Fuerza. escrita por HeyCowboy


Capítulo 1
In Feliz Acaso do Destino


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi gente, tudo bem? Uma fanfic que sonhei muito em criar e finalmente consegui sair do papel (word).
Se você gosta, por favor, comente. Isso ajuda o autor a se manter estimulado a escrever. Ou até critique, isso também deixa o autor motivado. Peço isso antes de tudo, porque leio muitas fanfics que os autores desistem por falta de comentários ou reconhecimento.



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Historias de amor começam de várias maneiras: Uma esbarrada no corredor da escola, na fila da cafeteria, uma desavença, uma festa... Mas a vida real não tende a ser como o cinema. Não. Ela tende a ser mais interessante e inusitada, da reviravoltas que os próprios protagonistas da vida não conseguem acompanhar.

Mark Carlson nunca acreditou no amor, muito menos no destino ou em finais felizes. E a ultima coisa que ele estava pensando, enquanto olhava para baixo da sacada daquele prédio no centro da cidade, era que a vida poderia ser generosa com ele. Mark sempre teve tudo: família boa, dinheiro, boas escolas e uma boa aparência. Era o que todo mundo desejava, mas mesmo assim ele não sentia que estava feliz ou agradecido por todos aqueles privilégios. E naquele momento, olhando para dezoito andares abaixo, observando a avenida pouco movimentada daquele bairro, pensou que talvez o fim fosse agradável. Mas, como ele ainda não tinha pensamentos suicidas, observar como poderia ser o fim, enquanto a brisa da primavera acariciava, parecia ser a melhor opção para gastar o tempo após um dia de prova na escola.

Mark tentava calcular quanto tempo conseguiria ficar olhando para baixo sem sentir enjoos, ou quanto tempo duraria para que algum vento forte o jogasse pelo abismo do prédio. Pensamentos inúteis, como tempo que estava gastando ali. Mas ele não poderia se importar de menos.

Sempre pontual, sempre estudioso, sempre educado, sempre bem aparentado... Isso era o que esperavam dele e era isso que ele cumpria todos os dias. Aquele momento, bem ali, na sacada do prédio semi-abandonado, ele se sentia um pouco rebelde, e aquela era uma sensação muito boa. Talvez ele devesse vir mais vezes observar o mundo de cima e se sentir mais perto do fim...

— Ei Playboy, não diga que você vai se jogar desse prédio... Pelo menos espere eu terminar aqui, não quero estar envolvido em nenhuma morte de branco.

Uma voz arrastada e meio irritada lhe tirou da contemplação. Virou-se para descobrir um jovem latino que segurava uma latinha de spray, enquanto terminava uma escrita que para ele era indecifrável.

— Eu não vou me jogar. — Respondeu, ainda perto da sacada do prédio.

O rapaz secou a tinta de spray na parede e finalmente se virou para Mark, que tinha voltado a olhar para baixo. O desconhecido aproximou-se um pouco, para observar melhor o provável suicida.

— Então saia de tão perto da sacada, imbecil. — Disse em tom mandão, cruzando os braços tatuados.

— Você está me atrapalhando. — Revidou, ainda sem se mover um centímetro do topo do prédio.

— Na verdade, eu já estava aqui quando você chegou... Você que está me atrapalhando.

— Acho que o prédio é muito grande, cabe nós dois. — Mark se virou para observar melhor o intruso e ficou um pouco impressionado com a presença forte do outro.

— Eu estou fazendo uma coisa tecnicamente ilegal e não quero um branquelo atrapalhando ou me cabuetando por ai. — Disse, apontando para o piche na parede, ilegível.

— Eu entendo porque é ilegal isso... E feio e sem sentido. — Contra argumentou, ainda dando pouca importância para a situação.

— Playboy, o que tu sabe sobre o que é feio e sem sentido? O que merda você tá fazendo nessas áreas? Não tem uma grana pra gastar, não? — O latino avançou a passos largos na direção de Mark, que ainda não moveu um musculo.

Carlson observou melhor o rapaz a sua frente, era incrível como os dois eram tão diferentes. O pichador usava uma calça que deveria ser o dobro do seu tamanho e um casaco preto que deveria ser o triplo. Seus braços eram cheios de tatuagens: de escritas, santos e símbolos. De contraponto, seu rosto era um pouco sardento.

— Você não é tão ameaçador, por mais que sua aparência queira passar isso. — Disse, ignorando o avanço raivoso que o outro dava.

— Você quer apostar o quanto sou ameaçador, quando eu socar essa sua cara pomposa? — Descruzou os braços e se aproximou mais do outro, estufando o peito para mostrar seu ponto.

Mark deu uma risada e se afastou um pouco da borda, aliviando o latino.

— Melhor? Agora você meio que pode sair.

— Eu ainda tenho outras coisas pra fazer aqui em cima... Você meio que pode sair. — Seu tom ficou menos amigável que antes e finalmente causou um pouco de arrepio de medo em Carlson.

— Eu tenho tanto direito quanto você, de estar aqui. — Argumentou.

— Vocês riquinhos do centro sempre acham que tem direito sobre tudo. Isso é um prédio privado, nenhum de nos dois tem o direito de estar aqui. — Bufou e se virou, dirigindo-se a uma bolsa pegando outra lata de tinta. — Vá embora.

— A gente não tem direito sobre tudo. A gente só tem os direitos garantidos...

— Sim, claro. E nós, latinos, temos menos direitos que os garantidos. — Recomeçou a pixar, só que outra parede, fazendo a mesma escrita que antes.

Mark estreitou os olhos para os caracteres na parede, tentando entender.

— O que tem escrito ai? — Perguntou, agora se pondo ao lado do outro e estudando a parede como um grande enigma.

O pichador bufou mais uma vez e parou seu trabalho, girando-se indignado para Mark, que continuava a encarar a parede. Os cabelos castanhos de Carlson estavam bem penteados para trás, parecendo mais pomposo que os outros riquinhos por ai, na opinião do outro jovem.

— É minha Tag. — Informou, voltando a sua tarefa. Depois que terminou, se dirigiu a outra parede, com Mark ao seu encalço. — Você não vai embora mesmo?

— Por que são sempre os mesmos caracteres?

Dios mio! Porque é minha marca. — Respondeu, como se fosse obvio.

— E o que quer dizer? O que tá escrito ai. — Apontou para a parede, onde brilhavam as letras recém pixadas.

— Você é curioso. Curiosidade já matou muitos. — A voz do desconhecido era sombria, encarando seu trabalho depois de finalizado. Largou a latinha no chão e voltou para sua bolsa, catando-a do chão.

Mark o seguiu com os curiosos olhos verdes, esperando a próxima movimentação, mas parecia que o outro ia embora. Ele catou a própria bolsa e seguiu o latino pelas escadas até sair do prédio, em um beco sujo... E pixado.

— Nossa, você vai me seguir mesmo? Você é um grande pé no saco e eu nem sei quem você é. — A mão de outro se estendeu na direção do pichador, que arregalou os olhos.

— Mark Carlson. — Sua mão estendida, esperando o outro aceitar seu aperto.

— Juan Mendes. — E em vez de apertar a mão de Mark, empurrou-a com seus dedos sujos de tinta.

— É um prazer conhece-lo.  — E sorriu, mostrando os perfeitos dentes. O outro bufou em resposta. Ele bufava muito, observou Carlson.

— Não posso dizer o mesmo. — E saiu do beco, sem olhar para trás.

Mark permaneceu parado, olhando as costas de Juan se distanciar e desaparecer na esquina, misturando-se com o mar de gente de New York. Suspirou pesadamente e olhou uma última vez para o prédio que tinha estado e também se dirigiu para fora do beco.

Tinha sido interessante conhecer Juan, ele nunca tinha visto alguém pixar antes. Na verdade, ele nunca entendeu como do dia para a noite aquelas marcas apareciam na cidade e nem quem as fazia. Era algo totalmente fora da sua realidade. Sempre em seu mundo perfeito, conheceu uma das coisas mais imperfeitas da cidade e se sentiu feliz. Voltou para suas áreas, satisfeito.


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Notas finais do capítulo

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