Entre café e histórias de guerra escrita por Calis


Capítulo 1
Capítulo Único




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Às vezes eu sonho com você deixando de me amar, me deixando de lado e seguindo sua vida sem mim. E às vezes, só às vezes, eu sinto que esse pesadelo está se tornando cada vez mais real.

—  Can anybody hear me?

Duas ou três coisas faziam a Stark querer sair de casa, e algumas delas forçaram a vier para uma cafeteria, e suspirou, como naquele dia parecia que tudo estava correndo fora dos eixos Elizabeth odiava imprevistos.

Odiava atrasos, e preferia a pontualidade aos invés dos malditos imprevistos, afinal tivera uma educação rígida com a astuciosa Sra. Hudson que vinha da Inglaterra, a melhor babá de todas na opinião da jovem Stark – uma mulher que cuidou dela desde que sua mãe sairá da Mansão Stark, abandonando pai e filha, e deixando as regalias e nome da família Stark para trás.

Odiava surpresas, e o que elas podiam acarretar – odiava as mulheres interesseiras como ninguém desde que uma das namoradas de seu pai tentou dar um bote nele quando tinha 14 anos, e ainda a chamou de filha, e aquilo sim se tornou o cumulo, e por aquele motivo, Srta. Willians nunca mais se aproximou de sua família por causar da mentiras, e um ataque que Elizabeth deu naquele ano quando a mesma disse que ia lhe dar um irmãozinho, e seu pai achava que ia matar a mulher que um dia tentou ser a nova Sra. Stark – e odiava mais ainda Charlotte Barton e Natanael Romanoff, e odiava também quando a forçava alguma coisa.

Era uma mulher de difícil temperamento, e poucas palavras se possível – não levava não como resposta –, e diria que era mimada por Howard, mas mal sabia que eles tinham discussões terríveis e meses de silencio gélido, porém Sr. Stark conseguia domar aquele corcel indomável como ninguém, e era o que mais sentia falta de seu pai – ele havia partido muito cedo para Elizabeth, e fora um choque para jovem Stark ao saber que estava sozinha no mundo sem seu amado pai –, mas o que Elizabeth tinha certeza era que Howard amava mais do que tudo, e aquilo deu forças para jovem de 16 anos a continuar com seus objetivos ambiciosos.

Estava se sentido agitada demais, então o aroma do café chegou as suas narinas, e lhe acalmaram o peso em suas costas.

Era um calmante eficiente, pensou ela com a felicidade – a pequena e modesta cafeteria estava vazia para alegria da Stark que estava fugindo de qualquer contato humano, porém contato humano era necessário para certas coisas, pensou infeliz – suspirou, enquanto o café aqueceu seu corpo, e ela se sentia em paz com aquilo.

A velha Kathy lhe sorriu – enquanto limpava os balcões –, estava fugindo de Barton e Romanoff, pois aqueles dois estavam agitando os seus nervos até seu precioso limite, e aquilo a deixava estressada e incapaz de fazer seu trabalho, ou criar algum brinquedinho para se distrair, e não queria incomodar ninguém, apenas queria paz.

Um pouco de paz, pensou infeliz desde que eles começaram a chateá-la com certas idiotices, e especialmente sobre Steve Rogers, apenas paz, ditou para si mesma enquanto tomou um gole de seu café, e pensou em outras coisas.

E porque parecia tão difícil? Ela mordiscou o sanduíche, enquanto alimentava-se pela primeira vez no dia com decência como diria a velha Sra. Hudson – fazia um par de horas que sairá do encalce de Romanoff que parecia um tanto mais irritante que o habitual, e aquilo estava estressado a Stark mais do que o necessário – até o som de um pigarrear constrangido alerta-la de companhia.

A morena levantou os olhos de sua refeição – e um careta se formou em seus lábios, era ninguém menos que Steve Rogers, a versão certinha de Clair Rogers nesse mundo, que parecia surpreso em vê-la ali comendo e saboreando um café, e alguns quitutes que a velha Kathy preparava – porque agora, meu senhor? Pensou um tanto desgostosa, mas sorriu forçadamente para ele enquanto bebericou mais de seu café.

—O-olá – murmurou constrangido, enquanto apenas pigarreou de novo – Posso me sentar?

—Capitão – cumprimentou com um sorriso forçado – Tanto faz.

Ela apenas deu de ombros – e ele se sentou, e fazendo um pedido a Kathy que lhe sorriu gentil e se retirou. A primeira vez que o vira, ou esbarrara nele fora naquele café mesmo café alguns meses atrás, e aquilo era constrangido de alguma maneira para Stark – Elizabeth lembrou do episódio com uma certa irritação, pois foi obrigada por Natanael naquela época a fazer aquilo.

E era o que mais odiava.

E o silencio era constrangedor demais – Elizabeth pensou em duas ou três coisas que surgiram para iniciar uma conversa, mas nenhuma fazia sentido, e porquê? Nenhuma resposta de sua mente, e isso a fazia pensar em várias coisas, e como era difícil.

—Seu café está bom, Elizabeth?

A voz de Steve Rogers a tirou de seus devaneios – e ela sorriu constrangida.

—Perfeito, acho que é o único neste planeta que me lembra da Sra. Hudson – comentou melancólica, e os lábios se contraíram – Ao menos, eu penso que é parecido com o dela.

Sra. Amélia Hudson tinha belos olhos azuis – era de descendência alemã, mas cresceu na Inglaterra –, e uma seriedade que não combinava com as feições bondosas e os cabelos loiros iguais dos anjos, quando Elizabeth a conheceu era jovem e impetuosa.

—Sra. Hudson?

Ele perguntou num tom curioso – um dos lábios se contraiu para baixo numa careta.

—Ela foi minha babá – comenta desgostosa – Eu, no começo, a odiava por suas regras sem graça, mas ela me ensinou algumas coisinhas como ser uma dama a moda inglesa, por exemplo.

—E o que aconteceu com ela?

Elizabeth apertou o copo.

—Desculpe, senão quiser.

—Não, tudo bem – comenta, e depois observou o nada – Sra. Hudson foi assassinada na minha frente.

Ela lembrava bem – o homem atirou na mulher sorridente e séria sem piedade alguma, Elizabeth estava chorando compulsivamente no chão ao lado do corpo de Amélia –, Steve colocou a mão sobre as suas, e a consolou silenciosamente.

—Ela era uma mulher compreensivo na maioria das vezes – continuou, e bebericou o café, e lembrou-se da vez que quase colocou fogo no cabelo, ficou de castigo quase seis meses por causar daquele incidente – Sempre sorridente, e exigia demais de mim. Porém, ela era incrível por cuidar de uma pirralha que não queria de mais nada além de robôs e física quântica.

Ela parou – droga! Eu estou falando demais, apenas corou com isso, droga, droga, droga.... —, apenas engoliu a seco.

Desculpe, eu sempre falo demais quando estou nervosa.

—Nervosa pelo que? – riu um tanto nervoso também – E a primeira que vez que conversamos direito desde aquele incidente.

Ela engoliu a seco pensar naquilo – e relembrou do incidente de meses atrás –, e corou ao lembrasse de como ficou quando Capitão América tinha se machucado, e quase surtou com os dias que ele ficou na Unidade de Terapia Intensiva da S.H.I.E.L.D, depois dela acidentalmente quase querer matá-la.

Steve contou-lhe sobre a II Guerra Mundial daquele mundo – as histórias com sua unidade, as com seu melhor amigo de infância Bucky Barnes, e seus pais e também sobre Peggy Carter, e sobre versão de Howard Stark daquele mundo para ela.

—Ele era muito mulherengo?

A voz soava curiosa sobre o pai deste mundo – Steve sorriu para ela.

—Dizem que sim, e o seu era?

—As mulheres que corriam atrás dele – diz irritada – Era no mínimo idiotice, pois papai só pensava em física e seus inventos, empresa e eu, aliás, ele fez de tudo para eu não namorar até que...

E a voz dela morreu – Steve percebeu que havia alguma coisa errado.

—Tenho uma pergunta, a Virginia Potts é uma boa pessoa?

A menção da namorada (ou ex-namorada) de Tony Stark relembrou Steve porque ela era bastante fechada, e a motivação era Peter Potts – o alter ego de Virgnia Potts que a quase matou –, e ela aguardava uma resposta dele.

—Ela é, Elizabeth – diz convicto daquilo – Ela nunca machucaria ninguém, desde que não machuquei Tony, eu acho.

Elizabeth respirou aliviada – mas seu cenho continuava franzido de uma forma que entendeu que restava dúvida pairando em sua mente –, mas focou-se. Virginia nunca tentaria matar Tony, ou tentaria? Mas o playboy sabia se cuida, e esperava que sim.

Mas naquele segundo, Elizabeth pensou que Steve Rogers era bastante agradável, e aquela conversa continuou horas a fio.

X

Steve Rogers gostava do jeito dela.

Era jovem, mas cheia de uma atitude desconhecida – ele ouviu sobre Sra. Hudson, o pai dela, e saudade de todos que conheceu em seu mundo, e ela tinha os olhos profundos e mais gentis que conheceram, e inocente, ou talvez apenas não saiba lidar com algumas coisas, e também Peter Popps – Steve a acompanhou de volta ao apartamento, e viu como era desastrada e um tanto desajeitada.

Se havia algo que não tinha chamado atenção dele era sua graciosidade – ela era desastrada e esquecida, e isso se tornou uma das coisas que mais agradou ele durante o tempo que passou a observa-la, sendo flagrado várias vezes por Clint Barton que fazia brincadeiras com aquele fato, mas Rogers não ligava –, e naquele segundo observava a voz doce dela falando sobre coisas aleatórias para ele como fato de odiar o calor, e amar o inverno.

Era sua estação favorita – afinal, ele a seguiu até aquele café (e claro que teve ajuda de Charlotte Barton, o alter ego de Clint) –, havia livros, músicas e escritores que ela amava que iria conhecer lentamente o mundo dela.

Haveria barreiras, mas é claro – mas um dever de homem é cortejar a dama que desejar ao seu lado mesmo que essa possa tentar mata-lo quando está irritada –, Steve apenas concentrou-se quando percebeu os olhos escuros fixos em si como se tentasse lê-lo.

—Qual é a sua comida favorita, Rogers?

E aquela conversa continuou até a hora do almoço –, e a cada passo que dava era para ser mais próximo dela, e assim esperava conseguir sua confiança;

Afinal, Elizabeth Stark era extremamente peculiar.


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