Jogos Vorazes- Sempre escrita por geysaluz


Capítulo 5
Capítulo 5- Primrose...viva


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!



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Tomamos o café com Haymicht comendo todos os meu pães de queijo e ainda fazendo gracinhas que faziam meu rosto corar. Assim que terminamos, haymicht voltou para seus patos e Greasy Sae foi pra sua casa. Ficamos eu e Peeta. Ele sorriu sem graça, percebendo que eu estava nervosa em estar ali com ele, sozinha. Quando ele  já levantava para ir embora, eu falei apressada. Não queria deixar ele ir.

—Peeta, o dr. Aurélios me incentivou a escrever um livro de memórias , mas sempre que eu pego os papeis eu...eu simplesmente não consigo, pensei que já que vivemos a mesma história, talvez você pudesse me ajudar...

—Claro, posso desenhar para você, se quiser!

—Seria ótimo, quer começar agora?

—Eu adoraria mas...eu havia pensado em ir até a antiga padaria da minha família, você já viu como está o nosso distrito?

Baixei a cabeça pensando no que dizer, afinal nunca saio da Aldeia dos vitoriosos, a não ser quando passo pelo local onde havia a cerca pra ir na floresta.A lembrança dos corpos pela cidade, da destruição e das rosas sempre me fazem ter calafrios, e então eu prefiro não ir até a cidade, mas Peeta sofreu mais do que eu, e ainda assim quer ir lá... eu perdi minha Prim e de certa forma a minha mãe também, mas ele...Peeta perdeu tudo...até sanidade.Sinto as lágrimas em meus olhos.

—Katniss, falei algo errado?

Peeta fala com um vinco enorme na testa e um olhar doce e preocupado.Decido que vou com ele, levanto a cabeça e tento dar um sorriso.

—Você não disse nada errado! Eu vou com você, se depois agente jantar aqui em casa e começarmos o livro, o que você acha?

Ele sorriu e me abraçou erguendo-me do chão em um rodopio.

—Passeio, jantar e um tempo pintando com a minha Katniss...isso é real?

Solto uma gargalhada enquanto os braços fortes de Peeta  envolvem minha cintura, coloco meu braços em volta do seu pescoço e o beijo.Quando nossos lábios se separam, Peeta me olha ainda com os bracos em torno de mim e fala o que mais desejo ouvir desde o dia em que senti suas mãos em meu pescoço após o seu resgate no distrito 13.

—Eu te amo Katniss!

Ficamos abraçados no sofá da sala, ouvindo o som do silêncio, enquanto Peeta acariciava meus cabelos e eu ouvia seu coração bater recostada em seu peito.Até levantamos e finamente fomos ver o distrito 12 juntos.

 Tudo está diferente.As casas que foram erguidas são melhores que as que tinha antes, tudo tem vida e cor.O prego foi transformado em uma grande mercado, e as pessoas tem uma aparência mais saudável, apesar do olhar perdido. As roupas limpas e sem remendos mostram que as pessoas começam a ter uma vida mais digna. Ainda lugares com escombros, casas sendo construídas, e muitos ainda não voltaram para o 12. Talvez nunca consigam voltar. 

Percebo que estão olhando pra gente e sinto um frio no estomago, sei que sou culpada pelas perdas que tiveram , filhos, marido, a família delas que a guerra levou. A guerra em que eu fui o Tordo. Quero fugir antes que resolvam fazer justiça com as praias mãos, afinal sou culpada por tudo que perderam , mas Peeta segura minha mão e me olha como se dissesse " calma, esta tudo bem" .Uma garotinha aponta pra mim e  antes que eu fugisse apavorada, Peeta fala ao meu ouvido.

—Calma, ela é só uma garotinha...

Ele percebeu o meu estado.Apertei sua mão enquanto ela se aproximava.Não conseguia falar. Mal me mexia. Meu rosto esquentou e minha pernas começavam a tremer. Até que ela parou na minha frente e me olhou com um sorriso enorme, num rostinho angelical.

—Você é a senhora Mellark ?

—S-sou...

Gaguejei tentando sorri. Ela me abracou e eu não sabia o que fazer. Peeta sorriu e fez um gesto para que eu correspondesse ao abraço e foi o que eu fiz.Senti como se abraçasse Prim.  Respirei fundo e aproveitei cada segundo daquele momento. A mãe da garotinha veio ao nosso encontro se desculpando..

—Senhora Mellark, desculpe minha pequena, é que você é a heroína dela. Aliás de toda Panem, e um orgulho para nosso distrito! Se a senhora não tivesse lutado por nós... em pouco tempo minha pequena Anne poderia ser mais uma de nossas crianças naquela maldita Arena!Muito obrigada. Senhor Mellark.

Ela cumprimentou Peeta, meneando a cabeça. Peeta sorriu e fez o mesmo. Sai do abraco com o rosto em chamas, senti um nó na garganta, não sabia o que dizer e acho que nem conseguiria, eu não me sentia uma heroína ...Peeta observou que eu não falaria e respondeu cordialmente.

—Nós que agradecemos.

Peeta falou me abraçando.A mulher sorriu colocando a pequena Anne no colo, havia pessoas a nossa volta  que vieram me cumprimentar como se quisessem dizer que íamos ficar bem.Um sentimento calmo e sereno tomou conta de mim, graças a Deus eu estava começando a ficar menos nervosa perto das pessoas, pelo menos eu sei que elas não querem me punir pelo que ouve. Parecem agradecidas.Eu comecei a me sentir parte deste lugar de novo.Um sorriso verdadeiro se formou em meu rosto e Peeta me olhava com os olhos azuis mais lindos do mundo, satisfeito em me ver a vontade numa situação que antes era inimaginável. Já estava tarde e resolvemos ir até o local onde ficava a padaria amanhã. Voltamos pra minha casa. Naquela mesma noite jantamos juntos, e começamos o livro. Nós decidimos escrever na sala, sentamos no chão com carpete macio, e eu coloquei algumas almofadas para ficar mais confortável,  ele começou desenhando o rosto de Prim no livro, me assustei quando ele levantou de repente correndo para fora. Imaginei que seria um flash back por causa do veneno das tele guiadas, mas quando o vi sorrindo com uma prímola na mão voltando do jardim,  sorri de volta aliviada, não era um flash. Peeta  colocou a flor no livro carinhosamente. Não suportei ver o rosto dela ao lado flor, senti meu corpo tremer e o choro saiu involuntariamente. Peeta me abraçou e choramos juntos.Nunca pude enterrar minha irmã, não havia corpo, nem vestígios dela, perdi minha mãe junto com Prim ela jamais iria conseguir voltar para o 12 e eu não pediria isso nunca, mesmo que eu também fosse sua filha e sentisse que ela me deixava pela segunda vez. Peeta perdeu toda sua família, como ele consegue me consolar? Acho que é por causa do mesmo livro que meu pai tinha e que sei que ele também lê e segue. A bíblia. Depois de algum tempo, me acalmei aninhada em seus braços.  Voltamos a nos concentrar no livro de memórias, e já estávamos terminando a primeira parte  quando o frio me fez esfregar as mãos uma na outra.

—Quer que eu acenda a lareira.

Peeta perguntou. Balancei a cabeça positivamente para pergunta dele, Peeta levantou e no momento em que acendia o fogo , ele ficou parado como uma estátua, com os olhos fixos no fogo.

— Peeta...está tudo bem?

Ele não respondeu. 

—Oh meu Deus, Peeta?  Senti um frio no estômago. Ele está tendo um flash. Levantei devagar e me proximei. Eu não poderia deixar ele se transformar naquele monstro que o Snow criou para me matar. Não posso ficar sem meu Peeta. O abracei por trás quase chorando.

—Peeta , por favor fala comigo...

Ele virou-se e olhou pra mim, sem sair do abraço. Seus olhos continuavam doces, bem diferentes do dia que ele quase me matou.

—Katnis, eu...eu lembrei...

—Lembrou de quê? Perguntei aflita ainda abraçada a ele.

—Prim... você...as bombas caindo. 

—Vamos esquecer isso, Peeta, eu não quero lembrar!

—Kat, eu vi você gritando! Quase enlouqueci ao ver você naquele estado! Minha cabeça girava por causa do veneno, um lado meu queria o seu fim mas o outro lado foi mais forte. O lado que te amava, o meu lado! 

—Peeta, por favor... não quero lembrar disso. Falei num sussurro.Ele continuou:

— Meu amor, eu corri pra salvar você...ou morrer contigo, terminando os jogos de uma vez...

—Peeta...Lágrimas caiam pela minha face, Peeta parecia sentir toda a dor daquele momento de novo, ele me olhava com pavor. Seu corpo tremia e sua voz saia embargada, tanto quanto a minha. sem conseguir para de falar ele passou as mãos em meu cabelos, descendo suavemente em meu rosto, enxugando minhas lágrimas.

—Meu amor, minha Kat... Prim estava lá, você queria salvar sua irmã! Ouvi quando gritou o nome dela e percebi naquele momento que não conseguiria chegar a tempo até você, eu estava longe de mais, como sempre você era inacessível a mim. Não tinha como chegar em você, mas eu estava perto dela...eu estava perto de Prim. Havia um bueiro no chão, foi tudo muito rápido! O fogo, os gritos, então eu fui até ela o mais rápido que eu pude...

—O que quer dizer Peeta? Falei. Meu coração parecia querer pular para fora do meu peito. 

—Katniss, Primrose está viva!


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Notas finais do capítulo

Comentem e recomende por favor!!
bjos!!!



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