Premeditado escrita por Lily


Capítulo 1
O N E




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Domingo, 13 de fevereiro, CC Jitters

 

Às manhãs de domingo serviam apenas para dormir, não para se enfurnar em uma lanchonete lotada a pedido de sua melhor amiga. Mas Barry Allen não tinha muito o que fazer mesmo naquele dia, por isso e por outro motivo que ele não comentaria no momento, aceitou o pedido -súplica- de Íris West.

Nunca vira o Jitters tão lotado quanto naquele momento, frequentava o lugar quase diariamente a caminho da faculdade, mas naquele dia, em que metade da cidade ainda estava dormindo, ele estava de pé enfrentando um enorme fila apenas para provar o novo sabor de cappuccino.

Foi então que ele a viu, o cabelo castanho embaixo de um gorro com o desenho de gatinho, olhos castanhos encobertos por um par de óculos de armação quadrada, usava um vestido azul por baixo de um casaco cinza. Ela segurava o copo que fumegava, conversava alegremente com a amiga baixinha de cabelos revoltados.

Foi tão súbito quanto premeditado, seus olhos tentavam captar todos os detalhes daquela mulher, pois ele havia concordo mentalmente que ela não era uma garota qualquer, era uma mulher completa.

—Vamos Barry.- Íris chamou o tirando do transe, desviou o olhar de sua musa por um instante e quando voltou novamente ela não estava mais lá.

Suspirou. Barry Allen não tinha sorte.

 

Segunda, 25 de março, Hospital Geral de Central City

 

Estágios só serviam para aumentar às tentativas de suicídio, pois, Caitlin Snow já havia planejado a sua morte umas trezentas vezes desde que pisara no hospital. Estava estagiando a pedido do seu professor, que havia dito que seria algo bom para o seu currículo, então estava ali entre trancos e barrancos, tentando ajudar quem precisava.

—Caitlin.- doutora Margareth a chamou, ela era baixinha, seus cabelos acaju com alguns fios brancos estavam presos em um coque firme.- Tem um paciente lhe esperando, ele sofreu um acidente de bicicleta e não me pergunte como ele quebrou o braço, porque eu não saberei responder.

Sem dizer nada saiu correndo para sua ala, o pronto-socorro, Medalane já estava lá ao do enfermo.

—O que houve?

—Ele bateu contra um carro…

—Oh, Deus.

—Parado.- Mady completou fazendo Caitlin olhar para o paciente.

—Seria falta de educação se eu perguntasse?

—Não.- ele sorriu, ela sentiu seu coração bater mais rápido. Ele tinha um sorriso bonito, olhos claros e cabelo loiro escuro, usava uma blusa branca por baixo do moletom com o símbolo do Superman.

—Como?

—Sou meio desastrado. - ele deu de ombros, Medalane tocou seu ombro em apoio antes de sair. - Me distraí e acabei batendo no carro.

Ela se aproximou pegando a gaze e antisséptico.

—Posso saber com o que seu distraiu?

Ele passou a mão sobre nuca e lhe deu um sorriso amarelo.

—Apenas pensando na vida.

—Alguma garota? - abaixou a cabeça cortando um pedaço de gaze, ele esticou o braço, ela rapidamente limpou o ferimento, mesmo sentindo um leve incômodo com isso.

—Sim e não, apenas não conheço ela ainda.

Arqueou a sobrancelha enquanto envolvia o braço dele.

—Pode ser mais específico?

—Eu só a vi uma vez, mas foi quase como amor à primeira vista. Quase como se fosse…

—Premeditado.

—Isso! Você acredita em destino?

Ela riu e negou com a cabeça.

—Destino é para os tolos e bobos que tentam achar um jeito de não serem culpados pelos seus atos.

—Au, isso é ofensivo. - ele colou a mão livre sobre o coração de forma dramática. - Você sempre foi tão cética assim, doutora… - ele parou dando a chance para ela falar seu nome, apertou a gaze no braço dele e prendeu com cuidado.

—Caitlin, Caitlin Snow, mas ainda não sou doutora, apenas residente.

—Ok, Caitlin. - ele sorriu ao dizer seu nome, havia uma coisa de estranha no jeito como ele puxava as últimas letras do seu nome, algo familiar. - Mas ainda não respondeu minha pergunta.

—Não sou cética, apenas realista. E pronto, novinho em folha.

Se afastou puxando as luvas e as jogando no lixo. O cara, que até agora ela não havia descoberto o nome, pulou da maca com um sorriso no rosto.

—Obrigada Dra Snow. - ela abriu a boca para corrigi-lo, mas ele foi mais rápido. - Futura dra Snow. Obrigada.

—De nada, apenas estou fazendo meu trabalho.

Ele se afastou saindo pela porta, Caitlin mordeu o lábio inferior um tanto tensa, seu coração ainda batia acelerado como se tivesse corrido uma maratona. Talvez algumas coisas fossem mesmo premeditadas.

 

Terça, 31 de abril, boate Verdant

 

Ele estava preso no pior clichê da história das comédias românticas, Oliver e Felicity se agarravam ao seu lado, enquanto Íris e Eddie faziam o mesmo a sua frente, os únicos que pareciam ter a decência e pena dele eram Tommy e Laurel, os dois conversavam entre sussurros por causa da barulheira na boate. Sentiu uma mão pousar sobre seu ombro, levantou a cabeça encarando a figura recém chegada.

—Pensei que não viria. - sorriu para Patty que se jogou em seu colo, sua atual namorada estudava em um período diferente do dele, os seus encontros ocorriam mais entre uma aula e outra, mas ainda assim eram os melhores possíveis.

—Desculpa, me complique com a entrega de um trabalho.

—Ok vamos dançar? Estou cansado de ficar sentado aqui.

Ela assentiu e o puxou em direção a pista de dança. Barry não se considerava um ótimo dançarino, mas podia se virar muito bem em uma sala escura cheia de narcisistas que só se importavam com si próprios. In the name of love tocava pelas caixas de som que se multiplicavam pelo lugar, Patty sorria enquanto se remexia ao ritmo do remix de batidas e a letra viciante. Ele gostava de Patty, porém não a amava, tentava muito, mas havia algo que lhe impedia de sentir aquele sentimento puro e verdadeiro por ela, não algo, mas alguém. Ele se odiava por amar uma pessoa que nem ao menos conhecia, era idiotice se apaixonar por uma pessoa que viu apenas uma vez na vida, embora tivesse certeza que era o destino que havia colocado ela ali, justamente naquele dia, se um dia a encontrasse, e com certeza a encontraria porque estava trabalhando arduamente para isso, teria que agradecer a Íris por arrastando para a cafeteira naquele dia.

Patty continuava a dançar sensualmente agora ao som de Despacito, riu a puxando para perto e iniciando um beijo cheio de segundas intenções. Ela mordeu seu lábio inferior rindo. Alguém resmungou algo sobre falta de vergonha e que eles deviam ir procurar um quarto, Patty pareceu ouviu pois aprofundou as carícias e começou arranhar suas costas por cima da blusa, geralmente ele adorava quando ela fazia aquilo, mas aquele tom de voz, a repreensão, algo no jeito que a pessoa falou o fez parar e afastar a namorada de si.

—O que foi? - ela questionou, com os lábios inchados e vermelhos por conta do beijo.

—Acho melhor irmos com calma. - disse fazendo-a esquiar uma das sobrancelhas bem feitas.

—Sério?

—Que tal irmos para a minha casa? Podemos assistir a um filme. - sugeriu, no rosto de Patty estava o mais profundo tédio a menção destas palavras. - Ou você pode ficar e eu vou para casa.

—Tem certeza? Eu posso ir se quiser.

—Você pode ficar, apenas perdi a vontade de ficar no meio destas pessoas.

Ela sorriu animada e o beijou.

—Te ligo mais tarde.

—Ok.

Se afastou da namorada e seguiu o caminho até seus amigos, depois de uma rápida parada apenas para pegar o casaco e gritar para Felicity ficar de olho em Patty, saiu da boate. A chuva fina quase não molhava, mas produzia uma friagem que o fazia tremer, esperou no meio fio enquanto o manobrista voltava com o seu carro, a poucos metros dele havia uma linda morena usando um micro vestido de paetês azuis ou pretos, estava escuro demais para distinguir, ela se abraçava e tremia de frio. Se aproximou dela e notou algo familiar, era como se estivesse tendo um déjà-vu.

—Com licença. - ela se virou, ele sorriu. - Caitlin Snow, do fundo do meu coração você era a última pessoa que eu esperava  ver aqui.

Ela o olhou estranho, talvez tentando se lembrar de onde o conhecia, mas quando finalmente conseguiu tentou dar um sorriso.

—Oi, o braço está melhor?

—Muito melhor, graças a você.

Caitlin voltou a tremer, ele então retirou o casaco e lhe entregou.

—Não precisa. - ela recusou educadamente. -Claro que precisa, você está tremendo de frio e minha mãe me mataria se soubesse que eu não dei meu casaco a um donzela indefesa.

Ela pareceu ponderar, mas no fim acabou aceitando.

—Obrigada. - Caitlin vestiu o casaco e fechou os olhos sentido o corpo aquecer.

—Está esperando alguém? - indagou ao notar o seu carro se aproximar.

—A boa vontade de um motorista de táxi passar por aqui. - ela sussurrou entredentes.

—Então você realmente não conhece esse lugar, nenhum táxi vai aparecer por aqui, nenhuma pessoa é idiota o suficiente para vagar por essas bandas sozinho.

—Me diga que você está brincando, por favor. - seus olhos castanhos imploravam em desespero, ele sorriu sem jeito. - Argh, eu vou matar o Cisco!

—Você quer uma carona? - perguntou pegando as chaves da mão do manobrista.

—Só se você estiver indo para o One Grinder .

—Olha, você está com sorte, eu realmente tenho que passar lá para chegar em casa. - mentiu, sua casa ficava no caminho oposto ao One Grinder, mas estranhamente por ela, ele faria aquele sacrifício.

—Tem certeza? Não quero atrapalhar o seu caminho.

—Vamos logo, Caitlin. Quanto mais rápido você chegar em casa, mas rápido você toma um banho quente.

Talvez tivesse sido a menção do banho quente ou o total desespero dela, mas Caitlin assentiu e entrou no carro.

—A propósito, meu nome é Barry, Barry Allen.

Ela sorriu, um sorriso tão e sincero que fez seu corpo arrepiar.

—Prazer em conhecê-lo.

 

Quarta, 09 de maio, lanchonete do campus  

 

Caitlin odiava chegar atrasada, mas naquele dia ela simples não tinha como evitar. Usou o ombro para empurrar a porta de vidro enquanto segurava a caixa com os cupcakes Red velvet, eles já a esperavam na mesa. Cisco e Barry conversavam como se fossem amigos de longa data, ela teve que se segurar para não rir quando ouviu eles discutirem sobre a possibilidade de Howgarts ser real.

—Cara, vê se entende. - Cisco tinha as duas mãos sobre a mesa e o rosto vermelho, mas ela sabia que não era de irritação, seu amigo havia finalmente achado alguém que entendesse e compartilhasse seus gostos e discussões complexas. - JK não teria escrevido sobre a escola se ela não tivesse estudado lá.

—Eu entendo, Harry Potter ficou famoso graças a ela, talvez ele tivesse dado os direitos autorais para ela escrever uma biografia sobre ele, mas acabou virando uma grande saga, mas com a já havia conquistado o mundo ele não pode voltar atrás. - ela parou olhando Barry, era um daqueles momentos em que você não sabe o que falar, mas apenas concorda com a cabeça.

—Eu nunca tinha ouvido falar sobre essa teoria. - Cisco disse abrindo espaço entre os livros para ela colocar a caixa sobre a mesa. - Mas ela faz sentido. De onde você tirou isso?

—Estava a bastante tempo elaborando ela, mas eu não tinha ninguém geek o bastante para compartilhar. - Barry deu de ombros e abriu a caixa pegando um cupcake.

Cisco olhou para ela e depois para o cara a sua frente.

—Então, bem vindo ao clube dos nerds/geeks. - ele estendeu a mão e Barry apertou. - Embora só tenha eu e Caitlin.

—Eu fico pensando porque eu não achei vocês dois antes.

—Eu já te vi pelo campus, Barry. - Cisco revelou se servindo de um bolinho. - Você anda com Oliver Queen e Thomas Merlyn, você é popular cara, o tipo de vocês não olha para pessoas como nós.

Barry franziu a testa.

—Isso não é verdade. Não todas as partes, eu não sou popular e só ando com Oliver porque somos primos, fomos criados juntos desde de criança, mas se não fosse por isso tenho quase certeza que ele nem olharia na minha cara.

Caitlin sorriu compreensiva e colocou o cupcake em cima da mesa, começou a retirar o papel.

—Você anda com Felicity Smoak, não é? - indagou puxando a parte de cima do bolinho até ficar apenas a massa na parte de baixo, virou a parte da massa com cobertura e fez um mini sanduíche de cupcake.

—Sim, ela é namorada de Oliver. - ele respondeu olhando intrigado para ela. - Por que você fez isso?

—Para o recheio ser comido igualmente. - explicou tirando um pedaço. - Quer experimentar?

Barry assentiu, ela esticou o bolinho em sua direção. Talvez tivesse sido alguma corrente de ar que veio de entrusa pela janela, mas quando a mão dele tocou a sua, Caitlin sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. Barry sorriu feliz mastigando a massa, ele não parecia ter sentido nada, talvez fosse coisa da cabeça dela.

Olhou para Cisco que tinha um sorriso no rosto, ele encarava os dois como se estivesse assistindo o melhor filme do mundo, ela arqueou a sobrancelha em sua direção, Cisco se recompôs.

—Então Barry, você faz que curso mesmo?

—Ciência forense, também estou no time de atletismo para manter a bolsa.

—Eu estou no time de xadrez e Caitlin no time de natação.

—Eu estava, tive que sair por causa do estágio. - explicou colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

—A quanto tempo você está naquele hospital? - Barry indagou cruzando os braços sobre a mesa e se inclinando para perto dela.

—Quase dois meses.

—Uau, você deve ser uma ótima médica.

—Eu ainda não sou médica, Barry.

—Ok, futura dra. Snow. - ele brincou rindo.

Ela sorriu e abaixou a cabeça cortando, isso fez Cisco rir.

—Você está corando Cait?

—Calado!

 

Quinta, 01 de junho, Zoo Park

 

—Cavalos não deveriam fazer parte disso, é completamente disfuncional. - Caitlin resmungou.

—Não acho que seja, mas vamos analisar os fatos. - bateu o dedo contra o queixo fingindo pensar. - Primeiro, eles não são cavalos, são pôneis, segundo, estamos na fazendinha, não na parte do zoológico que deveríamos estar. Então, a conclusão é que, se fossemos para o outro lado, os cavalos não estariam lá.

—Sei que você queria ver os grandes leões da selva, mas você perdeu para o Cisco. - ela colocou outra pipoca na boca, ele acompanhou o movimento captando ligeiramente o jeito como seus lábios pintados se abriam e fechavam em uma delicadeza sobre humana. - Olha que fofo.

Balançou a cabeça voltando a realidade. Caitlin apontava para onde Cisco estava, ele segurava um filhote de coelho no braço e acenava com a mão livre, alguns pais os olhavam confusos, outros os olhavam como se eles fossem idiotas. Cait levantou o celular tirando uma foto de Cisco.

—Vou chantageá-lo com isso depois. - ela sussurrou.

—Quanto é que isso vale no mercado negro? Tenho certeza que Cisco daria um ótimo escravo sexual.

—Já eu não tenho tanta certeza, acho que ele é gordo demais para isso. - ela comentou entrando na brincadeira. - Tenho quase certeza que ele nem sabe chupar uma mulher direito. - ele se engasgou ao ouvir aquelas palavras saírem da boca de Caitlin. - Que foi?

—Nada. Por que você acha isso?

—Fui amiga da ex namorada de Cisco, Lisa, e quase sempre ela se reclamava disso para mim.

—E Cindy não se reclama?

—Não, mas eu me lembro que Lisa falava que achava que Cisco sabia fazer um boquete melhor do que uma chupada.

Ele riu.

—E será que ele sabe? - perguntou irônico.

—Vamos ver. - ela disse sorrindo e então gritou. - Cisco, tu sabe fazer um boquete?

Barry sentiu o rosto ficar instantaneamente vermelho e a risada prender na garganta. Todos os pais e responsáveis que estavam ali com seus filhos olharam para eles irritados, descrentes e revoltados. Cisco ficou vermelho da cabeça aos pés, deixou o coelhinho no chão. Um dos funcionários do zoológico olhou na direção deles preste a gritar. Então Barry fez a única coisa que ele sabia, jogou Caitlin sobre o seu ombro e saiu correndo com Cisco em seus calcanhares.

 

Sexta, 15 de julho, apartamento de Caitlin

 

Kara era sua colega de quarto desde de que entrará na faculdade, elas tinham muito em comum embora cursasse coisas diferentes, ela medicina, Kara jornalismo. Nas noites de sexta-feira, Kara saia com o seu namorado, Mon-el, o qual Caitlin apelidara carinhosamente de Moony, então nestes dias as noites eram somente dela e seus filmes antigos. Muito riso, pouca alegria passava na TV pela décima vez, ela não se cansava de assistir Marilyn Monroe, adorava o jeito feminista dela. Se ajeitou no sofá com o pote de pipoca de um lado e o sorvete no outro. Estava tentando prestar atenção nas cenas e no figurino, mas sua mente decidiu fugir um pouco dali e passear pelas memórias que envolvem um certo loiro de olhos claros, mordeu o lábio inferior tentando tirar Barry de sua cabeça. Aquilo era a pior coisa que havia acontecido com ela.

Havia demorado quarenta dias para perceber, mas apenas quarenta segundos para entender o porquê, o fato era que, Caitlin Snow estava apaixonada por Barry Allen. E ele tinha namorada! Sua sorte e seus sentimentos eram uma merda.

Alguém bateu na porta, ela se levantou ajeitando o cabelo bagunçado, ficou na ponta dos pés para olhar pelo olho mágico, e para sua enorme surpresa, Barry estava lá com as mãos no bolso e olhar perdido. Abriu a porta.

—Ei.

—Oi, sei que está um pouco tarde, mas eu posso entrar? - ele pediu, seu tom de voz era monótono.

—Claro, entra. - deu um passo para o lado e deixou ele se arrastar para dentro do apartamento, ele se jogou no sofá.

Muito riso, pouca alegria?

—Sim, poucas pessoas na nossa idade sabem que filme é esse. - se sentou ao lado dele.

—Minha mãe ama esse tipo de filme, sempre assistia com ela quando era pequeno. - Barry explicou e suspirou pesadamente.

—O que foi?

—Eu briguei com Patty.

—Sinto muito. - sussurrou deitando a cabeça no ombro dele. Barry tinha cheiro de menta e chocolate. Chocolate de menta, seu favorito.

—Eu fui atrás dos meus amigos, mas todos estavam ocupados com os seus relacionamentos, então lembrei de Cisco, liguei para ele, mas ele me mandou para cá dizendo que estava ocupado demais com Cindy. Então aqui estou eu.

Ela franziu o cenho, Cisco não estava com Cindy, ele havia ido para a casa dos pais por causa de um jantar em família, ele odiava aqueles jantares, sempre dizia que faria qualquer coisa para sair de lá antes de Dante começar a contar sobre suas novas conquistas. Era estranho pensar que ele jogaria uma chance daquelas fora.

—Por que vocês brigaram?

—Ela se irritou pelo fato de eu manter a amizade com Íris. - ele passou o braço pelo ombro dela e acariciou seu ombro. - Se lembra que eu te contei que eu e Íris já tivemos um envolvimento na adolescência? - assentiu. - Eu não havia contado isso para Patty, e hoje quando estávamos conversando no grupo do whatsapp Oliver soltou uma indireta sem graça e inconveniente, então Patty resolveu dar um ataque de ciúmes, obviamente não fiquei lá para ver onde isso irá parar, me exclui do grupo e gritei com Oliver e Felicity pelo telefone. Então vim pra cá.

—Por que você não contou para ela sobre Íris?

—Porque eu não achei necessário.

—Barry, entenda, toda mulher necessita saber quando haverá outra ameaça por perto. - se afastou e se sentou de frente para ele, Barry tocou seu cabelo enrolando uma mecha entre os dedos.

—Íris não é uma ameaça, ela é como uma irmã para mim.

—Eu sei, mas Patty não. Ela é sua namorada a quanto tempo dois meses?

—Seis meses.

Caitlin sentiu o coração apertar diante da afirmação, eles estavam a muito tempo juntos, talvez ficassem assim por muito mais tempo. Tentou focar nos problemas de Barry para chorar pelos seus problemas depois.

—E você nunca falou isso para ela. Patty deve ter sido sentido traída, talvez se vocês se sentarem e conversarem. Talvez a coisas podem se resolver.

Ele suspirou soltando seu cabelo.

—Talvez você esteja certa, mas não quero fazer isso agora, posso passar um tempo aqui?

Ela mordeu o lábio inferior, sua cabeça dizia ser uma péssima idéia, mas seu coração bateu no ritmo do sim.

—Cisco deixou o x-box dele da última vez que veio aqui para jogar contra Kara, tem Overwatch, quer jogar?

—Você joga? - ele indagou surpreso.

—Um pouco. - maneou a cabeça. - Mas tenho certeza que posso acabar com você. -É o que veremos, Snow. - ele piscou para ela e Caitlin não pode deixar de sorrir. - É o que veremos.

 

Sábado, 20 de agosto, praia Sant’Annie

 

O sol estava brilhando, o mar estava calmo, Cisco e Cindy flertavam um com o outro como se fossem desconhecidos, Caitlin lia algum livro sob o guarda-sol. Se esticou para perto dela, a pele de Caitlin era branca como a neve, uma pequena irônica com o seu nome, ela também era toda manchada de pintas, ele adoraria conta-las em seu corpo, mas se segurou, não queria e não podia ultrapassar o limite da amizade deles. Porque era isso que eles eram. Amigos.

—Por que você não está com os seus amigos? - Cindy indagou deixando Cisco de lado e o encarando, ele gostava dela, Cindy era uma daquelas pessoas difíceis no início, mas depois eram amigáveis e calorosas.

—Mas eu estou com o meus amigos.

—Seus outros amigos. - ela insistiu.

—Deixa eu ver, Oliver, Felicity, Tommy, Laurel, Íris e Eddie saíram para um final de semana em casais, não queria atrapalhar eles.

Caitlin abaixou os óculos o encarando.

—Mas você tem namorada, não devia ir com ela?

—Patty foi visitar uma tia doente, disse que eu não precisa ir.

—E você acreditou nisso?

—Claro que não, mas sabia que se insistisse ela iria ficar com raiva. - cutucou a areia solta com o dedão. - Acho que vou terminar com ela.

—Finalmente! - Cindy quase gritou em animação. - Já não era sem tempo.

—Cindy. - Caitlin a repreendeu. - Bar, você tem certeza? Você e Patty já estão juntos a tanto tempo.

—Ainda não tenho certeza, gosto dela, mas não a amo tanto quanto… - ele hesitou e passou a mão sobre a nuca.

—É a garota da cafeteria de novo, não é? - Cisco perguntou sem tirar os olhos da revista que havia começado a ler.

—Que garota da cafeteira? - Caitlin indagou em um tom mais alto que o necessário.

—É uma garota que eu conhece a alguns meses no Jittler, Íris havia me arrastado para comprar o novo cappuccino, e e ela estava lá. - riu. - Passei um bom tempo procurando por ela, mas nunca a encontrei, não acho que ela esteja no meu destino.

Caitlin bufou.

—De novo essa história de destino.

—E lá vem a cética de novo.

—Barry o destino não é responsável pelas suas escolhas, ok? Você só viu essa garota uma vez, não foi destino, foi apenas um consciência. - Caitlin se inclinou em sua  direção.

—Foi o destino. - murmurou se aproximando dela até suas testas estarem coladas.

—Não foi não. - o hálito dela tinha cheiro de cereja com conhaque.

—Cherry. - sussurrou o apelido que ela tanto odiava.

—Calado!

—Se beijem e acabem logo com isso. - Cisco gritou, antes de ser atingido por toalhas molhadas voadoras.

 

Domingo, 03 de setembro

 

“Seu nível de maturidade é condescendente

ao nível social da minha prima de dois meses.” - Caitlin, 02:12 am

“Adoro quando vc me chama de

infantil usando palavras difíceis” - Barry, 02:12 am

“Você não seria infantil se aceitasse

logo o meu pedido de desculpas.” - Cailtin, 02:13 am

“Só aceitarei seu pedido de desculpas quando dizer que

Star Wars e Star Trek são coisas completamente diferentes.” - Barry, 02:13 am

“Não são.”

“Os dois se passam no espaço e os dois tem aquele cara de orelha grande que faz aquele sinal com os dedos de vida longa e próspera.” - Caitlin, 02:14 am

“”

“Como ousa dizer isso?!” - Barry, 02:15 am

“Eu odeio emojis” - Caitlin, 02:15 am

“Como vc pode odiar emojis?”

“São as melhores coisas que o homem já inventou.”

“São como a extensão das nossas emoções” - Barry, 02:16 am

“Não são não.” - Caitlin, 02:16 am

“.” - Barry, 02:17 am

“Barry” - Caitlin, 02:17 am

“” - Barry, 02:17 am

“Eu estou avisando ” - Caitlin, 02:18 am

“” - Barry, 02:18 am

“Ok, você venceu.”

“Boa noite Barry” - Caitlin, 02:18 am

“Cait?” - Barry, 02:19 am

“Cait” - Barry, 06:30 am

“Caitlin?” - Barry, 11:40 am

“Cherry!” - Barry, 15:03 pm

“Eu te odeio”

“Obrigada pelas flores”- Caitlin, 18:55 pm

“Também te amo”

“De nada” - Barry, 21:23 pm

“Então, voltando ao assunto”

“Star Wars não é a mesma coisa de Star Trek” - Barry, 00:38

“E lá vamos nós ” - Caitlin, 00:39

 

Segunda, 31 de outubro, festa do Oliver

 

Ele estava inquieto, tinha que se encontrar com Caitlin no concurso de fantasias no campus em menos de vinte minutos, mas tinha que marca presença na festa de Oliver para não irritar o primo. Agora estava sentado no sofá ao lado de um casal que se agarrava como se o mundo fosse acabar em segundos.

—Ok, o que diabos está acontecendo com você? - Laurel perguntou se jogando ao seu lado no sofá, ela estava fantasiada de deusa grega, possivelmente Afrodite ou Atena.

—Do que você está falando?

—Você tem agido estranho ultimamente, Allen.

—Impressão sua. - desconversou puxando um dos copos com cerveja de cima da mesa.

—Barry há quanto tempo a gente se conhece?

—Não sei, quase a minha vida toda?

—Exatamente, quase toda a sua vida. E eu te conheço muito bem para saber quando algo está errado.

—La honey. - murmurou o apelido que ela havia ganhado quando era criança, ela riu. - Não tem nada rolando, está tudo normal.

—Tem certeza?

—Toda, agora se me dá licença tenho que achar meu suprimi idiota e a namorada dele.

Se levantou correndo os olhos pela multidão que havia se formado no apartamento, encontrou Oliver e Felicity no canto conversando entre si. Teve que desviar de vários bêbados para poder chegar até eles.

—Eu tenho que ir. - gritou para eles, mas ninguém ouviu. Felicity coloco as mãos em forma de concha sobre o ouvido, ele se aproximou. - Tenho que ir.

—Por que? - ela perguntou o puxando pelo braço.

—Tenho que ir a um concurso de fantasias.

—E desde quando você vai a concursos de fantasia?

Ele abriu a boca para responder, mas o som estava alto demais, Felicity bufou e arrastou ele e Oliver para um dos quartos, encostou a porta.

—Por que você vai para esse concurso de fantasia? - ela indagou com as mãos sobre a cintura, Felicity estava fantasiada de Wilma dos Flintstones e Oliver de Fred.

—Você vai a um concurso de fantasias? - seu primo perguntou surpreso.

—Uns amigos me pediram para ir e eu vou. - deu de ombros, havia sido pedido de Cisco e ele não tinha como negar.

—E desde quando você tem  amigos? - Oliver questionou no mesmo instante que Felicity perguntava.

—Patty vai com você?

—Ela não sabe do concurso.

—Ela pelo menos sabe que você tem esses amigos? - negou com a cabeça, Felicity revirou os olhos impaciente. - Barry o que você tá fazendo com o seu namoro?

—Do que você está falando?

—O Halloween serve como um desfile para esfregar na cara dos outros seu namorado ou namorada. Barry só existe uma regra no halloween, todos os casais tem vir combinando, veja Íris e Eddie, Sininho e Peter Pan, Laurel e Tommy, Hera e Zeus, Thea e Roy, Tiffany e Chucky.

—Ah, então Laurel está de Hera, eu jurava que era Afrodite. - murmurou sem prestar muita atenção, Felicity o socou no braço.

—Barry! É o seu primeiro halloween com Patty e vocês vêm fantasiados de que? Ela de Mulher gato e você disso aí que eu não tenho a menor idéia do que é! - ela gritou histérica.

—É o Jack do Estranho mundo de Jack. - explicou.

—Eu gosto deste filme. - Oliver disse sorrindo.

—Olha Feli, sei que quer que as coisas entre Patty e eu dê certo, mas certas coisas não podem ser forçadas. - suspirou passando a mão pela nuca. - Eu realmente tenho que ir, estou atrasado.

Saiu do quarto sem esperar outro sermão de Felicity.

—Para onde estamos indo? - indagou enquanto Caitlin o puxava pela escadaria no prédio central do campus. Ainda se podia ouvir o barulho da música alta vinha do ginásio, as festas no campus eram mais agitadas do que ele pensava.

—Preciso te mostrar o lugar que eu mais gosto aqui. - ela disse apertando sua mão com força, parecia temer que ele fosse embora.

Eles chegaram ao fim da escadaria, Caitlin empurrou a porta de metal, ele estremeceu um pouco por causa do frio, mas ainda sorriu. Estavam no ***, o céu estava estrelado e as luzes do campus e da cidade brilhavam intensamente, ele podia ver o prédio de Oliver dali. Caitlin soltou sua mão e caminhou até o parapeito. Ela estava tão linda, mesmo não estando fantasiada, seus cabelos estavam soltos e escorriam pelas suas costas como um cascata avermelhada, seu vestido era cinza solto e com um decote nas costas, ela usava um tênis vermelho, que ele havia lhe dado de aniversário.

—À vista não é perfeita? - ela comentou entusiasmada.

—É, perfeita. - sussurrou se aproximando dela, eles ficaram em silêncio apenas apreciando à vista. - Por que você não veio fantasiada?

—Não achei nenhum fantasia legal. Mas Kara disse que eu devia ter vindo de Sally, por causa do cabelo e agora percebo que também seria por você. - ela mordeu o lábio inferior.

—O que está te incomodando? - perguntou olhando pelo canto do olho, Caitlin remexeu no cabelo meio distante, seus olhos pareciam evitá-lo. - Cait, posso te fazer uma pergunta?

—Claro.

—Você acha que eu devo terminar com Patty?

—Isso é uma escolha sua Barry.

—Seja sincera por favor. Você é a única pessoa em que eu confia atualmente. - revelou, Caitlin ficou ereta. - Por favor.

—Barry não sou a melhor pessoa para opinar sobre sua vida amorosa agora. - ela passou a mão sobre o rosto tirando uma mecha do cabelo.

—Por que? E por favor não dê resposta evasivas. - insistiu, colocando a mão sobre o ombro dela.

—Porque é completamente disfuncional o fato do meu coração não parar de bater descontrolado toda vez que você está perto de mim.

Caitlin se virou e pela primeira vez em meses ele a viu chorar, não aquele choro básico quando eles assistiam a algum filme de drama, mas um choro que partia seu coração. Passou o braço ao redor dela a puxando para perto e beijou o topo de sua cabeça.

—Você sabe que só precisa dizer que eu faço. - sussurrou.

—Não posso fazer isso. - a voz dela saiu abafada. - Não posso.

—Cait…

Ela se afastou, ele segurou seu rosto entre as mãos, acariciou sua bochecha com o dedão.

—Eu te amo. - murmurou, Caitlin ofegou. Ele se inclinou e a beijou.

 

Terça, 07 de novembro

 

“Sinto sua falta” - Barry, 03:45 am

“Eu também ” - Caitlin, 06:22 am

 

Quarta, 31 de dezembro, residência Allen

 

—Tem certeza que eu não vou atrapalhar? Eu posso voltar pra o apartamento.

—Cait, minha mãe te ama, ela disse que adoraria ter você hoje aqui. - Barry estacionou o carro na frente ro na frente da casa de seus pais. Nora e Henry Allen moravam em uma cidade próxima, eram apenas uma hora de carro ou meia hora de trem, Barry havia ido pega-la na estação, era véspera de ano novo, Kra havia ido visitar sua família e Cisco passaria aquela data com Cindy, então só restava ela sozinha no apartamento frio já que sua mãe resolveu viajar para um convenção de médicos em Lisboa. Cisco provavelmente havia comentado aquele fato com Barry e ele com todo o seu senso de cavalheirismo, deixou o orgulho e a indiferença de lado e a chamou para sua casa.

Ela já havia estado na casa dos Allen no meio do ano por causa de uma visita rápida de Barry, mas ela havia se apegando tanto a Nora e a Henry, mas principalmente a irmãzinha mais nova de Barry, Danny, ela tinha apenas quinze anos, cabelos vermelhos e olhos claros iguais os dele. Caitlin havia pegado um carinho muito grande por ela, devia ser o fato dela ter sido criada sozinha, não tinha ninguém para brincar além dos primos que a visitavam pelo menos duas vezes ao mês.

—Tem certeza que eu não vou incomodar? - indagou pela terceira vez, Nora balançou a mão em um gesto de descaso, já estava cansada de ouvir aquilo.

—Qualquer amigo de Bar é bem vindo aqui. - Nora sorriu para ela.

—Obrigada senhora Allen.

—Querida já passamos desta fase, pode me chamar de Nora.

—Ok, senhor...Nora.

—Isso, já que você faz parte da família agora.

Sorriu sem entender, Nora riu balançando a cabeça.

—Barry gosta muito de você, Caitlin, isso é tão óbvio quanto o fato de você gostar dele. - abriu a boca para contrapor sentindo o rosto esquentar, mas a mulher foi mais rápida. - Por favor, né? Está na cara, ou vocês que são bobos para não notar ou já notaram e não querem falar nada.

—É complicado. - sussurrou se sentado na cama.

—Nada é tão complicado que não se possa descomplicar. Nem mesmo o amor é uma coisa complicada, às vezes apenas devemos olhar com outros olhos e nós dar uma chance de verdade. - Nora disse ainda com o sorriso no rosto, ela então se agachou a sua frente e lhe tocou o queixo. - Querida, eu conheço Barry desde de que ele nasceu, sei exatamente o que ele senti mesmo que negue, já o vi passar por todos os sentimentos possíveis em um humano, mas nunca tinha visto em seus olhos o que ele sente quando vê você. - Caitlin fechou os olhos sentindo as lágrimas rolarem. - Reconheço amor verdadeiro de longe e esse com certeza é o mais puro que eu já vi.

—Por favor, não me diga que também acredita que isso foi premeditado. - sussurrou, Nora riu.

 

 

Danny havia ido para casa de uma amiga pra passar o ano novo em novos ares, Nora e Henry haviam ido para o centro comunitário para a festa temática de arrecadação de fundos para a igreja, faltava menos de duas horas para a virada do ano e algo em Caitlin apitava dizendo que aquelas súbitas saídas haviam sido intencionais. Todos os Allen, com exceção de Barry, pareciam ter concordado com algo que muito provavelmente a colocaria na corda bamba.

Olhou para Barry pelo canto do olho, ele estava no sofá vestindo um suéter surrado e calças de flanela, na TV passava o especial dos Loones Tunes. Puxou as pernas contra o corpo, não que aquilo fosse ruim, o fato de estar sozinha com ele não era ruim, o que fazia aquele momento ruim era aquela nuvem de incerteza que pairava sobre eles.

—Soube que terminou com Patty. - disse sem saber exatamente porque. Kara havia lhe dado aquela notícia a algumas semanas, na verdade Kara havia gritado aquela notícia por um megafone junto com serpentinas que ela e Cindy tinham comprado.

—É, não estava dando mais certo. - ele deu de ombros.

—Íris deve ter ficado chateada, elas eram melhores amigas, não é?

—Sim, mas elas podem continuar amigas mesmo a gente não se relacionando mais. Além do mais, Íris ficou bastante conformada com a minha desculpa por ter terminado o namoro.

—O que você disse para ela?

—Que eu não podia continuar com alguém que eu não amasse.

Caitlin mordeu o interior da bochecha prendendo o sorriso. As borboletas bateram as asas em seu estômago.

—E que você ama? - questionou fingindo inocência.

—Uma cabeça dura que insiste em colocar os sentimentos dos outros na frente dos dela. - ele disse desviando o olhar da televisão e a encarando. - Eu te amo, mas às vezes parece que você não sente o mesmo por mim.

Suspirou se virando para ele.

—Por favor não diga isso. Eu também te amo Bar, mais do que você pode imaginar. Ele sorriu, colocando a mão sobre a nuca dela e a puxando para perto.

—Por que diabos você não falou isso antes? - ele indagou com a boca a milímetros da sua.

—Porque eu sou burra. E precisei de uma hora de explicação com o PowerPoint para entender os doze motivos que Caitlin Snow devia aceitar o fato de estar apaixonada por Barry Allen. - ele ergueu a sobrancelha confuso, ela sorrir sem jeito. - Cisco às vezes pode meio invasivo. E bastante idiota.

—Eu tenho que agradecê-lo depois.

—Sim você tem. - sussurrou e fechou a distância entre seus lábios.

As borboletas em seu estômago batiam em revoada, talvez elas não fossem mais necessárias, mas sentiria falta delas.

 

Quinta, 13 de janeiro, CC Jitters

 

Premeditado, talvez eles fossem isso, talvez aquilo tivesse que acontecer, talvez tudo aquilo já tivesse sido escrito,talvez…

—Se você continuar a olhar para o nada eu juro que te bato, querido. - Caitlin bebericou um pouco do seu café, o dia estava frio por isso ela usava um gorro com desenho de gatinho, o óculos de armação quadrada repousava sobre a mesa, ele sorriu, havia demorado muito tempo para perceber, na verdade havia sido Cisco que o ajudará a descobrir.

—Sabe por quê eu te chamei aqui hoje? - indagou acariciando a mão dela.

—Porque quer passar mais tempo com sua namorada?

—Sim e não. - ela arqueou a sobrancelha. - Se lembra quando nos conhecemos pela primeira vez e eu perguntei se você acreditava em destino?

—Não vamos começar com isso de novo, por favor.

—Cait me escuta, ano passado eu vim aqui com Íris por causa de um cappuccino e encontrei uma garota linda e maravilhosa. - disse fazendo-a fechar a cara. - E antes que você tente me bater ou jogar café em mim, deixa eu explicar. Talvez não fosse o destino ou qualquer força sobrenatural, mas eu encontrei essa garota de novo, ela cuidou de mim e me ajudou, passamos meses em um rolo, como meu pai diz, dançando em meio a sentimentos desconhecidos.

—Onde você quer chegar? Não me diga que você já vai me trocar por uma qualquer. - Caitlin aumentou seu tom de voz, ele riu.

—Será que você pode me escuta antes de gritar comigo? Não baby, eu não achei outra, apenas percebi que às vezes as coisas são premeditadas. Caitlin Eleonora Snow.

—Me arrependo amargamente de ter lhe dito meu nome do meio. - ela resmungou e ele a ignorou.

—Você estava aqui naquele dia e foi você quem eu vi, você é a minha garota da cafeteira, Baby. Me diga se isso não é o destino!

Caitlin jogou a cabeça para trás enquanto ele fazia uma dancinha da vitória.

—Isso só pode ser brincadeira!

—Não, isso é o destino.


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