~Narrado por Emma~

Não estava sendo uma boa semana, a cidade, o mundo, eu, tínhamos recebido uma notícia horrível Henry Mills havia morrido, não dava para acreditar, um homem tão incrível como ele, havia falecido, era inacreditável para dizer o mínimo.

Eu tenho meu pai e o amo e o admiro, e também amava e admirava Henry, esse sempre me tratou tão bem, mesmo depois de as coisas não darem certo entre eu e a Regina.

Regina.... Ela iria voltar para o enterro do pai, eu iria vê-la depois de tantos anos, tudo estava acontecendo de uma vez só, Ruby já havia me confirmado que de fato ela iria vir.

Ruby sempre manteve contato com ela e com a Zelena, bom eu tentei também, mas não é tão fácil manter as coisas saudáveis com a sua ex, então as coisas mudaram, eu estava casada, tinha meu filho, não poderia deixar o passado me afetar dessa forma, tinha que ser firme com minhas decisões, por causa do Henry, meu filho, ele era o motivo por eu lutar tanto.

— Mamãe... – Escuto a voz do garoto e sorrio e ele corre até mim e o pego no colo e beijo seu rosto

— O que você está aprontando em rapaz?

— Nada mamãe...

— HENRY SEU PESTE VOLTA AQUI, E VEM ARRUMAR TUDO ISSO – Minha esposa invade o quarto e Henry me abraça escondendo o rosto em meu pescoço –

— Lilly não precisa gritar, e já falamos de você chamar ele assim – Falo seria e Lilly revira os olhos.

— O chamo assim porque é isso que ele é, ele deixou a maior bagunça na sala, os brinquedos estão todos espalhados

— Tudo bem, mas fala direito com ele – Lilly cruza os braços e quando ela ia falar alguma coisa eu saio do quarto com o Henry, as coisas nunca estão boas entre mim e a Lilly e brigamos por qualquer porra de motivo, mas eu evitava fazer isso perto do Henry.

— ISSO MESMO EMMA POR ISSO ELE É ASSIM, VOCÊ APOIA TUDO O QUE ESSE GAROTO FAZ – Henry me abraça forte e acaricio suas costas

— Desculpa mamãe eu ia arrumar eu juro, mas eu ainda tava brincando

— Tudo bem baixinho eu sei que você arruma, mas evita brincar lá na sala para não irritar sua mãe combinado?

— Combinado, eu to com fome

— Vamos lá vou fazer aquele super café da manhã que você gosta – O menino sorri amplamente e isso sempre aquecia meu coração, se até hoje não dei um fim no meu casamento foi exatamente por causa do Henry, ele não merecia passar por tudo isso, apesar de a Lilly ser seca, o Henry adorava ela e não queria machucar ele, ou ter o risco de perder a convivência com meu filho, isso era o que me dava mais medo, então eu estava vivendo por ele ali naquela casa.

A mais ou menos um ano eu havia tomado a decisão de me separar da Lilly, e avisei ela sobre isso, mas quando cheguei em casa do serviço as coisas dela e do Henry tinham sumido, ela havia ido embora e levado ele, fiquei três meses sem saber uma notícia se quer do Henry e eu estava ficando louca com tudo isso, e a única coisa que a Lilly me mandava por mensagem era: “Se você continuar com essa ideia tola, nunca mais verá o Henry”, acabou que eu não aguentei mais ficar longe do meu filho então pedi para ela voltar, se essa a condição para continuar com o meu filho por perto assim seria, mesmo eu vivendo no inferno, eu a Lilly brigávamos constantemente, não tínhamos nada a pelo menos uns cinco anos, e se geralmente trocarmos mais de três palavra a quarta já estamos brigando.

Eu estava fadada aquela vida, até meu filho ter idade o suficiente para poder tomar suas próprias decisões e não precisar ficar longe de mim, ate lá eu apenas levava tudo da forma mais razoável possível para que o Henry pudesse ser feliz.

Enquanto eu preparava o café Henry arrumava a sala, ele era uma criança adorável, se falasse com ele da forma certa ele nunca iria desobedecer, porem a Lilly não sabia como trata-lo e nunca quis aprender, quando ele volta da sala volta acompanhado

— Olha mamãe quem eu encontrei – Me viro e rio ao ver Henry segurando a mão de Ruby, me aproximo e beijo o rosto da morena

— Bom dia loira, cheguei muito cedo?

— Não, eu só vou comer com o Henry e aí já vamos – Ruby nos acompanha no café e ela parecia inquieta como quem quisesse me falar alguma coisa, mas não sabia como – Ruby você vai falar logo ou vai ficar com esse comichão na bunda?

— Eu não tenho nada para falar

— Claro que tem, você ta inquieta eu te conheço bem, fala logo.

— Mamãe vou escovar os dentes – Aceno com a cabeça e Henry sai correndo da cozinha, a essa altura a Lilly já havia saído a muito tempo, como era normal todos os dias ela sumir, e pra mim era até melhor, ficava em paz para cuidar do Henry

— Fala Ruby o que houve, você e o Graham estão com problemas? – Antes que eu me esqueça a Ruby casou com o Graham, eles casaram assim que terminaram a faculdade, e estão felizes, bom eu sempre achei que eles são felizes, o Graham fez a Ruby o seu mundo a mima a ama de todas as formas, o relacionamento dos dois é muito bonito

— Não loira eu e o Graham estamos bem, eu... Bom a Regina está voltando para a cidade Emma... – Largo meu garfo e levanto a sobrancelha encarando Ruby

— O que tem isso Ruby? Obvio que ela está voltando o pai dela morreu

— Você está bem com isso? Bem com o fato que provavelmente ela já deve estar na cidade

— E porque não deveria estar? Regina foi minha namorada a quase oito anos atrás, o que houve já passou já morreu, ela seguiu com a vida dela e eu segui com a minha.

— Bom você não está seguindo com a sua Emma, está presa em um casamento aonde você claramente é infeliz, você perdeu aquele brilho no olhar, você anda triste, estou preocupada com você, você precisa dar um fim nisso tudo.

— E correr o risco de perder o Henry? Jamais Ruby, eu estou bem – Levanto da mesa e me viro indo em direção a pia, respirando fundo e engolindo o nó que havia se formado na minha garganta, só de pensar que poderia perder meu filho aquilo já acabava comigo.

— Deve ter algum jeito Emma – Sinto minha prima me abraçar e meu ombros caiem e abaixo a cabeça negando – Você não pode continuar vivendo assim

— Posso, eu preciso, se não for assim não vou ver mais o Henry, vai ser igual a última vez, e se isso acontecer vou ficar louca – Quando dou por mim já estava chorando com a possibilidade de perder o Henry, mas tudo o que estava acontecendo, estava mexendo comigo, eu tentava ser forte e a maior parte do tempo eu conseguia, mas tinha hora que o desespero e a agonia falavam mais alto

— Hey não chora Emma, eu to aqui com você – Ruby me abraça mais forte e retribuo o abraço procurando proteção nos braços da minha prima – Vamos pensar em alguma coisa, eu sou sua advogada e tenho estudado muito o seu caso, acho que estou perto de achar uma solução

— Você sabe que não tem solução, e se tiver uma vai ser algo doloroso para o Henry, esquece isso ta bem?

Ruby só acena de forma positiva e limpo meus olhos respirando fundo, bem a tempo de Henry voltar correndo até nós, não o levaria para o enterro, não acho que era um ambiente para ele ir, então deixaria ele com meus pais, o que ele adorava, meus pais mimavam ele de todas as formas e ele era uma criança e amava toda atenção.

Deixamos Henry com meus pais e seguimos para o cemitério da cidade, quando chegamos lá já havia bastante gente, vejo a família Mills de longe e olho para Ruby após olhar para a Regina, ela estava linda e parecia que o tempo só havia feito bem para ela, claro ela estava com a feição triste pela sua perda, mas ainda sim linda.

Quando a cerimonia começa as pessoas começam a fazer seus discursos, mas sinceramente só consegui prestar atenção no discurso da Regina, quando o corpo foi levado para o mausoléu escuto a voz de Ruby baixinho

— Emma eu preciso ir, eu tenho que organizar as coisas do testamento para poder ir na casa dos Mills ainda hoje, você vai ficar bem? – Aceno com a cabeça, Ruby beija minha testa se levanta e sai dali no meio da multidão; Ruby havia se formado em direito com louvor e em pouco tempo ela já era chefe da área jurídica de toda empresa dos Mills, ela era incrível no que fazia e muito competente, não poderia ter alguém melhor para cuidar da área da empresa Mills.

Para ser sincera Henry Mills sempre acreditou muito na cidade de Storybrooke, apesar de ser uma cidade pequena ele impôs que a matriz da empresa seria ali, fazendo a cidade expandir, e gerar emprego em todas as áreas e movimentando a cidade, desde a área administrativa até a área de construção civil cresceram graças a empresa Mills, o que fazia girar outras áreas de cidade, tipo hotelaria e turismo, era bom para os negócios.

Quando tudo estava terminado as pessoas começam a ir dar suas condolências a família, fico um pouco mais atrás adiando aquilo tudo, mas não ia adiantar a vida inteira, quando chega minha vez, cumprimento primeira a sra. Mills e depois me aproximo de Zel a abraçando.

— Lamento pela sua perda Zel, seu como seu pai era querido

— Obrigada Emma fico feliz de te ver aqui – Uma mulher loira com uma menina dormindo no colo se aproxima, Zel segura sua mão – Essa é minha esposa Ella, amor essa é Emma.

— Oi Emma é um prazer te conhecer

— O prazer é todo meu – Ela sorri e eu correspondo o sorriso e observo a menina por um momento – É a filha de vocês? – Zel sorri de lado e nega com a cabeça.

— Alicia, minha sobrinha, filha da Regina

— Ah claro, bom eu preciso ir já, nos falamos na empresa certo?

— Com toda a certeza nos vemos na empresa, você será minha guia lá – Sorrio e beijo a bochecha de Zel, e me despeço dela e da Ella, me viro e sigo em direção da Regina, ela estava estática e seria, me aproximo dela e aquele cheiro de maçã invade minhas narinas juntamente com uma enxurrada de memorias e lembranças - Regina meus pêsames

— Obrigada srta. Swan. – A voz dela foi fria e pesada e a fala simples, me deixando completamente sem ação, não esperava que ela corresse para os meus braços claro isso seria ridículo, mas não me lembro de uma Regina tão fria, apenas aceno com a cabeça e me retiro.