P.O.V. Isadora.

O tio Klaus ficou puto da vida quando a tia Katherine virou vampira.

—Viu? Esse é o porque.

—Sabia que isso iria acontecer?

—Sabia. E sei o que vem agora.

—Não vou deixar isso barato.

—Não vou deixar você fazer isso. É covardia tio Klaus. E você é covarde? Covarde que nem o vô Mikael?

—O que disse?

—É. Você me ouviu. Se fizer isso você vai ser um covarde que nem o vô Mikael.

—Você ousa me comparar com o Mikael?!

—Você se comporta como ele! Todos vocês! Malditas feras, malditas feras do inferno devastando tudo no caminho como gafanhotos famintos. Como uma praga.

Rebekah atacou Isadora e ela revidou fazendo Rebekah voar longe.

—Virada de maré. Funciona toda vez.

Estávamos no navio indo para Nova Orleans. Quando outra duplicata aparece do nada.

—Isadora! Se é louca!

A duplicata pulou na água.

—Mãe!

Rebekah ficou enrolada numas algas.

—Fica calma Tia Rebekah! A mamãe vai tirar você!

A duplicata veio nadando arrastando o corpo inerte de Rebekah com a cabeça acima da superfície.

—Iça ela!

—Senhorita...

—Tira ela! Essa mulher pesa uma tonelada!

P.O.V. Elijah.

Mesmo ciente de que Rebekah era uma imortal ela a tirou da rede e a deixou subir a bordo primeiro. Depois a tripulação a içou e ela foi aplaudida.

—Obrigado. Mas, não acabou ainda não.

Ela abriu o vestido de Rebekah, tirou o espartilho e começou a fazer algo. Abriu sua boca e começou a soprar e então Rebekah respirou.

—Você soprou a vida para dentro dessa mulher.

—Eu lá tenho cara de santa milagrera menino? O que foi não pode ser desfeito, não desse jeito. Eu só soprei foi ar mesmo.

—Obrigado.

—Olha, você me deve e eu vou cobrar. Quando você pensar em matar a minha prima, lembre-se desse dia. Onde eu coloquei a minha vida em risco pra salvar a sua. E lembre-se eu sou vidente e consigo dar nó em pingo d'água.

—Ninguém dá nó em pingo d'água.

—Você quer apostar?

—Quero. Três xilins.

—Falou.

Ela conseguiu deu um nó num pingo d'água.

—Agora, estou três xilins mais rica. E morrendo de frio.

Ela desceu até a parte inferior do navio e voltou usando um vestido todo bordado com brocados feito da mais fina seda.

—Onde arrumou isso?

—O seu tio Klaus cometeu outro homicídio. Isso explica porque a Rebekah pesava tanto. E a Elizabeth estava certa, as garotas dessa época aprenderam a não respirar.

—Você está... estonteantemente bela.

—Obrigado.

Ela sorriu pra mim.

A nau começou a virar. Virar demais.

—Elas chegaram. Vão tentar afundar o navio.

—Elas quem?

Mãe e filha disseram em uníssono:

—Sereias.

Então a mãe disse:

—O idiota do capitão trouxe a gente pra baia da espuma. Não mordam elas, aconteça o que acontecer, não mordam elas.

—Porque não?

—Sangue de sereia é veneno.

Disse a jovem duplicata de sorriso angelical sacando duas adagas como eu nunca vi.

—São adagas Sai. São japonesas. Feitas da mais pura prata esterlina que o dinheiro pode comprar. Você.

—Eu?

—Sim, você. É o capitão não é?

—Sou.

—Comece a dar meia volta nesse negócio.

—Eu não recebo ordens de uma mulher.

—Ah, ele não falou isso!

Numa fração de segundo ela estava com a faca no pescoço dele dizendo:

—Eu acho que você recebe sim. Á bombordo meu filho!

—Sim senhora.

As cordas começaram a amarrar nos pés dos marujos e eles eram puxados para o mar.

—Salve quantas pessoas conseguir querida.

Os movimentos delas eram inéditos e salvaram a vida da tripulação. Elas davam piruetas e cambalhotas e cortavam as cordas que as sereias lançavam para tentar pegar os marujos e logo estávamos fora do alcance delas.

—Conseguimos!

Aportamos na cidade de Nova Orleans.

Niklaus adotou um menino orfão e o batizou de Marcellus. Mas, não ficamos muito tempo na cidade com Mikael vindo em nosso encalço.

Fomos para a Corte Francesa onde o Rei se encantou pela minha esposa bom, futura esposa e pela minha filha Isadora.

E ambas o rejeitaram.

 -Ousa rejeitar a mim?

—Pra mim você é só mais um cara com complexo de superioridade. Eu já tenho meu noivo. Ele tem o mesmo problema que você.

Ela pegou uma viola estranha e começou a tocá-la e a cantar como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Ela e Isadora cantavam a música e todos ficaram fascinados ouvindo a letra e a estranha melodia que saia do instrumento.

Então elas começaram a entoar uma música francesa. Uma que ninguém conhecia. Ela tocava no piano.

Seu francês era perfeito. Era uma canção melancólica, mas ainda assim fascinante. Eu vi as lágrimas escorrerem dos olhos da duplicata, a música com certeza significava algo pra ela.

Ela cantava um tanto engasgada, enraivecida, enfurecida.

—Porque tanta raiva milady?

—Lembranças de um futuro que ainda não aconteceu. Você se quer faz ideia do quão... traíra você pode ser.

—Traíra?

—Traidor!

—Eu nunca trairia você.

—Mas, traiu. Trai todos que confiam em você, por isso antes de toda essa confusão temporal eu estava pensando seriamente em pedir o divórcio. Eu amo você Elijah, mas to cansada das falsas promessas, das lacunas nas promessas, dos assassinatos, dos problemas de controle da raiva, das intrigas. Dos seus pais malucos maníacos e homicidas. E eu não sou a única.

—Não é?

—A esposa do Klaus está pensando em fazer o mesmo e vamos levar as crianças conosco.

—Não vai mesmo.

—Bem vindo á uma batalha judicial por custódia do século vinte e um. As mães ganham elas agora. Eu amei você, ainda amo, mas não podemos, eu não posso mais viver assim. Nesse caos total, nessa violência. Eu já perdi a conta de quantas vezes você chegou em casa todo ensanguentado por ter matado alguém e isso na frente das crianças.

—Isadora não me parece uma criança.

—Não importa! Você mata porque acha graça! Homem nobre é uma ova!

—Mamãe? Ela bebeu sangue contaminado por isso está agindo assim.

—Sangue contaminado?

—Provavelmente HIV ou Sífilis, mas ela vai voltar ao normal em alguns dias.

—E o que ela disse sobre ir embora e sobre o divórcio?

—É verdade. Ela considerou essa opção a alguns meses atrás. Bom, alguns meses á contar de trinta de outubro de dois mil e dezessete.