Nightwalkers escrita por Kristine K


Capítulo 3
O que não te mata, te fortalece: Gezy.


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei demais para postar, mas como sabem, a gente sempre tem aquele bloqueio criativo... Então me perdoem e não me matem!
Logo mais sairá o próximos ;)



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Bruce não fazia ideia do que fazer com o génio forte de Isabella, uma garota que nunca levava desaforo e que sempre se metia em confusão, quando não estava bêbada, jogada por algum canto da casa.

Mas ainda se preocupavam muito com a saúde dela, com as coisas que ela mesma fazia consigo, seu passado era tão obscuro quanto o dele.

Seus pensamentos estavam submersos até ouvir a porta de seu escritório bater, fazendo ele se virar e ver a garota ali, de braços cruzados e uma face séria.

— Algum problema, Isabella? — perguntou caminhando até sua mesa, sem olha-la nos olhos.

— Na verdade... Todos. — deu a volta pela mesa até a imensa janela. — Quero ser útil, Bruce. — enrijeceu seu maxilar, era difícil dela ceder. — Quero usar esses poderes para algo bom! — Isabella olhou para ele com os olhos mareados.

— Quem disse que não é útil? Pois você é. — afirmou com afinco, enquanto ela negava com um riso triste, limpando as lágrimas que rolavam por sua face.

— Eu bebo todos os dias. Eu tenho pesadelos. Eu me meto em confusão. Eu quebrei praticamente todos os vasos dessa casa... — respirou fundo, andando de um lado para o outro. — Até agora só dei problema, e cansei de ser problema, quero ser solução.

Bruce deixou um sorriso sútil surgir em seus lábios, quase imperceptível. Pensou que jamais ouviria algo como aquilo vindo dela, não que fosse necessário dizer, mas já que disse, ficou feliz.

— Sabe que jamais deixaria você na mão por mais irresponsável e boca suja que fosse, certo? Se quer isso mesmo, queira por você. Sinta o que tem no seu coração, não faça isso por mim ou por Alfred. Só por você! — disse, ela concordava com tudo, sem pestanejar.

— Ainda terá orgulho de mim, Bruce. — sorriu, foi até ele e o abraçou. — Posso ser toda errada, mas saiba que se tem uma pessoa capaz de me fazer mudar nesse mundo, é somente ti.

Ele nunca foi bom com afeto, mas depois que a garotinha apareceu em sua porta passou a demonstrar mais, retribuir na mesma medida.

Os dois se separaram, ficaram olhando um para o outro por alguns segundos sem dizerem nada.

— Sempre terei. — beijou o topo da cabeça dela.

Isabella fechou os olhos ao sentir o beijo em sua testa e sorriu.

*-*-*

— Você o quê? — Alfred arregalou os olhos surpreso.

— Isso mesmo que ouviu... — Bruce girou seu corpo por conta da cadeira — Vou criar um grupo de super-heroínas para combater qualquer mal que exista em Gotham. Vou fazer isso pela Isabella. — explicou de novo.

— Um grupo de heroínas é... É loucura! — Alfred não havia gostado daquela ideia. — A cidade já tem o Batman, um grupo seria demais. — contestou.

— Nada é demais se diz respeito à segurança da população contra vilões. — se levantou batendo as mãos na mesa. — Hoje eu vi um lado daquela menina que pensei jamais um dia ver! — apontou para a porta, indicando que ela estava do lado de fora. — Todos nós merecemos um final feliz.

— Não pode salvar à todos. — Alfred disse uma verdade.

— Mas Isabella merece ser salva mais uma vez. — rebateu, não se importando com o que seu fiel amigo pensaria.

— Eu sei que ninguém vai conseguir tirar essa ideia absurda da sua cabeça, claro que não... — respirou fundo — Então, como pensa em fazer?

— Vou pesquisar, procurar nos arquivos garotas com dons especiais. Serão quatro. Já está de bom tamanho. — falou indo até sua imensa estante de livros. — Se encarregue de encontrá-las em lugares diferentes do mundo, que do resto cuido eu.

— Lugares diferentes no mundo? — Alfred não estava nada satisfeito com aquilo. — Não acha que isso é muita coisa, até mesmo por ser ela?

— Não iremos discutir, só faça o que falei. Seja rápido. — Bruce saiu de seu escritório, deixando-o sozinho.

 

GEZY - HAWAI



Era de manhã, o dia estava lindo, não havia nenhum sinal de nuvem. A maré estava baixa e as pequenas ondas se quebravam com graciosidade.

Gezy estava sentada na areia como sempre fazia quando acordava, aquilo à acalmava e calma era o que mais precisava na maior parte do tempo.

A garota de aparência serena tinha um dom bem peculiar, quando ficava nervosa ou em estado de pânico tudo à sua volta desmoronava, causando deslizamentos e avalanche, por isso a meditação era seu melhor remédio e viver ali também.

— O dia parece estar perfeito. — a presença de sua tia a faz perder a concentração. — E como se sente hoje?

Gezy puxa todo ar possível e o solta lentamente.

— Uma bomba atômica prestes a explodir. — sorriu sem mostrar os dentes.

— Oh, querida… — Mae a abraçou — Você não é nada disso.

— Não precisa mentir, tia. — Gezy encarou o horizonte infinito — Minha vida precisa ser cronometrada, não posso se quer viver grandes emoções.

— Viver em uma casa perto da praia, acordar e ver o mar, ouvir os pássaros cantando! Essa é a sua emoção, não são grandes, mas são perfeitas. — Mae passou o dedo pelo nariz da sobrinha.

— Quero mais. Não nasci para viver aqui, sinto que há algo grande me esperando lá fora… Só ainda não sei exatamente o quê. — deu de ombros e suspirou.

— Não fique pensando nisso, tudo bem? — Mae se levantou. — Venha me ajudar a preparar o almoço, seu tio e seu primo logo estão voltando. — chamou-a.

Gezy obedeceu e seguiu Mae até a casa.

Ela cresceu com seus tios, pois seus pais morreram a deixando ainda criança. Eles não chegaram a conhecer os poderes da filha que só se desenvolveram aos 9 anos, três anos depois do falecimento deles.

Desde então Gezy vem sendo orientada e treinada para não acontecer nada de ruim consigo e até mesmo com os demais moradores da ilha. O seu medo é permanecer ali para sempre, sem conhecer pessoas novas, sem obter memórias que no futuro dariam ótimas histórias.

Depois de terem feito o almoço, arrumado a mesa, as duas se sentaram para esperar Kristoff e Avan.

— Você não acha que eles estão demorando demais? — Mae perguntou preocupada, pois eles nunca eram de se atrasar.

— Com certeza estão pegando mais peixes. Você sabe como os dois são competitivos. Avan quer mais e o tio Kristoff o dobro dele, logo eles vão voltar. — Gezy tentou amenizar as coisas.

Duas horas depois, nada deles aparecerem ainda. Mae lavava a louça enquanto Gezy enxugava e guardava.

— Estou preocupada. — disse Mae.

— Realmente, eles já deveriam ter voltado.

— Temos que ir atrás deles, Gezy.

A garota assentiu, tendo plena certeza de que aquilo era o certo a ser feito.

 

Ambas sabiam exatamente onde eles iam quando queriam pescar, era meio afastado e escondido, mas para quem gostava mesmo de peixe, ali era perfeito.

Gezy andavam na frente retirando os cipós que estavam atrapalhando  sua passagem, e a cada passo que davam se encontravam mais e mais confusas.

— Onde eles estão? — Mae já pensava no pior.

— Avan! Tio! — Gezy gritava, mas somente o eco era ouvido como resposta.

Continuaram mesmo já pensando no pior, até que um grito se é ouvido de dentro da caverna quase invisível debaixo dos galhos, folhas e cipós. Elas se olharam e correram em direção ao som.

— Kristoff querido! — Mae chamou já na entrada.

— Tia, preciso ir lá.

— Você não vai sozinha, vamos juntas. — falou, mas a sobrinha segurou-a pelo braço antes mesmo dela dar o primeiro passo. — Gezy, é perigoso!

— Eu tenho poderes, lembra? — tocou o ombro de Mae. — Vou tirar eles de lá, darei tudo de mim para isso, não se preocupe.

— Está segura disso?

— Vocês são minha única família, é claro que estou segura. — tomou coragem e começou a andar para dentro da caverna sumindo na escuridão.

Era quase impossível ver algo, somente a pequena iluminação vinda dos variados buracos do teto clareava sua passagem, porém nem assim conseguia ser o suficiente.

— Tio, Avan! — tornou a chamá-los.

— Gezy… Gezy!

Aquilo fez ela correr o mais rápido que conseguia, qualquer demora poderia ser tarde. Logo pode vê-los caídos no chão, Kristoff estava consciente, Avan não.

— Gezy, querida. Me ajude! — Kristoff pediu com urgência.

— O que aconteceu aqui? — ela estava em choque.

— Um desmoronamento aconteceu assim que entramos para ver o que poderia ter aqui dentro, Avan tropeçou em uma pedra solta que ocasionalmente estava segurando as outras, foi tudo muito rápido. — disse em meio a gemidos e caretas de dor.

— Vai ficar tudo bem, eu só tenho que… — Gezy passou a mão pelo rosto. — Que tirar essas pedras de cima de vocês. — concluíu.

— Tire elas de cima do Avan, ele não quer acordar. — pediu.

Gezy assentiu e começou a retirar o que conseguia de cima do corpo esguio do primo. Até que começou a se sentir cansada.

— Preciso de ajuda. — falou ofegante dando à entender que iria retirar de cima do tio primeiro.

— Use seus poderes, filha.

— Não posso fazer isso. — negou empurrando a maior pedra que havia em sobre as pernas de Kristoff.

— É a única forma de nos tirar daqui, você consegue! — insistiu.

— Eu vou matar vocês! — disse alto.

— Use seus poderes, Gezy. Use-os agora!

— Não vou! — ela ficou ereta novamente. — Não… VOU! — sua voz saiu mais forte fazendo a pedra se desintegrar em várias outras de tamanho menor.

— Viu? Você pode fazer isso.  

Mae continuava do lado de fora ouvindo alguns gritos lá de dentro e ficando cada vez mais aflita. De repente pôde ver duas silhuetas andando em direção à ela, era sua sobrinha e seu marido carregando o filho nos braços.

— Vocês estão bem? — ela correu abraçar o marido. — E Avan, porque não está acordado? Ele não… Avan não morreu, não é? — engoliu seco.

— Ele só está desacordado, tia. — Gezy respirou fundo, tomando fôlego. — Vai ficar bem.

— Oh minha querida! — abraçou-a — Obrigada por ter salvado eles. — agradeceu.

— Não há de quê. — sorriu cansada e aliviada olhando para o tio que tinha o mesmo sorriso.

— O que aconteceu lá? — Mae perguntou, mas agora foi para o marido.

— Lá em casa a gente conversa, precisamos cuidar do nosso filho. — disse e ela concordou, o beijando.

Os dois saíram na frente, Gezy por outro lado foi indo mais devagar e foi deixada para trás.


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