“Vazio” essa palavra invadiu os pensamentos de Yan ao acordar. Ele sempre se sentiu assim em toda a sua vida e tentava preencher com qualquer coisa, mas não adiantava até que Lia entrou em sua vida. Ele ouviu batidas na porta e irmão entrou pulando em cima dele, ele só tinha 4 anos.

— Ai – Yan fingiu estar com dor – que bom dia agressivo.

— Acorda acorda – o pequeno pulava em cima do mais velho – papai já colocou a mesa vai se atrasar pra escola.

— Ta bem – Yan fez cócegas no irmão.

— Não demora viu – o menor saiu do quarto.

Yan fez sua higiene e não demorou a se arrumar, desceu as escadas com sua mochila já pronta e sentou na mesa onde seu pai e seu irmão já o estavam esperando.

— Bom dia – o pai deles disse.

— Bom dia Pai – Yan se serviu de torrada.

— Eu vou pegar minha lancheira – o pequenino disse indo para o quarto.

— Sua mãe ligou.

— Pai eu – Yan suspirou.

— Vocês tem que passar um tempo com ela, mesmo eu detestando – o homem tomou um gole de café – a guarda é minha mas ela pode ver e sair com vocês.

— Eu não quero – Yan levantou da mesa – por favor não me obrigue a ir.

— Arruma meu lanche? – o irmão mais novo de Yan apareceu lhe dando a lancheira.

— Ta bom David – Yan disse e sorriu de canto.

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Lia estava distraída, as aulas passaram normalmente e no intervalo se protegeu conversando com os professores. Ela estava num corredor afastado próximo a piscina da escola sentada no chão lendo um livro que pegou na biblioteca. Também estava com um livreto de sua mãe sobre música. Ele estava todo rabiscado com pequenas observações que a mãe dela fazia.

— Finalmente – Renata disse ficando em pé na frente de Lia, Camilo estava com ela – pensou que poderia fugir?

— Eu não estava fugindo – Lia a encarou fechando o livro mas sem se levantar.

— Não é o que parece – Renata riu – muita audácia sua me enfrentar, acha que esses idiotas vão seguir você?

— Só saberemos no dia da eleição – Lia estava com medo, mas não deixou transparecer.

— Espero que goste – Renata chutou o estômago de Lia.

A ruiva abafou o grito mas a dor era imensa, acabou caindo para o lado e tocou o lugar atingido. Renata continuou a chutá-la sem parar. Camilo que assistia com um sorriso no rosto tratou de pegar a mochila dela e jogou tudo no chão e cortou o fundo da mochila.

— Vamos ver se ainda vai manter a postura – Renata parou de chutá-la e pegou os dois livros – um da biblioteca e outro da mamãe? – riu debochando.

Camilo rasgou as folhas do da biblioteca e as jogou no chão bem próximo a Lia, os olhos dela estavam cheios de lágrimas mas ela se recusou a deixar algum som sair de seus lábios.

— Agora o da mamãe – Renata se preparou para rasga-lo.

— Por...f...a... – Lia não conseguiu terminar a frase quando ouviu o som do livro sendo rasgado bem a sua frente.

— Filha? – a senhora Smith entrou no quarto de Lia.

— Mãe! – a menina sorriu – o que é isso?

— Um presente – a mulher disse – minha mãe me deu são anotações de música que ela fez e eu também agora quero que fique com você.

— Mas eu não sou muito boa com música – a ruiva disse – eu prefiro ser médica.

— Eu sei meu amor – ela a beijou na testa – mas assim sempre lembrará de mim e pode me levar na bolsa.

— Obrigada – Lia disse – eu te amo mamãe.

— Também te amo meu doce.

Lia sentiu algo horrível em seu peito sua mãe havia lhe dado aquele livro, mas agora não restava mais nada. Aquilo já tinha ido longe demais, seu corpo doía tanto, mas seu coração não podia nem descrever os sentimentos estavam a mil e ela queria levantar e se defender queria bater de volta mesmo pensando que a violência não resolvia nada pela primeira vez quis revidar.

— Isso só acaba quando eu quiser – Renata pisou no resto do livro da mãe de Lia.

— Vai se arrepender – Lia disse num sussurro quase inaudível.

— Sério? – mas a líder de torcida ouviu – eu duvido que consiga porque eu vou pressionar tanto esses nerds sujos que eles terão medo até da própria sombra.

— Pode bater – Lia sorriu de canto ainda no chão – mas isso não vai me impedir de ganhar.

Renata deu um último chute em Lia só que esse pegou em seu braço. Foi então que a ruiva viu os dois saindo dali a deixando jogada no chão com suas coisas destruídas.

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— É serio cadê ela? – Enzo estava surtando nada dela responder as mensagens.

— Você acha que? – Ju estava com o coração na mão.

— Vamos nos separar e procurar – Yan não queria pensar que ela poderia estar apanhando de alguém naquele momento só de pensar já perdia o controle.

Cada um foi para um lado, Yan caminhou pelos corredores próximos as salas de esportes e nada de encontrar Lia e já estava ficando impaciente com aquela situação. Faltava o corredor que ficava próximo à área da piscina. Foi quando ouviu o choro e seu coração falhou quando virou o corredor e a viu ali jogada no chão e suas coisas destruídas. Yan apertou o punho estava furioso sentiu que seus olhos estavam formando lágrimas, mas se conteve e se aproximou lentamente.

— Não diga nada – Lia disse sentando tocando o braço que a pouco foi chutado.

Yan a obedeceu abriu sua mochila tirou suas coisas e aos poucos colocou as coisas de Lia lá dentro. Viu as páginas do livro jogadas e as juntou colocando dentro do que havia restado da capa e viu um outro livro na mesma situação nas mãos de Lia ela o apertava com força.

— O da biblioteca eu compro outro, mas – a voz dela estava embargada o choro estava mais intenso – o da minha mãe? Por quê? Podiam ser menos cruéis?

— Eu sinto muito não estar aqui – Yan a acolheu em seus braços e ela o abraçou forte chorando intensamente.

— Não poderia eu te proibi de me proteger – a ruiva disse sentindo a paz que aquele abraço deu a ela.

— Eu não posso só assistir e não fazer nada – a voz Yan estava num tom de frustração.

— Eu sou um deles e nós passamos por isso – a ruiva o olhou nos olhos – não posso me acostumar em ser protegida porque assim eu não terei motivação para fazer nada – ela sorriu – só esteja aqui para me levantar ta bem?

— Eu estarei sempre – Yan sorriu e sentiu aquele olhar o sugar outra vez aquela garota era especial e ele sabia disso.

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— Ela vai ficar bem – Enzo disse encarando Ju que estava aflita.

— Eu sei – a morena olhou pelo retrovisor e Lia estava deitada com a cabeça no colo de Yan e ele passa a mão nas madeixas ruivas dela.

— Ela só precisa descansar – Yan completou – isso foi demais pra ela.

— Eu quero acabar com eles – Enzo apertou o volante – eu deveria socar a cara do Camilo e se eu vê-lo pode ser que eu faça isso.

— Melhor não fazer nada do que possamos nos arrepender – Yan estava pensativo depois do que Lia lhe disse – eu quero descarregar a raiva batendo em alguém, mas nem sempre isso nos faz sentir melhor.

Enzo deixou Yan em casa e Ju também por ultimo levou Lia já que era o único que sabia onde ela morava. A colocou na cama e a observou por um tempo como queria que ela não tivesse que passar por aquilo, mas o que poderia fazer? Impedi-la de lutar pela mudança? Desistir seria pior Renata nunca a deixaria em paz agora não tinha como voltar atrás. Beijou a testa dela e saiu, resolveu dirigir até uma lanchonete que ele amava assim como Lia e Noemi eles iam muito nela desde pequenos.

— Uma tequila – ele pediu sentando numa mesa afastada.

— Saindo – a garçonete disse sorrindo mais que o normal.

Enzo estava com saudades de Noemi, mesmo tentando esquecer e seguir em frente dando uma chance para Juliana ainda não conseguia para de pensar na líder de torcida e para piorar ela entra na lanchonete de mãos dadas com Caio.

— Você vai amar – ela disse para o garoto o abraçando.

— Se eu não gostar vou querer uma recompensa – Caio encostou seus lábios.

— Ta certo – Noemi sorriu de orelha a orelha e o guiou até uma mesa.

Enzo sentiu um embrulho no estômago, aquela cena o fez pensar nas diversas formas de bater em Caio e depois resolver as coisas com Noemi e no fim leva-la dali junto com ele. Não podia nem beber em paz? Ele acabou exagerando na bebida, mas nada que o deixou muito porre. Não tirava os olhos da mesa onde Noemi estava, como ela estava linda com aquele vestido preto tomara que caia e uma sapatinha vermelha os cabelos presos que realçavam seus seios fartos. Não podia nem imaginar se ela havia ido pra cama com ele isso seria demais.

— Ei – Enzo se aproximou da mesa onde os dois estavam.

— Enzo? – Noemi estava surpresa ao vê-lo ali.

— Vocês já vão pra casa? – ele perguntou sem rodeios – queria uma carona bebi demais.

— Claro cara – Caio disse sorrindo um pouco desconfortável – vou pagar a conta vão indo pro carro?

— Ta – Noemi disse e pegou a chave caminhando até a saída Enzo a seguiu.

— Você está linda sabia? – ele disse se aproximando dela.

— Pode parar de gracinha? – ela se afastou – esse não é você.

— Já dormiu com ele? – Enzo estava com raiva.

— O que? – ela estava indignada – eu não tenho que te responder isso.

— Por quê? – ele fechou o punho.

— Chega Enzo está sendo um idiota – ela estava magoada.

— Eu? Você que mentiu dizendo que me amava e o primeiro que parece você senta no colo dele! – o moreno cuspiu as palavras e sentiu sus bochecha arder Noemi havia dado um tapa nele.

— Eu odeio você – ela disse e saiu correndo dali.

— Deixa ela em paz! – Caio empurrou Enzo e correu atrás de Noemi.

Enzo balançou a cabeça confuso e saiu dali o mais rápido que podia.

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A manhã estava tranquila até nada de novo acontecendo. A não ser o assunto mais comentado Lia e Yan chegando juntos na escola e ele sendo protetor com ela não a deixando sozinha nem um minuto o que é claro deixou uma certa líder de torcida bufando.

— Se quiser derrubar a Lia e ter o Yan vai precisar ser um pouco mais esperta – ele se aproximou da garota com cautela.

— E o que me sugere? – ela o olhou duvidando de sua capacidade.

— Você tem que atacar os dois mechando no que começou a sustentar a confiança que eles tem um no outro – Camilo colocou as mãos nos ombros da morena e os massageou.

— Já sei bem o que fazer – ela fechou os olhos aproveitando a massagem.