Meu mundo pequeno escrita por Myah


Capítulo 1
O drama de Arie


Notas iniciais do capítulo

Oi, essa é minha primeira história, pelo menos nesse site, espero que gostem.



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Ariel, meu nome é assim. Ariel Taylor Cooper. Eu sei, meus sobrenomes não combinam nem um pouco, mas é assim mesmo e não vai mudar. Eu acho. Naquele fatídico dia, eu estava brincando com meu irmão no jardim da nossa casa, que era bem grande e sem perigo algum para uma criança de 7 e outra de 3 anos. Nós corríamos, pulávamos, nos escondíamos atrás de plantas grandes e subíamos nas árvores. Nosso pai estava trabalhando, e nossa mãe estava dentro de casa, costurando e bordando, enquanto os empregados faziam qualquer coisa na cozinha. Enquanto minha mãe fazia o "hobbie" dela, os empregados Mandy, Joseph e Christine ficavam na cozinha conversando e rindo da vida. Não era corpo mole no trabalho, não, é que minha mãe deixava eles descansarem pelo menos 12 horas por dia. Quando não havia mais nada a ser feito, então que não se fizesse nada.

Minha mãe era tão boa. Ela tinha um problema na coluna, e não podia ficar muito tempo de pé, por isso tínhamos empregados e ela não tinha um trabalho. Sempre que podia, ela ajudava o pessoal nas tarefas da casa, mesmo com todas as dores que devia estar sentindo. Todos ali elogiavam ela, e o papai, por serem pessoas de tão bom coração. Mamãe nunca estava triste, tinha sempre um belo sorriso no rosto, mesmo quando as coisas não estavam fáceis. Mas, naquele dia, o sorriso se esvaneceu.

— Aqui é a residência dos Taylor? - Perguntou um homem que tinha chegado ao portãozinho de ferro que dava entrada ao jardim da nossa casa, por isso vimos ele.

— É sim.

— Margarett Taylor mora aqui, não é? É a mãe de vocês? A esposa de Bernard Taylor.

Algo mudou na expressão dele quando disse "esposa". Quer dizer, ele já estava meio triste antes, mas depois do "esposa" e do nome do meu pai, comecei a ver algumas lágrimas no olho dele.

— Você quer falar com ela? É nossa mãe sim, entre, por favor.

Abri o portãozinho e o acompanhei até a sala, onde estava minha mãe. 

— Philip! Que prazer te ver aqui! O Bernard ainda não chegou. Por acaso você foi trabalhar hoje? Ou terminou mais cedo?

— Senhora... preciso falar com você. Sobre Bernard. O assunto é sério. - Essa última frase ele falou olhando para mim, que ainda estava na sala.

Percebi logo que a minha presença estava dispensada e saí imediatamente. Se tinha uma coisa que minha mãe tinha ensinado bem, era como ser uma dama. Educada sempre, recatada e com dignidade. Mas ela também tinha dito que podia esquecer o recato quando se tratava de honra. Amava minha mãe.

Assim que saí da casa (nossa casa era assim: havia um sala de estar, com uma lareira, banheiro e biblioteca no térreo, mas bem no centro havia uma escada que levava para o segundo andar, onde ficava cozinha, mais banheiro, e a sala da TV, onde minha mãe estava. No terceiro andar ficavam todos os quartos, inclusive os quartos dos empregados. E mais banheiros.), ouvi um grito da minha mãe, e voltei correndo. Quando cheguei lá, Vi o homem chorando, abraçando minha mãe, e ela descontrolada, chorando e gritando mais do que qualquer coisa. Fiquei tão assustada, que chorei também.

Não sei, acho que já pressentia aquilo. Lembro que quando o tal de Philip chegou lá no portãozinho, senti um peso no coração. Mas, mesmo pressentindo, não pude deixar de ficar abalada quando ouvi minha mãe gritar "Não, o Bernard não pode ter morrido!" Meu mundo caiu naquele momento. Meu pai... meu papaizinho... morreu? O homem que vivia brincando comigo e com meu irmão não podia ter ido assim, de repente. Não pude me despedir dele! Eu queria ver meu pai de novo! Queria...

— Meu... pai. Morreu.

Essas foram as últimas palavras que me lembro, antes de tudo ficar preto. Acordei em meu quarto, as cortinas fechadas e tudo muito escuro. Lembro de ter um homem ao meu lado, vestido de branco. E também que ele disse "Ela acordou", logo antes de eu APAGAR outra vez.

Depois daquele dia, minha mãe nunca mais foi a mesma. Não sorria, não brincava com a gente, não bordava, não tricotava, não costurava. Simplesmente existia. Vivia, só isso. Respirava, bebia, comia. Só isso. Meu irmão vivia perguntando onde estava o papai. Eu apenas dizia:

— Ele está trabalhando. Logo volta.

Não queria dizer a verdade ao meu irmãozinho. Nem à mamãe, que estava paralisada no quarto, olhando o horizonte, como se estivesse vendo uma última vez a imagem de Bernard Joseph Taylor.

Meu pai, melhor homem do mundo, e, agora, melhor morto do mundo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Ou melhor, se emocionado!



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