Quiet World escrita por Lady Luna Riddle


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Que dá ouvir a música e lembrar do seu shippe predileto e querer dissertar sobre a dor da perda para ele! TuT...
Hope you like it!
Falamos lá em baixo!



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"four numbers staring back at me
displaying the mediocrity of my presence
i´m wasting my day watching them change
the sun with it's blue sky outside
shining down on all you happy people
i´m wasting my day waiting for rain
need more methods to end each day
to be happy by living this way ..."

Katatonia- Quiet World

*

“ Eu não desejo ver você, através de uma redoma de vidro…Astoria!”

Novamente, o sorriso doce, a expressão brava e o som da sua risada percorria-lhe os pensamentos, em mais um dia... A memória e a dor que vinha junto, todo o dia era isso...mas ele já estava algo acostumado.

Aquela frase havia-lhe dito uma vez, á muito tempo atrás quando ela irritada e triste, havia chegado perto dele nos portões de sua casa e havia perguntado a ele, o que ele realmente queria?

Conhecera-a desde Hogwarts, sabia de sua paixão por ele e quão sofrera com ele ser galinha, na altura, ele não se ralava muito, afinal era jovem e pensava que tinha o mundo aos seus pés.

Arrogante e idiota que era e que tempo havia perdido, seu olhar estava fixo num quadro tapado na parede, ele não precisava desviar o pano que o cobria, sabia de cor cada traço e cada detalhe do rosto que ali estava.

Com um charuto aceso, vendo o fumo fazer círculos dançantes no ar, Draco observava cada movimento do fumo esbranquiçado, tendo do seu lado, um copo do melhor Whisky Escocês, seus pensamentos voavam velozes como todos os dias, ele tragava o fumo e expelia, sem desviar seu foco.

Tudo estava em silêncio, tudo estava incrivelmente silencioso, não havia uma viva alma naquela casa, a não ser o barulho incómodo de sua respiração, o insistente som da vida batendo contra seus pulmões.

Seus pais encontravam-se exilados, ou como disseram educadamente, de férias bem permanentes na Hungria, num vilarejo trouxa bem isolado, sentia-se bem ai. Scorpius estava em Hogwarts e ele ali, estagnado, vendo o tempo e a vida passar diante de seus olhos e ele esperando pacientemente o dia que acabaria aquela miserável vida.

Com um movimento de sua varinha, retirara o pano de frente do quadro dela, vendo seu sorriso cheio de vida e singelo, nunca acabava aquele sorriso até ao fim, mesmo que ele nunca a tenha merecido, mesmo que nunca tenha conseguido expressar a ela, o quanto a amava, sempre fora distante e tirando o episódio daquele dia, ele nunca havia dito o quanto a amava e o quão sentia sua falta, mais que tudo nessa vida, o quão ela tinha-lhe feito bem em sua vida.

“ Era um dia incrivelmente chuvoso, ele só queria chegar rápido na mansão, não queria receber os olhares de revolta e ódio na sua direcção, o comensal da morte que devia de estar em Azkaban, mas que por misericordia de Harry Potter, o herói havia sido safo, todos tinham essa opinião e a maioria achava, que o Potter tinha sido benevolente demais.

Também achava, mas tinha medo demais de Azkaban e do que esperaria se fosse preso.

Naquele dia em particular, era seu aniversário e sinceramente, ele só desejava deitar-se e não recordar do dia que viera ao mundo.

— Draco…

Aquela voz era…ela…!! Ele olhara para trás, com as mãos sob o ferro, vendo-a encharcada e levemente avermelhada em suas bochechas, recordara-se do dia anterior em que explodira e fora rude com ela, tudo porque Theodore havia-a elogiado e ele contorcera-se incomodamente, sem saber porque sentira um sabor amargo na boca.

—Astoria…

—Porque?

Ele arquejara a sobrancelha, suspirando sentindo-se enregelar e pelos lábios arroxeados dela, não era o único, no caso dela,era ainda mais grave, afinal ela estava doente, desde que se recordava-a de conhecê-la, sua família praticamente estava quase extinta por uma doença genética, que havia levado a quase todos. Aproximara-se dela, colocando um feitiço de aquecimento e fazendo de sua varinha, um guarda- chuva, olhara-a seriamente.

—Você aparece na chuva dessa maneira e me pergunta a mim, o porque?

—Porque você me vê assim?

—Como?

—Doente…frágil…alguém que pode ser facilmente magoado…porque me vê através de uma redoma de vidro, Draco? Porque me magoa com essa indiferença e essa rudeza?

Ele engolira em seco, vendo claramente seus olhos inchando, sabendo que ela estava chorando, desviara o olhar para a mansão, vendo o ar sombrio que ela detinha, tendo um repentino pensamento, seria justo levá-la para a escuridão em que vivia?

—Astoria…porque não me esquece…

—Porque não consigo…eu te amo…

Fechou os olhos de leve, recusando-se a olhar para ela, não era justo com ela, não queria isso, ele não merecia seu amor, ela merecia alguém melhor que ele.

—Melhor ir embora, Astoria…

Sentira o seu pesado suspiro, aquilo doera-lhe mais do que ele previra, quando a vira afastar-se, não conseguira explicar para si a reacção involuntária que tivera ao segurar seu braço, ao que ela respirara novamente, numa voz claramente cansada.

—O que você realmente quer, Draco…?

E uma sensação desesperadora, tomara conta dele, ao puxá-la para si e dar-lhe um desesperado mais necessitado beijo, que mesclado á agua da chuva, fazia ter uma sensação agridoce, ele percorrera os cabelos molhados dela, encostando-se a si, mas o ar exigira que ele se afastassem, ao que ele não a deixara afastar mais que milímetros, sentia a sua respiração acelerada contra seu pescoço.

— Eu não desejo ver você, através de uma redoma de vidro…Astoria…mas você merece melhor…

Ela tocara seus finos dedos sob seus lábios, seu olhar era determinado e firme, algo que lhe surpreendera.

—Eu decido isso…eu sei quem é o melhor para mim e você é o melhor para mim, Draco Lucius Malfoy….

—Astoria…

Novamente, ela o calara, ao devolver o beijo e ele retribuira da mesma forma, ao que ela sussurrara em seu ouvido.

—Por muito mal que você tenha feito, o seu coração eu conheço e ele não se macula nunca…

E ao ouvir isso, Draco apertara Astoria no abraço e não lhe respondera, sua resposta fora trazê-la consigo para a mansão e dedicar-se fisicamente a demostrar o quanto a queria perto de si.

E ela em momento algum refreara-se, eles eram a sincronia perfeita. “

E um som de estilhaço perfurara seus ouvidos, o acordando do torpor de seus pensamentos, numa clara revolta, o líquido âmbar do Whisky percorria o chão perto dos estilhaços de vidro.

Ele tentara de tudo para salvá-la e não havia acontecido, ela havia ido e deixado um vazio enorme no seu coração, um vazio demasiado grande para ele suportar…

Ele nunca havia dito que a amava e nunca fora bom o bastante para ela, ele sempre soubera e sempre deixara que sua luz percorre-se a escuridão daquela casa, perto dela, tudo tinha vida, tudo tinha cor e ele nunca lhe dissera.

Como quando aceitara casar com ele, como quando anunciara que estava grávida, ela fora teimosa, quisera engravidar mesmo sabendo que a debilitaria mais, perguntara o porque daquilo e sua única resposta sempre fora: “ Um dia você saberá…”.

Que isso queria dizer? Ele sentia o peso do luto, o peso da dor consumir-lhe o coração, juntamente com o enorme vazio que a sua falta havia deixado.

No momento a seguir a sua explosão de raiva, uma bicada suave fora sentida na sua mão, voltara o olhar para o lado, dando de caras com a coruja da família que o olhava, vindo com uma carta debaixo da sua asa, ao ver a letra algo acalmara seu redemoinho interior, abrira lendo o que tinha dentro, ele contava as suas alegrias, inimizades e claro, sua amizade com Albus Potter.

Scorpius era o seu motivo de manter-se são e firme, erguera seu olhar para o quadro, vendo que o retrato em movimento de Astoria sorria docemente.

—Porque sorri…?

—Porque agora sabe o motivo…de eu querer ter tido Scorpius…

—Eu não sou o pai que ele merece…merecia muito melhor…

—Oh, Draco…você é o pai que ele merece, você é luz para seu filho…e tem que continuar sendo e protegê-lo do Mundo…você me prometeu , lembra?

Ela sempre tinha as melhores palavras, observando atentamente o quadro, uma saudade maior do que tudo o percorrera.

—Como sinto sua falta e como ainda te amo…Astoria…e eu continuarei mantendo a promessa que te fiz…- Fora um sussurro bem baixo vindo do fundo de seu coração e alma, mas o quadro dela sorrira tristemente, assentindo.

—Eu sempre soube , Draco…e é tempo de continuar a viver…e lembre-se sempre…

E deixando sua sala, olhando uma última vez o quadro, decidira deixar o elfo limpar o chão e dirigira-se para o quarto, pensando no que ela havia , decidira responder ao seu filho e enviar a correspondência para que ele recebesse no café da manhã do dia seguinte.

Ele era tão parecido com a mãe, que doía e ao mesmo tempo era reconfortante, que não tivesse e nem teria herança maldita dos Malfoy, além da aparência, ele era tudo que havia sobrado dela.

Ele havia prometido em seu leito de morte, não podia- lhe falhar…não podia permanecer quieto e inerte vendo a vida passar, ele teria que ser firme, seria o pai que Scorpius merecia.

Ele devia isso á mulher que sempre seria a única no seu coração, essa era a dura consciência que evitava pensar e teria que encontrar um jeito de tentar ser feliz, vivendo assim desse jeito, dia após dia, consciente da angústia de que nunca iria conseguir e da frustração em tentar e falhar.


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Notas finais do capítulo

Caso nao tenham conseguido abrir no link azul, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qxjMpbK8Iuo

Reviews? :3