(NOVO LINK! Leia as notas da história!) escrita por Acquarelle


Capítulo 4
CAPÍTULO 1, Epi.1: Para onde devo ir?


Notas iniciais do capítulo

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❣ ATUALIZAÇÃO: 16/06/2017
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Este "capítulo" já passou por 2 edições.

Boa tarde! (*ゝω・*)

A partir de agora, as informações da história ficarão nas notas finais.

Usarei o espaço inicial para falar um pouquinho da história, do capítulo, dos personagens ou de mim mesma. Bom... nesse capítulo, Ayase tem uma visão sobre seu antigo modo de vida, mas algo parece muito errado. O que pode estar acontecendo?



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Os gentis raios solares incomodavam os seus olhos, a despertando de seu sono.

Ayase bocejou, esfregando um dos seus olhos enquanto observava o ambiente ao seu redor. Ela não se lembrava da última vez que conseguia enxergar tão nitidamente, e parecia que toda a escuridão que a abraçava havia se dissipado.

A garota estava em seus aposentos reais.

O aroma de lírios marinhos perfumava o ambiente, trazendo consigo um toque de elegância e tranquilidade que pairava por cada um dos objetos daquele quarto.

Ela logo se levantou, passando a se observar no espelho de seu guarda-roupas.

Com exceção dos cabelos bagunçados, não havia nada de diferente a ser notado. Mesmo a dor que o ferimento em suas costas lhe causava parecia ter desaparecido.

Ayase, então, percebe o estranho silêncio no quarto.

— Por quanto tempo você pretende dormir, Ryuu?

Não ouvindo nenhuma resposta, ela foi em busca de seu companheiro.

Ryuuki não parecia perdido entre os lençóis e travesseiros, e mesmo após uma busca rápida no quarto, a sereia não conseguiu encontrá-lo em lugar algum.

Quando fazia companhia à Ayase, Ryuuki mantinha a sua forma “de bolso”, como a garota costumava chamar. Podia ser facilmente confundido com uma cobra ou enguia se não fossem os dois pares de nadadeiras em suas costas e a sua cabeça de dragão.

Seu disfarce esguio era apenas um fragmento perante à sua verdadeira forma.

“Ele saiu para dar um passeio? Espero que esteja tudo bem...” pensou ela.

Ryuuki não era bem-vindo no castelo.

Além de não se relacionar tão abertamente com os empregados, era tido como uma criatura não catalogada, pois ninguém tinha visto algo como ele antes. Com isso, muitos guardas e serviçais temiam que ele fosse uma ameaça para a família real.

Para outros, era o adorável bichinho de estimação de Ayase.

No começo, era comum vê-lo irritado ao ouvir tais palavras.

Ele sentia o seu sangue esquentar toda vez que era comparado com um mero mascote, especialmente devido às suas origens. Porém, conforme sua amizade com a garota se tornava mais forte, Ryuuki passou a ignorar esses comentários, fazendo até mesmo piadinhas sobre isso.

— Espero que ele não esteja roubando coisas da cozinha…

Sua observação veio em um sussurro, e ela logo saiu de seu quarto.

A quietude fazia com que os corredores parecessem solitários e infinitos.

Ayase não conseguia ouvir as risadas, conversas e burburinhos que outrora se faziam tão presentes naqueles corredores. Mesmo caminhando por alguns minutos, ela não encontrou uma alma viva vagando por aquele lugar, fazendo com que sua ansiedade aumentasse à medida que os segundos passavam.

Ao final de um dos corredores, uma nuvem de tons roxos se expandia gradativamente em direção à Ayase, puxando tudo o que encontrava para o centro de seu interior. Ela emitia um estranho som de estática, e ao notar melhor, Ayase pôde perceber alguns raios saindo de dentro daquilo.

“Mas que diabos…?!” sua expressão denunciava espanto.

A sereia recuava aos poucos, mantendo distância daquela coisa.

Da nuvem roxa, uma energia estranhamente familiar emanava. Era tão caótica que transformava toda a coragem de Ayase em poeira marinha. Lá no fundo, a garota sabia que não teria força o suficiente para enfrentar o que quer que fosse aquela coisa.

Ela finalmente decidiu deixar aquilo para trás e ir em busca de Ryuuki.

Enquanto nadava pelos corredores, ela podia jurar que vultos e pessoas sem face apareciam em sua visão periférica, mas ao virar-se para checar, tudo o que podia ver era a estranha energia se aproximando. Sua mente parecia estar lhe pregando peças.

Se ela continuasse sozinha, com certeza ficaria louca.

— Ryuu, onde você está?

A mesma pergunta foi repetida inúmeras vezes, mas não houve uma única resposta.

Fazia muito tempo que Ayase não se sentia tão solitária. Aquilo a deixava inquieta.

— Tem alguém ai? Por favor, me responda!

Mesmo quando passava várias horas estudando, era comum ser interrompida por alguma empregada preocupada com sua alimentação ou por seus pais, visto que eles se ocupavam com outras tarefas e tinham pouco tempo para dedicar aos seus cinco filhos.

Isso sem falar da companhia de Ryuuki, que permanecia ao seu lado desde os primeiros minutos do dia até as noites de insônia, fosse dividindo seus doces ou contando histórias sobre guerreiros e demônios até Ayase cair no sono.

Ryuuki. Ela precisava encontrá-lo o quanto antes.

— Ryuu, por favor, apareça!!

A mesma pergunta foi feita para o vazio, e o silêncio pareceu lhe responder.

Em um dos corredores, Ayase deparou-se com uma garota cabisbaixa em frente a um dos quartos. Os cabelos lisos e ruivos eram tão compridos que escondiam parte de seu rosto e roupas.

Conforme Ayase se aproximava da jovem, percebeu que se tratava de uma das empregadas do castelo. O uniforme em preto, branco e vermelho denunciava sua posição.

Preto, branco e... vermelho.

“O uniforme não tinha vermelho…”

Quando se deu conta da situação, ela vai em direção à garota.

— Ei, você está bem?! O que aconteceu?

A jovem permaneceu imóvel e silenciosa.

— Precisamos cuidar de seus ferimentos.

Ayase tentou puxar a garota pelo braço, mas ela parecia pesar mais que um tubarão.

O barulho de estática ecoava pelos corredores, aumentando a cada segundo.

— Ei, escuta. É perigoso ficarmos aqui. Precisamos fugir!

— Fugir…?

A ruiva finalmente demonstra alguma reação.

— Fugir para onde, princesa?

Subitamente, a jovem segurou o braço de Ayase com força, fazendo com que a princesa levasse um susto. Ela sentia a sua pele machucando conforme aquela empregada colocava ainda mais força, a fazendo gritar de dor.

— Ai! O que você está fazendo?!

Um calafrio percorreu a espinha de Ayase quando a garota levantou a cabeça.

A expressão sádica esculpida em seus olhos e sorriso parecia transmitir um ódio que a princesa jamais tinha sentido. Em sua testa, um corte profundo fazia o estômago de Ayase embrulhar, e ela nem sabe de onde tirou forças para não vomitar.

— Para onde iremos fugir, Alteza?

— …!!

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

A frase foi repetida por um vulto que cambaleava atrás de Ayase.

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

Inúmeras pessoas se aglomeravam ao redor das duas.

Suas faces deformadas em desespero faziam o corpo de Ayase estremecer.

Ela tentava se libertar a todo custo, mas o medo parecia ter levado as suas forças.

Com o último fôlego que lhe restava nos pulmões, ela elevou sua voz em um grito.

— RYUU, ONDE VOCÊ ESTÁ?

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

— Não há mais lugar para fugir.

Ayase não havia percebido que a nuvem de estática estava se aproximando.

O mínimo contato com aquilo fazia a sua pele se desmanchar em sombras.

Logo tudo se tornou trevas, e em meio ao silêncio, os murmúrios se perdiam.

— Não há mais lugar para fugir.

O planeta está morto.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 1, parte 1/2. ʕ•̀ω•́ʔ✧

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