doce ilusão…. Depois de tudo que aconteceu entre mim e Christian eu não poderia continuar aqui. Para piorar os telefonemas e mensagens me ameaçando de morte caso continuasse a me encontrar com ele estavam me aterrorizando… quem seria ?

Jack Ryde, com certeza não…. Ele é um monstro ! Não mandaria torpedo nem ligaria. Ele já teria acabado com nós dois assim que soubesse de nós. Então quem estava por trás dessa invasão ao meu apartamento, me espancado, batido e amarrado a Kate e me sequestrado ? Oh meu Deus !

Chegamos em algum lugar que cheirava mofo e urina. Eu não conseguia ver nada… só sabia que haviam dirigido comigo jogada na van por mais ou menos 2 horas. Me arrastaram pelos braços e pelos cabelos, e ouvi uma porta se abrir e me jogaram no chão, úmido e fétido. Me encolhi no momento em que levei outro chute nas costelas.

—Tenha uma ótima estadia vagabunda! Disse uma voz masculina…. Passada algumas horas, adormeci de tanto cansaço. Acordei, com o que acredito ter sido algumas horas depois com um balde de água fria sendo jogado em mim… saltei, me sentei e comecei a bater o queixo e tremer de frio.

— Acorda sua maldita ! Gritou uma voz feminina….

—Quem é você ? Por que estou aqui ?

— Não importa quem sou, e sim quem você acha que é…. Vadia !

—Mate-a ! Gritou outra voz feminina, mas essa eu reconheci…. –Leila ?

—Sim ! Sou eu , sua ordinária. Achou mesmo que íamos deixá-la com o Christian ?

— Cale a boca Leila. Gritou a primeira voz…. –Você não me conhece … ainda….. mas garanto que nunca mais irá se esquecer de mim…. E deu uma gargalhada diabólica….

—Você não imagina quem eu seja ?

—Não faço ideia …. Por que estou aqui ?

—Está aqui porque se acha tão esperta ao pensar que pode roubar o meu marido !

—Marido ? A quem está se referindo ?

—Ora, ora…. Não se faça de desentendida ! Ordinária ! Acha que pode dar o golpe do baú e ficar com o patrão ?

—Christian ? Ele é casado ?

—É claro que é casado ! Christian é meu marido ! E não permitirei que fique com ele.

—Eu não tenho nada com o Christian ! Não faço nem parte mais do hospital !

—Mentira ! Ele me demitiu porque estava fodendo essa daí ! Gritou Leila com uma voz esganada…
Ouvi o estalido de um tapa.

—Eu disse para se calar !

—E quanto a você, não seja discimulada. Sei que vocês estavam fodendo … Eu os segui… eu os vi juntos… vi como ele olha para você….

—Vocês são loucas ! Eu não quero dar golpe nenhum, não quero nem estar em Seatle. Se não estivessem me atrapalhado, eu estaria saindo para sempre da vida do Christian.

—Mentirosa ! Um tapa…. Discimulada! Outro tapa… Acha que pode me enganar ! Um chute ! Me encolhi…. E assim se sucedeu, tapas, socos, puxadas de cabelo, chutes na costela… até que desmaiei de dor….

—Apodreça e morra desgraçada! Ouvi muito longe, ao mesmo tempo que me entregava à escuridão …..