A protegida de Anúbis escrita por Ick chan 1889


Capítulo 12
Cortando o caos pela raiz - parte 2




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Anúbis estava perturbado pelas palavras de Seth,odiava a ideia de ser filho de um deus maligno e traiçoeiro como ele, mas o que o deixava ainda pior era o fato das trevas o atrair tanto.

Horus caminhava calmamente pelo templo analisando o rosto abatido de Anúbis.

—Garoto sei que está sendo difícil, a ligação entre Seth e você está aumentando a cada dia mais certo?!

Anúbis continuava de cabeça baixa, desapontado por não poder conter os poderes malignos do deus do mal.

—Sei o que está passando, viver a sombra do pai, ser comparado constantemente....Anúbis você precisa lutar contra esse lado que quer te dominar._Disse Horus apoiando a mão de forma gentil sob o ombro de Anúbis.

—Eu...eu não consigo, de repente quando percebo as trevas já dominaram todo meu ser e eu não tenho controle sob meus poderes, o que está acontecendo comigo Horus?

O pobre deus da morte estava perdido e cansado.

—Você precisa ir até Isis, ela poderá o ajudar.

—Não...não posso deixar Maya sozinha ainda mais agora que Seth está por ai só esperando uma oportunidade para arrasta-la para as profundezas do Duat.

Horus encarou-o.

—Anúbis você sabe melhor do que ninguém que esse sentimento jamais poderá prosseguir você é um deus e Maya uma mortal...

—Meio mortal, ela é o recipiente de Bastet._Interrompeu Anúbis.

—Por Rá Anúbis! Maya não é ela, sabemos muito bem o que um relacionamento com uma mortal poderia acarretar, Maat jamais permitiria isso!_Horus deixará de falar e passara a gritar.

—Eu não a amo Horus, apenas quero que a garota cumpra seu destino...

—Você não me engana garoto, Anúbis você é o deus dos mortos, dos funerais, o Duat depende da sua estabilidade, nesse momento Seth já sabe seu ponto fraco e ele vai atacar com toda força.

—Eu sei, mas não precisa se preocupar com a questão dos meus sentimentos, eu sei bem quem eu sou e sei que jamais poderia amar alguém ou ser amado, sei minhas obrigações como deus._Anúbis o encarou.

—Você sabe que só quero o seu melhor, você é como  meu irmão, fomos criados juntos...

—E ainda sim você teme que Apófis possa me dominar._Respondeu Anúbis com um riso desanimado.

—Não é isso, mas sabemos a força que a maldita serpente tem sob Seth e com toda certeza adoraria possuir seu corpo, você tem o domínio dos mortos é o mais forte dentre os deuses e você sabe disso, mais forte até do que a mim. Me preocupo pois se Apófis souber dos seus sentimentos por Maya com certeza usará isso a seu favor.

—Já disse que não sinto nada por ela!_Gritou Anúbis enfurecido.

Horus soltou um suspiro alto e prosseguiu.

—Ok, tudo bem, não falarei mais a respeito disso...

—Ótimo, agradeço a “gentileza”._Anúbis soltou um sorriso irônico e debochado, o que fez Horus cair na risada.

—Mas meu caro amigo uma hora será difícil mentir pra si mesmo, por enquanto ainda consegue, porém nada fica em oculto por muito tempo._Assim que terminou Horus se colocou de pé e retornou para dentro da sala principal deixando Anúbis perdido com suas ultimas palavras.

A noite logo chegou. Toth preparava alguns encantamentos de proteção por todo o museu, afinal depois da fuga de Seth provavelmente o deus maligno gostaria de uma vingança.

Horus descansava em um sofá antigo onde havia uma pequena placa dizendo “Onde o faraó Tutancâmon descansava em dias de muito sol”. O deus guerreiro tinha uma aparência forte, seus olhos eram de um dourado reluzente, os cabelos eram médios e ficam jogados para trás deixando o rosto de maxilar quadrado em evidencia, assim como Anúbis e Toth, Horus tinha uma beleza deslumbrante, mas o deus dos mortos conseguia ser ainda mais charmoso.

Me assustei quando Anúbis me pegou encarando Horus.

—Atrapalho a visão?_Perguntou ele entrando em minha frente com uma cara de poucos amigos.

—A....claro que não...eu-eu estava apenas...apenas reparando o quanto vocês são parecidos._Me puni eternamente por arrumar uma desculpa tão ridícula.

—Parecidos? Horus é praticamente loiro e eu bom..._Anúbis me encarava de braços cruzados.

Me sentei com um pouco de dificuldade e falei.

—Ciúme deus dos mortos?

Sua expressão mudou de debochado e irônico para irritado e constrangido.

—Cla-claro que não, eu vim apenas conferir se você já estava melhor, mas quando cheguei aqui percebi que estava ótima!

Foi difícil controlar o riso, Anúbis estava tão irritado que por um momento realmente cheguei a cogitar a ideia dele estar realmente com ciúme de mim.

—Ei calma!_Segurei em sua mão. O deus parou por alguns segundos encarando meus dedos tocarem os seus.

—Anúbis não precisa ficar assim, eu estava apenas pensando o quanto vocês são incríveis tanto em beleza como em força, não é o que você pensa...você é o único..._Mas ele me interrompeu retirando com rispidez sua mão de perto da minha.

—Faça o que quiser, mas saiba que Horus jamais a corresponderia, ele é um deus e você uma mera mortal.

E saiu me fazendo mais uma vez se sentir culpada por estar apaixonada por ele.

No dia seguinte acordei me sentindo muito mal, tentei me colocar de pé, porém acabei caindo no chão.

—Maya!_Disse Horus vindo as pressas em minha direção e me ajudando a se deitar novamente.

O ferimento em meu abdômen ainda estava cicatrizando, mesmo com o encantamento de Toth a dor e a febre ainda não haviam ido embora.

—Isso não é bom..._Disse Toth analisando meu ferimento.

—O que ouve?_Perguntou Anúbis vindo as pressas.

—Maya não está nada bem, provavelmente algum demônio deve tela atingido, veja o corte, isso não é o ferimento de uma espada ou lança e sim de um ataque de demônio._Concluiu Toth

—Isso não é bom, se Maya foi atingida por um demônio então precisamos fazer alguma coisa o mais rápido possível._Disse Horus.

—Eu...eu vou...morrer?_Perguntei

—Não! Claro que não...nós vamos dar um jeito._Disse Anúbis se aproximando.

Toth se afastou com os outros dois deuses e começou a cochichar.

—Vocês dois precisam encontrar Sekhmet.

—O que você está louco!? Sekhmet é perigosa demais!_Disse Horus.

—Mas é a única que pode ajudar Maya, esqueceu caro amigo que ela é a única que entende bem da medicina?._Respondeu Toth com uma careta.

—Ela não vai querer nos ajudar você sabe que ela odeia humanos!_Disse Anúbis preocupado.

— Pode deixar que disso cuido eu._Disse Horus

—Vai embebeda-la como fizeram os antigos egípcios só para amansá-la?_Disse Toth aos risos.

—Não idiota, Sekhmet e eu temos uma história mau resolvida._Respondeu o deus guerreiro.

—Ótimo! então resolva sua relação mal resolvida com a leoa e a trazemos para curar Maya._Disse Anúbis debochando.

—Certo então vão logo, Maya não tem muito tempo.

Assim que terminou Toth abriu um portal para Luxor, onde ficava localizado o templo de Sekhmet, então Anúbis e Horus adentram, mas antes Toth os alertou:

—Lembre-se, Sekhmet não é o que parece ser.

E assim os dois deuses desapareceram diante dos meus olhos.


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