Partituras do Coração escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 1
Música maldita X Médium das almas X Ajudar pessoas


Notas iniciais do capítulo

Dark novamente cumprindo a promessa de postar 2 fics de HXH e eu acabei achando mais uma no meu pc (que eu nem lembrava) e vou postar ela também :] Eu não sei se classifico isso como Universo Alternativo ou não porque eu adoro mesclar o anime com os fatos que eu invento kkkkkkkk eu meio que ornei com algumas informações da Senritsu ^^



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O coração é fascinante. Possui dois sentidos, o físico, de bombear sangue para o resto do organismo e por tal, mantê-lo com vida; e também o sentido emocional, romântico, de levar um indivíduo à loucura e insanidade somente pelo coração bater desenfreado por estar apaixonado. De qualquer jeito é um órgão incrível, Senritsu pensava. Não tem a complexidade do cérebro humano, mas era intrigante que seus ventrículos o obrigavam a pulsar como se tivesse consciência, ou como descompassava com facilidade por culpa de um descuido dos sentimentos. Ansiedade, paixão, dor, ele tinha uma reação diferente para cada emoção.

Para a musicista, significa bem mais que isso.

Ela tem um dom, abençoado e infernal igualmente, a audição extraordinária. Com ela, podia ouvir ruídos ínfimos e sussurros à uma distância inacreditável sem qualquer esforço. É algo admirável. Útil em vários quesitos, porém tem seus contras, aquele poder não tem limites. Para simplificar, Senritsu ouvia o coração das pessoas, literalmente. Era só estar na presença de outros seres vivos, que começava.

Tum, tum; Tum, tum; Tum, tum.

Cada um tinha um ritmo diferente que se altera a mando dos sentimentos. A mulher é capaz até de interpretar e distinguir o que transpassa na mente de todos, somente ouvindo aquelas melodias distintas. Era bizarro, bizarro e ao mesmo tempo divino. Senritsu prestava atenção nas sinfonias melancólicas jogando sua carga de notas lamuriosas, no ritmo indiferente e comum dos que estão apenas existindo corporalmente naquele dado momento; e nas serenatas açucaradas vezes correspondidas com fervor, vezes rejeitadas. Rogando que os amantes lhes dessem cada vez mais carinho.

Ela também escutava os espíritos cruéis planejando semear o mal; os bondosos e puros tentando manter sua alegria em meio a essa sociedade caótica. Para a mulher era tudo muito curioso. Mas não tardou até aquele mundo de orquestras cardíacas se tornar um tormento para ela. Dia após dia, as batidas passaram a ser incômodas, somado aos outros barulhos de fora, seus ouvidos e sua sanidade foram agredidos sem piedade.

Somente Senritsu podia ouvir os lamentos e confusões emocionais que as batidas expressavam silenciosamente. Quando se tratava de um ou dois indivíduos tudo bem, mas entre um aglomerado, tudo virava uma baderna de matar a mulher de dor de cabeça e angústia. Os corações direcionam seus sentimentos a ela e somente ela, gritavam e choravam como se fossem vozes implorando para que Senritsu aliviasse suas dores. Raras são as ocasiões em que podia ficar em paz e concentrar-se apenas em si mesma. A solução de vez em quando era se isolar em algum recinto solitário, sem ninguém. Mesmo assim, não era uma solução permanente, não podia ficar reclusa a vida toda.

Demorou até ela começar a se acostumar com a ideia de ser a médium das almas vivas.

De um jeito, ela pôde viver com todos os barulhos e ainda conversar como uma pessoa normal, ouvir suas tão amadas músicas, apesar de ter dificuldades. Entretanto, Senritsu se sentia triste por ter que ignorar os infortúnios e problemas que as pessoas ocultavam dentro de si mesmas, que esbanjavam alegria e simpatia quando na verdade queriam surtar. Alguns conselhos ajudavam momentaneamente os infelizes, pena que por tão pouco tempo.

Em um dia qualquer na presença do público, ela pegou sua flauta e se postou a compor uma música. Inspirada por todos aqueles corações, Senritsu montou a partitura sem muito esforço; e tocou sem enrola.

As notas saíam tão  majestosamente do instrumento, que até mesmo a musicista se impressionou. Muitos olhares se voltaram a ela, tão maravilhados que ao fim da canção, o vento lhe trouxe elogios. A mulher percebeu que alguns deles pertenciam às pessoas, cujas batidas suplicavam por consolo.

"Você é muito boa."

"Que música linda, fiquei até mais feliz."

"Acho que eu realmente precisava disso pra espairecer a cabeça."

Decidida, ela traçou seu objetivo ali. Sua rotina passou a compor melodias para ajudar essas almas desafortunadas. Interpretar as emoções, transpassar no papel; entoar. Uma tarefa deveras fácil para Senritsu, talvez por influência de seu dom. Dessa forma, a mulher contribuía para muitos e também para si, a repercussão atordoante se tranquilizava e ela sentia-se calma. Certamente não funciona com todo mundo, visto que são sentimentos diferentes de cada coração, mas pelo menos um saía satisfeito por seu trabalho.

Piano, flauta, violino. Não importa qual, era prazeroso se deliciar com as músicas compostas, brincar de mudar os instrumentos; o efeito continuava apesar da troca das ferramentas musicais. Se constatava pelo som das batidas; o fato é, que se elas estavam em paz, Senritsu também ficava. Porque para ela corações são fascinantes.


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Notas finais do capítulo

See Ya!



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