Eu, Princesa Platônica. escrita por Lore Olivert


Capítulo 4
Imagens residuais


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me pela demora ~Ou não. A culpa não foi minha, foi do bloqueio criativo, e eu ainda estou nele, escrevi esse capitulo na tentativa de melhorar o meu estado psicologico.
Boa leitura e BEIJOS ♥



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Palinopsia, também conhecida como ‘imagens residuais’ é um distúrbio visual que faz com que certas imagens persistam na vista mesmo depois de horas. Elena deveria ter pensado nisso, deveria ter pensado que o seu distúrbio visual pertinente nunca a deixaria esquecer.
    Nunca a deixaria esquecer a quantidade de sangue, ou o vulto na janela, ou até mesmo o estranho de olhos azuis assustados e lindos fios pretos bagunçados que caiam perfeitamente pela sua testa simétrica.
  Não, não confundam Palinopsia com a paranoia. Elena se manteve indiferente, assustadoramente indiferente, a única coisa que a incomodava era a simples pertinência daquelas imagens repetitivas e aborrecedoras.
   Elena engoliu seco, vendo aquele liquido escuro se fundir com o pano branco da mesa, da mesma forma que o sangue que jorrava da cabeça de Klaus se fundi com o tapete degastado do apartamento, o qual ela jurou onde jamais colocaria o pé novamente.
   Nunca mais, Pensou com os olhos pregados da mancha que crescia sobre a toalha de mesa branca.
   — Elena! — O peito da garota subiu de forma ofegante ao ser tirada dos seus devaneios de forma bruta, ao ergue os olhos, com a visão ainda embaçada, ela viu que todos na mesa a encaravam e que a veia do pescoço do seu pai estava se tornando cada vez mais saliente, assim como a vermelhidão no rosto do mesmo — Onde você está com a cabeça, menina?
Sentiu mãos suaves no seu ombro, e ao erguer o pescoço, viu sua dama de companhia a incentivando a se levantar.
   — Deixe-me ajuda-la, majestade — Murmurou Bonnie Bennet de forma compassível, era como se ela tivesse criado uma bolha ao redor de Elena, a protegendo das reclamações do pai. Ao abaixar o olhar, a princesa notou que a toalha de mesa não tinha sido a única vítima do liquido escuro, seu vestido rosa claro predileto, também tinha sido terrivelmente manchado.
   — Me desculpe — Murmurou sentindo seu rosto corar, ficando quase tão vermelho quanto o de Luiz John de Bragança Gilbert XI, o rei. Forçou um sorriso — Me distrai por alguns segundos.



   — Senhorita Pierce — Katherine soltou a fumaça presa em seus pulmões, enquanto focalizava suas vistas no olhar repreensivo que a Sra. Archibald, sua professora de supletivo, lançava sobre ela — acredito eu que a Senhorita não leu as regras antes de se inscrever para minhas aulas, se não saberia que não é permitido fumar neste local!
   — Oh, desculpe-me, Senhora Archibald — Respondeu cinicamente apagando o cigarro na ponta da carteira —Me distrai por alguns segundos.
Katherine sentiu o rosto da Sra. Archibald corar, como se ambas fossem a mesma pessoa, e com isso, deu um sorriso debochado, enquanto a professora apertava com força o piloto entre os dedos e voltava a escrever no quadro sobre a segunda guerra mundial. Não é novidade alguma que seus colegas de classe a odiavam, e Katherine ignorava isso com uma indiferença assustadora.
   — Eu não preciso deles, tenho milhares de fãs — Comentou com o seu irmão Damon semanas antes — E todos eles me amam. Não mais do que você, querido, mas ainda assim me amam.
Katherine mordeu os lábios inferiores, e abaixou o olhar, sentindo seu peito se aquecer ao olhar os lindos sapatos que a Sra. Archibald usava. Ela os queria, e ela os teria.
   Nunca tão egoísta quanto, Elena, nem tão mimada. Um dos únicos pontos que Katherine se sobressaía no quesito de personalidade, era que diferente de Elena, ela era extremamente invejosa. E a inveja era o que mais a motivava.
   Passou toda a sua vida amando loucamente e invejando o próprio irmão, se tornou uma das cantoras mais famosas da atualidade apenas para chamar mais a sua atenção, o que era impossível, porque Damon tinha apenas olhos para ela. Todos amavam Damon, todos o queriam, da pré-escola, do ensino médio, até em casa, Damon sempre foi o mais amado, mas Katherine tinha o principal, o amor incondicional do irmão, e isso valia mais do que a atenção de todos aqueles que cruzaram seu caminho.
   No segundo que ela viu aqueles lindos sapatos, ela os amou, amou tanto que por alguns segundos chegou a pensar que não viveria sem eles, como Damon. Só que sem Damon, ela realmente não viveria.
   E assim que terminou a aula, notou que não passou mais de dois minutos sem pensar no irmão. Sentia uma falta absurda do mesmo, parecia que não conseguia respirar de tanta saudade, e foi essa saudade que a fez se debruçar sobre o vaso sanitário do banheiro feminino e vomitar todo o almoço.


   Já pela manhã em Kensington, Elena acordou antes mesmo do seu sol nascer, passará toda a noite tendo pesadelos com Klaus, com o sangue que jorrava da cabeça dele e com os olhos penetrantes do estranho homem, após uma rápida avaliação, Elena concluiu que aquilo deveria ser culpa. E foi essa culpa que a levou até o quarto de hospede número 28, o qual seu noivo, com quem nunca tinha trocado uma palavra, estava dormindo.
   Elena fitou atentamente o peito desnudo de Stefan, que subia e descia lentamente, enquanto o mesmo roncava. Stefan era tão lindo que até o ronco dele parecia opera dos deuses, mas não para Elena, para ela, ele era somente o príncipe esmilinguido com quem teria que casar.
Ela se aproximou e debruçou seu corpo sobre o dele e começou a cutuca-lo.
   — Oi — Murmurou Elena assim que o mesmo abriu os olhos assustado, ele inspirou fundo para gritar, então ela colocou rapidamente a mão na boca dele    — Não grite, pateta — Reclamou e Stefan resmungou algo não compreensível — Preciso da sua ajuda para uma coisa.
Mesmo com cada célula do seu corpo gritando para agarrar a garota, Stefan a empurrou levemente, a fazendo ficar de pé, logo após isso ele cobriu o tórax.
   — E essa coisa é ilegal? — Apesar de ser um cavalheiro e até um pouco sonso, Stefan estava longe de ser abestalhado, tinha ouvido coisas bastante interessantes sobre a personalidade rebelde de sua noiva.
   — Não — Reclamou Elena fingindo está magoada.
  — Em que posso ajuda-la? — Ela enfiou a mão no bolso da calça jens que usava e tirou de lá de dentro uma chave preta — Essa é a chave do meu carro? — Perguntou Stefan incrédulo.
   — Sim — Ela jogou a chave na direção dele que agarrou a mesma no ar —  Preciso que me leve a alguns lugares.
   — Porque? A Princesa não sabe dirigi — Elena corou e empinou o nariz.
  — Claro que eu sei, só que não tenho carro, e os seguranças não me deixaram sair sozinha.
   — E o que te leva a crê que os seguranças deixaram você sair comigo? — Ele arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços.
  — Porque você é responsável, e é meu noivo, iremos apenas fazer um passeio — Revirou os olhos.
   — As três e meia da madrugada? — Provocou Stefan olhando no relógio sobre o criado-mudo, mas após Elena bufar de irritação ele concordou, se levantando e indo até o toalete.
   Enquanto Stefan não voltava Elena começou a mexer em alguns pertences do mesmo, mas não achou nada de incrivelmente revelador. Quando o rapaz voltou a encontrou mexendo na gaveta de cuecas dele, porem fingiu que não viu.
   — Vamos?


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Notas finais do capítulo

Comentem, quem sabe o incentivo de vocês me façam voltar a escrever
Beijos



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