Pelo canto do olho, o inspetor viu "alguém" andar para a sala de jantar logo ao lado. Preparou a sua arma, caso fosse surpreendido, e caminhou. Não, não havia uma alma viva e inteligente naquele cômodo, apenas um cachorro da família que não parava de olhar para a parede ao lado da mesa. Os animais são tão misteriosos, podem ver coisas que um ser humano sequer saberia.

Ouviu-se o som de um tiro e seguido de gritos. O inspetor, mais alguns policiais, subiram às escadas e foram ao quarto onde as vítimas estavam no canto do quarto de Júlia, espantados e em choque. A janela estava quebrada, mas não havia sinal de Maurício.

— Vocês estão bem?

— Vamos ficar — disse a mulher enquanto abraçava os seus filhos.

Ronaldo desceu as escadas com os outros policiais e foram verificar a casa, mas não acharam ninguém. Uma troca de tiros aconteceu no celeiro, João havia acabado de encurralar e prender o sequestrador.

— Ele me mandou fazer isso. ELE! Tremi na base, tremi na base, ele me ameaçou, é assustador... Ele quis me matar e eu fui me defender. Atirei várias vezes, nada o acertava...

Ninguém entendeu o que Maurício quis dizer.