E Agora Mockingjay? escrita por Leticiaeverllark


Capítulo 45
Capítulo 45




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"Passarinhos
Livre pra voar
Dispostos a achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro"
—Emicida,passarinhos

POV KATNISS

8 meses.

Se antes tudo estava difícil, agora é impossível!

—Você promete ficar quieta?

—Vou ficar bem!- digo sentando no sofá.

Peeta vai até a padaria ver a reconstrução. Deixa vários beijos pelo meu rosto, sorrio vendo-o sair com pesar.

O que vou fazer aqui?

Minha mãe e Prim estão vendo o novo hospital e atendendo os operários nas tentas de socorro. Effie voltou pra Capital, e Haymitch...
Onde meu mentor deve estar roncando agora?

Lembro muito bem do dia em que Peeta lhe deu um aviso.

—Estou falando sério, Haymitch!

—Eu também!

Você para de beber ou não vai chegar perto de Hope.

—Não vou prometer isso a você, garoto!

—Ótimo ,então nem precisa vir visitá-la.

Peeta o deixa sem saída, mas concordo com meu noivo.

Ele olha pra outra direção, depois volta a olhar pra minha barriga.

—Esta bem... Vou tentar, pela menina! "

Sorrio lembrando de quando fizemos uma surpresa para comemorar o aniversário de Peeta.
Nossos amigos vieram.
Finnick com Annie, Johanna, Effie.

O ajudei a fazer um bolo com a desculpa que estava com desejo para comer, o tirei de casa dizendo que queria ir dar uma volta pelo distrito.

Todos se prepararam e quando voltamos pra casa foi uma ótima surpresa.

Ele ficou extremamente feliz que não parava de me agradecer.

Encosto minha cabeça sabendo que não posso dormir, estou me sentindo sufocada.

Preciso sair, respirar um pouco ou terei uma crise.

Respiro fundo tentando ficar bem novamente, mas desespero quando imagens estranhas aparecem.

—Preciso sair.- coloco um casaco, saio de casa andando bem rápido com meus pés protestando.

Estou inchada, com dores e pesada.

Sigo em direção a floresta, o único lugar que realmente me acalma.
Suspiro de alívio vendo que não terei trabalho pra passar pela cerca, a mesma está destruída.

Ando devagar entre as árvores, sinto o cheiro da mata entrar em mim.

Quando tempo não vinha aqui?

Inúmeras lembranças passam pela mente, minhas junto com Peeta, e até mesmo com Gale.

Pego meu arco e o limpo, ando um pouco até chegar no alto de uma colina.

Se Peeta descobrir que vim na floresta, ficará furioso.
Me pediu para não vir aqui enquanto nossa filha não nascer.

Sei que é arriscado. Posso ser perseguida por ursos ou cachorros selvagens a qualquer momento. Na minha atual condição, não poderei fazer muita coisa.

Espero que Peeta entenda, se não entender, iremos ter uma briga.

Sento localizando os Tordos, assobio as 4 notas. Rapidamente começam a reproduzir o som, passo as mãos carinhosamente em meu ventre.

Ela mexe enquanto os Tordos cantam, sorrio e levo um susto quando ela chuta bem forte no lado direito da minha barriga.

—Calma, passarinho!

Hope é meu tordo, meu pássaro, minha liberdade, minha esperança!

—Você gostou do apelido? Meu passarinho?

Ela chuta forte e sorrio massageando o local, Hope puxou a força do pai. Com certeza.

Levanto sentindo a fome chegar e procuro a trilha que me leva para as árvores frutíferas.

Começo a comer, mas algo está acontecendo.

—O que foi? Não gostou dos morangos silvestres?- pergunto, ela mexe me machucando.
—Hope?

Outro chute, mas a dor que sinto é diferente.

Oh droga, que essa dor não seja a outra dor.

—Hope, vai com calma, passarinho! Agora não é uma boa hora. - suspiro enquanto ando rapidamente pra fora da floresta.

Encosto em uma árvore na hora que a dor aumenta. Como vou voltar agora?

Olho pro céu escurecendo, preciso correr ou estarei perdida!

Atravesso a cerca, apoio a mão por baixo da barriga e trinco os dentes para não gritar.

—Filha, ajuda a mamãe! Aguenta um pouquinho.- suspiro, sentindo-a chutar.

Contrações.

Peeta irá ficar louco quando descobrir que fui a floresta e tudo ficará pior, assim que perceber que a hora chegou.

Respiro fundo intercalando entre gritos baixinhos, chego na entrada da Vila  encontrando minha mãe e Prim.

—Onde você estava? Peeta está maluco te procurando!- Prim diz me apoiando.

—Filha, o que está acontecendo?- minha mãe pergunta quando vê que estou suando.

—Acho que está na hora!- sinto as lágrimas surgindo, de dor, medo e emoção.

—Contrações?

—Não sei, mãe. Está doendo como o inferno!- curvo pra frente quando mais uma onda de dor surge.

—Vamos pra casa.

—Não! Prim chame Peeta, preciso dele!- ela concorda e minha mãe me ajuda a chegar, suspiro quando finalmente deito na minha cama.

Minha mãe pega panos limpos, uma tesoura, uma bacia com água e outras coisas.

Me coloca meio inclinada com montes de travesseiros nas costas, suspiro sentindo a dor vir de novo.

—Calma, passarinho...- digo sentindo-a chutar, pego a manga de meu casaco e seco todo o suor.

Meus dedos apertam a colcha da cama e fecho os olhos soltando um grito desesperado, sinto tudo voltando novamente.

—KATNISS!- a voz do Mellark chega, vejo-o correndo desesperado.

—Peeta...- digo em um suspiro, senta do meu lado passando as mãos pelo meu rosto.

—O que você fez? Está com dor?

—Nossa filha...Chegou a hora!- ele sorri juntando seu rosto ao meu, suspiro sentindo sua boca.

—Estou aqui...Traga nossa filha, querida!

Minha mãe volta com Prim, traz uma bacia de água quente. Sinto Peeta passando seus dedos por meus cabelos, minha mãe ensina como respirar.

—1...2...3... respira!- Prim diz e respiro bem fundo, minha mãe me avalia.

Diz que minha bolsa estorou.  O nervoso é imediato.

Estou morrendo de medo.

—Peeta...E se eu tiver uma crise?- digo chorando, ele seca minhas lágrimas calmamente.

—Vou estar aqui pra trazé-la de volta!- passa a mão pela minha bochecha.

—Peeta...- seguro sua mão olhando em seus olhos. -Se algo acontecer...

—Pare com isso.

—Escuta! Se acontecer... Salve nossa menina!

—Katniss.

—Promete pra mim!

—Não vou prometer isso!

—Peeta. Faça isso, por mim!

—Confie em mim, vocês vão ficar bem. Vamos ter nossa menina aqui.

—Filha, quando eu contar até 3 faça a maior força que conseguir.

—Tudo bem.- digo e ela começa a contar.

—1...2...3...Força! -  faço uma força que não achei que conseguiria.

Peeta segura minha mão, ao meu lado me dando apoio e enxugando o meu suor.

—Kat, faça muita força!

—Estou tentando.- digo chorando, Peeta gruda sua testa em meu rosto e fica distribuindo beijos

—Vamos, querida. Aperte a minha mão, estou aqui com você!

—1...2...3!- travo meus dentes e empurro.

Sinto a dor vindo novamente e grito sentindo Peeta apertar minha mão.

—Kat...Vamos.

—So mais um pouco. Ela está quase saindo!- minha mãe diz.

Vejo os olhos de Peeta,  espero que meu passarinho tenha.

—Força, força querida!- ele diz e contam até 3 e faço força, em pouco tempo sinto o ar sair de meus pulmões.

—Não aguento.

—Katniss, você ja passou por tanta coisa! Vamos, querida...

—1...2...3!

—AHHHHHHH- grito enquanto tiro força, aperto a mão de Peeta.

Em pouco tempo o quarto fica invadido pelo som do choro de minha filha, alto e forte. Como se viesse para guerrear.

Seu choro aquece meu ser, agora sei que é verdadeiro.

Sou mãe.

 


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