Atsushi era um poço de pureza, com a água mais limpa e cristalina existente e Chuuya o amava, e como amava. Não era forte o bastante para se manter longe do garoto, mas também não se permitia abraça-lo e nunca mais soltar, protegendo-o de tudo, ainda mais de Dazai, que parecia ter demasiado interesse no albino. Chuuya não gostava de pensar em Osamu corrompendo aquele garoto. Tinha suas dúvidas quanto a isso, claro, Nakajima era denso demais para os esquemas de Dazai, mas Nakahara não queria dar a chance que o moreno tanto queria.

Nesses momentos, pensava de verdade em tomar Atsushi para si, não importava de que forma fosse, porém sempre dava um passo atrás. Chuuya era da Máfia do Porto e nada era mais escuro que aquela organização, tocar Atsushi corromperia toda a pureza dele, então do que adiantaria afastar Dazai se ele acabaria fazendo o mesmo?

Recuou outros dois passos, abaixando o braço, o sorriso cabisbaixo, mas as mãos de Atsushi não permitiram que se afastasse mais, segurando as suas.

O sorriso radiante não fez sua insegurança desaparecer por completo, o medo continuava sussurrando "se você o tocar, vai deixá-lo sujo".

Notando que seu incentivo não fora o bastante, Nakajima se aproximou de Chuuya ainda mais, e ao lado do seu ouvido, murmurou coisas obscenas que Chuuya sempre desejou ouvir do rapaz, porém não esperava ouvir.

Aquilo sim o desarmou, fez sua armadura quebrar em milhares de pedaços aos seus pés, sua espada sumir com a mais leve brisa, seu coração falhar uma batida e então, correr em disparada.

Atsushi não era tão branco quanto imaginava, havia um pequeno fio preto ali no meio e Chuuya não tinha mais tanto medo.

Tocou cada parte de Nakajima, sem suas luvas, sem qualquer resquício de hesitação, tomando-o para si. Atsushi não o rejeitou, aceitava Chuuya mesmo que ele fosse preenchido do mais puro preto.