Her Smile escrita por Isamu H Ikeda


Capítulo 2
O sorriso dela - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

* Eu não abandonei nada. q Só estou tendo muitos problemas, crises de ansiedade, desânimo e outras coisas que me assolam sempre que tento escrever alguma coisa. O que é triste, pois eu tenho SIM uma necessidade de escrever qualquer merda que seja, e me dói de verdade quando percebo que não consigo mais. :") Acho que estou me tornando um adulto amargurado, hehe.

* Bom... A parte 2... Eu amo a Mila e irei protegê-la :"D já tem um tempo que venho associando-a muito com figuras de sereias e etc. Acho que combina... JÁ QUE DONA KUBO NÃO LANÇA NADA DE INFORMAÇÃO OFICIAL DELA NE... Eu tenho que criar :"(

* Enfim, espero que seja lá quem estiver lendo essa fanfic que deveria já ter sido concluída em 2016 mesmo, goste e aprecie a leitura. E que não me odeie por.... motivos variados. Eu sou só uma fã de yoi que está se esforçando para voltar a um hobbie que me faz/fazia muito bem antigamente. :')



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Quando crianças, não há nada mais importante além daquilo que mais desejamos. Entendemos que as coisas são simples. Somos inocentes o suficiente para acreditarmos em nossa ingênua percepção do mundo e das pessoas ao nosso redor. E Mila não era exceção.

E nessa época o que haveria de ser a coisa mais empolgante para ela? Quem sabe o mar... O mar seria definitivamente a resposta certa. Boa parte de sua infância foi visitando todos os tipos de Aquários que poderia encontrar no país, assim como caminhar pelo píer e pelas pequenas “praias” havia se tornado um costume muito apreciado. Ao invés de bonecas, gostava de bichinhos de pelúcia. Especialmente se fossem animais marinhos. Inclusive já insistira na idéia de se tornar uma sereia. Dito isso nem seria preciso mencionar qual era a sua animação preferida de todos os tempos, não é? O oceano, sua natureza e beleza a fascinavam, assim como todas as criaturas que habitavam suas profundezas, fosse na vida real ou no folclore.

Ela sentia-se atraída por toda aquela grandiosidade e mistério, e achava divertido também. Muito divertido. E quem a levava para visitar a “casa dos peixes”, como chamava, eram os avós. Um simpático e encantador casal de ex-patinadores. Foi com eles que Mila tomou o gosto pelo esporte. Sempre observando os troféus que enfeitavam a estante da casa deles e suas fotos no auge da carreira, consequentemente revigorando o brilho de seus olhos.

E então, a curiosidade se tornou interesse. Após muito pedir, a matricularam em uma academia de dança local, para aprender ballet e outras desenvolturas e técnicas antes de partir para a patinação em si. Ela não queria só patinar, queria ser uma artista como os avós. Queria competir, se apresentar, sentir os aplausos e o gelo, sentir que podia tudo.

Ela ainda mantinha essa lembrança vívida em sua mente, de quando fora com a mãe comprar as roupas de ginástica para iniciar os treinos. Era a coisa mais emocionante que ela passava aos 7 anos de idade. Ia se dedicar de corpo e alma e orgulhar os avós. E provar a si mesma que era capaz de realizar seus sonhos. Bastante obstinada para uma criança, certo? Mas ela seria sempre assim: Decidida, forte...

Se mostrando uma aluna aplicada que aprendia rápido e de forma surpreendente, ganhou destaque quase que de imediato e não foi preciso muitos meses para se tornar a número 1 da companhia e o grande orgulho e bibelô da professora. Mas sucesso traz inveja. E adultos conseguem ser cruéis, mesmo quando se trata de crianças.

Com a alavancada de Mila, veio também os burburinhos dos corredores. Palavras como “preferência”, “facilidade”, “injusto” e “favoritismo” eram comuns. Como se Mila ofuscasse as outras dançarinas por ter se tornado a menina dos olhos da instrutora, ou assim as mães insistiam em pensar. Era algo tremendamente absurdo, mulheres adultas zombando de uma garotinha que nem entendia o peso do que falavam. E não demorou muito para que as próprias crianças, companheiras de estúdio, se afastassem ou tratassem ela com indiferença.

Todas exceto uma: Sofia Novikova.

Era a segunda da companhia. Loira, olhos azuis, face delicada como a de uma boneca e dona de uma técnica igualmente espetacular. Diferente da colega ruiva, Novikova almejava ser uma famosa bailarina que dançaria nos mais magníficos teatros da Europa. Babicheva podia ser a primeira em tudo, mas se julgava menos do que Sofia. Queria ser como ela, ter o mesmo empenho, simpatia e bom humor. Mais do que tudo, queria ser amiga dela e realmente conseguiu. Não demorou muito para ambas protagonizarem os melhores duetos da Companhia, ganharem mais destaque, além de encherem as prateleiras de medalhas e troféus. Se tornaram inseparáveis, uma verdadeira dupla talentosa.

Infelizmente, isso duraria só alguns anos...

Quando Mila estava prestes a completar 11 anos de idade, sua família viajou para Moscou. Iriam assistir  uma das etapas do Grand Prix de Patinação artística daquele ano, o Rostelecom Cup. Lá presenciou ao vivo pela primeira vez uma apresentação de Viktor Nikiforov, um patinador a quem ela admirava muito já a um bom tempo e  que acompanhava com afinco a carreira. Ao vivo ele era muito mais impressionante! O respeito e a vontade de ser como ele crescia cada vez mais e a convicção do que queria fazer também. E ainda teve o prazer de poder jogar uma flor ao rinque, uma rosa cor-de-rosa, que foi pega e entregue a Nikiforov, que agradecia o carinho de todos os fãs com o mais terno sorriso.

Durante a saída, a ruivinha estava cintilante e enérgica. Tinha esperanças de ver seu ídolo e, quem sabe, tirar uma foto com ele ou de só conseguir um autógrafo. Isso se tivesse a oportunidade de chegar perto do rapaz. Por ser muito cativante, Viktor era visado pelas câmeras. Mas sempre arranjava tempo para conversar com seus fãs, ou mesmo participar das famigeradas selfies. Então, Mila estava cada vez mais perto de poder vê-lo em carne e osso, apesar da fila extensa que se seguia, misturando fãs assíduos de patinação e fotógrafos famintos pela melhor foto do encantador rapaz de cabelos platinados.

Bem pertinho de onde aguardava a sua chance, viu um garotinho loiro, emburrado e claramente nervoso ao lado de um senhor que deveria ser seu avô. Supôs que ele também estava lá para falar com Viktor, porém um tanto quanto desengonçado. Achou a criança absurdamente fofa, tendo uma repentina vontade de deixar aquelas enormes bochechas, brancas, vermelhas de tanto apertar e riu do pensamento bobo. Quando chegou sua vez, não se aguentou e abraçou Nikiforov que retribuiu e posou para uma foto com ela. Foto essa que estaria até hoje em seu mural de recordações. Ao saber da imensa vontade que a menina tinha de se tornar patinadora, gentilmente a convidou para ingressar na mesma base de treinamento que ele praticava, e que ficava em são Petersburgo. E com esse convite, Mila voltou empolgada para casa.

Entre os seus 12 e 13 anos, foi quando as coisas desabaram.

Mila era, de longe, a melhor e mais reconhecida dançarina Junior de uma companhia de dança em um dos bairros mais distintos de ST. Petersburgo. Uma das mais estimadas, a jovem trabalhava sob pressão constantemente. Contudo outros problemas se fizeram presentes. As fofocas sobre favoritismo por parte da professora, falácias sobre ser ou não esnobe, deram lugar a um rumor mais sério. Rumor esse que ameaçava a convivência e amizade com a menina Sofia. Mas essas desavenças criadas pelos adultos não importavam, ela pensava. Junto da, até então, melhor amiga, poderia aguentar e continuar em frente… Já que ela era tudo de mais precioso que tinha naquele lugar. Porém… Sofia era o motivo de um sorriso diferente. O que a ruiva passou a sentir, era mais do que uma simples amizade, e foi isso que decidiu tudo.

De imediato, a jovem aspirante a patinadora decidiu que já era hora de abandonar os palcos de competição e ir para o rinque de gelo.

Acabou por deixar a academia de dança, ao som de vários protestos da professora, mas agora o caminho estava livre para as demais… E nunca mais voltou a ter contato com nenhuma outra aluna daquele lugar, nem mesmo com a instrutora. Quanto a Sofia… Elas ainda manteriam contato, porém durante a saída da dança uma confissão fora feita, e uma rejeição prevaleceu. A amizade só fora reatada um tempo depois, quando ambas já estavam maduras o suficiente para compreenderem determinadas coisas.

Mila tornou-se uma adolescente carismática, meiga e muito simpática. Queria começar de novo naquele lugar… E ser como o Viktor. Sorria para as câmeras, contava piadas, dava abraços calorosos nos amigos, especialmente em um novato que passaria a ser seu alvo constante de esmagamentos e levantamentos. Assim como fora no esporte anterior, na patinação ela também se destacou muito rápido, porém após quatro anos, o primeiro lugar lhe fugia, mesmo estando no pódio. Não tinha mais todo aquele prazer, apenas cobranças feitas tanto por ela mesma quanto de seu treinador, dos pais, dos fãs de patinação… Até mesmo sentia que a própria Rússia esperava um desempenho melhor dela, que estava fazendo só 18 anos.  Não era mais criança, logo se tornaria adulta e outras responsabilidades seriam exigidas também.

Nesse momento, ela percebeu que patinação artística podia ser sim um esporte maravilhoso, mas igualmente ingrato.


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Notas finais do capítulo

* Então, esta caralha vai ter parte 3 e NÃO SEI POR QUE. ESSAS FICS TEM VIDA PRÓPRIA.

* Inté. q



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