A saga de Afrodite - Os Cavaleiros do Zodíaco escrita por LazyMonteiro


Capítulo 7
A quebra de correntes - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Caramba! Quanto tempo não?
Não é que eu estava sem saber o que escrever, apenas estava ferrada entre o trabalho e o TCC (ainda estou).
Mas a vida é muito curta e quero terminar essa fanfic antes do apocalipse.
Escrevi vários capítulos nesse meio tempo, o problema foi que fora de ordem, então não serviria pra postar.
Vou tentar voltar a postar com frequência aceitável.
Bjs e queijos.



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Eram 9 horas da noite quando o navio atracou no cais. A noite estava fechada, sem estrelas, apenas nuvens carregadas que pareciam querer despencar chuva a qualquer momento. No meio do desembarque de cargas e dos marinheiros que estavam parando o expediente por hoje, surgiu o vulto de uma mulher com um sobretudo creme. Ela desembarcara de um pequeno Iate sem nome que deveria estar nas docas ou no clube, mas ao atracar naquela área significava que seu dono estava fazendo negócios escusos. Aquela área do cais não era uma das mais seguras, nem uma das mais iluminadas, mas a pouca luz fornecida pelos postes mostrava que era a silhueta de uma jovem de corpo atrativo. Estava de cabeça baixa e andava com pressa como se temesse o pior. Estaria o dono do Iate a “jogando” ali? Eram comuns as “sereias”, prostitutas especializadas em servir marinheiros e atracantes de negócios obscuros de outros países. Uma vez servidos, eles as “devolviam ao mar” sem cerimônia.

Naquela área comum que os cliente que apareciam estivessem meio altos fossem pela bebida ou pelas drogas. As sereias que eram tão experientes em lhe dar com aqueles homens rústicos e de pouca educação não ousavam aparecer ali a não ser que fosse em pequenos grupos ou guarnecidas de seus clientes. Não era uma área pra se andar só fosse homem ou mulher.

Alguns homens estavam sentados numa mesa nas sombras de um navio bebendo e um deles não tirava os olhos da moça que julgava ser uma nova atuante na área. Naquele dia o movimento das sereias estava fraco e o grupinho queria ser servido, fosse de boa ou má vontade. Ao ver a garota, um deles resolveu assobiar pra ela o que só causou um maior abaixar de cabeça e gargalhadas dos outros. Outro resolveu usar de palavras de baixo calão para melhor atrair a atenção, mas não conseguiu nada. Seus companheiros zombaram veemente dele e com raiva resolveu partir para um estupro daquela insolente. Sedento pelo que pudesse haver debaixo do sobretudo da jovem, ele disparou atrás dela para ataca-la.

Foi seu erro. A jovem se virou pra ele e deu lhe um golpe certeiro no queixo que o tirou do chão e o matou instantaneamente.

Se tivessem menos bêbados só com esse gesto teriam percebido que deveriam deixa-lá em paz. Os outros vieram em socorro sem saber do destino do companheiro (julgavam que ele estivesse desmaiado) com cacos de garrafas quebradas, facas e alguns armados. De repente a jovem estava cercada por 5 caras troncudos e com o dobro de volume corporal que o dela.

Mas a expressão que surgiu em seu rosto a meia luz apavorou o homem que estava de frente a ela. Um sorriso macabro de quem previra a morte dos seus agressores estampou-se diante dela; os homens avançaram em grupo e a jovem desviou-se do que vinha em frente a ela com uma garrafa quebrada e jogou-o pra traz como braço estendido ferindo o seu companheiro.

 Ao que vinha diagonalmente ela pegou pelo braço e arremessou pra longe do circulo e os que vinham de lado ela abriu um escaparte e chutou-os. Um caiu de bunda e o outro apenas se desequilibrou e voltou pra cima dela que já esperava e tascou lhe um soco direto, e ao mesmo tempo desviou-se do cara da garrafa que vinha a esquerda, deixando-o passar de frente a ela e fintou-lhe um soco ao que ele desviou e levou um chute de cima pra baixo que o nocauteou. O que estava sentado tentou dar-lhe uma rasteira a o que a jovem saltou e caiu em cima dos seus testículos; mas mal teve tempo de desviar do que havia sido jogado fora da roda e dessa vez não poupou-lhe; tirou de suas mãos a faca e enfiou em seu crânio. O que inicialmente havia se cortado com o golpe desviado da garrafa quebrada estava sangrando mas se recuperara do susto e começara a atirar contra ela.

Só que seus tiros não fizeram efeito nenhum e tudo que ele conseguiu foi uma ultima visão daquela mulher se aproximando e quebrando seu pescoço. O que havia sido inicialmente arremessado diagonalmente nem pôde revidar; caíra de forma a quebrar o pescoço.

A jovem parou. Odiava matar civis, mas já havia passado por situações como aquela antes. Deixara 2 deles vivos por pena e por que... bem ela não sabia. Na “brincadeira” seu sobretudo havia aberto. O que os testículos foram esmagados teve um vislumbre do corpo da mulher. Ele pensava que a veria nua, mas mesmo inerte na dor quase não acreditou em seus olhos: a meia luz uma armadura se revelava colada no corpo da jovem. Ela tinha a cor prateada e cobreada e estava no lugar onde deveria estar as roupas da jovem; tinha a forma de um maiô metálico e lembrou ao marinheiro a roupa da mulher maravilha. Na verdade aquela mulher inteira lembrava a mulher-maravilha: seus dotes, sua força e sua sede de luta. Mas no fim foram eles que haviam comprado briga e agora 4 cadáveres de seus amigos jaziam no chão sujo do píer.

A jovem apenas deu as costas e sem dizer palavra continuou caminhando. A neve como em resposta as vidas ali perdidas, começara a cair.

...

Mesmo em tempos conturbados, Shun acreditava que não devia ficar em casa, sentado e vendo a chuva cair. Ou no caso a neve.

Sim, pois naquela semana havia nevado em Tóquio em pleno verão, da noite pro dia. Quando as nuvens chegaram no dia anterior todos pensaram que se tratava de uma tempestade de verão, mas na verdade eram nuvens de neve, fato que pegou todos de surpresa durante a noite e a madrugada. A cidade ao acordar se deparou com 20 cm de neve cobrindo tudo. Muita gente resolveu se aproveitar daquele mini caos temporal e ficar em casa, com a desculpa que não tinha como sair e seu deu uma folga do trabalho. As ruas e metrôs estavam quase vazios.

Aquilo só o fazia sentir inquieto. Ele havia pensado em sair, ir até o aeroporto, pegar o jato particular e ir até Atenas, sem pisar no Santuário, só pra tentar descobrir o que desse sobre aquela situação toda. Mas aquela neve toda o atrapalhara de cara. Queria ir sem os irmãos, sair de fininho, mas sabia que com aquele tempo o avião jamais se ergueria da pista. Ficara olhando da janela do quarto a neve cair silenciosa e intermitente.

Toda aquela brancura... parecia o silêncio antes da abertura das cortinas. Nunca gostara de suspense.

Resolvera sair assim mesmo, encarar o frio. Trocou de roupa.

Tentara correr, se exercitar, se ficasse em casa mais tempo iria pirar.

Sem perceber o que fazia correra aleatoriamente, fora parar de frente ao oceano. O vento frio, e a neve cortavam seu rosto. Não havia ninguém lá, mas o barulho das ondas era reconfortante. De repente uma presença afiada surgiu ao seu lado.

Eram dois homens, ambos de sobretudo. Um era lindo, de rosto claro, com cabelos ondulados cheios e curtos arrumado impecavelmente pra trás. O rosto era bonito, másculo, anguloso e continham um nariz afilado e olhos verde-azulados lindos. Os fios vermelho-aloirados, tanto nos cabelos como na barba, lhe davam um visual místico, como viking antigo com um toque de modelo da Vogue.

Do rosto do outro, nada podia dizer já que este usava uma máscara, só via cabelos longos de cor castanho-escuro amarrados num rabo de cavalo volumoso. Ambos vestiam sobretudos brancos, quase camuflados na neve. Pareciam duas almas que haviam surgido do mar, pois olhavam ambos pra ele com tamanha força, como se precisassem encara-lo firmemente.
Shun só soube que não eram espíritos quando o ruivo se virou pra ele, olhou com olhos de lobo penetrantes, dizendo:

— Andrômeda não deveria ter fobia do mar? Por que se sente atraído a ele?

Shun ficou branco. Pela primeira vez naquele frio seus pelos se arrepiaram.

— Como sabe quem sou?

— Sabemos pelo seu cosmo. É forte, como se pudesse romper correntes. Mas vos digo: o que desejas saber não está no mar.

— E onde acho respostas? Com vocês?

O outro abriu um meio sorriso lindo.

— Talvez. Mas nosso preço é caro.

— E seria...?

O outro de máscara falou:

— Vende sua alma assim tão fácil? Ou apenas ela não tem valor?

— Eu quero respostas, e se tiver de vender a alma pra algum leprechaun, que seja.

O ruivo riu.

—Somos materiais, o que não significa que não somos espíritos. Se quer respostas, nós as daremos se você aceitar um duelo comigo. Um a um. Não poderá contar a ninguém que nos viu, nem chamar mais ninguém. Se me vencer, dou todas as respostas que busca, até mais. Se perder eu quero sua vida. O que acha?

Shun sabia que aqueles dois se tratavam dos inimigos. Não todos provavelmente, mas uma parcela deles, seus representantes e por alguma razão vieram até ele. De seus irmãos era o único que não lutara, mas valia o risco? Se não voltasse vivo, como avisar aos outros?

— Eu aceito.

O ruivo sorriu maliciosamente.

— Feito.


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Notas finais do capítulo

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