Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 17
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Como estão? Espero que bem!

Esse capítulo é bem amorzinho :333333333333333333

Espero que gostem. Boa leitura!



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— Temos que ver o que vamos fazer. — Rebeca falou, admirando o sol.

— Como assim? — Aloys a olhou.

— Não temos mais como contar com o livro. Não tem o que fazer com as minhas memórias perdidas. Então precisamos seguir a vida, né?

— Ah... — Observou o céu. — É, temos que seguir a vida — falou de um jeito meio triste.

— O que foi? — Aloys deu de ombros. — Fala, eu quero saber. — O empurrou de leve com o ombro.

— ... Eu queria que você se lembrasse. Não para voltarmos ou algo assim... Mas eu queria que você se lembrasse da nossa vida. É triste que só eu me lembre do que fazíamos.

Rebeca sentiu-se mal por ele. Se arrastou para mais perto e passou o braço pela cintura dele, o abraçando.

— É triste mesmo, mas não se preocupe. Você pode me contar tudo, e além disso, ainda vamos fazer muitas coisas juntos aqui, não é? — Sorriu, o incentivando.

Aloys a olhou, sorrindo levemente. — Sim. — Passou seu braço esquerdo pelos ombros dela e a puxou, a abraçando. — Eu sei que vamos.

Colocando o outro braço sob a barriga de Aloys, Rebeca o abraçou mais forte, sentindo seu peito se encher de algo bom. Era uma sensação de preenchimento indescritível, e ela sentiu como se pudesse ficar ali abraçada com ele para sempre.

Suspirou, e Aloys a apertou mais contra o peito.

— Sabe o que eu quero fazer agora? — Rebeca perguntou, cansada.

— O quê? — Olhou para ela.

— Dormir. Eu estou morta. — Fechou os olhos. Sentiu o peito de Aloys se mexer enquanto ele ria.

— Eu também. Melhor irmos ou vamos dormir aqui.

Preguiçosamente, Rebeca se mexeu. Aloys levantou, pegou a mão dela e a puxou.

Os dois andaram através da floresta de mãos dadas até o celeiro. Subiram no mezanino e Rebeca se jogou na cama de Aloys, sem se importar com o conforto.

Sentiu apenas algo a cobrindo, e depois Aloys deitando ao seu lado.

Já meio desacordada, deitou de lado e jogou o braço por cima de dele, encostando o rosto em uma coisa quente. Adormeceu quando sentiu algo um pouco pesado abraçar parte de seu tronco. Não houve sonhos, nem imagens, nem nada. Rebeca dormiu profundamente, e só acordou algumas horas depois.

A princípio achou estranha a pouca iluminação, comparado com seu quarto, mas depois se lembrou de onde estava. A segunda coisa que percebeu quando abriu os olhos, foi o rosto de Aloys perto. Tão perto que o nariz dela tocava a lateral do nariz dele.

Ele dormia pesadamente, ainda parecendo cansado.

Rebeca afastou o rosto um pouco para olhá-lo. Levantou a mão, passando a ponta do dedo indicador de leve sobre as olheiras dele, que estavam levemente roxas.

Suspirou, e sentiu uma sensação apertar dentro dela. Uma espécie de desespero misturado com medo. E outra coisa que ela não sabia dizer. Seu coração acelerou e sentiu a necessidade de abraçá-lo, como se isso fosse o proteger de tudo.

Sem se importar se ia acordá-lo ou não, o abraçou pelo pescoço. Pouco depois, sentiu o braço dele — que já estava meio abraçado com sua cintura — a apertar.

Aquele sentimento sem nome apertava mais, e ela não sabia o que fazer. Logo seus olhos se encheram de água e começou a chorar.

Aloys se afastou para olhá-la. — Por que está chorando? — perguntou com a voz rouca, preocupado.

— E-eu não sei — falou entre soluços. — E-eu s-senti tanto medo ontem.

— Calma... — sussurrou. Passou o polegar pelas lágrimas do rosto dela. — Estamos aqui, não estamos?

— Eu sei que sim. M-mas... E-eu não sei. Eu não entendo... E-eu sinto como se não fosse capaz de cuidar de você.

— Mas eu disse que eu que cuidaria de você, não disse?

— D-disse, mas eu sinto como se fosse minha responsabilidade. — Fungou. — E-eu estou com medo.

A mão direita de Aloys ainda estava no rosto de Rebeca, enxugando as lágrimas que escorriam. Alisou a bochecha dela, fazendo carinho. — Eu não sei o que dizer para te acalmar...

Rebeca suspirava, tentando parar de chorar, mas aquele medo não a deixava, e quando ela achava que ia conseguir parar, mais alguns soluços surgiam. Aloys permaneceu quieto, apenas enxugando as lágrimas. Suspirou e se aproximou, depositando um beijo terno nos lábios dela.

Aquilo foi tão repentino que Rebeca parou de chorar, sentindo suas bochechas esquentarem quando Aloys se afastou.

— Melhor? — Ele perguntou baixo.

Uma avalanche de sentimentos passou por Rebeca. Mas a que permaneceu por mais tempo foi carinho. Era tão forte que ela não conseguiria passar aquilo nem com um milhão de beijos ternos iguais aquele.

Era tão doce que mais lágrimas vieram, e Aloys fez uma cara de quem não estava entendendo mais nada. Novamente, ele se aproximou e deu outro beijo terno, segurando o rosto dela.

Ela retribuiu, sentindo aquele peso diminuir.

— Por que... você fez isso...? — perguntou sussurrando ao se afastar um pouco dele.

— Não sei... Passou por minha cabeça que ajudaria.

— ... acho que ajudou. — Suspirou.

Aloys a abraçou, a trazendo para perto e deixando o rosto dela colado em seu peito. Rebeca o abraçou pela cintura e esperou até os últimos soluços pararem.

 

Alguns dias se passaram e toda aquela afobação sobre o livro passou. Eles não tinham o que fazer. Rebeca estava passando as fotos de sua câmera para o notebook em uma tarde, enquanto Aloys brincava com uma almofada.

— Olha só, Aloys, nossas fotos.

Aloys levantou, ficando do lado dela e olhando para a tela do aparelho. — Como você fez isso? Isso não estava naquela máquina? — Apontou para a câmera.

— Sim, e eu passei elas para cá. Olha você aí.

Ele sorriu ao se ver, enquanto Rebeca passava as fotos. Depois, viu os arquivos de vídeo e clicou no primeiro.

"Eu sou Rebeca, esse é o Aloys e essa é a Maria. Hoje nós vamos fazer algo que talvez nos arrependamos mais tarde, mas vamos fazer mesmo assim... E vamos torcer para que tudo dê certo."

— Então é assim que funciona aquela caixa na sua sala? Que passa imagens com pessoas...

— Sim, é assim mesmo... Bom, não nos arrependemos, mas não sei se tudo deu certo mesmo.

— Claro que deu. Estamos aqui, vivos.

— Sim, mas não descobrimos nada sobre o que tinha no livro.

— Sim... Mas estamos bem, e é isso o que importa.

Rebeca olhou para as fotos de novo. — Acho que vou revelar essas fotos.

— Revelar? O que é isso?

— É... Revelar é passar uma foto para um papel.

— E como vai fazer isso?

— Levando em um lugar especializado nisso. Mas antes...

Tirou a câmera do cabo e tirou mais algumas fotos dos dois. Então Rebeca editou as imagens e as colocou em um pen drive. Se trocou, escreveu um bilhetinho para sua mãe e o deixou na geladeira.

"Fui no centro levar umas fotos para revelar com o Aloys. Volto já."

Saíram de casa e foram até o centro a pé. No meio do caminho, o céu começou a ficar nublado.

— É sério que vai chover? — Rebeca olhava para o alto enquanto andava.

— Parece que sim.

Eles se apressaram. Rebeca guiou o caminho e logo eles chegaram na loja. Lá tinha desde equipamentos fotográficos, a impressão de banners e fotos de todos os tamanhos.

Rebeca deixou o pen drive com o cara e já deixou as fotos pagas. Iria buscá-las dali a cinco dias. Saíram da loja e voltaram a andar. Logo os pingos de chuva começaram.

— Espera um pouco, aí! — Suspirou para o céu.

— Claro que vão te ouvir. — Aloys riu.

Aceleraram o passo, mas a chuva aumentou. Mesmo que corressem, não ia dar para chegar sem estarem encharcados. Os dois já estavam molhados, e Rebeca desistiu, correndo para a calçada, onde havia um toldo de uma loja cobrindo parte do chão.

— Do que você está rindo? — Rebeca perguntou para Aloys, em um tom irritado, quando pararam no abrigo.

— Por que você está irritada? — Ele riu. — Chuva é legal.

— Só se for para você. Se eu estivesse com as fotos, elas já teriam ido para o saco.

— Mas por que as fotos iriam para um saco? — A olhou, sem entender.

Rebeca começou a rir, e mesmo sem entender, Aloys a acompanhou. — É um jeito de dizer. Se elas se molhassem, iam estragar. Entendeu?

— Ah... entendi. Você fala umas coisas estranhas.

— Não são estranhas, você que não entende.

Ele deu de ombros e puxou a cabeça dela, dando-lhe um meio abraço desajeitado. Sorrindo, o abraçou pela cintura, olhando a rua deserta.

— Sabe... eu estou muito feliz de estar aqui. — Ele disse, de repente.

— Ah é? — O olhou. — Por quê?

— Por muitos motivos, mas principalmente porque estamos aqui, tranquilos. É como se voltássemos para a época em que éramos mais novos. Não tínhamos preocupações com nada além de algumas tarefas domésticas e brincadeiras. — Sorriu, a olhando.

Aloys era tão sincero. Ou mesmo inocente de tudo. Suas palavras, seu olhar... Era tudo leve como uma pena.

— Eu também estou feliz. Apesar das suas loucuras, estou feliz que esteja aqui.

— Você está bem? — Colocou a mão na testa dela, como se quisesse sentir sua temperatura.

— Sim... Por quê? — Estranhou.

— Você nunca me falaria uma coisa dessas. — Sorriu. — Deve estar doente.

Rebeca revirou os olhos. — Não mesmo, então aproveita que estou de bom humor.

Ele riu e apertou mais o abraço. — Não é como se tivéssemos passado a vida toda juntos...?

— Hm. Não sei. Você acha?

— Parece, para mim.

— É, talvez pareça...

— Por isso que eu a amo — falou, a cortando.

Rebeca o olhou, sentindo seu coração acelerar. — Você me ama?

— Claro. Você não sabia? — perguntou, brincalhão.

— ... Não... Não é como se você já tivesse dito isso.

— Hm... — Pensou. — Verdade. Estou dizendo agora. Eu a amo.

Então... isso é amor? O que eu sinto por ele? — Eu... também te amo.

A olhou, não acreditando. — Repete! — Abriu um sorriso.

— Eu te amo. — Sorriu, sentindo-se estranha por falar em voz alta, mas feliz ao mesmo tempo.

Aloys a apertou ainda mais em seus braços, sorrindo. Rebeca retribuiu o aperto e se afastou um pouco para olhá-lo, querendo ver seu rosto.

— Está um pouco calor, não está? — Ele perguntou de repente.

— Não. — Ela riu. — São só as suas bochechas que estão com calor.

Ele colocou as mãos nas bochechas, tentando sentir o tal calor. Rebeca sorriu, e colocou as mãos por cima das dele. Ficou na ponta dos pés e deu um beijo carinhoso em seus lábios.

— Por que fez isso? — Ele perguntou, sorrindo de leve.

— Não sei. Me deu vontade... — Olhou para o lado. — Olha, parou de chover! Vamos! — Pegou a mão dele e o puxou de volta para a rua.

Eles continuaram o caminho de mãos dadas. Quando estavam chegando, Rebeca viu que havia um carro estacionado na frente de sua casa. Andaram até lá, e viram que Cecília estava na frente da porta, segurando uma caixa média de papelão e uma sacola de papel.

Ela se virou, vendo os dois chegando e abriu seu habitual sorriso gentil.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaa é pra morrer de amores, né nom? Como amo esses dois, misericórdia!

Quero saber o que vocês acharam desse capítulo! Comentem aí :3

Até o próximo o/



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