Viúva negra- Parte 1 escrita por Laura Araujo


Capítulo 15
Voltando ao passado parte 2


Notas iniciais do capítulo

Luzia e Abraham se acertam, mas Loweny não se dará por satisfeita. Agora é a vez de voltarmos ao passado e ver o que aconteceu com Joseph. Por quê será que ele é tão fechado assim eim?



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—Você está linda. Como veio parar aqui?

—Deisy me convidou.

—Hum... Você viu alguma garrafa de wisky por aqui?

—Bem ali.

Abraham se assusta, pois achou que o wisky era um plano da Deisy para ele ver a Luzia.

—Obrigado, vou levar ao dono.

Luzia abaixa o rosto ,cabisbaixa, pois achou que iriam conversar. Mas percebeu que dependia dela, e não dele. Abraham pegou o wisky e estava indo embora, quando Luzia gritou.

—Me perdoe!

Abraham parou, e olhou para trás.

—Me perdoe Abraham, eu errei em ter mentido, sei que está chateado e queria uma chance para conversar. O que me diz?

—Tudo bem, pode ser ali no coreto?

—Pode sim.

Eles sentam no banco, um de frente pro outro, dentro do coreto.

—Então, o que tens a me dizer? — questiona com certo tom de ironia.

—Abraham... Eu... Eu não sou tudo o que eu disse. Aliás, eu não sou nada do que disse... Eu sou órfã, não conheço os meus pais. A senhora Consuelo, a dona do orfanato. Disse que eu aparentava ter dias de vida quando fui deixada no orfanato. Tive muita dificuldade em me alimentar, socializar, dormir, crescer... A única coisa que eu não aparentava ter problemas era na escola. Sempre fui excelente aluna. Em alguns anos atrás, foi liberada uma única bolsa de estudos pra essa faculdade. Dei minha vida e consegui a bolsa. Saí do orfanato, pois já tinha 18 anos. Não tinha onde morar, já que bolsista não podia ficar em alojamento. Feliz por ter conseguido a bolsa e triste por não ter onde morar. Fui para o bar do Will, tomar um refri. Foi quando ele me disse que precisava de garçonete. Aceitei imediatamente, contei minha história e ele disse que eu podia ficar no quartinho do segundo andar e que o aluguel seria descontado do salário. Os anos se passaram e ele se tornou um pai que nunca tive. Tudo ia aparentemente bem, até o dia que te vi... Quando vi você pela primeira vez, surgiu uma sensação que nunca tinha sentido antes. Como se tudo que eu li nos livros de romance fosse verdade. Aquele frio na barriga, o nervosismo, dormir e acordar pensando em você. Mas tinha medo. Tudo o que eu ouvia a seu respeito, tudo o que eu via você fazendo. Eu pensava que você nunca iria olhar pra mim...

—Mas olhei. Olhei de um jeito como nunca tinha olhado antes. Confesso que de início, achei que seria só mais uma. Mas você, com seu jeito, tornou tudo mais difícil, pra mim foi um sinal de que você não era qualquer uma. Por que você não se comportava como qualquer uma.

Luzia  abaixa a cabeça, constrangida.

—Me perdoe.

Luzia se assusta com a atitude de Abraham.

—Eu que deveria me esclarecer. Pois quando o assunto é caráter. Eu e que mais preciso mudar. Então, me perdoa?

—Sim... —Afirma mediante as lágrimas.

—Eu prometo que vou mudar. — afirma enquanto acaricia o rosto de Luzia.

Abraham levanta. Segura nas mãos de Luzia olha nos seus olhos

—Eu te amo. Do jeitinho que você é. Diante de poucas palavras, você mudou a minha vida. E é por isso que eu quero viver com você para o resto da minha vida. Eu preciso de você. Luzia, aceita namorar comigo?

Diante das lágrimas, Luzia aceita.

—Sim...

Os dois sorriram. Abraham acaricia o rosto de Luzia levemente. E bem devagar se aproxima. Os dois respiram intensamente, Luzia ainda está derramando lágrimas.  Quando Abraham se aproxima mais e a beija de forma delicada, lenta e intensa.

Deisy estava no saguão observando tudo. E pula de felicidade ao ver os dois se beijando. E sussurra:

—Isso.

Na sacada do 2 andar está Loweny, que assistiu tudo. Rangendo os dentes, jura vingança. Logo em seguida, Transtornada, Arremessa a taça que estava bebendo longe,  começa a gritar e quebrar algumas coisas. Deisy sobe imediatamente e tenta entender o que estava acontecendo. Alguns rapazes da festa tentavam controlar Loweny,  enquanto ela não parava de gritar, e não conseguiram. Deisy chega e se assusta com o que vê, e ela a encara, enfurecida, e vai na sua direção, demonstrando ódio.

—Você tem participação disso! Eu não vou esquecer! você também está na minha lista.

Todos ficam assustados e sem entender. Deisy olha seriamente para ela.

—Saia imediatamente da minha casa Loweny.

—Com todo prazer.

No dia seguinte, Karen e Joseph se encontram mais uma vez na praia, ainda constrangidos pelo ultimo encontro.

—Bom... Hoje e sua vez.

—E... Confesso que estou um pouco nervoso de relembrar algumas coisas.

—Estou curiosa. — Dizia enquanto sorria.

—Ok, vamos lá

Flashbackb modo on

Desde aquele dia, na ilha, o ultimo dia em que te vi, lembro-me que desmaiei e acordei dentro de um bote. Vi vagamente alguns homens com roupas diferentes, logo em seguida desmaiei de novo e acorde no hospital, com vários repórteres do lado de fora. Não estava entendendo o que estava acontecendo, e nem onde eu estava. Em seguida veio uma medica me explicar o que havia ocorrido.

Olá, eu sou a doutora Mery Jane, como está se sentindo?

Onde estou?

— No hospital.

— O que é isso?

— é um lugar onde cuidamos de pessoas feridas.

Eu olhava para tudo em minha volta, e isso me deixava cada vez mais confuso.

— Qual e o seu nome? Você se lembra?

— E Joseph.

— Você se lembra de alguma coisa?

— Sim, de tudo. Estão todos bem?

— Eu não entendi.

— O meu povo, o povo da ilha Malvina.  Todos fugiram para o lado Sul por causa do calor. Alguns já tinham morrido, mas a maioria foi embora, inclusive minha namorada e seu irmão. Como eles estão? Quero muito ver todos.

A medica abaixa a cabeça, sem saber como dizer.

— Joseph... Lamento dizer mas, você foi o único que sobreviveu.

—Como assim? Eu desmaiei e acordei dentro de um barco pequeno. Todos foram socorridos assim como eu fui.

— Não Joseph, quando os bombeiros chegaram todos estavam mortos.

— O que? Todos! Mas isso não pode ser... Não.. —inconformável  enquanto não contém as lágrimas .


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Notas finais do capítulo

Joseph recebe alta no hospital e fica famoso por ser o único imigrante das malvinas ali. Recebe todos os documentos oferecidos pelo pais, mas todos deixam bem claro que ele e um imigrante e não um cidadão que nasceu no pais. ele vai para um abrigo, mas o seu maior desafio e a sua solidão.



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